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Etiqueta Gentileza - 5 Passos para sua Melhor Versao

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E T I Q U E T A G E N T I L E Z A
5 P A S S O S P A R A S U A M E L H O R V E R S Ã O
M I L E N A N E V E S
D e d i c a d o , c o m c a r i n h o e g r a t i d ã o , a
F e r n a n d o , p o r t e r s i d o a c o n f i a n ç a e
i n c e n t i v o s e m o s q u a i s e u j a m a i s
h a v e r i a a b r a ç a d o e s t e m o m e n t o d a
m i n h a c a r r e i r a .
O b r i g a d a p e l a s u a g e n e r o s i d a d e ,
a p o i o e a m o r !
" O p e n s a m e n t o p o d e t e r e l e v a ç ã o
s e m t e r e l e g â n c i a , e , n a p r o p o r ç ã o
e m q u e n ã o t i v e r e l e g â n c i a ,
p e r d e r á a a ç ã o s o b r e o s o u t r o s . 
A f o r ç a s e m a d e s t r e z a é u m a
s i m p l e s m a s s a . " 
F E R N A N D O P E S S O A
 
A P R E S E N T A Ç Ã O
Este livro é uma “degustação”, um
resumo, dada a natureza simples e
prática do material. Ainda assim, 
 discorro com extremo zelo sobre 
 ética, etiqueta social e corporativa,
linguagem não verbal e estudos
acerca do impacto da gentileza na
vida humana e em sociedade. Espero
fazer deste material algo útil à sua
vida, e parte do seu aperfeiçoamento
pessoal.
A gentileza e o respeito, a si e ao
próximo, sempre serão norteadores
máximos e basilares de qualquer
postura elegante. 
 PRÓLOGO – OS PORQUÊS
Procurei por meses uma expressão
que substituísse “etiqueta social” nos
meus materiais. É inegável que a
expressão cause resistência inicial,
espanto, e, erroneamente, nos remeta
a algo ultrapassado ou desnecessário.
Sempre voltei, entretanto, aos
porquês da minha própria resistência. 
Por que repelir a denominação de
algo que tem raízes tāo somente na
arte de conviver com respeito? E 
 peço especial atenção ao verbo
CONVIVER. 
A etiqueta social rege a arte de bem
conviver. A arte de atentar, com
atitudes respeitosas e atenciosas,
para que o outro esteja confortável
em nossa presença. 
Ser agradável, não por necessidade
de ser aceito, mas pela consciência de
que somos todos peças de um
grande motor chamado vida coletiva.
Assim, travo a batalha de retirar todo
o medo do termo etiqueta social, e
apresentá-la como uma excelente
ferramenta para a boa convivência.
Natural e bem aplicada, a etiqueta: 
a) causará impacto positivo sobre o
outro;
b) causará impacto positivo sobre o
coletivo
c) auxiliará nos caminhos individuais
em busca de nossas metas, sejam
elas sociais, afetivas ou profissionais. 
 
S U M Á R I O
 
A P R E S E N T A Ç Ã O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
P R Ó L O G O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
C A P Í T U L O 1
P r i m e i r o P a s s o - R e f l i t a
S o b r e G e n t i l e z a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1 . 1 P o r q u e s e r g e n t i l ? . . . . . . . . . 1 5
C A P Í T U L O 2
S e g u n d o P a s s o - P i l a r e s d a
A u t o C o n f i a n ç a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 9
C A P Í T U L O 3
T e r c e i r o P a s s o - A l i n h e S u a
L i n g u a g e m C o r p o r a l . . . . . . . . . . 2 7
C A P Í T U L O 4
Q u a r t o P a s s o - A v i d a é u m
G r a n d e N e t w o r k . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3
4 . 1 A p r e s e n t a ç õ e s . . . . . . . . . . . . . . 5 6
C A P Í T U L O 5
Q u i n t o P a s s o - À M E S A . . . . . . . 6 2
5 . 1 O n d e , Q u a n d o e C o m o
S e n t a r - s e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 4
5 . 2 A M e s a é S a g r a d a . . . . 6 8
5 . 3 G u a r d a n a p o . . . . . . . . . . . . . 7 0
5 . 4 T a l h e r e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 4
5 . 5 C o p o s e T a ç a s . . . . . . . . . . 8 1 
5 . 6 P r a t o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 5
5 . 7 S o b r e m e s a . . . . . . . . . . . . . . . 8 7
5 . 8 C a f é e C h á . . . . . . . . . . . . . . . 8 8
5 . 9 C o m i d a s 
E s p e c í f i c a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 9
B O N U S T R A C K
V I A J A N D O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 0 0
C A P Í T U L O 1
P R I M E I R O P A S S O :
R E F L I T A S O B R E
G E N T I L E Z A
O Dalai Lama (2015) diz que a sua
religião não é o Budismo, mas a
gentileza. Ele prega, ainda, que o
mundo atual precisa muito mais de
ética que de religiões. Etiqueta quer
dizer pequena ética, a propósito
disso.
Leandro Karnal (2018) diz que ser
gentil denota que entendemos que
não somos únicos no mundo. Karnal
entra, aí, num ponto crucial não só da
pequena ética (etiqueta), mas da
ética de viver propriamente dita.
Quando dou conta da existência do
outro (que lindo!), dou o primeiro
passo para a empatia, onde me
coloco no seu lugar. É somente
percebendo o outro como parte de
nós que somos capazes de pensar e
agir com compaixão, com nobreza. 
10
E eu penso, com Karnal aprendendo,
que só quando realmente
consideramos a existência do outro,
somos capazes de sermos gentis,
éticos, nas pequenas e grandes éticas. 
Notemos, pois, que gentileza e ética
nascem de uma mesma fonte: a
percepção da existência do outro. Mas
o que é ética? 
Filosoficamente, ética é o conjunto de
valores e princípios que usamos para
decidir nossas condutas. É algo muito
mais amplo que costumes morais, vez
que a moral está circunscrita a culturas
e regiões, enquanto a ética é universal,
e está ligada ao desejo genuíno de ser
bom, de fazer o bem dentro do que se
acredite genuinamente como bem, e
não apenas de encaixar-se numa
conduta moral.
11
Etiqueta como pequena ética nasce
para garantir que o outro esteja
confortável em nossa presença.
Etiqueta como pequena ética se
presta a não constranger o outro, a
não incomodar o outro, a acolher o
outro. Então, sim, a etiqueta traz 
 altruísmo em ser, antes de sobre
nosso próprio bem estar, sobre o bem
estar do outro. 
Em colocação simples, etiqueta é a
pequena ética que rege as relações
cotidianas baseada num valor maior,
a ética. Há de existir, assim, uma razão
de ser para cada orientação de
etiqueta. Elas, as orientações de
etiqueta, jamais serão vazias,
meramente voltadas à ostentação ou
a complicar sua vida. Em cada
orientação de etiqueta residirá sim
um muito de ética. Não é lindo?
12
Lembram quando, alguns parágrafos
atrás, refletimos sobre tanto o
comportamento ético quanto a
gentileza nascerem quando atinamos
para a existência do outro? Pois bem.
Podemos chamar ética e gentileza de
irmãs, sim? E não há prática de
etiqueta que faça sentido aos meus
olhos se não intimamente ligada a
gentileza.
 
A etiqueta orienta a não levantarmos
os cotovelos ao comer com talheres.
O porquê? Por ser gentil se preocupar
em não tocar o seu vizinho de mesa
com seus cotovelos durante a
refeição. Já pensou que desagradável
levar cotoveladas do vizinho
enquanto come? A etiqueta orienta a
usarmos apenas a parte interna do
guardanapo, mantendo-a sempre
dobrada para dentro. O porquê? 
13
Por ser gentil cuidar para que os
demais não enxerguem a sujeira do
seu guardanapo. Já pensou que
desagradável ver as marcas de
comida do outro num guardanapo
sujo? 
Apertos de mão, por sua vez, nascem
na história para mostrar não estar-se
portando uma arma na mão
dominante ao aproximar-se do outro.
É um gesto amistoso, gentil, que
mesmo com o andar do tempo,
permanece. Nos desarmamos hoje
figurativamente ao cumprimentar.
Em cada orientação de etiqueta há,
pois, um espectro amplo de ética, e
um cuidado lindo de gentileza.
14
1.1. E Por Que Ser Gentil?
A Universidade da California - UCLA - 
 instituiu, há alguns anos, o BEDARI
KINDNESS INSTITUTE, que, sob
coordenação do Professor e Ph.D.
Daniel M.T. Fessler, é única e
permanentemente “dedicado à
pesquisa dos efeitos da gentileza
para formação de uma sociedade
mais humana.” 
Em 2015, em um estudo realizado na
Universidade da Colúmbia Britânica
(Canadá), pacientes que estavam em
tratamento para ansiedade foram
convidados a praticar um ato de
gentileza por dia. Após quatro
semanas, todos estavam mais
relaxados, com os níveis de dopamina
e serotonina(hormônios ligados à
felicidade) mais elevados.
15
Uma pesquisa desenvolvida pela
Harvard Business School, que avaliou
a felicidade em 136 países, apontou
que pessoas altruístas são as mais
felizes. O estudo mostrou que a
satisfação sentida após um ato gentil
tem efeito consistente na felicidade,
pois gestos de gentileza acionam a
liberação de dopamina, que promove
a chamada "euforia positiva".
Tornando-se a gentileza uma pratica
constante, os efeitos seguem por
longo prazo, com impactos
consideravelmente positivos no
combate à ansiedade e persecução
da felicidade.
William T. O’Connor, neurocientista
irlandês da Limerick University,
dedica seus estudos ao que batizou 
 de NEUROBIOLOGIA DA GENTILEZA,
e diz:
16
"A gentileza é o motor maior para o
desenvolvimento pessoal. É a luz
verde que nos mantem abertos a dar
e receber. É uma parte fundamental
da condição humana, e preenche as
divisões da cultura, religião, política,
gênero e classe social”. 
A gentileza sai, assim, do campo do
subjetivismo, do poético ou utópico, e
vira objeto de pesquisa, tendo seus
efeitos práticos sobre saúde humana e
felicidade comprovados. 
Como não crer na frase do Profeta
Gentileza (sim, aquele do "gentileza
gera gentileza"), que anunciava, já na
década de 80, que "um dia a gentileza
salvará o mundo"? Eu creio. E amo!
Por fim, fechando este capítulo sobre
gentileza, vale um desabafo:
17
Desde que comecei a postar sobre
etiqueta, recebo, com frequência,
comentários e mensagens de pessoas
dizendo que querem muito aprender
etiqueta para, assim, tornarem-se
pessoas chics.
Isso me revira a alma, pois mostra
uma visão equivocada da etiqueta.
Etiqueta não se presta a tornar chic.
Etiqueta se trata de exercer a
gentileza e agir com ética. 
Não tenhamos como meta inicial “ser
chic”. Aliás, desconfiemos de tudo,
absolutamente tudo que tiver como
meta única “ser chic”. Queiramos
genuinamente ser gentis e éticos,
assim, seremos, naturalmente
elegantes. E se há algo chic, este algo
é a elegância despretenciosa. Que
não tenta, apenas é.
18
C A P Í T U L O 2
 S E G U N D O P A S S O :
P I L A R E S D A
A U T O C O N F I A N Ç A
A elegância na qual acredito não visa
transformar pessoas em quem elas
não são. Definitivamente, não! A
elegância real preserva a
personalidade, e simplesmente a
aprimora, polindo e aperfeiçoando o
indivíduo, sem matar sua
originalidade, o que o faz único.
No caminho à elegância, destaco dois
pilares básicos: 
• gentileza, já abordada;
• auto confiança real.
Notem que destacamos a auto
confiança real. O íntimo subjetivo que
torna o indivíduo sereno, assertivo e
humilde em qualquer ambiente. 
20
Real para se destacar da falsa auto
confiança, que faz indivíduos criarem
personagens e artifícios como humor,
excesso de falas, arrogância, dentre
outros, para tentar mostrarem-se
seguros quando, em verdade, não o
são.
Auto confiança real para a
convivência social se aprende? Digo
sim, mas como capítulo avançado de
um manual, precedido por lições bem
elementares. 
Aprendemos o elementar, polindo
nossa originalidade, e aí nos sentimos
seguros para confiar nesta máquina
aperfeiçoada, nosso eu, treinado, com
um HD repleto de conhecimentos
preciosos que se transformarão em
ações cada vez mais naturais.
21
Não se trata de auto estima. Amar-se
é tão elementar quanto complexo, e
envolve um universo da psiquê
humana que não abordarei por não
ter formação para tanto. Aqui falo de
auto confiança, aspecto prático.
Estado em que nos colocamos
quando estamos capacitados para as
situações. 
Um maratonista chega auto confiante
à prova para a qual treinou. Um
cozinheiro prepara com tranquilidade
o prato que bem estudou. Da mesma
forma, convive bem em sociedade o
indivíduo que refletiu e aprendeu
sobre comportamento. 
Alguns de nós são treinados desde a
infância, outros passam à margem de
lições de convívio, etiqueta, respeito e 
22
elegância, tornando-se adultos
inseguros em variadas esferas de
convivência social.
A insegurança que vem do
desconhecimento, eventualmente,
vai se dissipando, à medida que vai-se
aprendendo forçadamente com
situações, erros, novos desafios
profissionais ou pessoais. 
Aprende-se convivendo, trabalhando,
viajando, aprende-se pesquisando,
namorando, e, ao olhar-se para trás,
pensa-se: poxa, por que não aprendi
isso antes?
A auto confiança de conhecer as
regras ao ponto de saber aplica-las de
forma natural eleva a elegância. No
sentido oposto, inseguranças são
facilmente detectáveis. 
 23
O inseguro arma-se, trava o maxilar,
curva a postura, fala demais, ou de
menos, cria personagem para si, cai
no ridículo sem saber e denuncia-se
por completo. O pior: o inseguro
perde ou joga fora oportunidades. 
Quanto custa agir errado? Qual o
preço de não agir de forma certa
naquele momento chave? A vida é
um grande network, e cada ação leva
a uma via.
É inegável que sempre se pode
compensar a falta de conhecimento
às regras com outras qualidades.
Fulano é tāo engraçado! Ciclano é tāo
inteligente! O que prefiro pensar,
entretanto, é no quão POTENTE será a
personalidade do indivíduo que, além
de engraçado e inteligente for,
24
também, exímio conhecedor dos
direcionamentos para o convívio
social elegante, ou seja, da etiqueta
social, da pequena ética.
Prefira a auto confiança de conhecer
todas as regras apesar de não saber
se precisará usá-las, à eterna corda
bamba de lançar-se ao acaso das
situações.
A elegância conquista, encanta e abre
portas. 
Auto confiança é, certamente, raiz
daquele charme que não sabemos
bem de onde vem. Ingrediente
daquela fidalguia e grandeza que
enxergamos em determinadas
pessoas, independente de seus trajes,
de sabermos ou não sobre suas
posses ou sobre quem são. 
25
Auto confiança torna indivíduos
menos susceptíveis a abalos. Suas
ações e reações encontram raízes em
quem são e no que acreditam e
aprenderam, em seus valores, e não
em fatores externos. Costumo dizer
que pessoas sábias não reagem,
agem. A auto confiança mina a
reatividade.
Atentar para a importância da auto
confiança e refletir sobre os porquês
de seu valor são os primeiros passos
em busca da mesma.
26
C A P Í T U L O 3
 T E R C E I R O P A S S O :
A L I N H E S U A
L I N G U A G E M
C O R P O R A L
Um passo extremamente importante
é dado no aperfeiçoamento de nossa
forma de nos comunicarmos quando
atinamos que a linguagem não-verbal
(expressões faciais, nosso gestual, o
tom da nossa voz e nossa postura, por
exemplo) têm um impacto muito
maior do que imaginávamos. 
O famoso estudo de Mehrabian,
datado do final da década de 60,
chega a calcular que apenas 7% (sete
porcento) do que comunicamos
depende das palavras usadas, ficando
38% (trinta e oito por cento) a cargo
do nosso tom de voz, e 55%
(cinquenta e cinco porcento) a cargo
de nossa linguagem corporal (gestual,
postura e olhar).
Décadas se passaram, o estudo,
apesar de não refutado, reverberou de 
28
forma midiática e errada, e, hoje,
sabemos que a conta não é tão exata,
mas que a comunicação não verbal
tem sim um peso imenso no que
comunicamos.
 
A mensagem mais valiosa do estudo
de Mehrabian é que, quando as
palavras e as mensagens não-verbais
estão em conflito, as pessoas tendem
a acreditar nas mensagens não-
verbais. 
Por exemplo: quando dizemos que
estamos felizes, mas nosso olhar está
triste e nossa voz está fraca, o
interlocutor interpretará que estamos
tristes, e não felizes. Quando dizemos
que somos corajosos, mas nossa
postura está encolhida, nossa voz
trôpega e nossas mãos agitadas, 
29
o interlocutor interpretará que
estamos com medo, e não com
coragem, não obstante o que
dissemos com palavras. 
Assim, quando todos os meios de
comunicação são congruentes,
quando as palavras que dizemos, o
tom como dizemos e o nosso corpo
em postura e gestos dizem a mesma
coisa, a mensagem é passada de
forma forte e completa. Uma
linguagem reforça a outra.
Penso que somente estarei
ensinando sobre elegância de forma
completa, se tornar o meu leitor
ciente da importância da sua
linguagem nãoverbal, não apenas no
viés resumido de manter uma postura
alinhada para parecer refinado, mas 
30
de manter uma postura alinhada para
COMUNICAR segurança, mensagem
crível, tranquilidade, força, etc.
 
Não se trata de quem você quer
parecer ser, mas de quem você é, e o
que você comunica.
E quem você é? Quem é o seu eu
aperfeiçoado? Alguém que entende o
valor da boa comunicação, é seguro
das regras de comportamento e
relacionamento. Alguém que
circulará com tranquilidade pelas
mais diversas situações e ambientes.
Entender o valor da comunicação
não-verbal cria empatia com quem
nos ouve, e aumenta a nossa
capacidade de influência.
31
Para facilitar o aprendizado, formulei
um passo a passo com as principais
orientações de comunicação não
verbal. Vamos a ele:
a) Consciência. Habitue-se a estar
constantemente consciente de que
seu corpo comunica de forma tão ou
mais potente que sua fala. Este
estado de consciência o habituará a
sempre cuidar da postura, do olhar,
do tom de voz e do gestual. A
consciência levará ao hábito, e o
hábito à naturalidade. Faça-se
presente em corpo e mente onde
estiver. Apenas uma mente presente
e atenta comunicará de forma
potente e correta. Para mim, que sou
uma hiperativa nata, este é um
imenso desafio que trabalho
diariamente. Consciência!
32
b) Transmita calma em suas falas. A
imensa maioria das mensagens a
serem comunicadas, seja em
conversas triviais ou em assuntos de
trabalho, sairá de forma muito mais
nítida e elegante se transmitida com
calma. A não ser que você esteja
comunicando um incêndio, um SOS
de salve-se quem puder ou algo do
gênero, a regra da calma ao
comunicar é norte.
Antes de adentrar a todo e qualquer
ambiente, respire fundo, acalme o
turbilhão mental que sempre
trazemos da rua, ou de casa para o
trabalho, ou do trabalho para casa.
Respirar fundo, com consciência
desse ato, acalmando a mente, nos
trará para o momento presente,
tornando nossa fala e nossos gestos
mais tranquilos e elegantes.
33
Pare e pense numa pessoa muito
ansiosa e atabalhoada que você
conheça. Lhe é agradável ouvir dessa
pessoa? Alguma vez as falas dessa
pessoa lhe cansaram? Sabe quando
dizemos que tal pessoa é cansativa?
Essa pessoa geralmente suga nossas
energias e nos causa uma vontade
extrema de dar logo qualquer assunto
por encerrado. O interlocutor ansioso
causa tanta repulsa quanto o
interlocutor excessivamente lento
causa tédio.
c) Uma fala calma e elegante contém
pausas. Pause suas falas. Não tenha
medo do breve silêncio que nasce das
pausas. Habitue-se a ele. Normalize.
Pausas servem para respirarmos,
alinharmos o raciocínio, darmos
ênfase a partes estratégicas de falas.
34
Teatrólogos e diretores tecem
estudos primorosos sobre pausas em
textos. Seu uso ou não uso muitas
vezes difere uma tragédia de uma
comédia, um sucesso de um
insucesso. 
Já reparou nas falas da atriz Fernanda
Montenegro? Convido você a fazer
uma breve pausa nesta leitura, ir ao
youtube e pesquisar, aleatoriamente,
por entrevistas da atriz. Faça o
exercício de observar suas pausas e
refletir sobre o quanto de elegância e
credibilidade elas inspiram.
d) Alinhe a sua coluna de modo a
parecer seguro, mas não arrogante e
jamais robotizado. O segredo estará
em: 
35
·sustentar a coluna com a força do
abdômen, o que especialistas
chamam de postura encaixada;
·Manter o queixo alinhado com o
chão. Se o seu queixo abaixar da linha
de noventa graus, sua postura curvará
e você comunicará insegurança. Se o
seu queixo subir demais, você
comunicará arrogância.
 
Se julgar necessário, faça sessões de
RPG, fisioterapia ou mesmo pilates.
Há posturas que foram
negligenciadas por toda uma vida e
que não são de fácil correção. Mas
agora, que você sabe do valor da sua
postura no que você comunica, vale à
pena finalmente investir nela e
corrigi-la. E quer mais? Uma postura
alinhada também lhe deixará mais
bonito (a).
36
Fará bem, para sua saúde física e para
sua capacidade de relacionamento. 
e) Destrave seu maxilar. Pense na
primeira coisa que seu corpo faz ao
tensionar e notará que esta “coisa” é o
tensionamento dos músculos do
rosto. Insegurança, timidez e raiva são
sentimentos que nos levam a
tensionar o rosto, e toda essa tensão
nasce do travar o maxilar.
Um erro facílimo de ser cometido
acontece quando fazemos o tal
“carão”. Pensemos naquele dia em
que colocamos nossa melhor roupa e
sapatos para ir àquela festa especial.
Melhor perfume, e tudo de melhor
sobre nós. Então chegamos, e a festa
já está cheia de gente. 
37
Hora de fazer a nossa entrada e, algo
entre a vontade de adentrar de forma
bonita e a timidez de ser visto por
todos nos faz fazer o tal carão. Carão
de modelo, carão de galã, de musa ou
do que seja. Fazemos crentes que
estamos abafando, quando, na
verdade, no exato minuto que
travamos o maxilar, tensionamos o
rosto inteiro e comunicamos
negativamente. A aparência será de 
 insegurança, colocando por terra
todo o “look” arrasador. 
É preciso muita maestria para fazer o
olhar blasé com charme, o carão
seríssimo e lindo. Modelos e atores
têm essa maestria. Pessoas sem a
técnica necessária se perdem na
tentativa. Mais seguro um olhar
relaxado, com um levíssimo e
espontâneo sorriso
38
Não, não estou falando para ninguém
andar com um sorriso robotizado e
falso no rosto. Estou apenas pedindo
que relaxemos os músculos da face e
cuidemos de termos uma expressão
simpática e acessível. 
O treino levará à perfeição. Face
relaxada e leve sorriso são uma receita
segura, que comunica auto confiança,
leveza e amistosidade. 
f) Braços cruzados denotam estar-se
fechado. Seja fechado à interação, ao
novo, à mudança de opinião, a
aprender. Cuidado! Braços cruzados
enquanto se ouve alguém podem
evocar extrema falta de consideração
e de educação. 
39
g) Manter-se com os braços e mãos
ocupados enquanto interage quando
você tem a opção de liberar suas
mãos e braços denunciarão
insegurança, não estar à vontade, não
estar aberto. Exemplo simples: em um
encontro ou reunião, manter bolsa ou
mochila no colo e permanecer com as
mãos segurando tal item. 
h) Um aperto de mão firme
comunica segurança e atenção. Um
aperto de mão fraco comunica
desinteresse. 
O aperto de mão ideal dura de dois a
três segundos, é firme, mas não
agressivo, é acompanhado de olho no
olho e de um leve sorriso. Jamais
aperte a mão sem olhar no olho.
Jamais!
40
i) Sempre olhe no olho do seu
interlocutor ao falar ou ouvir. Esse
olhar não deve ser incisivo ao ponto
de incomodar. O olhar atento porém
confortável é natural. Não se fixa de
forma exagerada. 
Um truque: olhar entre as
sobrancelhas do interlocutor dará a
ele a sensação de que você está
olhando nos olhos, mas te livrará do
incômodo (acaso você o sinta), de
olhar diretamente nos olhos. De toda
forma, habitue-se a olhar no olho.
Quem olha no olho transmite
credibilidade e atenção.
j) Cuide do tom de voz. Falar muito
alto é extremamente deselegante. É
um dos atos mais deselegantes que
se pode cometer. 
41
Eu sofri com isso minha vida toda,
pois tenho timbre de voz muito
agudo e venho de uma família onde
fala-se muito alto. Mas nem todos os
hábitos dos nossos felizes círculos de
família devem ser levados a qualquer
espaço. Ao atentar para o quão
elegante o tom de voz correto é,
passei a me policiar. Consegui com
louvor parar de falar alto. Sigo na
busca por uma voz menos aguda. Um
fonoaudiólogo pode ser fazer
necessário.
Este rol de orientações deve ser
revisitado até virar hábito. E se você
quiser escolher apenas três regras,
serão: alinhe o queixo ao chão, nada
de queixo para baixo passando
insegurança nem para cima passando
arrogância; olhe nos olhos e passe
credibilidade; destrave o maxilar.
42
C A P Í T U L O 4
 Q U A R T O P A S S O :
E N T E N D A Q U E A V I D A
É U M G R A N D E
N E T W O R K 
O alto valor atribuído a boas redes de
relacionamentos e ao talento em
construí-las mantém em alta o jargão
“network”. 
Não se trata de, por nascença, circular
bem e “desde sempre” em redes ditas
poderosas,o que daria uma visão
pequena e medíocre. Network vai
muito além. 
Ser potente em network é ser capaz
de construir redes a partir da “estaca
zero”, adentrar em círculos novos e
diferentes com maestria, aprender
com o novo e conectar pessoas. 
Também pode significar ser persona
agradável em todas as rodas, mas
sem jamais negligenciar sua
personalidade, sua originalidade, o
que o faz verdadeiramente único. 
44
Será que você está cuidando da sua
capacidade de relacionamento com o
devido zelo? Está atento ao impacto
das redes ou ausência delas sobre sua
vida? 
O excesso de cuidado na interação
robotiza, denota oportunismo. Já a
carência de cuidado o manterá à
margem, fora desse imenso motor
chamado convívio social. Como
balancear? 
Vamos ao que amo, uma boa lista!
45
a) Relacionamentos são sempre
trocas, e os melhores networkers,
tenha certeza, são aqueles que estão
sempre atentos a como podem ser
úteis e ajudar pessoas. Generosidade
e gentileza transparecem, e fazem as
pessoas mais elegantes. Não se trata
de subserviência ou de exageros e
bajulações. Por favor, muito cuidado
com a linha tênue que separa a
GENTILEZA de atitudes negativas
com vieses de bajulação e
subserviência. 
Estar atento a ajudar e colaborar para
o coletivo. Como somar? Com ações
que lhe podem ser muito simples,
como uma mera apresentação de
pessoas, por exemplo. Ou orientar “A”
a trilhar um caminho que você já
trilhou, “B” a transpor uma barreira, e
“C” a recuperar-se de um problema. 
46
A rede que se cria com tais atitudes é
colaborativa e forte. Se você apenas
recebe, e nada dá, poderá ser visto
como oportunista. Cuidado!
Contribua. Habitue-se a contribuir.
Lembra do capítulo sobre gentileza?
Pois bem! Nunca esqueça, também,
de sempre retribuir favores e
atenções e de sempre agradecer
expressamente.
b) Ao chegar a um evento,
cumprimente a todos (na medida do
possível), mesmo quem não conhece,
ao menos com um olhar ou aceno de
cabeça. Ao cumprimentar
conhecidos de uma mesa ou círculo,
não ignore as demais pessoas do
grupo. Cumprimente seu conhecido
com maior atenção, mas, ANTES, faça
um cumprimento geral aos demais,
afinal, você estará pedindo licença 
47
a eles para tomar a atenção do seu
conhecido por alguns instantes.
c) Interaja. Eventos, sociais ou
corporativos, são feitos para conectar
pessoas. Nada mais desagradável que
aquele convidado que não interage,
ou conversa apenas com quem já
conhece, permanece apenas nas
“rodinhas” de sempre. Tal convidado
sai do evento sem nada acrescido a si.
Não conversou com pessoas
diferentes, não ouviu histórias
diferentes das suas e dos seus amigos
de sempre, não se abriu a novas
oportunidades, não cresceu com a
oportunidade de interação dada pelo
anfitrião. 
E, por falar no anfitrião, você sabia
que, ao dispor lugares marcados à 
48
mesa, é hábito comum na etiqueta
social que o anfitrião misture os
lugares, separando casais e
alternando homens e mulheres?
Tal hábito, não muito usado no Brasil,
estimula a variação de assuntos e
aprimora o network. 
d) Não trate as pessoas de acordo
com perfil social ou econômico.
Bajulações são extremamente
cafonas. Excesso de esforço para
agradar é facilmente notado.
Arrogância é terrível, e sentimento de
superioridade é um erro imperdoável.
O mesmo vale para subserviência.
Cuidado para não transpor a linha
tênue entre o ser gentil e o ser
subserviente. Valorizar a si mesmo é
tão primordial quanto valorizar o
outro em bom network.
49
e) Não “jogue nomes”. Sabe aquela
pessoa que, nos primeiros minutos de
conversa, faz questão de dizer que
conhece “A”, frequenta a casa de “B”,
é “amigo irmão” de “C” e esteve
ontem com “D”, sendo que A, B, C e D
são pessoas com certo status social?
Há um termo em inglês para definir
pejorativamente esse ato: dropping
names (= jogar nomes). Muito
desagradável e até oportunista. Quem
tem traquejo para relacionamentos
percebe a jogada.
f) Não diminua a história ou
experiência do outro através de uma
experiência sua. Se “A” contou que
amou o restaurante X na cidade tal,
cuidado ao falar em seguida o quanto
sua experiência no restaurante “Y” foi
maravilhosa. Não é uma competição,
mas um círculo de conversa. 
50
g) Seja espontâneo. Não deixe que a
observância a regras lhe engesse e
anule sua originalidade. Traga seu
lado único ao network. São tão
desagradáveis as posturas artificiais! 
O filósofo e ensaísta francês Paul
Valery tem uma frase que amo, que
diz: "A elegância é a arte de não se
fazer notar, aliada ao sutil cuidado
de se deixar distinguir". 
A frase prestigia, assim, tanto a
discrição (não se fazer notar) como a
originalidade (se deixar distinguir), em
igual peso. A nossa originalidade
sempre será uma moeda preciosa. O
charme pode habitar na originalidade,
e ali também mora o carisma. A
originalidade trará conexōes mais
reais e profundas.
51
h) Seja em eventos sociais ou
corporativos, não fale muito de si
mesmo. Equilibre o diálogo. Permita
que o interlocutor fale. O oposto
também é deselegante. Fazer muitas
perguntas sobre o interlocutor e não
falar nada de si. Excesso de perguntas
pode denotar oportunismo. Com a
mesma alegria que falar de si, ouça
sobre o outro. Equilibre.
i) Em uma conversa, não olhe para o
relógio, nem para o celular nem ao
seu redor. Olhe nos olhos do
interlocutor. Mostrar interesse é
generoso e elegante. Cansou?
Aguarde uma pausa, peça licença
gentilmente, mude de círculo. 
j) Em eventos sociais, jamais pergunte
o que uma pessoa faz, com o que ela
trabalha ou em que mercado ela está.
52
Aliás, na França, há uma sábia regra
cuja quebra pode excluir alguém para
sempre de um círculo: jamais falar de
trabalho em eventos sociais, incluindo
bares e restaurantes. Se ao longo da
conversa seu interlocutor soltar
alguma informação acerca de com o
que trabalha, ok, mas jamais
pergunte ou transforme tal
informação no foco da conversa. 
Em grande parte dos Estados Unidos,
entretanto, é natural falar sobre
trabalho em ocasiões puramente
sociais.
l) Eventos corporativos, como salas de
coquetel em congressos, almoços ou
jantares de negócios trazem regras
bem distintas. Tais eventos
acontecem exatamente para
aprimorar ou gerar negócios. 
53
Apenas neste tipo de evento,
apresente pessoas informando
sobrenome, profissão e até cargo, e
assim também se apresente.
Exemplo: Pedro, este é João Silva,
advogado que atua na área de
energia no estado de São Paulo. João,
este é Pedro Maia, CEO de uma
companhia de energia renovável na
sua região de atuação.
Em tais eventos, priorize a
transparência e praticidade. Insira
conversas amenas em meio aos
temas corporativos com moderação, e
sem perder o foco. Vá direto aos
pontos, mas cuidado, excesso de
ganância nunca é bem visto. 
m) Todo círculo tem um senhor sabe
tudo, e ele costuma ser desagradável.
54
Cuidado para, no seu círculo, tal
pessoa não ser você. O sabe tudo
jamais tenta caminhos diferentes,
jamais atingirá resultados diferentes,
jamais terá segurança suficiente para
admitir um erro e jamais será sábio o
suficiente para mudar de opinião.
Enfim, o sabe tudo não aprende nada,
e aprender é um dos fatos mais belos
sobre se relacionar. 
n) Se você é o anfitrião, muito cuidado
ao discordar de um convidado. Não
prolongue temas polêmicos nem
coloque seu convidado em situação
desconfortável, por mais que ele
tenha feito uma colocação da qual
você discorde veementemente.
Lembra da regra inserida no conceito
básico de etiqueta? É muito mais
sobre fazer o outro se sentir bem que
sobre você. 
55
4.1 Apresentações
De forma geral, para toda e qualquer
ocasião, apresenta-se o mais novo ao
mais velho, e o menos influente ao
mais influente. 
Apresenta-se a pessoa que não precisa
de tanta deferência à pessoa que
precisa de mais deferência, tem
títulos, é líder religioso ou superior
hierárquico. 
EXEMPLOS: 
- Padre, este é o meu amigo Joāo.
- Presidente, este é o nosso diretor,
Antony Santos.
- Vô, esta é a minha amiga Ana. 
- Embaixador, este é Leonardo
Augusto, diplomata.
56
Em ambientes sociais (nāocorporativos) apresenta-se pessoas
apenas por seus primeiros nomes.
Eventos sociais têm como meta
maior a diversão através de conversas
amenas e temas leves. Esse tipo de
interação flui melhor se João for
apenas João, e Pedro for apenas
Pedro. Apresentar ou se apresentar
com sobrenomes nesse tipo de
evento é arrogante. Se os
sobrenomes e profissões surgirem,
que surjam espontaneamente ao
longo de conversas.
Em ambientes corporativos, por se
prestarem a fazer nascer ou aprimorar
negócios, apresenta-se com
sobrenome, profissão, cargo e até
uma breve introdução sobre o
individuo, facilitando o início de
conversas.
57
 EXEMPLO:
José, esta é Maria Barros, CEO do
grupo hoteleiro Alfa, que está
lançando empreendimento próximo
ao seu parque industrial. Maria, este é
José Silva, industrial têxtil com
fábricas na região do seu novo resort. 
Sobre a deferência ligada a gêneros
na hora de apresentar, quem optar
pelo cavalheirismo deve destacar a
mulher como pessoa que merece
mais deferência na apresentação. 
Lembro que ambientes corporativos
são de gênero neutro sempre, não se
aplicando a tais ambientes nenhuma
das orientações de etiqueta ligadas a
gênero.
Para apresentação de pessoas
LGBTQIAP+, atentar que o pronome 
58
deve estar ligado a como a pessoa se
posiciona e se apresenta para a
sociedade. 
Diferindo de sexo ou de orientação
sexual, gênero é como uma pessoa se
apresenta para a sociedade. Observe
se a pessoa se apresenta como
feminina, masculina ou neutra. Na
dúvida, pergunte, de forma direta e
respeitosa, como ela prefere ser
tratada. 
Atinemos que, para a imensa maioria
dos casos, a expressão de gênero é
muito nítida, orientando se artigos e
pronomes serão masculinos ou
femininos. 
EXEMPLOS: 
59
O politico paulista Tammy Miranda é
um homem trans sendo-lhe cabível o
pronome ele. A modelo Roberta Close
é uma mulher trans, cabendo-lhe o
pronome ela. 
Um homem com orientação sexual
homoafetiva (ou seja, que se relaciona
com outros homens) mas que não
realizou transição de gênero é
masculino, devendo ser tratado como
ele. Uma mulher com orientação
sexual homoafetiva (ou seja, que se
relaciona com outra mulher) mas não
realizou transição de gênero é do
gênero feminino, devendo ser tratada
como ela. A orientação sexual de uma
pessoa (com quem ela se relaciona)
NÃO norteia seu pronome de
tratamento e artigo. O gênero como
esta pessoa se apresenta SIM. Não há
dificuldade.
60
Para pessoas de gênero neutro (não
se apresentam como femininas nem
masculinas), não há problema em se
perguntar, de forma assertiva e
respeitosa, como prefere ser tratada. 
A linguagem neutra é facultativa. Há
formas muito simples de se respeitar
pessoas LGBTQIAP+ no tratamento,
mesmo sem entender, adotar ou
sequer concordar com a linguagem
neutra.
61
C A P Í T U L O 5
Q U I N T O P A S S O
À M E S A
O universo da etiqueta à mesa é tão
vasto, e composto por tantas
orientações, que me vi em extrema
dúvida sobre como apresentá-lo para
vocês sem que ficasse cansativo ou
mesmo confuso. Decidi seguir o
modelo de capítulos anteriores, e
listar as principais orientações. 
Antes, valem duas dicas muito
preciosas:
• Na dúvida, observe como os demais
estão fazendo, e acompanhe;
• Tudo que for feito com delicadeza,
estará mais próximo do certo que do
errado. Não sabe como degustar a
comida X, faça-o da forma mais
delicada e leve que conseguir.
63
5.1 Onde, Como e Quando Sentar-se
a) É muito comum que um evento
comece com todos em ambiente
diverso da mesa de refeições. Seja
numa sala de estar, terraço, varanda,
ou mesmo em um canto da sala de
refeições, com todos de pé, em
momento descontraído de drinks e
conversas. Não se dirija à mesa de
refeições antes de ser orientado pelo
anfitrião ou encarregado para tanto;
b) Ao ser encaminhado para a mesa
de refeições, sente-se apenas após o
anfitrião sentar-se ou indicar que você
se sente; 
 
c) Sente-se no lugar indicado pelo
anfitrião por orientação verbal ou por
placement card. 
64
Não havendo orientação nem
placement card, pergunte. Sendo
livre, observe a dinâmica dos
convidados e cuide para não interferir
no conforto e bem estar de ninguém;
d) A regra que mantinha anfitriões
nas cabeceiras não é mais tão rígida.
A etiqueta moderna orienta que
anfitriões, seja em mesas sociais ou
corporativas, sentem-se ao centro,
podendo, assim, dar atenção próxima
a um maior número de convidados;
e) Entenda-se por anfitrião não só
quem recebe em casa, mas também
quem convida para almoço em
restaurante;
f) A etiqueta clássica, e confesso que
gosto muito desta regra, manda que
casais se sentem separados, 
65
prestigiando a interação com outras
pessoas. Também há o hábito clássico
de se alternar homens e mulheres na
colocação dos lugares, mas para esta
segunda regra não vejo tanto sentido.
Mas, por favor, nada daquele terrível
hábito de separar completamente
homens e mulheres em uma mesa ou
evento. 
g) Em mesas de restaurantes ou afins,
casais devem sentar-se de frente ou
de quina. Se estiverem
acompanhados de outros casais ou
mesmo solteiros, devem misturar-se,
conforme a orientação anterior. 
Quando um casal se senta lado a lado
e não há ninguém do outro lado da
mesa, minha sensação é de que estão
em uma mesa de jurados.
66
h) Sente-se mantendo seu corpo a de
quatro a cinco dedos da mesa. Não
relaxe a postura ao tocar o encosto
nas costas e mantenha cotovelos
junto ao corpo;
i) Se você abrir mão de usar o encosto
da cadeira, sua postura ficará mais
alinhada;
j) Antes da refeição ser servida, não
há problema tocar, com leveza (sem
peso nos movimentos) os cotovelos
sobre a mesa. Após a refeição ser
servida, cotovelos fora da mesa, por
favor.
67
5.2 A Mesa é Sagrada
 
a) Nada de colocar sobre a mesa
objetos que a ela não pertençam,
como celulares, chaves e bolsas.
Guarde todos estes objetos de forma
apropriada antes de sentar-se;
b) Bolsas podem ser colocadas entre
as costas e o encosto, entre o braço da
cadeira e seu corpo, sob o
guardanapo, em cadeira apartada
(acaso haja), pendurada em
dispositivo próprio ou no seu joelho.
Pendurar a bolsa na cadeira
atrapalhará o garçom e o seu vizinho
de mesa. Evite;
c)Mesa é lugar de respeito e leveza.
Converse assuntos amenos. Interaja.
Evite falar sobre problemas e
polêmicas. 
68
Sorria, fale baixo, gesticule pouco, seja
amável e se faça atento a todos;
d) Você pode e deve continuar
conversando mesmo com a refeição
servida, mas nada de falar de boca
cheia;
e) Não desfaça a decoração da mesa,
feita com amor para lhe receber.
Nada de pedir para juntar mesas,
afastar adornos, bagunçar, sujar ou
tomar qualquer atitude que altere o
ambiente previamente preparado.
Retribua com respeito o carinho de
quem preparou a mesa. 
69
5.3 Guardanapos
a) Há guardanapo de tecido na mesa?
Assim que sentar-se, repouse-o sobre
seu colo. Há anfitrião? Pegue o seu 
 guardanapo para si apenas após o
anfitrião fazê-lo. 
b) O gesto é: retire o guardanapo de
tecido da mesa, delicadamente, sem
eleva-lo muito. Abra-o sem
chacoalhar, redobre-o ao meio,
repouse-o sobre seu colo com a dobra
virada para si e a abertura virada para
os joelhos;
c) Apenas a parte interna da dobra
será usada, assim a sujeira estará
sempre escondida da visão dos
demais;
70
d) A regra de usar apenas a parte
interna do guardanapo vale também
para os de papel. Jamais deixe a
sujeira do seu guardanapo à mostra;
e) Guardanapos de papel não vão ao
colo, pois a tendência é que caiam.
Pegue um para si e mantenha-o à
esquerda do seu prato, com ao menos
uma dobra, usando apenas a parte
interna. Evite usar vários. Não amasse,
não bagunce a mesa com o uso de
vários guardanapos;
f) Não esfregue o guardanapo na
boca. Use dando leves toques;
g) Na colocação da mesa, o
guardanapo, de papel ou tecido, vai à
esquerda do garfo ou sobre o prato.
Dobra clássica sem argola para
eventos formais. 
71
Argolas podem ser usadas em
ocasiões não formais.
h) Se precisar levantar-se da mesa no
meio da refeição, deixe seu
guardanapo de tecido sobre o
assentoda sua cadeira. Isso indica ao
garçom que você retornará. Como
apenas a parte interna da dobra é
usada, o lado de uso não tocará o
assento;
i) Finalizada a refeição, deixe o
guardanapo de tecido sem dobra,
apenas em forma de trouxa, lado
usado para dentro para que não
toque a mão do garçom, à esquerda
do prato. Isso indicará o final da
refeição;
72
j) O guardanapo de papel permanece
à esquerda do prato ao final da
refeição. Não o amasse nem leve para
cima do prato;
k) Resistam bravamente à tentação
de colocar mais de um guardanapo à
mesa com fim decorativo. Nunca
entendi isso. Guardanapo é
guardanapo, decoração é decoração.
Mesas com dois guardanapos são
esdrúxulas;
l) Você pode pedir um guardanapo
de papel ao encarregado para retirar
seu excesso de batom ou por alguma
outra circunstância extraordinária que
proteja o guardanapo de tecido de ser
manchado em exagero, mas o ideal é
retirar o excesso de batom no lavabo,
antes de vir para a mesa.
73
5.4 Talheres 
a) Na mesa posta, os talheres são
usados na ordem de fora para dentro
da colocação. Ou seja, ao sentar-se à
mesa e perceber mais de um garfo e
mais de uma faca colocados, saiba
que os talheres mais juntos ao prato
são os de refeição principal, e os mais
distantes são os de entrada;
b) Eventualmente, há mais de uma
entrada, como uma sopa, uma salada,
uma massa, etc. Isso quer dizer mais
talheres. Não se assuste. A ordem de
uso dos talheres será a ordem na qual
os pratos forem servidos;
c) Garfos estarão sempre à esquerda
do prato. Facas e colheres à direita;
74
d) Talheres de sobremesa estarão
sempre acima do prato. Geralmente,
garfo e colher, pois, somente
incluímos faca nos talheres de
sobremesa quando forem ser servidas
frutas ou sobremesas muito firmes
que precisem de corte;
e) Os talheres de sobremesa
permanecem na parte superior do
prato por toda a refeição. Apenas após
a retirada dos pratos de refeição e
colocação da sobremesa, são
arrastados para as laterais, vindo a
colher para a direita e o garfo para a
esquerda do prato de sobremesa;
f) Talheres de peixe são facultativos, e
devem ser usados apenas para peixes
não muito firmes, que não precisem
de corte;
75
A colocação dos mesmos à mesa
dependerá de em que momento o
peixe for ser servido. Se como prato
principal, estarão junto ao prato. Se
como entrada, estarão mais afastados,
se como prato intermediário, estarão
entre os talheres de salada e os de
carne.
g) A faca de peixe não tem corte. Ela
é usada tão somente para desfiar o
peixe e separar as espinhas. Aliás,
peixe não se corta, se desfia à medida
que se vai degustando;
h) Os talheres apostos no seu lugar
jamais irão às travessas de uso
comum, como pratos e entradas
servidos à mesa, manteigueiras ou
molheiras de uso comum, etc. 
76
Para servir-se de toda e qualquer
travessa de uso comum deve-se usar
os talheres de uso comum. Não há?
Peça;
i) Pastas, manteigas e molhos devem
ser trazidos ao seu prato com talheres
de uso comum, e, só então, colocados
na comida com seus talheres;
j) São dois os modelos de uso dos
talheres: à moda europeia e à moda
americana. Ensinarei considerando
uma pessoa destra, mas com a nota
prévia de que canhotos podem e
devem inverter tudo;
k) No modelo europeu de uso, a faca
fica na mão direita por toda a refeição,
e o garfo na mão esquerda, com os
dentes voltados para baixo e a parte
convexa voltada para cima. 
77
A comida é cortada com a faca,
espetada ou sobreposta ao garfo e
trazida à boca. O garfo não vira os
dentes para cima. A posição de pausa
é a de um V invertido sobre o prato,
sem que os talheres toquem a mesa.
A posição fim tem os dois talheres
juntos em paralelas na marca 6h;
l) No modelo americano, a faca
permanece na mão direita enquanto
estiver sendo usada, momento em
que o garfo está na mão esquerda,
com os dentes voltados para baixo.
Após ser usada, a faca repousa no
canto superior direito do prato, em
diagonal, sem tocar a mesa, e o garfo
se muda para a mão direita, com os
dentes voltados para cima. 
78
Este movimento de troca do garfo de
mão e de usar e repousar a faca pode
ser repetido várias vezes. As posições
pausa e fim são as mesas do modelo
europeu, havendo também a opção
de pausar com a faca onde já estava
repousando, e o garfo em paralelo
abaixo dela;
m) Jamais descanse os talheres
apoiando uma de suas extremidades
na mesa, seja qual for o modelo de
uso;
n) Jamais corte a comida toda de
uma só vez, como criança;
o) Jamais “varra” a comida no prato.
A faca pode ajudar, delicadamente, a
juntar os alimentos, mas não “varrer”
a comida;
79
p) Não gesticule com talheres nas
mãos. Se for gesticular, repouse os
talheres na posição pausa;
q) Manuseie os talheres com
delicadeza, e mantendo seus
cotovelos junto ao corpo. Nada de
“abrir asas”. E cuide para que o toque
de seus talheres no prato faça o
mínimo possível de barulho;
s) A cada novo prato servido, os
talheres utilizados são retirados. Não
uso e não falo sobre o uso dos
famigerados descansos de talheres,
vez que entendo que o lugar de
talheres usados é no prato ou fora da
mesa. Se o serviço é buffet e você irá
se servir de mais um pouco, leve os
talheres usados com você, juntos
presos entre seu polegar e o prato;
80
5.5 Copos e Taças
a) Os copos dispostos sobre a mesa
correspondem às bebidas que forem
ser servidas. Assim sendo, não faz
muito sentido uma mesa com mais
de três copos. Geralmente, dois são o
suficiente. Um para água, outro para o
vinho que se for servir;
b) O copo de água será sempre o que
está alinhado com a ponta da faca de
refeição principal;
c) Lateralizando com o copo de água
em diagonal, em reta ou
triangulando, sempre para a direita
do prato, posicionamos as taças. Da
esquerda para a direita de: vinho
tinto, vinho branco, espumante. 
81
Mas ressalto meu alerta de que só
levamos à mesa o que for ser usado, e
de que menos copos trarão um
resultado mais elegante e discreto;
d) Taças de vinho e espumantes são
seguradas sempre pela haste, em
qualquer altura desta. Dessa forma, o
calor da mão não altera a
temperatura da bebida;
e) Sim, eventualmente vocês verão a
rainha da Inglaterra segurando pelo
corpo da taça, ou mesmo outros
nobres. O gesto é distintivo da
nobreza, e proposital para tal
distinção. Esta informação é uma
mera curiosidade, visto que, tanto
pela lógica de não se esquentar a
bebida quanto para evitar uma taça
cheia de digitais, segurar pela haste
faz muito mais sentido.
82
f) Quando a taça se prestar para o
consumo de água, suco ou outros
drinks, ela pode e deve ser segurada
pelo corpo, vez que estará bem mais
cheia que uma taça de vinho ou
espumante, pesando, tornando
inviável que se segure pela haste;
g) Para não marcar toda a borda do
copo ou taça com seus lábios, escolha
um único lugar do utensílio para
beber, e leve à boca sempre naquele
mesmo lugar;
h) Taças de água, suco, refrigerantes
e espumantes são abastecidas até
2/3, taças de vinho branco e rosé até
½ e taças de vinho tinto até 1/3;
i) Brindes. Em ocasiões corporativas
ou formais, nada de bater as taças.
Basta erguer e olhar nos olhos.
83
Em ocasiões sociais e não tão formais,
bater as taças não será um problema.
Observe e perceba o que o ambiente
pede;
j) Ao beber qualquer líquido, nada de
olhar por cima do copo ou taça (ou
mesmo xícara) enquanto o utensílio
está na boca, com olhos levantados
de jacaré. O olhar, a cada gole, baixa-
se para o copo ou mesa. Detalhes que
fazem a diferença. 
84
5.6 Pratos 
a) São colocados sempre virados para
cima, e a um polegar do final da
mesa;
b) Sousplats (sob pratos) são
opcionais, e servem para proteger a
toalha ou lugar americano;
c) A colocação mais usual traz prato
de refeição e, por cima deste, pratinho
de entrada;
d) Se houver prato de pão, estará no
canto superior esquerdo da
colocação, e o pão deve ser
degustado de lá por toda a refeição;
e) O prato de sobremesa vem para a
mesa quando os demais são retirados;
85
f) Pratos de entrada e de sobremesa
jamais irão diretamente sobre o
sousplat. Nocaso do de entrada,
entre ele e o sousplat haverá o de
refeição, ou dispense o sousplat. No
caso do de sobremesa, o sousplat sai
da mesa antes de sua chegada. Como
em café da manhã usamos pratos
nesse tamanho menor, nada de
sousplat nessa refeição;
g) Pratos fundos, seja de sopa, risoto
ou massa, devem estar sempre sobre
um prato de refeição. A exceçäo são
aqueles pratos fundos gigantes que
jamais entenderei, e que descobri
terem o nome de prato chapéu.
Como são muito grandes, ficariam
maiores que o prato de baixo.
86
5.7 Sobremesa 
a) Regra geral, na etiqueta formal,
degusta-se a sobremesa com garfo,
ou com garfo e colher;
b) Se com garfo e colher, o garfo fica
na mão esquerda, sustentando a
sobremesa, e a colher na direita, a
partindo e levando à boca;
c) Se com garfo sozinho, este fica na
mão direita, parte e leva a sobremesa
à boca;
d) Canhotos podem e devem inverter;
e) Facas somente são usadas para
degustar sobremesa quando houver
frutas que precisem de corte ou
alguma sobremesa particularmente
firme;
87
f) Sobremesas servidas em taças são
degustadas com colher, sempre, e,
em pausas, a colher repousa sobre o
pratinho que sempre deve haver sob
uma taça de sobremesa;
g) Pequenos bombons de chocolate
e mini tortas podem ser degustados
pinçando com os dedos e levando à
boca;
h) Mini sobremesas servidas em um
rack de chá (torre de pratos) são
pegas pinçando com os dedos,
colocadas sobre o prato e degustadas
com os talheres de sobremesa. 
88
5.8 Café e Chá
a) O que nos habituamos a chamar
de xícara de chá é, na verdade, uma
xícara de café. E o que nos
habituamos a chamar de xícara de
café (a xícara menor) é uma
demitasse, do francês, meia xicara de
café, por seu tamanho menor;
b) Há sim uma diferença física entre
as xícaras de café e chá. Ambas são
proporcionais em tamanho, mas a de
café é um cilindro reto, e a de chá fica
mais estreita no fundo. Na prática, as
xícaras se confundem sem
problemas, desde que jamais usemos
uma demitasse para servir chá;
c) Não coloque as xícaras de ponta
cabeça à mesa. Seu posicionamento
se dá com abertura para cima, alça
para a direita, colher abaixo da alça;
89
d) Abasteça as xícaras em até 2/3, seja
com café ou chá;
e) Use a colherinha para mexer, mas
nunca em movimentos circulares,
para não gerar redemoinhos. Mexa
em 6h / 12h, sem tocar a colher na
louça, preferencialmente. Detalhes;
f) Após usada, a colherinha repousa
sobre o pires, por trás da xícara, e não
na sua posição inicial;
g) Não leve a colherinha à boca, a não
ser que seu café tenha creme e esse
precise ser degustado antes do
líquido ser bebido;
h) Não bata a colherinha na xícara
para tirar o excesso de líquido.
Sustente e deixe escorrer sem bater;
90
i) Em mesas de refeição, leve a xícara
à boca mantendo o pires na mesa;
j) Em mesas baixas, como mesas de
sala de estar, mesas de centro ou de
cafeteria, traga para si pires e xícara, e
deguste. Pires na mão esquerda,
xícara na direita. Canhotos invertem;
k)Se for mover a xícara para longe de
si para que alguém a abasteça, o faça
levando junto o pires;
l) Vai tomar o café ou chá de pé?
Segure xícara e pires;
m) Curiosidade: a falecida Rainha
Elizabeth sempre servia seus
convidados de chá com suas próprias
mãos, todos em mesa única e
pequena.
91
Assim sendo, ao tentar reproduzir um
chá inglês, tenha poucos convidados,
mantenha-os em sua mesa de modo
a conseguir servir a todos da bebida;
n) Jamais sopre o café ou chá. Aliás,
jamais sopre comida ou bebida
alguma. É muito deselegante! Deixe
que o calor se dissipe naturalmente.
Seja paciente.
o) Segure xícaras pinçando a alça com
indicador e polegar e apoiando no
dedo médio. Mindinho sempre
abaixado. 
A segunda opção é pendurar a alça
entre indicador e dedo médio.
Mindinho também abaixado;
p) Beba sem fazer barulho. 
92
5.9 Comidas Específicas 
a) Pão: degustamos com as mãos, e
sem partir com facas. Rasgue ou
desfie e leve pedaço a pedaço ate a
boca. Se for amanteigar, passe a
manteiga a cada pedacinho que for
degustando, e não no pão todo de
uma vez só.
A história conta que não se usa faca
para partir o pão em razão do mesmo
representar o Corpo de Cristo. Muitas
orientações de etiqueta nascem com
raízes religiosas.
b) Massas: regra geral, são degustadas
apenas com o garfo. Por serem
macias, não precisam do corte de
uma faca. A exceção são lasanhas
muito altas e densas. 
93
 
A faca estará sim à mesa para a
colocação estar completa, mas, 
 preferencialmente, não será usada.
Espaguetes são degustados apenas
com o garfo, sem o auxilio da colher.
Prenda dois a quatro fios entre os
dentes, gire, leve à boca;
c) Peixes: Como falamos no campo
talheres, a faca de peixe não tem
corte, porque peixe não se corta, se
desfia pouco a pouco, à medida que
se degusta;
Ossinhos e espinhas devem ser
separados no canto superior direito
do prato. Este canto do prato é
específico para descartes, quando
necessário.
94
Uma espinha veio para sua boca?
Retire, discreta e delicadamente,
pinçando com a pontinha dos dedos. 
Nada de fazer aquele gesto onde se
parece estar “cuspindo” sobre o garfo.
Aja sem alardes, com delicadeza e
rapidez;
d) Comidas com ossos: podem ser
degustadas com as mãos em
ambientes informais, sem
guardanapo na hora de levar à boca.
Se o ambiente for formal, procure
soltar a carne do osso com os talheres,
desprezar os ossos no canto superior
esquerdo do prato e degustar a carne. 
Observe e sinta se o ambiente é
formal ou informal. Na dúvida,
observe e siga os anfitriões.
95
 e) Comidas com caroço ou espinhas:
retire caroços e espinhas da boca com
uma pinça formada do seu indicador
e polegar, em movimento delicado e
sem alarde. 
A regra que mandava retirar da boca
com talher não me agrada, dado o
gestual onde se parece “cuspir” no
talher. 
f) Sopa: a colher não pega a sopa do
canto inferior do prato, mas do canto
superior, assim, evita-se respingos em
si. 
Ao subir da sopa ou creme para o
prato, a colher arrasta levemente em
sua borda, deixando ali qualquer
excesso que possa pingar. Traga a
colher à boca pela lateral (da colher) e
não pela frente;
96
g) Canapés e salgadinhos: devem ter
tamanho pequeno, para serem
degustados de uma só vez, sem
mordidas. Devem ser pegos da
bandeja com um movimento de
pinça entre polegar e o indicador,
sem guardanapo, e sem tocar nada
que não seja a unidade da qual você
se servirá. Limpe as pontas dos dedos
em guardanapo de papel após
degustar. 
h) Sushi: à exceção do sashimi, todas
as peças podem ser degustadas com
as mãos, acaso você não queira usar
hashis.
Leve o wasabi ao peixe, com a ponta
do hashi, e não ao shoyu. 
Molhe apenas uma pequena parte da
peça a ser degustada no shoyu.
97
Leve à boca de uma só vez, evitando
mordidas.
Não apoie os hashis na molheira, mas
nos descansos, caso não haja
descanso, improvise um fazendo uma
dobradura com o papel que envolvia
o hashi inicialmente, até que esteja
mais ou menos do tamanho de um
polegar. Este ato é muito comum no
Japão.
Não gesticule com hashis, não pegue
da comida do outro nem espete as
peças. Use-os com delicadeza. 
i) Hambúrguer em ambientes mais
finos: deguste com as mãos, mas não
traga o sanduíche inteiro à boca.
Parta antes em duas ou quatro partes.
Pegue sem guardanapo.
98
A regra vale para qualquer sanduíche,
menos os com molho por fora, que
precisam ser degustados com garfo e
faca. 
j) Pizza: Deguste com garfo e faca ou
com as mãos. As duas formas estarão
corretas. Convém observar o
ambiente ou os anfitriões. 
k) Bruschettas: Na mesma regra do
pão, deguste com as mãos, sem
guardanapo. Se necessário, parta ao
meio ou em quatro. Se houver
excesso de cobertura, deguste com
garfo e faca;
l) Ostras: solte da concha com o garfo,
leve a concha à boca, incline
levemente e deguste. Conchas vazias
são emborcadas em prato de
descarte.
99
BONUS TRACK
VIAJANDO
É fato inconteste que viagens não
começam quando se chega ao
destino, mas bem antes. E parte
essencial de qualquer viagem é 
 pesquisar sobre costumes e culturado local, antes mesmo de se decidir ir
até lá, visto que não há sentido em
visitar um país ou região cuja cultura
e costumes nos desagradem por
demais.
Pesquisas feitas? A regra é: quem
visita se adapta às regras do lugar
visitado, e não o oposto.
Costumes, vestimenta, religião,
horários, tudo deve ser observado e
respeitado. Estamos entrando na casa
do outro. Queremos ser bem
recebidos, mas precisamos entrar
com respeito
101
BAGAGEM:
Hotéis e apartamentos de locação
europeus dificilmente terão elevadores
que comportem malas imensas, ou
mesmo quarto em tamanho hábil a
acomodá-las, ou mesmo encarregados
de carregar uma bagagem imensa.
Cabe virar essa chave ao sairmos do
Brasil.
Ao não abrir mão de bagagens
gigantes na Europa, opte: por ficar em
um 5 estrelas com todo espaço e luxos
a preços altos; ou num hotel de redes
americanas, em estilo americano, onde
você abrirá mão do charme de se
hospedar em prédios com arquitetura
local, e muitas vezes de localizações
charmosas, para poder lidar com sua
imensa bagagem. Vale à pena? A
opção 5 estrelas até vale, mas é tão
cara.... Jesus! :) 
102
Trens e voos europeus? Atenção às
regras locais de um continente com
nativos que viajam com muito pouco!
Você até conseguirá levar as malas no
trem, mas sofrerá um bocado para
entrar, acomodar, sair, transitar pela
estação. E companhias aéreas
europeias, não raro, desautorizam
segunda mala de embarque, não
abrindo nem franquia de compra
dessa coisa esdrúxula.
Danuza Leão, em 2008, escreveu o
Fazendo as Malas. Livro delicioso, bem
Danuza. Nele, ela contava achar um
erro viajar com pouca bagagem.
Defendia se levar sim uma
quantidade imensa de roupas. Dez
anos depois, mais sábia, declarou
arrependimento daquele trecho do
livro.
103
Disse que bom e chic é viajar com
pouco. Sim, pessoal. Os tempos
mudaram. Mudaram até mesmo para
uma diva. 
BARULHO:
Brasileiros costumam assustar
estrangeiros por seu tom de voz. O
que é razoável para nós costuma ser
excessivo para eles em termos de
volume em ambientes públicos como
restaurantes, lojas e até praias.
Por falar em praia, já fui repreendida
em uma, e a minha sensação foi
horrível! O horário de almoço havia
passado, o beach club francês
acalmado, e eu seguia papiando em
volume "normal" a padrões brasileiros
com uma amiga. Normal a padrões
brasileiros, mas eu estava na França!
104
Não percebi que, nas espreguiçadeiras
ao meu redor, muitos europeus
estavam dormindo. Sim! Dormir na
praia é um hábito europeu muito
comum, e, se a tagarela for minoria no
ambiente, resta aceitar. Levei uma
bronca, e creio que mereci.
Praias, restaurantes, metrôs, trens,
cafeterias... Se você não estiver em
Roma, não faça como os romanos.
Traduzindo, se você não estiver em
Roma, cidade de um povo
naturalmente barulhento, não faça
tanto barulho.
GARÇONS FRANCESES:
Usarei o estereótipo do garçom francês
para refletirmos sobre a nobreza das
profissões.
105
Há uma lacuna cultural entre países
como a França, onde toda e qualquer
māo de obra é extremamente respeitada,
e um país como o Brasil ou mesmo a
Inglaterra, onde costuma-se tratar com
menos deferência certos tipos de
trabalho, como o do garçom, por
exemplo.
Explico. Brasileiros e ingleses gostam se
ser servidos. Colocam-se um ou mais
degraus acima como clientes, e impoēm
certa subserviência ao colaborador que os
atende, mesmo sem perceber. 
Franceses, em particular, consideram
toda e qualquer profissão extremamente
nobre, e não abraçam a postura
subserviente. Prestam um bom serviço
sem precisar de subserviência. Olham
para o cliente de igual para igual, como
eu, particularmente, acredito que deva
ser. Atrelo o traço de não ver "servos", mas
profissionais nobres, em toda profissão
como um traço de extrema evolução
ética. Voltamos a ela! :)
106
Façamos o exercício de, ao ter a
sensação de que o serviço não está bom,
analisarmos se estamos sentindo falta
de técnica e presteza, ou se estamos
viciados em posturas. subservientes.
Eventualmente, o problema será sim um
serviço ruim, mas retirar do nosso
inconsciente aquele vício feio de esperar
posturas subservientes nos fará
melhores. 
GORJETAS:
Merece pesquisa prévia sempre. 
Nos Estados Unidos, a gorjeta é
fundamental, e uma fonte de renda
importante para os trabalhadores. O
percentual dependerá da qualidade do
serviço. Em restaurantes, gira em torno
de 15% a 20%. Em bares, U$ 1 por drink.
107
Em táxis (sim!), de 10% a 15% da corrida,
em hotéis, pelo menos US$ 1 por mala
carregada e US$ 2 por dia de limpeza do
quarto. Deixe sobre a cômoda a cada
manhã quando sair.
No Canadá, nos restaurantes, entre 10% e
25%, proporcional à qualidade do serviço.
Táxis, de 10% a 20% e, em hotéis, de US$ 2
a US$ 5 por mala carregada ao
carregador, e por arrumação do quarto à
camareira. Deixe sobre a mesa do quarto
ao sair a cada dia.
A gorjeta na Argentina pode gerar certa
confusão. Restaurantes mais turísticos
fazem questão de avisar aos seus clientes
que “Propina no incluída”. Isso quer dizer
“Serviço não incluído”. A palavra propina
significa gorjeta, e é de 10%, só que se
paga em efectivo, conhecido por nós,
brasileiros, como dinheiro.
108
Na Europa, regra geral, a gorjeta não é
obrigatória e muitos países dispensam.
Em destinos em que ela é usual, o
normal costuma ser entre 5% e 15% do
valor da conta de restaurantes. Em táxis
será raro, e para os carregadores 1 euro
por mala carregada.
Alemães deixam 10% ou arredondam a
conta para mais. Espanhóis costumam
arredondar para mais também. Um
cafezinho de 2,40 pode ser arredondado
para 2,50, e estará tudo bem. 
Na França é comum que o serviço já
esteja incluído na conta. A expressão
“Service compris”, quer dizer que o
serviço já está incluído. 
Em locais menos turísticos, é possível que
os atendentes não aceitem caso você
queira deixar um valor além.
109
IDIOMA:
Cumprimentos como bom dia, tarde, e
noite, e palavras chave como por favor,
com licença, obrigada e me desculpe
devem ser aprendidas e faladas no
idioma local. É gentil e lhe abrirá
portas.
Não espere de imediato que todo
estrangeiro fale inglês. Sobremaneira
na França, cabe treinar um: Pouvons-
nous parler en anglais, s'il vous plait?
Ou resumido: Pardon! Anglais, s'il vous
plait?
ETIQUETA PELO MUNDO:
Aprender certos costumes antes de
chegar faz parte do dever de casa
prévio à ida. Vamos a alguns dados
curiosos:
110
Na Itália, o capuccino é bebido
somente até as onze da manhã. E não
devemos pedir condimentos para a
pizza, nem queijo extra para a massa
que já vem com queijo, e nem pensar
em queijo ralado para massas com
frutos do mar. 
Sim, romanos são meio brutos. É
cultural e não pessoal contra você. 
Na França, o pãozinho que chega à 
 mesa antes do prato principal não é
um aperitivo, como costumamos pedir
no Brasil, e sim parte da refeição,
devendo ser degustado junto com o
restante da comida quando ela chegar.
Tenha calma. :) 
Na Índia, utilize a mão direita para
comer. A mão esquerda é utilizada para
necessidades fisiológicas.
111
Vai comer sem talheres? Nada de dedos
dentro da boca. Empurre a comida
usando o polegar. Estranho, sim?
É importante fazer barulho ao comer no
Japão, principalmente se a refeição for
lámen ou sopa. Por lá, o barulho ao
comer demostra que você gostou da
comida. Não descanse hashis sobre a
mesa, mas sobre o descanso, nem
posicione-os paralelamente, pois isto
significa má sorte. 
Chineses deixam um pouco de comida
no prato quando acabam. O costume
demostra que o cozinheiro preparou a
quantidade suficiente para todos os
convidados. Eu, entretanto, detesto o
desperdício de alimento.
Na Tailândia, o garfo serve apenas para
empurrar a sua porção de comida até a
colher. Não se leva o garfo à boca.
112
Pedir sal e pimenta para um garçom em
Portugal pode ser considerado rude, por
significar que você não confia nas
habilidades do chef. Aliás, jamais, em
qualquer país, salgue ou tempere antes
de experimentar a comida. 
A Rússia respeita a vodca, sua bebida
nacional. Eles consideram um absurdo
misturá-la a qualquer outrabebida. 
Mexicanos costumam comer muitos de
seus pratos com as mãos. Não se assuste.
Utilizar talheres quando não precisa
pode até ser considerado um ato de
presunção.
113
Obrigada! 
 
Fico muito feliz em saber que você
esteve comigo até aqui!
Por uma vida mais ética, educada e
gentil, estejamos atentos.
Com amor,
Milena
Dezembro de 2022.

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