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Rogers pesrsonalidade (3)

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Carl Rogers (1902-1987)
Rogers sustentava que o organismo humano - assim como todos os outros- possui uma tendência à atualização, que tem como fim a autonomia. 
1
Fenomenologia e Psicologia Rogeriana
(1) Ir às coisas mesmas: Na visão rogeriana, o psicólogo não pretende conhecer e auxiliar uma pessoa com a aparelhagem radiográfica de uma doutrina pré-estabelecida, mas escutando-a para entender como ela percebe, como ela experencia o mundo, um sentimento ou outro fato, pois somente a própria pessoa tem acesso direto às suas vivências;
(2) Epoché: Suspensão da própria opinião e conhecimentos, para verificar o fenômeno, o fato em toda a sua originalidade, permitindo "ir às coisas mesmas", sem contaminação, tanto quanto possível, com a percepção do observador, ouvinte ou leitor. Na visão rogeriana, a empatia exerce esse papel;
(3) Intencionalidade: Isso é, nas palavras de Husserl, "a tomada de posição relativamente à coisa" (1931/1986, p. 85); consciência de algo e tomada de atitude ante ele.
História Pessoal
Carl Rogers nasceu em Chicago em 1902. Formado em História e Psicologia, aplicou à Educação princípios da Psicologia Clínica, foi psicoterapeuta por mais de 30 anos.
 No Brasil suas ideias tiveram difusão na década de 70, em confronto direto com as ideias Comportamentalistas (behaviorismo), que teve em Skinner um de seus principais representantes.
Rogers é considerado um representante da corrente humanista, não diretiva, em educação. Rogers concebe o ser humano como fundamentalmente bom e curioso, que, porém, precisa de ajuda para poder evoluir. Eis a razão da necessidade de técnicas de intervenção facilitadoras.
Rogers morreu em 1987, aos 85 anos de idade, em franca atividade. 
Antecedentes intelectuais
Soren Kierkeegaard
Fenomenologia
Martin Buber
Zen budismo
Principais conceitos da Abordagem centrada na Pessoa
5
Empatia
Requer sensibilidade constante para com as mudanças que se verificam nesta pessoa em relação aos significados que ela percebe, ao medo, à raiva, à ternura, à confusão ou ao que quer que ele/ela esteja vivenciando. 
Significa delicadamente entender sem julgar, perceber os significados que ele/ela quase não percebe, tudo isto sem tentar revelar sentimentos dos quais a pessoa não tem consciência, pois isto poderia ser muito ameaçador. 
Estar com o outro desta maneira significa deixar de lado, neste momento, nossos próprios pontos de vista e valores, para entrar no mundo do outro sem preconceitos.
O Campo da Experiência
Há um campo de experiência único para cada indivíduo. Este campo de experiência ou "campo fenomenal" contém tudo o que se passa no organismo em qualquer momento, e que está potencialmente disponível à consciência. Inclui eventos, percepções, sensações e impactos dos quais a pessoa não toma consciência, mas poderia tomar se focalizasse a atenção nesses estímulos. É um mundo privativo e pessoal que pode ou não corresponder à realidade objetiva.
De início a atenção é colocada naquilo que a pessoa experimenta como seu mundo, não na realidade comum. O campo de experiência é limitado por restrições psicológicas e limitações biológicas. Temos tendência a dirigir nossa atenção para perigos imediatos, assim como para experiências seguras ou agradáveis, ao invés de aceitar todos os estímulos que nos rodeiam.
Self
O Self não é uma entidade estável, imutável, entretanto, observado num dado momento, parece ser estável. Isto se dá porque congelamos uma secção da experiência a fim de observá-la. 
Essencialmente é uma gestalt cuja significação vivida é suscetível de mudar sensivelmente (e até mesmo sofrer uma reviravolta) em consequência da mudança de qualquer elemento. O Self é uma gestalt organizada e consistente num processo constante de formar-se e reformar-se à medida que as situações mudam.
Assim como uma fotografia é uma "parada" de algo que está mudando, da mesma forma o Self não é nenhuma das "fotografias" que tiramos dele, mas o processo fluido subjacente. Outros teóricos usam o termo Self para designar aquela faceta da identidade pessoal que é imutável, estável ou mesmo eterna.
Rogers usa o termo para se referir ao contínuo processo de reconhecimento. É esta diferença, esta ênfase na mudança e na flexibilidade, que fundamenta sua teoria e sua crença de que as pessoas são capazes de crescimento, mudança e desenvolvimento pessoal. 
O Self ou autoconceito é a visão que uma pessoa tem de si própria, baseada em experiências passadas, estimulações presentes e expectativas futuras.
Self Ideal
Self Ideal é o conjunto das características que o indivíduo mais gostaria de poder reclamar como descritivas de si mesmo. Assim como o Self, ele é uma estrutura móvel e variável, que passa por redefinição constante. 
A extensão da diferença entre o Self e o Self Ideal é um indicador de desconforto, insatisfação e dificuldades neuróticas. Aceitar-se como se é na realidade, e não como se quer ser, é um sinal de saúde mental. Aceitar-se não é resignar-se ou abdicar de si mesmo. 
É uma forma de estar mais perto da realidade e de seu estado atual. A imagem do Self Ideal, na medida em que se diferencia de modo claro do comportamento e dos valores reais de uma pessoa é um obstáculo ao crescimento pessoal.
Exemplo:
Um estudante estava planejando desligar-se da faculdade. Havia sido o melhor aluno no ginásio e o primeiro no colegial e estava indo muito bem na faculdade. Estava desistindo, explicava, porque havia recebido um "C" num curso. Sua imagem de ter sido sempre o melhor estava em perigo. A única sequencia de ações que ele vislumbrava era escapar, deixar o mundo acadêmico, rejeitar a discrepância entre seu desempenho atual e sua visão ideal de si próprio. Disse que iria trabalhar para ser o "melhor" de alguma outra forma.
Para proteger sua autoimagem ideal ele desejava cortar pela raiz sua carreira acadêmica. Ele deixou a escola, viajou pelo mundo e, por vários anos, teve uma grande quantidade de empregos originais. Quando foi visto novamente era capaz de discutir a possibilidade de que talvez não fosse necessário ser o melhor desde o começo, mas tinha ainda grandes dificuldades em explorar qualquer atividade na qual pudesse experimentar fracasso.
Congruência
Com ela queremos dizer que os sentimentos que o psicólogo está vivenciando são acessíveis à sua consciência, que é capaz de viver estes sentimentos, senti-los na relação e capaz de comunicá-los, se isso for adequado. 
Significa que entra num encontro pessoal direto com o cliente, encontrando-o de pessoa para pessoa. Significa que ele é aquele que não se nega. Ninguém atinge totalmente esta condição; contudo, quanto mais o terapeuta é capaz de ouvir e aceitar o que ocorre em seu íntimo, e quanto mais é capaz de, sem medo, ser a complexidade de seus sentimentos, maior é o grau de sua congruência.
Crianças pequenas exibem alta congruência. Expressam seus sentimentos logo que seja possível com o seu ser total. Quando uma criança tem fome ela toda está com fome, neste exato momento! 
Quando uma criança sente amor ou raiva, ela expressa plenamente essas emoções. 
Isto pode justificar a rapidez com que a criança substitui um estado emocional por outro. 
A expressão total de seus sentimentos permite que elas liquidem a bagagem emocional que não foi expressa em experiências anteriores. 
A congruência é bem descrita por um Zen-budista ao dizer: "Quando tenho fome, como; quando estou cansado, sento-me; quando estou com sono, durmo".
Congruência e Incongruência
A incongruência ocorre quando há diferenças entre a tomada de consciência, a experiência e a comunicação desta. As pessoas que parecem estar com raiva (punhos cerrados, tom de voz elevado, praguejando) e que replicam que de forma alguma estão com raiva, se interpeladas, ou as pessoas que dizem estar passando por um período maravilhoso mas que se mostram entediadas, isoladas ou facilmente doentes, estão revelando incongruência.
 É definida não só como inabilidade de perceber com precisão mas tambémcomo inabilidade ou incapacidade de comunicação precisa. Quando a incongruência está entre a tomada de consciência e a experiência, é chamada repressão. A pessoa simplesmente não tem consciência do que está fazendo. A maioria das psicoterapias trabalha sobre este sintoma de incongruência ajudando as pessoas a se tomarem mais conscientes de suas ações, pensamentos e atitudes na medida em que estes as afetam e aos outros.
Incongruência
Quando a incongruência é uma discrepância entre a tomada de consciência e a comunicação a pessoa não expressa o que está realmente sentindo, pensando ou experienciando. 
Este tipo de incongruência é muitas vezes percebido como mentiroso, inautêntico ou desonesto. Muitas vezes esses comportamentos tomam-se foco de discussões em terapias de grupo ou em grupos de encontro. Embora tais comportamentos pareçam ser realizados com malícia, terapeutas e treinadores relatam que a ausência de congruência social, aparente falta de boa vontade em comunicar-se, é com frequência, uma falta de autocontrole e consciência pessoal. A pessoa não é capaz de expressar suas emoções e percepções reais em virtude do medo e de velhos hábitos de encobrimento que são difíceis de superar. Por outro lado, é possível que a pessoa tenha dificuldade em compreender o que os outros esperam dela.
Incongruência
A incongruência pode ser sentida como tensão, ansiedade ou, em circunstâncias mais extremas, como confusão interna. Um paciente internado em hospital psiquiátrico que declara não saber onde está, em que hospital, qual a hora do dia, ou mesmo quem ele é, está exibindo alto grau de incongruência. A discrepância entre a realidade externa e aquilo que ele está subjetivamente experienciando tomou-se tão grande que ele não é capaz de atuar. A maioria dos sintomas descritos na Literatura psiquiátrica podem ser vistos como formas de incongruência. 
A incongruência é visível em observações como, por exemplo, "não sou capaz de tomar decisões", "não sei o que quero", "nunca serei capaz de persistir em algo”. 
Considere o caso de um cliente que relata:
"Minha mãe pede-me que cuide dela, é o mínimo que posso fazer. Minha namorada recomenda que eu me mantenha firme para não ser puxado de todo lado. Penso que sou muito bom para minha mãe, mais do que ela merece. Às vezes a odeio, às vezes a amo. Às vezes é bom estar com ela, às vezes ela me diminui."
O cliente está assediado por estímulos diferentes. Cada um deles é válido e conduz a ações válidas por algum tempo. É difícil diferenciar, dentre estes estímulos, aqueles que são genuínos daqueles que são impostos. 0 problema pode estar em reconhecê-los como diferentes e ser capaz de trabalhar sobre sentimentos diferentes em momentos diferentes. não ser capaz de reconhecer ou enfrentar a ambivalência pode ser uma causa de ansiedade.
Tendência à Auto-Atualização
Há um aspecto básico da natureza humana que leva uma pessoa em direção a uma maior congruência e a um funcionamento realista. Além disso, este impulso não é limitado aos seres humanos; é parte do processo de todas as coisas vivas. É este impulso que é evidente em toda vida humana e orgânica, expandir-se, estender-se, tornar-se autônomo, desenvolver-se, amadurecer a tendência a expressar e ativar todas as capacidades do organismo na medida em que tal ativação valoriza o organismo ou o Self.
Rogers sugere que em cada um de nós há um impulso inerente em direção a sermos competentes e capazes quanto o que estamos aptos a ser biologicamente. Assim como uma planta tenta tornar-se saudável, como uma semente contém dentro de si impulso para se tomar uma árvore, também uma pessoa é impelida a se tomar uma pessoa total, completa e autoatualizada.
Para Rogers, a tendência à auto-atualização não é simplesmente mais um motivo. É importante observar que esta tendência atualizante é o postulado fundamental da teoria rogeriana.       
Dinâmica
Crescimento Psicológico
As forças positivas em direção à saúde e ao crescimento são naturais e inerentes ao organismo. 
Baseado em sua própria experiência clínica, Rogers conclui que os indivíduos têm a capacidade de experienciar e de se tomarem conscientes de seus desajustamentos. 
Rogers está convencido de que estas tendências em direção à saúde são facilitadas por qualquer relação interpessoal na qual um dos membros esteja livre o bastante da incongruência para estar em contato com seu próprio centro de auto-correção. 
Aceitar-se a si mesmo é um pré-requisito para uma aceitação mais fácil e genuína dos outros. Em compensação, ser aceito por outro conduz a uma vontade cada vez maior de aceitar-se a si próprio.
 
Este ciclo de auto-correção e auto-incentivo é a forma principal pela qual se minimiza os obstáculos ao crescimento psicológico.
Obstáculos ao Crescimento
Rogers sugere que os obstáculos aparecem na infância e são aspectos normais do desenvolvimento. O que a criança aprende em um estágio como benéfico deve ser reavaliado nos estágios posteriores: Motivos que predominam na primeira infância mais tarde podem inibir o desenvolvimento da personalidade.
Quando a criança começa a tomar consciência do Self, desenvolve uma necessidade de amor ou de consideração positiva. 
Esta necessidade é universal, considerando-se que ela existe em todo ser humano e que se faz sentir de uma maneira contínua e penetrante.
A teoria não se preocupa em saber se é uma necessidade inata ou adquirida. Uma vez que as crianças não separam suas ações de seu ser total, reagem à aprovação de uma ação como se fosse aprovação de si mesmas. Da mesma forma, reagem à punição de um ato como se estivessem sendo desaprovadas em geral.
O amor é tão importante para a criança que ela acaba por ser guiada, não pelo caráter agradável ou desagradável de suas experiências e comportamentos, mas pela promessa de afeição que elas encerram. 
A criança começa a agir da forma que lhe garante amor ou aprovação, sejam os comportamentos saudáveis ou não para ela. As condições de valor criam uma discrepância entre o Self e o auto-conceito. Para mantermos uma condição de valor temos que negar determinados aspectos de nós mesmos. Por exemplo, se falaram "Você deve amar seu irmãozinho recém-nascido, senão mamãe não gosta mais de você", a mensagem é a de que você deve negar ou reprimir seus sentimentos negativos genuínos em relação a ele. Se você conseguir esconder sua vontade maldosa, seu desejo de machucá-lo e seu ciúme normal, sua mãe continuará a amá-lo.
 Se a pessoa admitir que tem tais sentimentos, se arriscará a perder o amor. Uma solução que cria uma condição de valor é rejeitar tais sentimentos sempre que ocorram, bloqueando-os de sua consciência. Agora a pessoa pode reagir de formas tais como: "Eu realmente amo meu irmãozinho, apesar das vezes em que o abraço tanto até ele gritar" ou, "Meu pé escorregou sob o seu, eis porque ele tropeçou".
Quando a criança amadurece, o problema persiste. O crescimento é impedido na medida em que a pessoa nega impulsos diferentes do auto-conceito artificialmente "bom". Para sustentar a falsa auto-imagem a pessoa continua a distorcer experiências, quanto maior a distorção maior a probabilidade de erros e da criação de novos problemas. 
Os comportamentos, os erros e a confusão que resultam dão manifestações de distorções iniciais mais fundamentais. E a situação realimenta-se a si mesma. Cada experiência de incongruência entre o Self e a realidade aumenta a vulnerabilidade, a qual, por sua vez, ocasiona o aumento de defesas, interceptando experiências e criando novas ocasiões de incongruência.
Por vezes as manobras defensivas não funcionam. A pessoa toma consciência das discrepâncias óbvias entre os comportamentos e as crenças. Os resultados podem ser pânico, ansiedade crônica, retraimento ou mesmo uma psicose. Rogers observou que o comportamento psicótico parece ser muitas vezes a representação externa de um aspecto anteriormente negado da experiência.
A terapia centrada no cliente esforça-se por estabelecer uma atmosfera na qualcondições de valor prejudiciais possam ser postas de lado, permitindo, portanto, que as forças saudáveis de uma pessoa retomem sua dominância original. Uma pessoa recupera a saúde reivindicando suas partes reprimidas ou negadas.
Estrutura
Corpo
Embora Rogers defina a personalidade e a identidade como uma gestalt contínua, não dá ao papel do corpo uma atenção especial. 
Mesmo no seu trabalho com encontros ele não promove ou facilita o contato físico nem trabalha diretamente com gestos físicos. Como Rogers mesmo assinala, "a minha formação não é das que me tornem especialmente liberto a esse respeito". Sua teoria é baseada na tomada de consciência da experiência. 
Ela não seleciona a experiência física como diferente em espécie ou valor das experiências emocionais, cognitivas ou intuitivas.
Relacionamento Social
Nossa personalidade torna-se visível a nós através do relacionamento com os outros. Na terapia, em situações de encontro e em interações cotidianas, o feedback dos outros oferece às pessoas oportunidade de experienciarem a si mesmas. Se pensamos em pessoas que não têm relacionamentos, imaginamos dois estereótipos contrastantes. O primeiro é o do ermitão relutante, inábil para lidar com outros. O segundo é o contemplativo que se retirou do mundo para cumprir outras tarefas.
Nenhuma dessas imagens atrai Rogers. Para ele, os relacionamentos oferecem a melhor oportunidade para estar "funcionando por inteiro", para estar em harmonia consigo mesmo, com os outros e com o meio ambiente. 
Através dos relacionamentos, as necessidades organísmicas básicas do indivíduo podem ser satisfeitas. A esperança desta satisfação faz com que as pessoas invistam uma quantidade de energia incrível em relacionamentos, até mesmo naqueles que não parecem ser saudáveis ou satisfatórios.
Emoções
O indivíduo saudável toma consciência de suas emoções, sejam ou não expressas. Sentimentos negados à consciência distorcem a percepção e a reação às experiências que os desencadearam. Um caso específico é sentir ansiedade sem tomar conhecimento da causa. 
A ansiedade aparece quando uma experiência que ocorreu, se admitida na consciência, poderia ameaçar a auto-imagem. 
Estas reações defensivas são uma forma do organismo manter crenças e comportamentos incongruentes. 
Por exemplo, um homem pode sentir-se desconfortável ao ver homossexuais declarados. A informação que tem de si mesmo incluiria o desconforto, mas não mencionaria sua causa. Ele não poderia admitir seu próprio interesse, sua identidade sexual não resolvida, ou talvez as expectativas e medos que tem a respeito de sua própria sexualidade. Distorcendo suas percepções ele pode, em compensação, reagir com hostilidade aberta a homossexuais, tratando-os como uma eterna ameaça ao invés de admitir seu conflito interno.
Intelecto
Rogers não segrega o intelecto de outras funções. Ele valoriza-o como um tipo de instrumento que pode ser usado de modo efetivo na integração de experiências. Mostra-se cético em relação a sistemas educacionais que dão ênfase exagerada a desempenhos intelectuais e desvalorizam os aspectos intuitivos e emocionais do funcionamento total.
Em particular, Rogers pensa que cursos de graduação em campos diversos são exigentes, pouco significativos e desanimadores. A pressão para a produção de trabalhos limitados e pouco originais, associada aos papéis passivos e dependentes atribuídos aos estudantes de graduação, na realidade sufocam ou retardam suas capacidades criativas e produtivas. Cita a queixa de um estudante: "Essa coerção teve sobre mim um efeito tão desencorajador, que, depois que fiz o exame final, a consideração de qualquer problema me repugnava, durante um ano inteiro".
Se o intelecto, como outras funções, ao operar de forma livre, tende a dirigir o organismo à tomada de consciência mais congruente, então forçar o intelecto por vias específicas pode não ser benéfico. O ponto de vista de Rogers é de que as pessoas estão em melhor situação decidindo o que fazer por si mesmas, com o apoio de outros, do que fazendo o que os outros decidem por elas.
Conhecimento
Conhecimento subjetivo – contato cm nossos processos internos, sentimentos e afetos.
Conhecimento objetivo- observações, hipótese, especulações, métodos. ???
Conhecimento interpessoal. Prática da compreensão empática.
Terapia Centrada no Cliente
1. Esta abordagem coloca um peso maior sobre o impulso individual em direção ao crescimento, à saúde e ao ajustamento. A terapia é uma questão de libertar o cliente para um crescimento e desenvolvimento normais.
2. Esta terapia dá muito mais ênfase ao aspecto afetivo de uma situação do que aos aspectos intelectuais.
3. Esta nova terapia dá muito mais ênfase à situação imediata do que ao passado do indivíduo.
4. Esta abordagem enfatiza o relacionamento terapêutico em si mesmo como uma experiência de crescimento.
“Cliente" ao invés do termo tradicional "paciente".
Um paciente é em geral alguém que está doente, precisa de ajuda e vai ser ajudado por profissionais formados.
 Um cliente é alguém que deseja um serviço e que pensa não poder realizá-lo sozinho. O cliente, portanto, embora possa ter muitos problemas, é ainda visto como uma pessoa inerentemente capaz de entender sua própria situação. Há uma igualdade implícita no modela do cliente, que não está presente no relacionamento médico-paciente.
A terapia atende a uma pessoa ao revelar seu próprio dilema com um mínimo de intrusão por parte do terapeuta. 
Rogers define a psicoterapia como a liberação de capacidades já presentes em estado latente. Isto é, implica que o cliente possua, potencialmente, a competência necessária à solução de seus problemas. Tais opiniões se opõem diretamente à concepção da terapia como uma manipulação, por especialista, de um organismo mais ou menos passivo.
Terapeuta Centrado no Cliente
O cliente tem a chave de sua recuperação mas o terapeuta deveria ter determinadas qualidades pessoais que ajudam o cliente a aprender como usar tais chaves. 
Estes poderes dentro do cliente, tornar-se-ão efetivos se o terapeuta puder estabelecer com o cliente um relacionamento de aceitação e compreensão suficientemente caloroso.
 
Antes do terapeuta ser qualquer coisa para o cliente, ele deve ser autêntico, genuíno, e não estar desempenhando um papel, especialmente o de um terapeuta, quando está com o cliente. Isto envolve a vontade de ser e expressar com minhas próprias palavras e meus comportamentos, os diversos sentimentos e atitudes que existem em mim. Isto significa que se precisa, na medida do possível, perceber os próprios sentimentos, ao invés de apresentar uma fachada externa de uma atitude enquanto na verdade mantém se outra.
Consideração positiva incondicional
Rogers a define como uma preocupação que não é possessiva, que não exige qualquer favor pessoal. É simplesmente uma atmosfera que demonstra, "eu preocupo-me", e não "eu preocupo-me consigo se se comportar desta ou daquela maneira". 
Esta atitude aproxima-se daquilo que Maslow denomina amor taoístico, um amor que não faz julgamento prévio, que não restringe nem define. É a promessa de aceitar alguém simplesmente como ele revela ser. Para fazer isto, um terapeuta centrado no cliente deve ser sempre capaz de ver o centro auto-atualizador do cliente e não os comportamentos destrutivos, prejudiciais e ofensivos. 
Esta atitude é similar à dos mestres espirituais da tradição oriental que, vendo o divino em todos os homens, podem tratar a todos com igual respeito e compaixão.
 Na prática, isto é extremamente difícil. Terapeutas rogerianos admitem que são, com frequência, incapazes de manter esta qualidade de compreensão quando trabalham.
A consideração positiva incondicional deve incluir também uma compreensão empática, captar o mundo particular do cliente como se fosse o seu próprio mundo, mas sem nunca esquecer esse caráter de "como se". Esta nova dimensão permite ao cliente maior liberdade para explorar sentimentos internos. 
Grupos de Encontro
Quando Rogersfoi para a Califórnia, foi capaz de dedicar mais tempo para participar, estabelecer e pesquisar este tipo de trabalho de grupo.
A contribuição de Rogers e seu trabalho contínuo com grupos de encontro são aplicações de sua teoria. Em Grupos de Encontro ele descreve os principais fenômenos que ocorrem nos grupos que se prolongam por vários dias. Embora haja muitos períodos de insatisfação, incerteza e ansiedade na descrição de encontros que se segue, cada um desses períodos conduz a um clima mais aberto, menos defensivo, mais exposto e mais confiante. A intensidade emocional e a capacidade de tolerar a intensidade parecem aumentar à medida que o grupo prossegue.
Quanto mais expressões emocionais vêm à tona e sofrem as reações do grupo, Rogers nota o desenvolvimento de uma capacidade terapêutica no mesmo. As pessoas começam a fazer coisas que parecem ser de grande auxílio, que ajudam os outros a tomar consciência de sua própria experiência de uma forma não ameaçadora.
Bibliografia de Carl Rogers
 
Rogers, C. (1939). O Tratamento Clínico da Criança Problema. São Paulo, SP: Livraria Martins Fontes.
Rogers, C. (1974). Psicoterapia e Consulta Psicológica. Lisboa: Moraes Editores.
Rogers, C. (1974). Terapia Centrada no Paciente. Lisboa: Moraes Editores.(obra original publicada em 1951).
Rogers, C. (2004). Terapia Centrada no Cliente. Lisboa: Ediual, 2004.(obra original publicadfa em 1951).
Rogers, C. (1984). Tornar-se Pessoa. Lisboa: Moraes Editores.(obra original publicada em 1961).
Rogers, C. (1986). Grupos de Encontro. Lisboa: Moraes Editores.(obra original publicada em 1970).
Rogers, C. (1990). Novas Formas de Amor. Rio de Janeiro, RJ: José Olympio Editora. (obra original publicada em 1972).
Rogers, C. (1989). Sobre o Poder Pessoal. São Paulo, SP: Martins Fontes. (obra original publicada em 1977).
Rogers, C. (1983). Um Jeito de Ser. São Paulo, SP: Editora Pedagógica eUniversitária. (obra original publicada em 1980).
Rogers, C. (1994). Liberdade para aprender nos anos oitenta. São Paulo, SP: Martins Fontes. (obra original publicada em 1983).
Rogers, C., Bowen, M. & Santos, A. (1987). Quando fala o coração. Porto Alegre: Artes Médicas.
Rogers, C. & Kinget, G. (1977). Psicoterapia e Relações Humanas. Teoria e prática da terapia não directiva. Belo Horizonte: Interlivros. (obra original publicada em 1967).
Rogers, C. & Rosenberg, R. (1977). A Pessoa como Centro. São Paulo, SP: Editora Pedagógica e Universitária.
Rogers, C. & Stevens, B. (1987). De Pessoa Para Pessoa. São Paulo, SP: Pioneira.
Rogers, C. & Wood, J. (1994). Abordagem Centrada na Pessoa. Vitória: Editora Fundação Ceciliano Abel de Almeida e Universidade Federal do Espírito Santo.
Rogers, C. (2000). Manual de Counselling. Lisboa: Encontro.
 
Crítica à teoria de Rogers
É feita pela utopia que ela implica, sua teoria é idealista, da corrente também denominada de romântica, irrealizável para seus críticos. Porém, na obra rogeriana são notáveis os seguintes aspectos: o desejo de mudança, a intenção de realização de algo concreto e a preparação da opinião pública para as mudanças possíveis. 
Referências 
FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Personalidade e crescimento pessoal. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da Personalidade- São Paulo, Harbra – 1980.

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