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PAC e complicações

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Prévia do material em texto

Daniela Santos Rocha 
 
 
Introdução e Definições 
Aparecimento agudo de sintomas e sinais de infecção 
do trato respiratório inferior, sem outra causa óbvia, e 
que esteja associada a infiltrado pulmonar novo no 
exame de imagem em pessoas que não estão ou não 
foram hospitalizadas recentemente. 
• Uma das principais causas de morte no 
mundo, sendo uma das principais 
responsáveis pelo desenvolvimento da 
antibioticoterapia e da microbiologia atual. 
• A pneumonia continua sendo a doença 
infecciosa que mais mata no mundo, tanto na 
fase aguda quanto a longo prazo. 
1. As mortes, na fase tardia, ocorrem às 
custas de aumento de eventos 
cardiovasculares. 
• A mortalidade varia entre 4 e 18%, sendo 
associada a idade, comorbidades e 
apresentação clínica. Estima-se que, no Brasil, 
cerca de 10 a 13% das internações 
hospitalares sejam por pneumonia. 
Fatores de Risco 
Não 
Modificáveis 
Hábitos de Vida Comorbidade 
Idade Alcoolismo 
>40g/dia 
DPOC 
Sexo masculino Tabagismo 
atual e prévio 
Asma 
 Insuficiência 
Cardíaca 
 DM 
 Demência 
 AVC prévio 
Outras condições: Morar em casa com mais de 10 
pessoas, contato frequente com crianças e índice de 
massa corporal (IMC) abaixo de 20. 
O uso de IBP tem sido estudado recentemente como 
fator de risco para pneumonia, porém os resultados 
são inconsistentes. 
FATOR PROTETOR: visitas frequentes ao dentista, ter 
sobrepeso e consumir álcool em quantidades leves a 
moderadas (< 40 g/álcool/dia). 
Etiologia e Fisiopatologia 
Em indivíduos saudáveis, existe colonização da 
orofaringe e nasofaringe por diversos microrganismos. 
 
 
Microaspiração de pequenas quantidades de secreção 
contaminada pode levar a infecção das vias aéreas 
inferiores. Como fatores protetores temos os reflexos 
glóticos, a presença de proteínas do complemento e 
imunoglobulinas, secreção de peptídeos com ação 
antimicrobiana e inibição de adesão bacteriana ao 
trato respiratório. 
• A flora endógena da nasofaringe compete 
com os patógenos por nutrientes, exercendo 
efeitos protetores. 
• O uso de antibioticoterapia de amplo 
espectro pode modificar a flora e predispor a 
infecções. As interações entre a virulência do 
patógeno, a quantidade de inóculo e a 
resposta inata e adaptativa do sistema imune 
vão determinar o desenvolvimento da 
pneumonia. 
Agentes 
• ERA PRÉ-ANTIBIÓTICA/ATUALMENTE: o 
Streptococcus pneumoniae era a causa de 
95% das pneumonias identificadas. Ainda é 
uma das principais bactérias causadoras, a 
frequência com a qual ela é encontrada vem 
diminuindo grande parte devido às 
campanhas vacinais, mas também pela 
redução do tabagismo. 
• OUROS AGENTES: Haemophilus influenzae, 
Moraxella catarrhalis, Pseudomonas 
aeruginosa e outros bacilos Gram-negativos. 
• BRONQUIECTASIAS, USUÁRIOS DE 
CORTICOSTEROIDES E DPOC AVANÇADOS: 
Pseudomonas aeruginosa (-) e outros bacilos 
Gram-negativos. 
• VIRAIS: vírus sincicial respiratório, 
parainfluenza vírus, metapneumovirus 
humano, adenovírus, coronavírus e rinovírus. 
• Em surtos de influenza, o vírus da gripe em 
circulação pode tornar-se a principal causa de 
PAC com hospitalização. 
• Na pandemia de COVID-19 a grande maioria 
dos quadros pneumônicos é causada por este 
agente. 
As pneumonias por influenza e outros vírus 
frequentemente têm infecções bacterianas 
associadas. 
 
Pneumonia Adquirida na Comunidade 
Daniela Santos Rocha 
 
Quadro Clínico e Diagnóstico 
Classicamente pneumonia pneumococica : quadro 
agudo com febre, dor torácica, expectoração 
sanguinolenta e sinais de sepse,. 
Apesar disso, mais frequentemente o diagnóstico é 
realizado em pacientes com tosse e sintomas 
respiratórios persistentes. Tosse ocorre em mais de 
80% dos pacientes, expectoração amarelada em 50% 
dos casos e sensação de dispneia subjetiva ocorre em 
50 a 70% dos casos. 
Achados diagnósticos são associados com aumento da 
probabilidade do diagnóstico de pneumonia: 
1. Febre persistente. 
2. Frequência respiratória > 25. 
3. Presença de estertores na ausculta 
respiratória. 
4. Frequência cardíaca > 100 bpm. 
5. Diminuição dos sons respiratórios. 
6. Mialgia. 
7. Sudorese noturna. 
EXAME FÍSICO compatível com consolidação 
pulmonar 
1. Crepitações 
2. Diminuição de murmúrio vesicular 
3. Sopro tubário (raro) 
4. Presença de leucocitose no hemograma 
5. Confusão mental e dor torácica pleurítica 
também podem estar presentes. 
Associado a infiltrado pulmonar novo no exame de 
imagem confirma o diagnóstico em pacientes com 
quadro clínico compatível. 
1. Infiltrado pulmonar novo pode ser difícil de 
ser identificado em pacientes com doenças 
pulmonares prévias ou pacientes obesos, e 
quando está presente é possível que seja de 
causa não infecciosa (p. ex., congestão 
pulmonar). 
Em pacientes sem comorbidades cardiopulmonares e 
jovens, o quadro clínico pode ser de fácil 
identificação, mas na população idosa a doença pode 
se apresentar como declínio cognitivo, fraqueza, 
perda de funcionalidade ou alteração do nível de 
consciência, o que pode reduzir a suspeição e acabar 
atrasando o diagnóstico e o tratamento. 
Em pacientes com concomitância de coriza, dor de 
garganta, febre alta e infiltrado bilateral leva a se 
pensar na possibilidade de associação com quadro 
viral, principalmente influenza A p-H1N1. 
No momento de pandemia no final do ano de 2020, a 
grande maioria dos quadros pneumônicos são 
causados pela infecção por COVID-19. Neste 
momento de pandemia em pacientes com infiltrado 
bilateral sem consolidação e sinais de sepse, o 
diagnóstico presumido de COVID-19 pode ser 
realizado. 
Exames Complementares e Avaliação de Gravidade 
A RADIOGRAFIA DE TÓRAX é indicada em todos os 
pacientes, pois além de ajudar no diagnóstico o 
exame serve para verificar a presença de 
complicações como derrame pleural e doença 
multilobar 
• A especificidade é superior a 90%, mas a 
sensibilidade não é tão alta. 
• O infiltrado na radiografia de tórax pode ser 
sutil e de difícil identificação. 
A TC DE TÓRAX tem sensibilidade superior a 95%. 
Uma alternativa é a realização DE 
ULTRASSONOGRAFIA, que apresenta alta 
sensibilidade, sendo uma excelente alternativa 
diagnóstica. 
Virus respiratorios Bacterias 
típicas 
Bacterias 
atípicas 
Rotavirus Pneumococo Mycoplasma 
pneumoniae 
influenza Hemophilus 
influenzae 
Chlamydia 
pneumoniae 
Metapneumovirus Chlamydia 
pneumoniae 
Daniela Santos Rocha 
 
A verificação de saturação de oxigênio é indicada em 
todos os pacientes, e se desconforto respiratório 
estiver presente, gasometria arterial deve ser colhida. 
Em pacientes em que se contempla a internação 
hospitalar exames laboratoriais são indicados e 
incluem 
1. Hemograma 
2. Ureia e creatinina 
3. Sódio e potássio 
4. Glicemia 
 Pesquisa da etiologia da pneumonia pode ser feita: 
1. GRAM E CULTURA DO ESCARRO (Informações 
imediatas sobre possíveis organismos 
causadores, se for boa qualidade (> 10 células 
inflamatórias por célula epitelial) é obtida 
dentro de 6 a 12 horas. Podemos induzir 
escarro com nebulização com solução salina 
hipertônica. Indicações antes da ATB: 
1.1 Pneumonia considerada grave 
principalmente se paciente intubado. 
1.2 Caso considerado tratamento 
empírico para agentes meticilino-
resistentes (MRSA) ou P. aeruginosa 
1.3 Infecção prévia por agentes MRSA ou 
P. aeruginosa. 
1.4 Hospitalização ou uso de antibióticos 
nos últimos 90 dias. 
2. HEMOCULTURAS: São positivas em cerca de 
9% dos pacientes com pneumonia internados. 
Em casos de pneumonia pneumocócica são 
positivas em 10 a 25% dos pacientes, mas são 
positivas em menor número de casos de 
pneumonia causadas por H. influenzae ou P. 
aeruginosa e apenas raramente em casos 
provocados pela Moraxella catarrhalis. 
2.1 Pneumonia considerada grave. 
2.2 Caso considerado tratamento 
empírico para agentes meticilino-
resistentes(MRSA) ou P. aeruginosa. 
2.3 Infecção prévia por agentes MRSA ou 
P. aeruginosa. 
2.4 Hospitalização ou uso de antibióticos 
nos últimos 90 dias. 
 
3. ENSAIOS PARA A LEGIONELLA E PESQUISA DE 
ANTÍGENOS URINÁRIOS: Considerando a 
baixa prevalência do agente e o pouco 
impacto que sua detecção tem do ponto de 
vista clínico, a pesquisa não é recomendada 
de rotina em pacientes internados por PAC. 
Indicações: 
3.1 Pacientes com dados 
epidemiológicos bastante sugestivos 
de infecção por Legionella como 
viagens recentes ou exposição a água 
contaminada, ainda assim evidência 
de baixa qualidade (Legionella). 
3.2 Pacientes com pneumonia grave, 
também evidência de baixa 
qualidade (ambos antígenos). 
4. ENSAIOS DE PCR para Mycoplasma 
pneumoniae, Chlamydia pneumoniae e vírus 
respiratórios podem ser úteis: é uma técnica 
extremamente sensível e específica para a 
identificação de patógenos respiratórios, 
especialmente vírus, com base na PCR, um 
vírus respiratório pode ser identificado em 20 
a 40% dos adultos hospitalizados por PAC. No 
entanto, a interpretação de um teste positivo 
pode ser difícil, uma vez que vírus podem ser 
causa primária de pneumonia ou predispor a 
pneumonia bacteriana. Assim, os resultados 
positivos na PCR não excluem a possibilidade 
de que a pneumonia bacteriana está 
presente. 
Daniela Santos Rocha 
5. DOSAGEM DE PROCALCITONINA pode ser 
utilizada para decidir introduzir ou 
descontinuar antibióticos. 
5.1 Uma dosagem sérica < 0,1 ng/L foi 
associada em estudos à infecção viral 
5.2 Valores > 0,25 ng/L apresentam forte 
correlação com pneumonia 
bacteriana. 
 
A presença de fatores modificadores da doença 
hepatopatia, DPOC, entre outros, também é indicação 
da realização de exames complementares. 
MANEJO INICIAL É AMBULATORIAL não é 
recomendada a realização de pesquisa de etiologia da 
pneumonia. 
Estratificação de Risco 
Ferramentas usadas para avaliação de gravidade. Tais 
ferramentas predizem a probabilidade de o paciente 
evoluir para óbito nos próximos 30 dias. Ajuda na 
tomada de decisão com relação a onde aquele 
paciente vai ser tratado (internação vs. ambulatorial), 
como também de certa forma orienta a 
antibioticoterapia 
PSI 
 
 
 
 
 
A decisão entre os diferentes escores é 
principalmente do médico assistente do paciente. Um 
estudo prospectivo norte-americano com 3.181 
pacientes comparou o PSI com o CURB-65 e CURB, 
evidenciando maior poder discriminatório em termos 
de mortalidade em 30 dias do primeiro, com acurácia 
discretamente melhor. A decisão de internar o 
paciente deve levar em consideração, além desses 
escores, o julgamento clínico do médico. 
 
Daniela Santos Rocha 
REA-ICU: estratifica os pacientes em quatro grupos, 
com risco de admissão em UTI. 
 Diagnósticos Diferenciais 
Em pacientes com infiltrados que sugerem pneumonia 
é sempre importante considerar outros diagnósticos 
alternativos e eventualmente em pacientes com 
diagnóstico inicial de pneumonia acabam persistindo 
por semanas após o fim do tratamento antibiótico 
com a imagem e nesse caso outros diagnósticos 
devem ser considerados. 
Necessidade de repetir a radiografia de tórax para 
avaliar a resolução da pneumonia: 
• Entre 1,3 e 4% dos pacientes recuperando-se 
de PAC apresentam diagnóstico de neoplasia 
pulmonar maligna, mas esses pacientes 
apresentam persistência dos sintomas após a 
antibioticoterapia. 
• Não realizar radiografia de rotina de 
seguimento para pacientes que apresentam 
melhora após 5 a 7 dias de antibioticoterapia, 
• Consider realizar o exame apenas em 
pacientes com a persistência dos sintomas. 
 
 
Tratamento 
O manejo da pneumonia se baseia no diagnóstico 
correto, pesquisa microbiológica eficaz, avaliação 
de gravidade, decisão do local de internação, 
antibioticoterapia empírica e outras medidas 
adjuvantes, monitorização da resposta terapêutica e 
critérios para alta segura. 
Variáveis a serem levadas em consideração na tomada 
de decisão: 
• IDADE DO PACIENTE: 
< 50 anos, deve-se interrogar por doenças 
prévias, tais como insuficiência cardíaca, 
hepática ou renal, doença pulmonar obstrutiva 
crônica (DPOC), sequela de doenças 
neurológicas ou histórica de neoplasia recente 
ou em tratamento. 
1. Nenhuma das comorbidades, deve-se 
procurar sinais de alarme: confusão 
mental, hipotensão, temperatura muito 
alta ou muito baixa, taquicardia, 
taquipneia, hipoxemia na oximetria de 
pulso ou infiltrado difuso na radiografia 
de tórax. 
2. Não presenta sinais de risco: BAIXO 
RISCO→ ambulatorial, desde que o 
paciente tenha plenas condições 
socioeconômicas de seguir o tratamento 
e acesso fácil ao sistema. 
Monoterapia com AMOXICILINA ou MACROLÍDEO 
(azitromicina ou claritromicina), por 5 a 7 dias. 
Amoxacilina 1.000 mg 8/8 horas. 
Doxiciclina 100 mg 12/12 horas (opção não 
preferencial). 
Azitromicina 500 mg no primeiro dia e depois 250 mg 
1 vez ao dia. 
Daniela Santos Rocha 
Claritromicina liberação prolongada 1.000 mg uma vez 
ao dia ou 500 mg 12/12 horas. 
Não há necessidade de pesquisa microbiológica de 
rotina, como também deve-se orientar quanto ao 
retorno ao serviço de saúde, caso piora dos sintomas 
ou se não houver melhora. O uso de amoxacilina é 
associado com maior número de pacientes com falha 
terapêutica em alguns estudos. 
Quinolona: resistência bacteriana e em razão da alta 
prevalência de infecção por M. tuberculosis, em que o 
uso de quinolona respiratória pode negativar a 
pesquisa do bacilo 
 >50 anos/Comorbidades/Sinais de alarme: Exames 
complementares a fim de calcular a gravidade do 
paciente, como o escore PSI e as ferramentas de 
avaliação de necessidade de internação em terapia 
intensiva. 
1. Exames laboratoriais: classificado como PORT 
II→ conduzido como baixo risco. 
2. PORT III, IV ou V: Considerar internação 
hospitalar mesmo que seja por um curto 
período (24 a 48 h). 
SUBGRUPO DE PACIENTES AMBULATORIAIS que 
apresentam fatores modificadores que aumentam 
probabilidade de resistência bacteriana necessitariam 
de terapia combinada antibiótica ou monoterapia 
com quinolonas. Os fatores modificadores são os 
seguintes: 
1. Doença pulmonar crônica. 
2. Insuficiência cardíaca. 
3. Doença hepática crônica. 
4. Doença renal. 
5. Etilismo. 
6. Neoplasia maligna. 
7. Asplenia. 
Terapia combinada: 
Amoxacilina/clavulonato 500 mg 8/8 horas ou 875 mg 
12/12 horas ou 
Cefalosporina de segunda geração como cefuroxima 
500 mg 12/12 horas + Macrolídeos como azitromicina 
500 mg no primeiro dia e depois 250 mg dia ou 
claritromicina 1.000 mg dia. 
Monoterapia: 
Quinolona respiratória como levofloxacina 750 mg ao 
dia, moxifloxacina 400 mg ao dia ou gemifloxacina 320 
mg ao dia. (germes típicos quanto atípicos.) 
 
• PACIENTE INTERNADOS: o intervalo 
recomendado para o início da antibioticoterapia 
é de 4 horas, porém se o paciente apresenta 
instabilidade hemodinâmica ou franca 
insuficiência respiratória deve ser priorizada a 
antibioticoterapia precoce. 
1. PNEUMONIA NÃO CONSIDERADA 
GRAVE: Terapia dupla ou monoterapia. 
No caso de terapia combinada, temos: 
Betalactâmico ceftriaxone 1-2 g ao dia EV, cefotaxime 
2 g a cada 8 horas EV ou ampicilina/sulabactam 1,5 a 
3 g EV a cada 6 horas COMBINADO COM 
Macrolídeo como azitromicina 500 mg no primeiro dia 
e depois 250 mg dia ou claritromicina 1.000 mg dia. 
Os macrolídeos nesse caso podem ser utilizados por 
via oral ou EV, idealmente via oral. 
No caso de monoterapia: 
Quinolona respiratória como levofloxacina 750 mg ao 
dia, moxifloxacina 400 mg ao dia ou gemifloxacina 320 
mg ao dia. As quinolonas nesse caso podem ser 
utilizadas por via oral ou EV, idealmente via oral 
Uma terceira opção que as diretrizes citam é a 
combinação de betalactâmico com doxiciclina, que em 
nosso meio não é apropriada devido à alta resistência 
a esse agente. 
• PACIENTESGRAVES: sem fatores de risco para 
infecção por P. aeruginosa ou agentes MRSA, é 
recomendada: mesma paciente internado, muda 
a dose um pouco. 
Daniela Santos Rocha 
 
Pneumonias Associadas aos Cuidados de Saúde 
Existem algumas populações que merecem 
tratamento diferenciado no contexto da pneumonia, 
grande parte devido a comorbidades e exposições de 
risco prévias. 
 
A recomendação atualmente é de não fazer cobertura 
empírica antipseudomonas ou contra agentes MRSA 
de rotina, exceto em pacientes com pneumonia grave 
e com fatores de risco idealmente validados 
localmente para pacientes com risco de infecção por 
esse germe. 
Riscos para infecção por Pseudomonas aeruginosa 
tradicionais incluem: 
1. Uso de antibióticos endovenosos no 
último mês. 
2. Internação por mais de 48 h na última 
semana. 
3. Doença estrutural pulmonar (p. ex., 
bronquiectasia). 
4. Neutropenia grave. 
Betalactâmico que tenha ação antipseudomonas 
como: 
Piperacilina/Tazobactan 4,5 g EV 6/6 horas. 
Cefepime 2 g EV 8/8 horas. 
Ceftazidime 2 g EV 8/8 horas. 
Meropenem 2 g EV 8/8 horas. 
Imipenem 500 mg EV 6/6 horas. 
 
Vancomicina 15 mg/kg EV 12/12 horas com dose 
ajustada pela vancocinemia. 
Linezolida 600 mg EV 12/12 horas. 
Tratamento minimo de 5 dias. 
No caso de pneumonias graves um tempo de 7 dias de 
tratamento é recomendado em diretrizes, podendo 
ser prolongado se a resposta não for apropriada. 
Tempo prolongado de tratamento é recomendado nas 
seguintes situações: 
1. Infecção complicada por meningite, 
endocardite, abscesso ou empiema ou 
infecções ósseas ou de partes moles 
associadas. 
2. Agentes menos comuns como 
Burkholderia pseudomallei ou 
Mycobaterium tuberculosis. 
Daniela Santos Rocha 
Monitorização da Resposta Terapêutica e Critérios 
para Alta Segura 
 
PCR: solicitada na entrada do paciente e esse valor 
seja usado como valor basal e após 48 a 72 h seja 
solicitada novamente. 
PCT: mais específica para infecções da via aérea 
inferior→ <0,5 mcg/L ou 80% do valor máximo. 
SINAIS DE MELHORA CLÍNICA e seja CAPAZ DE 
INGERIR POR VIA ORAL, recomenda-se trocar a 
antibioticoterapia da via endovenosa para via oral o 
quanto antes. 
Nesse momento deve-se realizar a avaliação global 
dos sinais vitais, necessidade de oxigenioterapia, 
ausência de exacerbação de doenças de base (p. ex., 
asma, ICC, DPOC) e caso o paciente esteja com sinais 
vitais estáveis, retorno ao status basal mental, 
doenças de base compensadas, saturação > 90% em 
ar ambiente, deve-se considerar a alta hospitalar, sem 
necessidade de observação após a troca de ATB da via 
IV para VO. 
Deve-se esclarecer para o paciente e familiares que os 
sintomas vão melhorar gradativamente e que 
dependem da gravidade inicial do quadro, como 
também deve-se orientar o retorno ao serviço de 
saúde caso haja piora ou retorno dos sintomas. 
Abaixo estão explicitados os pontos que devem ser 
abordados com relação à resolução dos sintomas: 
1 semana: febre deve ter resolvido 
4 semanas: dor torácica e escarro devem ter reduzido 
6 semanas: tosse e dispneia devem ter melhorado 
3 meses: a maioria dos sintomas deve estar resolvida, 
porém fadiga pode se manter 
6 meses: a maioria das pessoas deve voltar ao status 
basal 
Manejo da Falha Terapêutica 
De modo geral, se não há melhora ou há retorno dos 
sintomas que fizeram o paciente procurar o serviço de 
saúde pode ser considerado como falha terapêutica. 
• Nova história clínica detalhada, procurando por 
fatores que possam estar associados a falha 
terapêutica 
• Investigar a possibilidade de o diagnóstico de 
pneumonia estar errado, o que é muito comum. 
Deve-se ter em mente que a antibioticoterapia 
não deve ser alterada nas primeiras 72 horas de 
internação, a não ser que exista um diagnóstico 
microbiológico alternativo (após resultado de 
culturas). 
• A tomografia de tórax está indicada nos casos 
de falha terapêutica para melhor caracterização 
da lesão pulmonar, pesquisa de complicações 
(derrame pleural ou abscesso pulmonar), 
diagnósticos diferenciais ou doenças 
pulmonares associadas (neoplasia, congestão, 
embolia pulmonar, doenças inflamatórias como 
vasculite, entre outras...) 
• Mandatória a pesquisa de infecção pelo HIV e 
caso exista epidemiologia sugestiva, a coleta de 
baciloscopias seriadas. 
• Outro exame de extrema relevância nesse 
contexto, principalmente em pacientes 
imunossuprimidos, é a endoscopia respiratória 
com lavado broncoalveolar. 
 
Complicações 
ABSCESSO PULMONAR 
• Abscesso pulmonar é a necrose do tecido 
pulmonar causada por infecção microbiana. 
• As cavidades podem estar isoladas ou 
sobrepostas a uma consolidação. 
Daniela Santos Rocha 
• As margens internas dos abscessos 
geralmente são lisas; níveis líquidos são 
vistos em cerca de 70% dos casos. 
• As causas mais comuns são bactérias 
anaeróbicas, Staphylococcus aureus (+) e 
Pseudomonas aeruginosa (-). 
• O tratamento padrão do abscesso 
pulmonar é realizado com clindamicina, 
600 mg, IV, a cada 8 horas, seguido por 150 
a 300 mg, VO, quatro vezes por dia. Outros 
antibióticos comumente administrados são 
amoxicilina associada a clavulanato, 
ampicilina em combinação com sulbactam, 
cefalosporinas e fluoroquinolonas. 
 
PNEUMONIA NECROTIZANTE (GANGRENA 
PULMONAR) 
• Complicação rara caracterizada pelo 
aparecimento de fragmentos de pulmão 
necrosado dentro da cavidade de um abscesso. 
• Desenvolve-se geralmente em uma 
consolidação lobar associada a aumento do 
lobo e abaulamento da fissura interlobar 
• A maioria dos casos é secundária a infecção 
por Klebsiella pneumoniae; outros 
microrganismos causadores incluem 
Streptococcus pneumoniae, Stapfylococcus 
aureus e bactérias anaeróbicas. 
• Na maioria dos casos, é completamente 
resolvida apenas com tratamento clínico. 
Porém, um reduzido número pode precisar de 
procedimentos invasivos ou do tratamento 
cirúrgico, com ressecção (retirada parcial) do 
parênquima pulmonar. Em adultos, é essencial 
administrar antibióticos, para tratamento de 
PAC. 
 
Opacidade não homogenea. 
 
 
Na fase inicial da TC pequenas transparências/ 
hipodensidades em uma área de pulmão consolidado 
que coalescem rapidamente para formar uma grande 
cavidade contendo liquido e tecido pulmonar 
desvitalizado 
PNEUMATOCELE 
• Espaço de conteúdo gasoso cuja parede é 
formada por espaços aéreos distendidos. 
• Manifesta-se na radiografia e na TC como 
imagem arredondada de conteúdo gasoso 
com paredes finas contida em área de 
pneumonia. Pode persistir após resolução da 
pneumonia como imagem de aspecto cístico 
Daniela Santos Rocha 
• Frequentemente muda de tamanho em curto 
espaço de tempo, fato decorrente do 
mecanismo valvular obstrutivo da via aérea 
que lhe é característico. 
• Pode se resolver de forma espontânea, ainda 
que tardia, no curso do tratamento da 
infecção. 
• Costuma associar-se, sobretudo, a pneumonias 
causadas por Staphilococcus em crianças e 
Pneumocystis em pacientes adultos. 
• O tratamento cirúrgico é reservado para a 
falha da terapêutica clínica

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