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Dermatoses fúngicas

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Dermatologia 
Centro Universitário CESMAC 
Morgana Fernandes 
 
 
MICOSES 
Os fungos pertencem ao reino Fungi. Seres 
eucariontes que possui membrana celular 
de quitina. 
Possui duas formas: 
➢ Leveduriformes: são responsáveis 
pelas micoses profundas. 
Unicelulares, reprodução por 
brotamento. 
➢ Filamentosos: hifas multicelulares, 
são maiores. Se reproduzem por 
espores. Responsáveis pelas 
micoses superficiais 
 
Micoses superficiais 
 
Acometem apenas a pele. 
Agentes casusadores das dermatofitoses 
(tineas): microsporum, trichophyton, 
epidermphyton. 
Transmissão: contato direto ou indireto 
com indivíduos contaminados, animais 
portadores e com a terra. 
• Antropofílicos tem maior facilidade 
de infectar 
• Geofpilicos e zoofílicos cursam com 
quadros mais exuberantes 
 
Tinha do couro cabeludo (tineas captis) 
➢ Quase sempre em crianças 
➢ Alopecia focal no couro cabeludo 
 
1. Tonsurante: 
• Tratamento oral 
• Evolução crônica 
• Placas de tonsura, 
caracterizadas por cotos pilosos 
e descamação, única ou 
múltipla 
• Normalmente sem processo 
inflamatório. 
 
2. Kerion celsi 
 
• Intensa reação 
inflamatória 
• Forma aguda 
• Placa elevada 
• Dolorosa 
• Presença de 
pústulas 
 
3. Tinha favosa ou favo – 
trichophyton shonleinni 
• Crônica 
• Forma de microendemias – 
zonas rurais ou pequenas 
comunidades 
• Crostas com formato de cratera 
– apresenta depressão central 
• Forma mais grave, 
podendo evoluir 
para alopecia 
definitiva 
• Raramente se cura 
na puberdade 
 
4. Tricofitica 
• Pequenas e 
múltiplas áreas 
de alopecia 
 
 
 
Tratamento: 
• Griseofulvina – 10-20mg/kg/dia 
por 6-8 semanas 
• Terbinafina 
• Kerium: drenagem de 
microabcessos. 
• Associar tratamento tópico 
com xampu como adjuvante 
• Fazer exame micológico antes 
do tratamento e antes da alta. 
 
5. Tinha da barba 
• Forma anular 
• Forma inflamatória 
• Forma sicosiforme 
– muito parecido 
com impetigo. 
 
 
Dermatologia 
Centro Universitário CESMAC 
Morgana Fernandes 
 
 
6. Tinha do corpo – tinea 
corporis 
Conhecida como impingem 
1. Forma anular 
Formato anular 
Bastante pruriginosa 
Pode ocorrer descamação 
Eritematoso 
2. Forma placa 
3. Forma vesiculosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento 
Realizado com derivados imidazólicos por 2-
4 semanas 
• Isoconazol 
• Tioconazol 
• Econazol 
• Bifonazol 
 
7. Tinea cruris 
Região inguinocrural 
Muito pruriginosa 
Lesões eritemoescamosas com 
bordas nítidas e pode ter 
pequenas vesículas 
*Diagnóstico diferencial para candidíase 
 
Tratamento sistêmico 
• De preferência, aguardar o 
exame micológico 
• Indicado para infecções 
disseminadas de tineas do 
corpo e cruris 
• “associar tratamento 
sistêmico” 
• Longos períodos de tratamento 
• Itraconazol 200mg/dia por 4-6 
meses 
• Terbinafina 250mg/dia por 4-6 
meses 
• Fluconazol 150mg/semana por 
4-6 meses com dose dobrada 
• Evitar em hipertensos, 
cardíacos, hepatopatas e renais 
crônicos 
• Opção: tratamento em pulso → 
uma semana no mês com dose 
dobrada. 
 
8. Tinha do pé e da mão 
1. Intertriginosa 
2. Escamosa 
3. Região 
interdigital 
4. Porta de 
entrada de 
bactérias 
 
Tratamento tópico 
• Isoconazol creme a 1% com 
duas aplicações por dia, por 2 – 
4 semanas 
 
9. Tinha da unha 
Início mais frequente pela borda 
distal que se torna opaca. 
1. Subungueal distal 
2. Subungueal lateral 
3. Subungueal proximal 
4. Superficial 
5. Distrofia 
 
Tratamento tópico 
• Associar sempre esmalte de 
antifúngicos: amorolfina 5% ou 
ciclopiroxalamina 8% em uma 
ou duas aplicações semanais 
• Acompanhar função hepática 
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• Não reverte a distrofia 
Dermatofitides ou mícies – reação a 
distância da infecção fúngica – o 
tratamento deve ser feito apenas no local 
da infecção. Exame micológico é negativo. 
 
Pitiríase versicolor – Malassezia furfur 
O mais comum é o pano branco, mas pode 
se apresentar de diversas colorações, como 
rosa ou amarronzadas. 
• Ocorrência universal 
• Regiões de clima quente e 
úmido 
• Levedura lipofílica – 
principalmente em jovens e 
adulto 
• Flora normal 
• Associados a imunossupressão, 
hiper-hidrose e má nutrição. 
• Recorrentes 
• Quase sempre assintomática 
• Evidenciada geralmente após 
exposição solar 
• Manchas discrômicas - 
“vesicolor” 
• Hipopigmentação: inibição da 
tirosinase ou ação tóxica sobre 
os melanócitos por ácido 
sintetizados pela levedura a 
partir dos lipídeos existentes, 
principalmente o ácido 
azelaico. 
 
Apresentação clínica: 
• Máculas confluentes com 
descamação furfurácea (teste 
de zirelli) e cor variável 
• São múltiplas e com formado 
variável 
• Comum no pescoço, tórax e 
porções mais próximas dos 
membros superiores. 
Diagnóstico: 
• Sinal de zireli 
• Sinal na unha 
• Exame em luz de Wood: a 
micose apesenta de coloração 
rosa dourado na incidência 
dessa luz 
• Exame micológico 
• Técnica de Porto: fita durex 
sobre a lesão, colada em 
seguida na lâmina 
Tratamento 
• Antifúngicos tópicos: 
1. Isoconozol 
2. Tioconazol 
3. Cetoconozol 
• Sulfeto de selênio 
• Antifúngicos orais: 
Usados em casos de lesões mais 
disseminadas. 
1. Itraconazol 
2. Fluconazol 
3. Cetoconazol 
 
• Pitiríase versicolor recidivante 
Usar semanalmente xampu ou 
outro tópico 
1. Itraconazom 
2. Cetoconazol 
3. Isotrinoina 
 
Candidíase 
• Candida albicans (80%) 
• Comensal da pele -> infecção 
oportunista. Fatores 
contribuintes: 
1. Idade 
2. Gravidez 
3. Imunossupressão 
 
 
Apresentação clínica: 
1. Oral: esbranquiçada de fácil 
retirada, circulares ou ovais, 
isoladas ou confluentes 
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Morgana Fernandes 
 
 
Queilite angular 
2. Intertriginosa: lesão eritematosa, 
cercada por 
lesões satélites. 
Comum na 
região axilar, 
inframamária 
ou inguinal 
3. Forma genital: prurido intenso e 
corrimento esbranquiçado com 
gumos. 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico 
• Clínica 
• Micológico direto (KOH 10%) 
Tratamento 
• Eliminar fatores 
predisponentes 
• Antifúngico tópico: isoconazol 
(creme 1%), 2x por dia – 14 a 28 
dias. 
• Antifúngico sistêmico: 
fluconazol 100mg/dia por 7 – 
14 dias. 
• Nistatina suspensão oral 
-> Crianças: 100.000 – 200.00UI 
por 5-7 dias 
-> Adultos: 500.000UI por 14 
dias 
* desinfecção de mamadeiras e chupetas 
 
Piedras 
 
> 
Piedra negra 
• Piedra hortai 
• Comum na Amazônia 
• Acomete couro cabeludo e barba 
 
Piedra branca 
• Trichosporum beigeli 
• Acomete couro cabeludo, bar, 
axilas e genitais 
• No couro cabelo tem aparência 
semelhante a lendias, mas a piedra 
envolve todo o fio e não é retirada 
com facilidade. 
 
Tratamento 
• Corte de cabelo 
• Antifúngicos tópicos 
 
Micoses subcutâneas 
 
Aspecto mais infiltrado 
Esporotricose 
• Sporotrix schenckii 
• Arranhadura ou mordedura de 
gatos 
• Forma cutâneo-linfática 
• Linfagite em rosário -> lesão goma 
• Por aspiração/ingestão de fungos 
 
 
Diagnóstico: 
1. Micológico direto 
2. Cultura 
3. Biópsia 
 
Tratamento 
1. Antifúngicos sistêmico 
 
Cromoblastomicose 
• Fonsecae pedroso 
• Grande incidência no Brasil 
• A contaminação ocorre por 
inoculação traumática direta 
• O fungo produz 
um pigmento 
acastanhado que 
causa placas 
verrucosas com 
black dots 
 
Diagnóstico: 
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• Micológico direto 
• Cultura 
• Biópsia 
Tratamento 
• Antifúngicos sistêmicos 
• Cirurgia 
 
Lobomicose 
10. Lobo loboi 
“Doença de Jorge lobo” 
 
• Alta incidência na Amazônia 
• Inoculação traumática direta 
• Nódulos queloideanos 
• Comum em lobo auricular e 
extremidades 
Diagnostico: 
• Micológico direto 
• Biópsia 
Tratamento 
• Cirurgia 
 
Micetoma 
 
• Zonas tropicais e 
subtropicais 
• Inoculação 
traumática direta 
• Infiltradase 
pouco dolorosas 
 
Tríade: 
1. Aumento do volume 
2. Fistulas 
3. Eliminação de grãos 
• Grãos brancos ou amarelos – 
infecção bacteriana 
• Vermelho e preto – infecção 
fúngica 
 
Tratamento: 
• Bacterina: antibiótico sistêmico 
por 6-12 meses 
• Fúngica: antifúngicos 
sistêmicos por 6 meses 
(itraconazol 200-400 mg/dia) 
• Cirurgia

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