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1 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA INTRODUÇÃO Infecções por fungos na epiderme e/ou anexos. Divididos em: 1.CERATOFITOSES: fungos comensais, sem poder queratolítico, que utilizam restos epiteliais ou produtos de excreção. Ex., P. versicolor (“pano branco”) 2.DERMATOFITOSES: limitadas às camadas queratinizadas. Utilizam a queratina como fonte de subsistência. 3.CANDISOSES: infecções cutaneomucosas por leveduras do gênero Cândida. CERATOFITOSES PITIRÍASE VERSICOLOR (PANO BRANCO) AGENTE ETIOLÓGICO: Malassezia furfur (lipofílica) Acomete principalmente áreas ricas em glândulas sebáceas (face, couro cabeludo e tronco) Predomina em regiões de clima quente e úmido QUADRO CLÍNICO • Lesões hipocrômicas ou hipercrômicas • Eritematosa: inflamação • Descamação furfurácea (Sinal de Zileri ou do estiramento) • As lesões costumam ser circulares e iniciar na região perifolicular (onde tem maior número de glândulas) DIAGNÓSTICO • Clínico • Pode ser realizado o Exame Micológico Direto (EMD): pseudo-hifas e leveduras em cachos • Não é necessário cultura TRATAMENTO ANTIFÚNGICOS TÓPICOS • Imidazólicos: diminuem a replicação do fungo -Cetoconazol 2% - 2x/dia -Clotrimazol 1% - 2x/dia -Miconazol 2% - 2x/dia -Isoconazol 1% - 1x/dia DERMATOLOGIA - ANA LUÍZA ALVES PAIVA – 7° PERÍODO – 2023/1 2 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA • Alilaminas – ação anti-inflamatória -Terbinafina 1% • Ciclopirox olamina 1% - fungistático e fungicida TRATAMENTO SISTÊMICO: pacientes com casos mais difusos e extensos • Cetoconazol 200 mg/dia por 10 dias • Itraconazol 100 mg após café e após jantar por 5 dias (↑custo) • Fluconazol 150 mg/sem. Por 4 semanas OU 450 mg 1x e repetir após 3 semanas PACIENTES RECIDIVANTE: Usar semanalmente o xampu e um dos tópicos referidos; E/OU Itraconazol 200 mg/mês ou Cetoconazol 400 mg/mês por 6 meses Casos resistentes: Isotretinoina 0,5 a 1 mg/kg por 4 a 5 meses COMO FAZER O TRATAMENTO? - Imidazólico em loção ou spray, após banho OU Terbinafina solução 1%, 1x/dia; -Sabões de enxofre e ác. Salicílico como adjuvante -Shampoo: Cetoconazol 2% ou Ciclopirox olamina, diariamente ou 3x/semana -Manutenção (1-2 vezes/mês). Mínimo 3 meses. DERMATOFITOSES Sinonímia: Tinha, tinea TRANSMISSÃO: Interpessoal – maioria (diretamente ou por objetos contaminados); Animas domésticos; Contato com o solo (raramente) TINHA DO COURO CABELUDO Acomete principalmente crianças (4-14 anos) Principais no Brasil: Microsporum canis e Trichophyton tonsurans QUADRO CLÍNICO TINHA TONSURANTE TRICOFITICA: geralmente áreas pequenas de alopecia e o processo inflamatório costuma ser menor (pode passar para outras crianças- têm que afastar da escola por 2-3 meses) 3 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA TINHA MICROSCÓPICA (Microsporum canis) – geralmente placa única e grande, com processo inflamatório. Não necessita afastar da escola Kerion: placa com pústulas e abcessos, dolorosa. Fungo geofílico ou zoofílico DIAGNÓSTICO: • EMD • Cultura (demora 30 dias) • Biópsia: infiltrado inflamatório + hifas (Não é quesito para diagnóstico) TRATAMENTO • Griseofulvina 15-20mg/kg/dia, após refeição rica em gordura por 6-12 sem (melhor p/ criança e é + barato) • Opções: Fluconazol por 4semanas (não é tão eficaz) e terbinafina (melhor p/ adulto, melhora + rápida, porém + caro) • Associar: Shampoo e outros tópicos antifúngicos Evitar transmissão da infecção Debridamento das aréas crostosas Kerion: Associar ATB e dreganem quando necessário TINHA DA PELE GLABRA AGENTE ETIOLÓGICO: Tinea corporis QUADRO CLÍNICO: • Lesões eritemo-descamativas, circinadas (com círculos concêntricos), isoladas ou confluentes, com crescimento centrífugo e clareamento central. 4 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA • Pode haver vesículas, pústulas, placas, escamas • Acomete mais braços, face e pescoço (áreas expostas) TRATAMENTO: -Antifungicos tópicos nas formas localizadas. Associar sistêmicos se necessário. Tratar por 2-4 sem. TINHA DO PÉ E DA MÃO AGENTE ETIOLÓGICO: • Tinea pedis: mais comum. Uso de sapatos fechados. • Tinea manuum: pouco frequente. As “ides” (disidrose) FORMAS CLÍNICAS: • INTERTRIGINOSA: mais comum • VÉSICO-BOLHOSO: complica com infecção bacteriana • ESCAMOSO: crônico, pruriginoso. Associa com tinha da unha TRATAMENTO • Antifungicos tópicos nas formas localizadas. Associar sistêmicos se necessário. Tratar por 6-8 sem. • Controlar hiperidrose • Antisépticos e ATB se necessário OBS: tratar todo mundo da casa! TINHA INGUINAL AGENTE ETIOLÓGICO: Tinea cruris 5 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA Comum no homem e relativamente rara na mulher QUADRO CLÍNICO: • Lesões com bordas nítidas, pruriginosas, geralmente bilateral • Pode complicar com liquenificação, infecção secundária ou dermatite de contato ** o saco escrotal não é acometido. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Candidose (acomete também saco escrotal) TRATAMENTO • Antifúngicos tópicos nas formas localizadas. Associar sistêmicos se necessário. Tratar por 6-8 semanas. • Diminuir oclusão e umidade TINHA DA UNHA Onicomicose = infecção por qualquer fungo da lâmina ungueal AGENTES DA ONICOMICOSE: • Dermatófitos (80 a 90%) • Leveduras (5 a 17%) • Fungos não dermatofíticos (2 a 12%) Local acometido: Mãos: 90% cândidas Pés: 90% dermatófitos Formas clínicas: • Subungueais ditais ou laterais – mais comum • Subungueais proximais – trauma, imunodeficiência • Superficiais brancas – T. mentagrophytes • Distrófica total : Todas evoluem com distrofia parcial ou total. É mais comum nos pododáctilos. 6 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA Quando tem o quadro clínico esverdeado, provavelmente por cima da infecção fúngica houve colonização pela pseudomonas. Necessário uso de ATB. DIAGNÓSTICO: • É clínico, mas necessário fazer confirmação • Colhe material subungueal ou supraungueal (superfície branca) • EMD: frequente falso negativo • Cultura: mesmo com EMD+, pode vir negativa. Cerca de 2/3 negativos → Repetir exame se necessário Orientações para coleta: sem antifúngico tópico há 01 semana e sistêmico há 1-2 meses -EMD e cultura para fungos (hifas hialinas septadas e ramificadas) -Pesquisar de pseudomonas sp (para unhas esverdeadas) -Gram e cultura com antibiograma TRATAMENTO TRATAMENTO ORAL • Intraconazol 100mg 2x/dia por 4 a 6 meses ou 200mg 2x/dia por uma semana no mês, por 4 a 6 meses • Terbinafina 250mg/dia por 3 a 4 meses ou 250mg 2x/dia por uma semana no mês por 4 a 6 semanas • Fluconazol 150mg/semana por 4 a 6 meses TRATAMENTO TÓPICO • Amorolfina 5% (Loceryl ou Onicoryl) ou Ciclopirox Olamina 8% uma a duas vezes por semana ESQUEMA DE RODÍZIO: alternar tópico com oral de 3/3 meses CANDIDOSES Candidíase, monolíase AGENTE ETIOLÓGICO: Cândida albicans A infecção recebe o nome de acordo com o local acometido: candidose oral, candidose Intertriginosa (dobras), candidose ungueal ou periungueal, candidose vaginal, candidose balanoprepucial DIAGNÓSTICO: • Clínica: lesões típicas, vesico-pústulas satélites • EMD: pseudo-hifas e esporos • Cultura: colônias cremosas e brancacentas em 2-5 dias • Antifungigrama 7 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA CANDIDOSE ORAL • Acomete mais neonatos, idosos, pacientes debilitados e com SIDA • Lesões erosivas e esbranquiçadas • Sapinho TRATAMENTO • Nistatina suspensão oral (100.000 UI/ml) – 4x/dia • Violeta de genciana solução aquosa 0,5% • Bicarbonato de sódio solução 2%. Bochecho • Terapia sistêmica – Cetoconazol, Fluconazol, ItraconazolBALANITE • Eritema e edema na glande e prepúcio • Acomete idosos, higiene inadequada, umidade e uso de corticóide • Pode ocorrer por transmissão sexual TRATAMENTO • Clotrimazol, nistatina ou Imidazólicos • Violeta de genciana solução aquosa 0,1% -4d • Terapia sistêmica se necessária CANDIDOSE INTERTRIGINOSA • Lesões erosivas, úmidas, fissurais, com lesões satélites • Acomete dobras naturais • Comum em pacientes com diabetes e imunossupressão 8 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA TRATAMENTO • Antifúngicos tópicos em creme ou em pó (Imidazólicos) • Violeta de genciana solução aquosa 1% (4 dias) • Antifúngicos sistêmicos se necessário • Antifúngico + ATB tópico (as vezes sistêmicos) CANDIDOSE PERIUNGUEAL • Paroníquia • Lesão eritemoedematosa e dolorosa • Pode levar a onicomicose TRATAMENTO • Antifúngicos tópicos (Imidazólicos) + • ATP tópicos • Às vezes sistêmicos REFERÊNCIAS 1. RIVITTI, Evandro A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti/ Evandro A. Rivitti - 4.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2018. xii, 1636p. 2. AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem.; AZULAY-ABULAFIA, Luna. Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.1184p.
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