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Noções de Técnica Cirúrgica ROTEIRO DE AULA PRÁTICA DOCENTE: Alan Azevedo DISCENTE: Alcides Junior Santos Lima Caso 1 – É mais um dia comum na rotina do Dr. Horácio. Ele tem agendadas 2 histerectomias videolaparoscópicas e uma exérese de cisto sebáceo no Centro Cirúrgico de seu Hospital. Após passar visita aos seus pacientes internados, Dr. Horácio segue para o Centro Cirúrgico. Pergunta 1.1 – Quantas são e quais são as zonas em que se divide o Centro Cirúrgico? Quais os trajes utilizados em cada uma dessas zonas? R: A divisão do Centro Cirurgico consiste em 3 zonas. A Irrestrita, zona essa composta por secretaria, corredor de entrada, vestiário e outras. Neste local é permitido a circulação sem o uso de uniformes ou equipamentos de segurança específicos; Outra zona é a Semirrestrita, integrada por sala de preparo de materiais, sala de estocagem de material, descanso e outras. Nela exige utilização de uniforme privativo composto de calça comprida e blusa, gorro para os cabelos e sapatilhas descartáveis por cima do calçado; Por fim, a zona Restrita é integrada por salas de cirurgia e obstétricas, salas de recuperação de anestesia, lavabos e outras. Sendo a área mais rigorosa das três, onde a limpeza e desinfecção são rotineiras, e para circular nesses locais é necessário o uso de roupas e equipamentos de segurança próprios do Centro Cirúrgico, incluindo calça, jaleco cirúrgico, propés, gorro e máscara. Por fim, é imprescindível que os profissionais que circulam no Centro Cirúrgico, seja em qualquer uma das zonas, estejam saudáveis, evitando qualquer risco para sua saúde e para a saúde dos pacientes. O primeiro paciente, J.B., é encaminhado para a Sala Cirúrgica e é recebido pelo Anestesista, Dr. Kleber, que verifica sua ficha anestésica e faz uma anamnese direcionada para confirmação dos dados. Isabel, instrumentadora que auxiliará Dr. Horácio, começa sua degermação. Pergunta 1.2 – Descreva sucintamente a técnica de degermação. R: O objetivo da degermação é eliminar a microbiota transitória e reduzir a microbiota resistente da pele das mãos, antebraços até cotovelos para realização de procedimentos cirúrgicos e procedimentos invasivos específicos no Centro Cirúrgico. É necessário manter as unhas naturais, limpas e curtas e em relação as cerdas da escova, são utilizadas somente para limpeza das unhas, já a parte macia da esponja é utilizada para todo restante do procedimento. O passo a passo consiste em: 1 - Retirar os adornos (anéis, pulseiras, relógios, brincos etc.); 2 - Abrir a torneira e molhar as mãos, antebraços e cotovelos; 3 - Molhar as mãos e antebraços até os cotovelos, manter as mãos em altura superior aos cotovelos, a água deve fluir da área menos contaminada para a mais contaminada; 4 - Friccinar a esponja da escova, contendo solução degermante antisséptica para uso individual por 5 (cinco) minutos para a primeira cirurgia do dia e por 3 (três) minutos para as cirurgias subsequentes, se realizadas dentro de 1 (uma) hora após a primeira escovação; 5 - Escovar as mãos e antebraços, iniciando pela ponta dos dedos (cerda), seguindo com a esponja para os espaços interdigitais, face palmar, face dorsal das mãos, face anterior e posterior do antebraço e cotovelo, mantendo as mãos sempre em nível acima dos cotovelos; 6 - Enxaguar as mãos e antebraços em água corrente, no sentido das mãos para os cotovelos, retirando todo o resíduo do produto; 7 - Fechar a torneira com o cotovelo; 8 – A secagem das mãos é realizada dentro da sala cirúrgica com compressa dobrada. Primeiro secam-se as mãos até os punhos. Depois usa-se cada lado da compressa dobrada para secar cada um dos antebraços até os cotovelos. Como regra, sempre que um membro é secado, dobra-se a compressa ao meio de forma que a face utilizada fique virada para dentro, não entrando novamente em contato, portanto, com o outro membro. 9 - Refazer o procedimento se contaminar as mãos. Isabel agora vai se paramentar para montar a mesa cirúrgica. Pergunta 1.3 – Quais os cuidados necessários para uma paramentação estéril? R: O avental cirúrgico deve ser colocado de forma que nenhuma parte do corpo toque do lado externo dele. As duas mangas devem ser vestidas, e o posicionamento adequado do avental é feito com a ajuda do circulante (por tração). Tocar o avental em sua porção anterior, mesmo que com as mãos escovadas, significa contaminação. Para o posicionamento do avental com a proteção das costas do componente da equipe cirúrgica, deve-se ter o auxílio de outro componente da equipe, para rodar o tecido com segurança, sem contaminação. Para calçar as luvas sem o auxílio do instrumentador, deve-se, primeiramente, abrir o invólucro em que estão contidas e pré-dobradas, para que fiquem expostas. Em seguida, pega-se pelo punho interno (por dobradura) das luvas com uma das mãos, introduz-se a outra mão completamente dentro da luva que ficou exposta. Então, segura-se a outra luva, com a mão já vestida, pela prega externa pré-dobrada do punho, auxiliando-se, assim, a colocação da segunda luva. Após as duas luvas terem sido calçadas, puxam-se as pregas da luva para cobrir os punhos e se posiciona a luva de forma adequada nas mãos e nos dedos. As mãos, mesmo escovadas, não devem tocar a parte externa das luvas, sob pena de contaminação. O instrumentador pode auxiliar o profissional no calçamento das luvas. Nesse caso, por convenção, a primeira luva a ser exposta deve ser a da mão dominante do cirurgião. O cirurgião toca com a mão as superfícies internas da luva e, com a luva já calçada, as superfícies externas. Após devidamente paramentado para o procedimento, as mãos devem permanecer entre a linha dos mamilos e do umbigo até o momento de entrar no campo cirúrgico, uma vez que as áreas acima da linha do mamilo e abaixo do umbigo são consideradas contaminadas, mesmo com a paramentação tendo sido feita de forma adequada. Terminado o primeiro procedimento, Isabel e Dr. Horácio vão degermar novamente para a próxima cirurgia. Pergunta 1.4 – Qual a diferença entre a primeira degermação e as subsequentes? Quando esta regra não se impõe? R: A diferença se faz pelo tempo de degermação, já que na primeira o tempo consiste de 5 (cinco) a 7 (sete) minutos. Já a segunda, recomenda-se um tempo menor de 3 (três) a 5 (cinco) minutos. Vale ressaltar que isso não se aplica aos casos em que a cirurgia tem alto risco de contaminação, ou quando o tempo do procedimento é excedido em mais de uma hora entre a cirurgia atual e a anterior. Questões fora do caso: Pergunta 1.9 – Explique o que é cada um dos sufixos abaixo e cite um exemplo: Tomia: Incisão, abertura de parede ou órgão. Ex.: Esplenotomia. Ectomia: Retirada parcial ou total do órgão. Ex.: Histerectomia. Stomia: Comunicação deum órgão a outro. Ex.: Traqueostomia. Centese: Perfusão de uma cavidade para retirada de líquido. Ex.: Toracocentese. Rafia: Sutura. Ex.: Herniorrafia. Scopia: Visualização do interior de um órgão cavitário ou caviade com auxílio de aparelhos específicos. Ex.: Esdoscopia. Plastia: Reparação plástica da forma ou função do segmento afetado. Ex.: Rinoplastia. Anastomose: Comunicação cirúrgica efetuada entre vasos sanguíneos ou entre duas vísceras ocas, por meio de duas partes do mesmo órgão. Ex.: Gastroenterostomia. Dese: Fixação cirúrgica de uma articulação. Ex.: Artrodese. Pexia: Fixação de uma estructura corpórea. Ex.: Histeropexia. Clasia: Fratura intencional de um osso para corrigir um desvio ou deformidade. Ex.: Osteoclasia. Pergunta 2.0 – Cite dez prefixos utilizados em termos cirúrgicos e seus significados: R: 1.Adeno: glândula; 2.Entero: intestino delgado; 3.Espleno: baço; 4.Cole: vesícula; 5.Angio: vaso. 6.Hepato: Fígado. 7.Rino: Nariz; 8.Oftalmo: Olho; 9.Bléfaro: pálpebra; 10.Ooforo:Ovário REFERÊNCIAS: ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos. 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 42 de 26 de outubro de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do País, e dá outras providências. Disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc- 42-de-25-de-outubro-de-2010. Acesso em 04/02/2023. GOFFI, F. S. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas da cirurgia. 4. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001 OLIVEIRA, R. G.; PETROIANU, A.; MIRANDA, M. E. Blackbook cirurgia. Belo Horizonte: Black Book, 2008.