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@brunagsaboia PFP2 Doenças�não�neoplásicas�do�fígado��������������������������������������. Hepatites: Infecciosas: • Hepatites virais: A, B, C, D e E (vírus hepatotrópicos, B e C: carcinogênico, infecção crônica= cirrose hepática, via sexual). • Sistêmicos: EBV, CMV, HSV, rubéola, enterovírus, adenovírus. • Bactérias, fungos, parasitas. Não infecciosas. • Esteato-hepatites alcoólica e não alcoólica: doença hepática gordurosa. Não alcoólica: síndrome metabólica e diabetes tipo 2. • Tóxico-medicamentosas (paracetamol: hepatotóxica, metabólicos gerados pelo paracetamol libera radicais livres) • Autoimune (hepatite autoimune: tipo 1 e 2, desenvolve uma reação imunomediada contra o tecido hepático, perdem o fígado, transplantados têm recidiva) • Metabólicas (resistência à insulina, obesidade central, hipertensão= síndrome metabólica, esteato-hepatite-não alcoólica) Criptogênica: causa desconhecida BIÓPSIA HEPÁTICA: utilizada para ver a evolução da doença, alteração hepatocelular (grau de atividade necroinflamatória da hepatite crônica) é identificada, identificar o grau de fibrose (grau de cirrose) e identificar nódulos hepáticos. Padrões de resposta: Degenerações: • Hidrópica - balonização. • Gordurosa - esteatose. • Hialina e outros acúmulos. Inflamação: • Portal ou lobular. Resposta linfomononucleares, distribuição de células no lobo (hepatite aguda), portal (hepatite crônica) Morte celular: • Necrose - focal, zonal, em ponte, submaciça e maciça. • Apoptose. Regeneração e fibrose. ● Lóbulos hexagonais ausentes, por causa da inflamação exuberante associada ao agente celular que causa necrose (linfócitos TCD8). ● Arranjo pseudolobular, com abundância em tecido conjuntivo reticular caracterizando uma morte/necrose rápida (não é cirrose porque necessita de tempo, para ser, precisa ser crônico, no caso, morre tão rápido que não deixa cronificar). ● Linfócitos TCD8 infiltrando pseudolóbulos, replicação viral, perfurando a célula= hepatite aguda. ● Mais organizada, pseudolóbulos arredondados (por causa da destruição celular por muito tempo), separados por septos fibrosos, concentrado na porta, fenômenos proliferativos. ● Focos de necrose= interface- necrose saca bocado). ● Progressiva e incurável. FORMAS DE APRESENTAÇÃO DAS HEPATITES VIRAIS: Infecção assintomática aguda com recuperação: • Identificação incidental: elevação mínima de marcadores séricos, ex: doação de sangue. Infecção sintomática aguda com recuperação: • Incubação. • Pré-icterícia sintomática. • Icterícia sintomática (também acolia fecal e colúria) • Convalescença Insuficiência hepática aguda: • A e E mais comuns - transplante. Hepatite crônica: • Evidência sintomática, bioquímica ou sorológica de hepatite contínua ou recorrente por mais de 6 meses. Estado de portador assintomático: • Abriga e pode transmitir o vírus, mas não apresenta sintomas. • Pode desenvolver cirrose. HEPATITE A: ● Doença autolimitada que não cronifica ou se associa com estado de portador assintomático. ● VHA → Picornaviridae (RNA). ● Sintomas: icterícia, acolia fecal e colúria. ● Transmissão fecal-oral. ● Incubação de 2-6 semanas. Sintomas persistem entre 3 e 6 meses. ● Insuficiência hepática aguda: 0,1-0,3%. ● Infecção prévia se associa com imunidade. A doença pode ser prevenida por vacina. HEPATITE B: ● VHB → Hepadnaviridae (DNA). ● Patogênese: o vírus não lesa o hepatócito diretamente - resposta citotóxica por células TCD8+. co-infecção com VHD em 8-40% dos casos. ● A doença pode ser prevenida por vacina. ● Na infecção crônica: Partículas do DNA viral (HBV-X) se integram ao genoma do hepatócito (vírus oncogênico), predispondo ao desenvolvimento de carcinoma hepatocelular (0,02% ao ano para hepatite crônica e 2,5% ao ano para os casos associados à cirrose). ● Aspecto em vidro fosco: mais clara HEPATITE C: ● VHC → Flaviviridae (RNA). ● Risco elevado de infecção crônica persistente e hepatite crônica (60 a 85%). ● Patogênese: lesão hepatocelular imunomediada, com resposta citotóxica (LTCD4 e LTCD8). ● Na infecção crônica: lesão inflamatória crônica promove desenvolvimento de cirrose e carcinoma hepatocelular (risco de 1-4% ao ano). Hepatite crônica, células concentradas no espaço porta + esteatose microgoticular em hepatócitos= hepatite crônica pelo vírus C. DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA: Condições representadas pelo acúmulo de triglicerídeos nos hepatócitos e por graus variados de inflamação, necrose hepatocelular e distúrbios arquiteturais que podem levar à cirrose. Tipos alcoólica e não alcoólica. ESTEATO-HEPATITE ALCOÓLICA: ● Consumo crônico de álcool ● Espectro morfológico de lesão hepática: esteatose (90-100%), hepatite (10-35%) e cirrose (8-20%). ● Manifestações clínicas variáveis: de inócua à cirrose/insuficiência hepática. ● Evoluções: sobrevida de 90% em 5 anos (se cessar o etilismo). A sobrevida cai para 50-60% se continuar o etilismo. Cirrose e suas complicações. ESTEATOSE: Resulta da combinação de diferentes mecanismos interligados. É assintomática. Vacúolo bem definido. • Aumento da captação de ácidos graxos pelos hepatócitos= ácido graxo é hidrocarboneto, quando dividida cada dupla de carbono será acetil-coA, e quando sobra são esterificados formando um ácido maior, situação de má ingestão de carboidrato= quando o hepatócito capta mais ácido graxo, sendo uma segunda via, ácidos graxos sendo recrutados do tecido adiposo, liberados pela diminuição da glicemia, lipase hormônio sensível, enzima que libera o ácido graxo . • Diminuição da oxidação de ácidos graxos= mitocôndria não converte esse acetil-coA. • Aumento da esterificação de ácidos graxos= disfunção metabólica, quando tem muito acetil=coA dentro da célula por causa da competição pelo NAD, convertendo em vinagre, pelas vias catalase, álcool desidrogenase, citocromo p450 (associada a radicais livres), ácido acético convertido em acetil-coA dentro da mitocôndria, dependendo de captador de próton NAD, consumindo NAD, disfunção do ciclo de Krebs, muito acetil-coA e pouco NAD, sendo esterificado em ácido graxo, esse processo gera radicais livres, lesionando a célula. • Diminuição da síntese proteica= hepatócitos perde a capacidade de síntese, RER lesionado pelos radicais livres, não sendo produzida a apoproteína, VLDL (lipoproteína de transporte), acumulando dentro da célula. • Defeitos no transporte intracelular= citoesqueleto destruído pelos radicais livres, comprometendo o transporte. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA/BALONIZAÇÃO: Lesão mitocondrial e de membrana celular (radicais livres e inflamação), álcool produz balonização dos hepatócitos pela falha de bomba de sódio e potássio, pelo dano na membrana (radical livre lesionando lipídeos) e/ou menos produção de ATP (dano mitocondrial pelo estresse oxidativo). DEGENERAÇÃO HIALINA - CORPÚSCULOS DE MALLORY-DENK: Condensação de proteínas ao redor do núcleo do citoesqueleto por estresse oxidativo e ação inflamatória. INFLAMAÇÃO: Lobular e portal, mononuclear e polimorfonuclear. Resulta de efeitos diretos e de subprodutos do metabolismo do etanol: • Dano direto pelo etanol. • Estresse oxidativo. • Citocinas inflamatórias - secundárias ao estresse oxidativo. CIRROSE: Alteração da deposição de tecido conjuntivo que resulta de: • Morte de hepatócitos. • Deposição de MEC. • Reorganização vascular. TGO e TGP são os melhores marcadores para lesão hepática por álcool. Os níveis séricos de AST (TGO) e ALT (TGP) costumam se elevar e decrescer mais ou menos na mesma proporção em doenças hepáticas. Elevações pequenas de ambas, ou apenas de ALT em pequena proporção, são encontradas na hepatite crônica (especialmente hepatite C e esteato-hepatite não alcoólica). Um importante dado laboratorial é a razão AST > ALT (índice de Ritis), que indica: • até 1,0 = lesão hepatocelular de qualquer etiologia. • > 1,0 = lesão hepatocelular por álcool (90% de chances), TGO se elevam por álcool por causa do dano mitocondrial produzido pelo álcool, TGO mitocondrial e o TGP citoplasmática, por isso tgo se eleva mais que o TGO. ESTEATO-HEPATITE NÃOALCOÓLICA: Condição comum associada com síndrome metabólica (resistência à insulina, obesidade, dislipidemia e hipertensão). Não há associação com consumo de álcool. Espectro clinicopatológico variável: de esteatose a esteato-hepatite. Patogênese complexa: a resistência à insulina resulta em esteatose por: lipase hormônio sensível aumentada pela baixa da insulina, aumentando o estresse oxidativo, promovendo acúmulo e danos, • aumento da síntese e captura de ácidos graxos. • diminuição da síntese e excreção hepatocítica de VLDL (lesão do RER e citoesqueleto por estresse oxidativo). • prejuízos à oxidação de ácidos graxos (interrupção da função mitocondrial por estresse oxidativo). A esteatose leva ao estresse oxidativo com inflamação sobreposta, mediada por citocinas como IL-1 (ativação de inflamassomas). DHGNA pediátrica → problema crescente de saúde pública mundial relacionado à obesidade infantil. CIRROSE HEPÁTICA: Processo progressivo difuso de fibrose hepática com formação de nódulos regenerativos (hepatócitos em necrose e proliferação) e reorganização vascular. Converte o fígado em múltiplas estruturas modulares (multinodular)= nódulos regenerativos (onde pode ocorrer a malignização). Lesões vasculares (síndrome de Budd-Chiari, doença veno-oclusiva, ICC direita), doenças congênitas (doença de Wilson - acúmulo de cobre, hemocromatose, deficiência de alfa-1AT, porfirias, etc.), doenças tóxico-metabólicas (esteato- hepatites), doenças infecciosas (VHB e VHC) e criptogênica. Consequências: insuficiência hepática crônica , hipertensão portal (ascite= pressão hidrostática aumenta, maior filtração, não sintetiza albumina direita, sistema renina-angiotensina-aldosterona ativado aumentando a absorção de sódio e água), cabeça de medusa e varizes esofágicas (circulação ruim, podendo ter ruptura e sangrar até morrer, por causa da coagulação, não produz fator de coagulação adequadamente, baço aumentado sequestra células do sangue, não faz tampão plaquetário nem hemostático, não produz proteínas do sistema complemento) e complicações, risco aumentado para desenvolvimento de carcinoma hepatocelular. Três processos são essenciais: morte de hepatócitos, deposição de matriz extracelular e reorganização vascular.