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PORTFOLIO ANTROPOLOGIA 2

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Curso em Educação Física 
 
 
Disciplina: Antropologia, Ética e Cultura 
Nome do aluno: Jéssica da Silva Portilho 
RA: 8096428 
Tarefa1: Antropologia, Ética e Cultura – Atividade (Portfólio) – Ciclo 2. 
Data de entrega – até 10-04-2023 
 
Desenvolvimento da atividade 
 
Como tem sido as relações entre economia, desenvolvimento tecnológico e desenvolvimento 
humano nos períodos da Idade Moderna e da Idade Contemporânea? 
 
Como destaca Buzato (2006) até se chegar às tecnologias digitais da Idade Contemporânea, a 
sociedade passou por um longo processo de evolução no qual, várias outras “idades” fizeram parte. 
Concentrando-se na Idade Moderna, por volta dos séculos XV e XVI com o advento do 
chamado Renascimento, e a ascensão da Burguesia, verifica-se o surgimento de uma nova forma de 
relação econômica: o capitalismo, que interferiu e tem interferido diretamente no desenvolvimento 
tecnológico e humano nestes períodos. Marcados pela retomada do humanismo (o homem como 
centro do universo), o sujeito iluminista coloca a figura humana como dotada das capacidades de 
razão (CHAUÍ, 2000). 
Desde a Revolução Industrial, no século XVIII, outras formas de relação humana foram 
desenvolvidas, com a substituição da mão de obra humana pelas máquinas industriais, interferindo 
também na relação econômica, que a partir da Contemporaneidade, com a Globalização, tem 
acentuado uma competitividade cada vez maior entre grupos sociais, países, estados, cidades, 
trazendo concorrência entre indivíduos, grupos ou sociedades (CHAUÍ, 2000). 
Assim, durante esses dois períodos, verifica-se que a relação entre desenvolvimento humano e 
econômico estão totalmente interligadas e perpassam a tecnologia, que se caracteriza como a 
aplicação de um conhecimento, de um “saber fazer”, de procedimentos e recursos para a solução de 
problemas no nosso cotidiano (SCHLINDWEIN, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso em Educação Física 
 
O que é considerado mais importante e quais são as dificuldades predominantes nas relações 
humanas nesses períodos? 
 
Na Contemporaneidade, com o crescimento do capitalismo (e ascensão do neoliberalismo), 
entrelaçado à globalização, avanço das descobertas tecnológicas e forte competitividade, o que tem 
sido considerado cada vez mais importante são aspectos básicos que ainda não foram superados, 
como a manutenção da paz mundial, superação da miséria e todos os aspectos que se inserem nos 
Direitos Humanos (HERZ; HOFFMANN, 2004). 
Existem também conflitos, popularmente mais conhecidos como guerras, que se configuram 
pela execução de conflitos armados que possuem diferentes fatores motivacionais, dentre eles: 
intolerância religiosa ou desentendimentos acerca de concepções diferentes para uma mesma religião, 
interesses políticos e econômicos, disputas territoriais, conflitos étnicos, e vários outros motivos. 
(HERZ; HOFFMANN, 2004). 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), instituída em 1948 pela Organização 
Mundial das Nações Unidas buscou aproximar os países e desenvolver maior união por meio de 
princípios basilares como: liberdade, justiça, dignidade, moraria, igualdade e paz mundial, dentre 
outros, traz o clamor de direitos inalienáveis dos cidadãos por meio de princípios que teriam um 
caráter universal. 
Frente a esse contexto, aspecto importante insere-se nos Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) que foram instituídos pela ONU para todos os países-membro. Nesses objetivos, 
um total de 17, são estabelecidas práticas que devem ser adotadas pelos países membros para 
fomentar o desenvolvimento sustentável no mundo com o prazo de concretizar tais objetivos até 
2030. 
Trata-se de um período denominado como modernidade tardia, no qual Hall (2006) insere a 
concepção de “globalização” para justificar essas drásticas transformações referentes ao sujeito e a 
“crise em sua identidade”. Essa é outra dificuldade a ser superada, visto que a identidade se torna 
uma “celebração móvel”: formada transformada continuamente em relação às formas pelas quais 
somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam (HALL, 2006) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso em Educação Física 
 
Como a questão da verdade tem sido tratada recentemente, considerando o fenômeno da pós-
verdade? 
 
A sociedade vive a era da pós-verdade, expressão que cabe perfeitamente nas concepções 
instituídas por Foucault (2013) acerca de dois tipos de história acerca da verdade: a interna e 
concreta; e a externa, criada pelo fazer histórico. Nesse sentido, a verdade interna, para Foucault 
(2013), institui-se por meio dos princípios de regulação que produzem a verdade dentro da história da 
ciência; e a história externa ocorre por meio dos “vários outros lugares” nos quais a verdade possa vir 
a ganhar forma e existir, variando mediante as “regras de jogo”. 
Nesse ponto, o autor cria um conceito inovador ao enfatizar uma relação entre a produção da 
verdade com produção de formas de subjetividade, que criam suas “verdades inventadas” por meio 
dos domínios, sejam eles domínios de objetos e/ou saberes, e essa é a pós-verdade, pois como dizia 
Hitler, uma mentira repetida mil vezes vira verdade (FOUCAULT, 2013). 
A palavra pós-verdade foi tida pelo dicionário Oxford como a mais utilizada do ano de 2016. 
Como destacam Siebert e Pereira (2020), a pós-verdade é a retórica instituída com o intuito de 
modelar a opinião pública, mediante narrativas acerca de situações, acontecimentos ou concepções 
que enfatizam apelos emocionais e crenças pessoais em detrimento dos fatos objetivos e da verdade 
de fato. É nesse contexto Aonde as fake news se encaixam perfeitamente, instituindo-se como um 
fenômeno que se alastra em proporções avassaladoras, como o espalhamento de um vírus, capaz de 
acabar com reputações. 
 
O que é pós-modernidade, ou modernidade líquida, e quais são as suas consequências para o 
ser humano? 
 
Vivemos tempos em constantes transformações, muito diferente da forma vivenciada pelos 
antepassados. Segundo Bauman (2001), vivemos a “modernidade líquida” que ao possuir constantes 
transformações acaba por desorganizar todas as esferas da vida social como o amor, a cultura, o 
trabalho, etc. 
Além do mais, a velocidade com que a informação flui no mundo moderno, torna cada dia 
mais complexa a manutenção do que conhecemos por relações humanas. Portanto, pode-se destacar 
que a subjetividade moderna se delineia de maneira mais líquida do que nunca, como bem pontua 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso em Educação Física 
 
Bauman (2001) sobre a “modernidade líquida”, onde a subjetividade é extremamente porosa e 
flutuante, assim sendo, a sociedade está marcada na contemporaneidade pela liquidez, volatilidade e 
fluidez, ou seja, de forma mais específica, as relações econômicas, sociais e tecnológica se 
caracterizam por serem frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos daí o seu título. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2001. 
 
BRASIL. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento: objetivos de desenvolvimento 
sustentável. Disponível em: https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/sustainable-
development-goals.html. Acesso em: 23 abr. 2021. 
 
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2000. COELHO, Teixeira. 
 
DUDH. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assembleia Geral das Nações Unidas em 
Paris: Organização das Nações Unidas. UNIC/Rio/005, 2009. Disponível em: 
https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf. Acesso em: 26 de out. 2021. 
 
FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas. 4. ed. Trad. de Eduardo Jardim e Roberto 
Machado. Rio de Janeiro: Nau, 2013. 
 
Hall, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. tradução Tomaz Tadeu da Silva, Guacira 
Lopes Louro-11. Ed.- Rio de janeiro: DP&A, 2006. 
 
HERZ, M. e HOFFMANN, A. R. Organizações internacionais:história e práticas. Rio de Janeiro, 
Elsevier, 2004. 
SIEBERT, Silvânia; PEREIRA, Israel Vieira. A pós-verdade como acontecimento 
discursivo. Ling. (dis)curso, Tubarão, v. 20, n. 2, p. 239-249, 2020. Disponível em 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-
76322020000200239&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 08 nov. 2020. 
 
SCHLINDWEIN, Ana Flora; SILVA, Paulo Roberto Boa Sorte. Tecnologias no Ensino de Língua 
Inglesa. São Cristóvão: CESAD/UFS, 2016.

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