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1 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA INTRODUÇÃO A pele possui dois tipos de bactérias, as transitórias e as residentes • FLORA TRANSITÓRIA: tem alta capacidade de causar doenças - Staphylococcus aureus - Streptococcus pyogenes (beta-hemolítico do grupo A) • FLORA PERMANENTE: possuem baixa capacidade de gerar infecção - Cocos Gram + - Bastonetes Gram + - Fungos ANTIBIÓTICOS MAIS USADOS: • Penicilina G: estreptococos • Oxacilina: estafilococos não resistentes a meticiclina (Estafilos não resistentes) • Mupirocina tópica 2% TID (ácido pseudomônico): estafilo e todos os estreptococos, exceto do grupo D • Cefalosporina de 1ª geração (cefalexina): estreptococos e estafilococos • Cefalosporinas de 3ª geração (ceftriaxona): estreptococos e estafilococos IMPETIGO ETIOLOGIA: a maioria dos casos é por S. aureus (80%) e o resto pelo S, pyogenes (20%). • Mais comum em crianças e em face (boca) e membros. • Ocorre nas camadas superficiais da epiderme e como o paciente pega na lesão e pega em outras áreas, pode ter autoinfecção. • ‘’É uma crosta na pele que não melhora’’. Uma solução de continuidade. • Doença contagiosa! • Pode gerar a glomerulonefrite pós-estreptocócica CLASSIFICAÇÃO/ APRESENTAÇÃO IMPETIGO CROSTOSO IMPETIGO BOLHOSO S. pyoneges + S.aureus S. aureus Mais comum e mais contagiante Sintomas sistêmicos raros Mácula → vesícopápula → serosos → crostas melicéricas Vésico-bolhosas flácidas DERMATOLOGIA - ANA LUÍZA ALVES PAIVA – 7° PERÍODO – 2023/1 2 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA Lesões satélites Bolhas rotas DIAGNÓSTICO • Diagnóstico é clínico TRATAMENTO • Limpeza e remoção das crostas com água morna e sabão TID. • Mupirocina tópica • Disseminado: cefalosporinas (cefalexina) ERISIPELA • ETIOLOGIA: Streptococos pyogenes, raramente por Staphylococcus aureus • É uma infecção superficial: derme • Pode ser causada por traumas, picadas, unhas infectadas, etc. (servem como porta de entrada) • Mais comum em MMII QUADRO CLÍNICO • Possui evolução aguda • Paciente evolui com eritema, edema, dor e calor local. • Pode haver febre, calafrios, adenite e prostração. • Uma característica importante é que as lesões possuem bordas nítidas e bem definidas, é possível delimitar onde começa e termina a lesão. • Pode surgir bolhas – erisipela bolhosa = Staphylococcus aureus) • É comum que após o primeiro episódio o paciente tenha outros, pois a circulação linfática do paciente está comprometida. (Erisipela recidivante)→ pode gerar Linfadenite e linfedema (Elefantíase nostra) TRATAMENTO • INTERNAÇÃO: paciente com muitas comorbidades e criança • Repouso é essencial • Elevação das pernas, compressas frias para alívio da dor 3 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA • DROGA DE ESCOLHA: Penicilina G benzatina 1.200.000 U IM – dose única • OUTRA OPÇÃO: Cefalexina 500 mg 4x ao dia 10 a 14 dias (menos eficaz, mas utilizada quando não é possível o uso da Penicilina G) • ASSOCIAÇÃO COM S. AUREUS: Oxacilina, 500 mg de 4-6 horas • ERISIPELA DE REPETIÇÃO: penicilina benzatina 2,4 milhões de unidade a cada 21 dias por longos períodos • É importante que haja melhora em até 48 horas após início do tratamento OBS: para saber se o paciente está melhorando: fazer um risco delimitando a lesão, que ao longo dos dias deve regredir! CELULITE ETIOLOGIA: Streptococos pyogenes e Staphylococcus aureus • É a infecção do tecido subcutâneo, sendo mais profunda QUADRO CLÍNICO • Edema, eritema, leve aumento local da temperatura • A lesão é má delimitada, pode surgir supuração e sobreposição de infecção de várias camadas DIAGNÓSTICO • Pode ser usado cultura com material obtido por punção aspirativa TRATAMENTO • CASOS MAIS LEVES: cefalexina 500 mg, 4x/dia por 10 dias • CASOS MAIS GRAVES COM INTERNAÇÃO: Oxacilina 1g de 4/4h por 10 dias • Elevação do membro 4 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA • Em outras localizações (para cobrir a flora do local) o tratamento pode ser feito com: penicilina, amoxicilina- clavulanato, macrolideo ou sulfa-trimetoprima ABSCESSO ETIOLOGIA: S. pyogenes ou S. aureus • Geralmente, é uma complicação de um outra piodermite, como erisipela, celulite, etc QUADRO CLÍNICO • Formação circunscrita de conteúdo purulento, forma um nódulo com sinal flogístico flutuante (Flutuação= ao tocar a área inflamada sente-se empurrando um balão de água. Esse é o sinal clínico indicativo que outra piodermite evoluiu para abscesso → tendência a drenagem • COMPLICAÇÕES: pode gerar sepse. É necessário cuidado imediato! TRATAMENTO • CALOR LOCAL? PÓS E CONTRAS: A compressa quente faz o abscesso flutuar mais rápido e, consequentemente, fica apto a drenar mais rápido, o que é bom. Porém, com o calor da compressa quente ocorre vasodilatação local e, como a região está repleta de bactérias, pode ocorrer migração desses microrganismos para a corrente sanguínea culminando em sepse (desvantagem). A terapia com calor é controversa! • INCISÃO E DRENAGEM CIRÚRGICA (pode ser necessário colocar o dreno para não recolecionar) • ANTIBIÓTICOS: abscesso pequeno com drenagem bem-sucedida não precisa de ATB, ao contrário é necessário o uso de cefalosporina de 1ª geração (cefalexina) – VO 500 mg, 6/6h. FURÚNCULO ETIOLOGIA: S. aureus • A lesão é restrita ao folículo piloso e a glândula anexa sebácea • É comum em áreas de muito atrito, como nádegas. Comum também em pescoço, face e axilas. QUADRO CLÍNICO • Gera sinais flogísticos locais (nódulo eritematoso, doloroso e quente) com uma pústula. No local do furúnculo nunca mais nasce pelo. • A área preta central é uma área necrótica = carnicão • É comum a furunculose = furúnculos de repetição. Nesse caso, o paciente está colonizado com Staphylococcus na pele. É necessário realizar a descolonização. • ANTRAZ: conjunto de furúnculos, mesmo local. 5 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA DIAGNÓSTICO • É clínico mas pode ser feito com exame bacteriológico e antibiograma TRATAMENTO • Compressas quentes no início • Antibiótico sistêmico para PACIENTES COM MÚLTIPLO FURÚNCULOS: cefalexina 500 mg, 6/6h por 10 dias • Drenagem com pico superficial e espremedura local, de forma GENTIL. • LESÕES ABERTAS: antibióticos tópicos com curativo oclusivo (Mupirocina local) TRATAMENTO DE FURUNCULOSE DE REPETIÇÃO: • Sabonetes antissépticos (clorexidina, triclosano) por um mês • Após o banho passar Mupirocina em dobras e aba nasal durante 1 mês • Manter dobras secas ERITRASMA ETIOLOGIA: Carynebacterium minutissimum (a bactéria é vermelha, por isso a lesão fica mais eritematosa) • É mais frequente em clima quente e úmido • Importante diagnóstico diferencial com tinha crural (tinha de dobras) QUADRO CLÍNICO • Caracterizado por manhas castanhas ou eritematosa, descamativas, de bordas bem delimitadas. • Comum em áreas intertriginosas (áreas de dobra). É oligosintomática. • A associação com diabetes é referida. (Diabéticos possuem quadros mais graves) DIAGNÓSTICO • Na luz de wood: fluorescência vermelho-coral (o local fica vermelho) • Coloração pelo Gram (Gram +) • Cultura não é necessária, exceto para fins investigativos • EMD 6 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA - TRATAMENTO • Uso tópico de eritromicina a 2% 2x/dia por 15-30 dias ou solução de Clindamicina a 2% ou Imidazólicos • Para acometido de ÁREAS MAIS EXTENSAS: eritromicina, VO, 250 mg de 6/6h, por 5 a 10 dias • Recidivas são frequentes REFERÊNCIAS 1. RIVITTI, Evandro A. Dermatologia deSampaio e Rivitti/ Evandro A. Rivitti - 4.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2018. xii, 1636p. 2. AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem.; AZULAY-ABULAFIA, Luna. Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.1184p.