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Anatomia do coração

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Sistema Circulatório22
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Coração
O coração (A1) é um órgão muscular oco 
com forma de cone arredondado. Situa-se na 
cavidade torácica (A), obliquamente (incli-
nado) em relação aos eixos do corpo, de tal 
maneira que o ápice do coração (AB2) está 
voltado para a esquerda, para frente e para 
baixo, enquanto a base do coração (A3) está 
dirigida para a direita, para cima e para trás. 
O tamanho do coração depende, entre outros 
fatores, do sexo, da idade e da compleição do 
indivíduo.
Morfologia externa
Vista anterior
Estrutura. Observa-se o coração em sua po-
sição natural, após a abertura do pericárdio, 
pela sua face anterior, de tal forma que a face 
esternocostal (B) fi ca exposta. A sua parede 
anterior é formada pelo ventrículo direito 
(B4) e por uma pequena parte da parede do 
ventrículo esquerdo (B5). O ventrículo es-
querdo continua-se para a esquerda e termi-
na no ápice do coração (B2). O limite entre 
os ventrículos é marcado pelo sulco inter-
ventricular anterior (B6). Aí se localizam, 
imersos no tecido adiposo, um ramo da ar-
téria coronária esquerda (r. interventricular 
anterior*) e sua veia acompanhante (v. inter-
ventricular anterior). Esses vasos preenchem 
o sulco interventricular anterior de tal modo 
que a superfície do coração torna-se lisa. No 
lado direito, o contorno do coração é formado 
pelo átrio direito (B7) e pela v. cava supe-
rior (B8). A v. cava inferior está oculta nes-
ta vista anterior. O átrio direito contém uma 
expansão sacular, a aurícula direita (B9), 
que ocupa o espaço entre a v. cava superior 
e a aorta (B10). O átrio e a aurícula direitos 
estão separados do ventrículo direito pelo 
sulco coronário (B11). Esse sulco também 
é preenchido por vasos e tecido adiposo. O 
contorno do lado esquerdo do coração é for-
mado por uma parte da aurícula esquerda 
(B12) e pelo ventrículo esquerdo. A aurícula 
esquerda localiza-se junto à divisão do tronco 
pulmonar (B13).
Vasos da base e ramos. Observando-se a 
face esternocostal do coração, vê-se clara-
mente o tronco pulmonar (B13) emergindo 
do ventrículo direito e a aorta (B10) saindo 
do ventrículo esquerdo. A aorta e o tronco 
pulmonar espiralizam-se entre si. Inicialmen-
te, a origem da aorta situa-se posterior ao 
tronco pulmonar, depois ela sobe e se dirige 
para frente como parte ascendente da aorta 
(B10a), curva-se formando o arco da aorta 
(B10b) e cruza sobre o tronco pulmonar en-
cobrindo parcialmente a sua divisão em a. 
pulmonar esquerda (B14) e a. pulmonar di-
reita (não visível anteriormente). As secções 
das margens das vv. pulmonares esquerdas 
(B15) são visíveis pouco abaixo das aa. pul-
monares. Do arco da aorta emergem os va-
sos para a cabeça e os membros superiores, o 
tronco braquiocefálico (B16), que se divide em 
a. subclávia direita (B17) e a. carótida comum 
direita (B18), a a. carótida comum esquerda 
(B19) e a a. subclávia esquerda (B20).
Na região dos vasos da base, a v. cava supe-
rior (B8), a parte ascendente da aorta (B10a) 
e o tronco pulmonar (B13) estão identifi cados 
pela secção da margem do pericárdio (B21) 
(pág. 42). Entre a margem inferior do arco 
da aorta e a margem superior do tronco pul-
monar existe uma curta faixa fi brosa, o lig. 
arterial (B22), que representa o resquício do 
ducto arterial fetal (pág. 20). O limite entre as 
faces esternocostal e diafragmática está mar-
cado, na margem direita (B23), pelo ventrí-
culo direito.
A tonalidade das cores nas ilustrações das estruturas 
internas e externas do coração corresponde larga-
mente às condições in vivo.
 * N. de T. Clinicamente, costuma-se denominar esta artéria 
como a. descendente anterior.
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Morfologia Externa do Coração 23
3 
1 
A Localização do coração 
 no tórax
B Coração (vista anterior)
2 
17 
16 
19 20 18 
21 
8 
9 
7 
11 
23 2 
6 
12 
15 
14 
22 
10 b 
10 a 
10 
13 
4 5 
Sistema Circulatório24
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Morfologia externa (continuação)
Vista posterior (A)
Estrutura e vasos da base. Observando-se 
o coração na sua posição natural, abrindo-se 
o pericárdio posteriormente, vê-se a base do 
coração (I) e uma parte da face inferior do 
coração, a face diafragmática (II). Vêem-se 
também as desembocaduras da v. cava supe-
rior (AB1) e da v. cava inferior (AB2), quase 
verticais, no átrio direito (AB3). O eixo lon-
gitudinal das duas veias está levemente des-
viado para frente. A separação entre as duas 
veias cavas é feita pelo sulco terminal (A4). 
No átrio esquerdo (A5), mais horizontal, de-
sembocam as vv. pulmonares direitas (A6) e 
esquerdas (A7). Na parede posterior do átrio 
esquerdo, distingue-se a secção da margem do 
pericárdio (A8). Acima do átrio esquerdo, o 
tronco pulmonar se bifurca em a. pulmonar 
direita (A9) e a. pulmonar esquerda (A10). O 
local da divisão do tronco pulmonar é cruzado 
pelo arco da aorta (A11), do qual se origi-
nam seus três principais ramos já citados, o 
tronco braquiocefálico (A12), com a a. subclá-
via direita (A13) e a a. carótida comum direita 
(A14), assim como a a. carótida comum es-
querda (A15) e a a. subclávia esquerda (A16). 
Após cruzar o tronco pulmonar, a aorta con-
tinua-se, em direção póstero-inferior, como 
parte descendente da aorta (A17).
Vista inferior (B)
A face diafragmática (II) si tua-se, em gran-
de parte, sobre o diafragma e só é observada 
por completo quando o coração é visto infe-
riormente. No átrio direito (AB3), na vizi-
nhança do eixo das duas veias cavas, vê-se 
a desembocadura da v. cava inferior (AB2) 
e da v. cava superior (AB1). A face diafrag-
mática é for mada, na sua maior parte, pelo 
ventrículo esquerdo (B18), que está sepa-
rado do átrio esquerdo pelo sulco coronário 
(B19), onde aparece o seio coronário (B20) e 
um ramo da a. coronária esquerda. O ventrí-
culo esquerdo, que pela vista inferior é ape-
nas parcialmente visualizado, está separado 
do ventrículo direito (B21) pelo sulco inter-
ventricular posterior (B22) (com o r. inter-
ventricular posterior* e a v. interventricular 
posterior).
Notas clínicas Na clínica, especialmente em re-
lação ao diagnóstico do infarto do miocárdio, 
é importante defi nir os termos parede anterior e 
parede posterior do ventrículo esquerdo. Como 
parede anterior, denomina-se a parte da pa-
rede do ventrículo esquerdo formada pela face 
esternocostal e, como parede posterior, a par-
te formada pela face diafragmática. Na parede 
anterior, distinguem-se os infartos ântero-basal, 
ântero-lateral, ântero-septal e apical; na parede 
posterior, os infartos póstero-basal, póstero-late-
ral e póstero-septal. Estes devem ser diferencia-
dos do infarto póstero-inferior ou diafragmático.
 * N. de T. Clinicamente, costuma-se denominar esta artéria 
como a. descendente posterior.
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Morfologia Externa do Coração (Continuação) 25
A Coração (vista posterior)
B Coração (vista inferior)
2 
3 
1 
6 
17 
7 
20 
19 
18 
21 
22 
14 
13 
12 
11 
17 
7 
20 
9 
1 
10 
I 
I 
15 16 
6 
4 
8 
3 
5 
2 
II 
Sistema Circulatório26
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Câmaras cardíacas
A seqüência de descrição das câmaras cardía-
cas segue a direção do fl uxo sangüíneo.
Átrio direito
O átrio direito (A) é formado por duas par-
tes. Na parte posterior desembocam a v. cava 
superior (A1) e a v. cava inferior (A2). Esta 
parte tem uma parede lisa que se origina, em-
briologicamente, do seio venoso. A parte an-
terior, o átrio propriamente dito, é formada 
pelo átrio embriológico original. Nesta parte 
se salienta uma musculatura cardíaca trabe-
culada para a luz do átrio, os mm. pectíneos 
(A3). Do átrio propriamente dito se origina a 
aurícula direita (A4).
Seio venoso. O orifício de desembocadura da 
v. cava superior, o óstio da v. cava supe-
rior (A1a), está dirigido ântero-inferiormente 
e não apresenta válvula. A v. cava inferior 
desemboca no ponto mais profundo do átrio 
direito. O óstio da v.cava inferior (A2a), di-
rigido anteriormente, está parcialmente pro-
tegido por uma prega falciforme, a válvula da 
v. cava inferior (A5). Durante a vida fetal esta 
válvula é relevante e direciona o fl uxo san-
güíneo diretamente da v. cava inferior para 
o septo interatrial (A6), onde no átrio es-
querdo se situa o forame oval (pág. 20). Após 
o nascimento, encontra-se neste local uma 
depressão, a fossa oval (A7), circundada 
por uma prega, o limbo da fossa oval (A7a). 
No átrio direito, medialmente à válvula da v. 
cava inferior, abre-se o seio coronário, que re-
cebe a maior parte do sangue desoxigenado 
que retorna do próprio coração. Sua abertura, 
o óstio do seio coronário (A8), também é 
protegida por uma prega falciforme, a válvula 
do seio coronário. Além disso, em diversos lo-
cais no átrio direito desembocam diretamente 
as veias cardíacas mínimas, através dos mi-
núsculos forames das veias mínimas.
Átrio propriamente dito e aurícula direita. 
Esta região é limitada da região lisa derivada 
do seio venoso por uma saliência interna, a 
crista terminal (A9). Essa crista, que dá ori-
gem aos mm. pectíneos, corresponde externa-
mente ao sulco terminal (pág. 24).
Ventrículo direito
A cavidade do ventrí culo direito (B) é estru-
turalmente composta por duas saliências 
musculares, a crista supraventricular (B10) 
e a trabécula septomarginal (B11), situadas 
respectivamente póstero-inferiormente na 
câmara de enchimento (seta) e ântero-su-
periormente na câmara de ejeção (seta). A 
parede muscular do ventrículo direito (B12) 
é fi na.
Câmara de enchimento. Na parede desta 
câmara são evidentes as trabéculas cárne-
as (B13), salientes para o interior da câmara. 
Através da valva atrioventicular direita 
(tricúspide) (B14), o sangue fl ui pelo óstio 
atrioventricular, saindo do átrio direito e pe-
netrando na câmara de enchimento do ven-
trículo direito. A valva atrioventricular direita 
é formada por três válvulas (pág. 34), cujas 
margens livres estão fi xadas, por meio das 
cordas tendíneas (B15), nos mm. papilares 
(B16-17). Os mm. papilares são uma forma 
especial de trabéculas cárneas, sendo o m. pa-
pilar anterior (B16) e o m. papilar posterior 
de localização constante, enquanto a posição 
do m. papilar septal (B17) é variável.
Câmara de ejeção. O cone arterial (B18) 
(infundíbulo) tem paredes lisas e direciona o 
fl uxo sangüíneo para a abertura da valva do 
tronco pulmonar, o óstio do tronco pulmonar. 
A valva do tronco pulmonar (B19), situada 
na saída do tronco pulmonar (B20), consiste 
em três válvulas semilunares (pág. 34).
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Câmaras Cardíacas 27
A Átrio direito aberto 
 (vista lateral direita)
B Ventrículo direito aberto 
 (vista anterior)
1 
1 a 
7 a 
2 a 
9 
7 
6 
8 
14 
4 
2 
3 5 
20 
19 
18 
10 
17 
11 
13 
12 
16 15 
14 
Sistema Circulatório28
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Câmaras cardíacas (continuação)
Átrio esquerdo
A cavidade do átrio esquerdo (A), de paredes 
lisas, é menor do que a do direito. A maior 
parte desta câmara é formada pelas vv. pul-
monares direitas e esquerdas (A1-2), que 
a ele são agregadas durante o desenvolvi-
mento ontogenético. Geralmente desembo-
cam quatro vv. pulmonares, duas de cada 
lado, na parte superior do átrio esquerdo. As 
desembocaduras das vv. pulmonares, os ós-
tios das vv. pulmonares, não apresentam 
válvulas. Anteriormente, o átrio esquerdo tem 
uma aurícula esquerda, em cuja luz se sa-
lientam pequenos mm. pectíneos. Não exis-
te um limite evidente entre a parede lisa e a 
parte muscular do átrio. Na região do septo 
interatrial, a parede divisória entre os átrios 
direito e esquerdo, pode ser encontrada uma 
válvula do forame oval (A3), originada da 
fossa oval do átrio direito.
Ventrículo esquerdo
A cavidade do ventrículo esquerdo, assim 
como a do ventrículo direito, é estruturalmen-
te composta pelas trabéculas cárneas (B4), 
na câmara de enchimento (seta), e por uma 
parede lisa na câmara de ejeção (seta). A pa-
rede do ventrículo esquerdo (B5) é cerca de 
três vezes mais espessa do que a do ventrí-
culo direito.
Câmara de enchimento. A valva atrioven-
tricular esquerda (mitral) (bicúspide) (B6) 
situa-se no óstio atrioventricular esquerdo e 
direciona o fl uxo sangüíneo do átrio esquerdo 
para a câmara de enchimento do ventrículo 
esquerdo. A valva atrioventricular esquerda 
possui duas grandes válvulas (cúspides), a 
válvula anterior (AB7) e a válvula posterior 
(AB8). Elas estão fi xadas por fortes fi bras, as 
cordas tendíneas (B9), em dois ou mais mm. 
papilares, distintamente conhecidos como 
m. papilar anterior (B10) e m. papilar poste-
rior (B11). O m. papilar anterior se insere na 
face esternocostal do ventrículo esquerdo, e o 
m. papilar posterior, na face diafragmática. A 
válvula anterior da valva atrioventricular tem 
sua origem junto à parede da aorta e separa a 
câmara de enchimento da câmara de ejeção.
Câmara de ejeção. Tem paredes lisas e se 
estende, ao longo do septo interventricular 
(B12), até a aorta, junto à origem da valva 
da aorta (B13), composta por três válvulas 
semilunares resistentes. A maior parte do 
septo interventricular (B12) é composta 
pela parte muscular. Uma pequena parte, si-
tuada à direita e um pouco ínfero-posterior à 
valva da aorta, é fi brosa, a parte membraná-
cea (pág. 52). As margens do septo interven-
tricular correspondem, na superfície externa 
do coração, ao sulco interventricular anterior 
(B14) e ao sulco interventricular posterior.
Notas clínicas Infecções nas valvas cardía-
cas podem levar à formação de cicatrizes nas 
margens valvulares. Ao estreitamento da abertu-
ra da valva assim causado, denomina-se este-
nose. Uma insufi ciência ocorre quando as mar-
gens valvulares, encurtadas pelas cicatrizes, são 
impedidas de se tocar em toda a sua extensão.
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Câmaras Cardíacas (Continuação) 29
A Átrio esquerdo aberto 
 (vista posterior)
B Ventrículo esquerdo aberto 
 (vista lateral esquerda)
6 
7 
9 
8 
12 
10 
11 4 
5 
1 
3 
8 
7 
2 
13 
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Sistema Circulatório30
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Esqueleto fi broso do coração
As valvas cardíacas situam-se aproximada-
mente num mesmo plano denominado pla-
no valvar, que pode ser observado após a 
remoção dos átrios acima do sulco coronário, 
olhando-se para a base do coração em vista 
superior (A). No plano valvar existe um tecido 
conectivo condensado, o esqueleto fi broso 
do coração (A, B), localizado ao redor da 
valva da aorta (AB1), da valva atrioventri-
cular direita (AB2) e da valva atrioventricu-
lar esquerda (AB3). Esta área é denominada 
trígono fi broso direito (B4) ou corpo fi broso 
central*. A área localizada entre as valvas da 
aorta e atrioventricular esquerda é denomina-
da trígono fi broso esquerdo (B5). Os óstios 
das valvas atrioventriculares direita e esquer-
da são circundados por dois anéis fi brosos 
incompletos, o anel fi broso direito (B6) e 
o anel fi broso esquerdo (B7), que servem 
de origem para as suas válvulas. A valva do 
tronco pulmonar (A8) não está envolvida pelo 
esqueleto fi broso do coração.
Estrutura da parede cardíaca
A parede cardíaca é formada por três camadas: 
epicárdio, miocárdio e endocárdio, embora 
a espessura da parede seja predominante-
mente formada pelo músculo cardíaco, o mio-
cárdio. A espessura do miocárdio, nas várias 
regiões distintas do coração, está diretamente 
relacionada com a demanda de trabalho: a 
parede dos átrios é a mais fi na, enquanto a 
parede do ventrículo direito é sensivelmente 
mais delgada do que a do esquerdo.
Miocárdio
Musculatura atrial (C, D). Está estruturada 
em camada superfi cial e camada profunda. A 
camada superfi cial estende-se para ambos 
os átrios e é mais robusta na parte anterior (C) 
do que na posterior (D). A camada profunda 
é característica para cada átrio, contendo fei-
xes arciformes e circulares, respectivamente, 
ao redor dos óstios atrioventricularese dos 
óstios venosos.
Musculatura ventricular (C-E). A disposi-
ção espacial do miocárdio ventricular é muito 
complexa. Podem-se distinguir morfologi-
camente as camadas subepicárdica, média 
(mesocárdica) e subendocárdica. Na camada 
mais externa, a subepicárdica (C-E), os fei-
xes musculares que circundam o ventrículo 
direito têm direção horizontal, ao passo que, 
ao se dirigirem para a face diafragmática, cor-
rem longitudinalmente no ventrículo esquer-
do. Os feixes musculares subepicárdicos mais 
superfi ciais formam, no ápice do coração (em 
ambos os ventrículos), uma espiral, o vórti-
ce do coração (E9), que se curva em direção 
à camada mais interna, a subendocárdica. 
O ventrículo esquerdo e o septo interventri-
cular possuem uma camada muscular mé-
dia bem desenvolvida, geralmente circular, 
que falta na parede do ventrículo direito. A 
camada mais interna, a subendocárdica, é 
formada pelas trabéculas cárneas e pelos mm. 
papilares. Numa preparação anatômica do 
miocárdio, os sulcos coronário (CD10), inter-
ventricular anterior (CE11) e interventricular 
posterior (DE12) fi cam bem evidentes.
Endocárdio e epicárdio
O miocárdio é revestido internamente pelo 
endocárdio, que pode ser visto como uma 
continuação da túnica interna da parede dos 
vasos (pág. 98), a túnica endotelial, onde exis-
te uma fi na camada de tecido conectivo. Exter-
namente, o miocárdio possui um revestimento 
laminar liso e brilhante, o epicárdio, formado 
por mesotélio, tecido conectivo frouxo e tecido 
adiposo subepicárdico mais ou menos abun-
dante, que torna lisa a superfície cardíaca.
C13 Aurícula esquerda, CD14 Ventrículo es-
querdo, CD15 Ventrículo direito, CD16 Átrio 
direito, CD17 Aurícula direita, CD18 V. cava 
superior, D19 V. cava inferior, D20 Vv. pul-
monares, D21 Átrio esquerdo.
 * N. de T. Esta denominação é mais utilizada na clínica e 
não consta da Terminologia Anatômica.
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Esqueleto Fibroso do Coração e Estrutura da Parede Cardíaca 31
A Plano valvar (vista superior)
B Esqueleto fibroso do coração, isolado 
 (vista superior)
D Musculatura cardíaca (vista posterior)
C Musculatura cardíaca (vista anterior) 
E Musculatura cardíaca no ápice do coração
18 
13 
11 
14 
15 
10 
10 
21 
14 
15 
12 
16 
19 
11 
12 
9 
16 
17
2 
1 
3 
8 
1 
2 3 
4 
5 
7 
6 
20 20 18 
Sistema Circulatório32
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Estrutura da parede cardíaca: 
histologia e ultra-estrutura
Miocárdio
O miocárdio é constituído por células mus-
culares individualizadas, semelhantes às da 
musculatura estriada esquelética, que mos-
tram miofi brilas dispostas horizontalmente. 
As proteínas contráteis, assim como na mus-
culatura esquelética, organizam-se em sarcô-
meros (vol. 1, pág. 30).
Estrutura à microscopia de luz (A, B). As 
células miocárdicas (AB1) têm até 120 μm 
de comprimento, podendo alcançar no adulto 
atlético um diâmetro médio de 20 μm. Elas 
são ramifi cadas, reunidas em feixes, unindo-
se às células adjacentes através de contatos 
terminais. Dessa maneira, formam uma com-
plicada rede tridimensional cujos espaços 
são preenchidos por tecido conectivo frouxo 
(AB2), nos quais se instala uma densa rede 
capilar. O núcleo (AB3) da célula miocárdica 
tem localização central e está circundado por 
uma zona de miofi brilas perinucleares li-
vres (A4), rica em sarcoplasma e organelas, 
onde podem se acumular grânulos de glico-
gênio e gotículas de lipofucsina. Os limites 
transversais entre células adjacentes são de-
nominados discos intercalares (A5).
Estrutura à microscopia eletrônica (C). 
Observa-se que, na área do disco intercalar, 
as membranas de duas células miocárdicas 
adjacentes, os sarcolemas (C6), apostas e 
unidas de maneira complexa entre si, pos-
suem importantes contatos intercelulares, 
para a propagação da excitação, formados por 
desmossomos (C7) e junções comunicantes 
ou “gap junctions” (nexus) (C8). Nos discos 
intercalares, na linha Z (interpenetração con-
densada de ambos os sarcolemas), terminam 
as fi bras de actina (C9) de uma célula (C10), 
cuja direção é seguida pelos fi lamentos de 
actina da célula adjacente. As células mio-
cárdicas são ricas em grandes mitocôndrias 
(C11), que se localizam entre as miofi brilas. 
Elas suprem a alta demanda energética para a 
contração das miofi brilas. Distribuídos nas cé-
lulas miocárdicas, encontram-se dois sistemas 
fechados de pequenos canais membranáceos 
intracelulares. O sistema de túbulos transver-
sais ou sistema de túbulos T (C12) é uma 
derivação especializada do sarcolema, en-
quanto o sistema de túbulos longitudinais ou 
sistema de túbulos L (C13) é formado pelo 
retículo endoplasmático da célula miocárdica.
Estruturas excitáveis e complexo estimulante 
do coração (D)
As células participantes deste complexo 
(D14) (pág. 38) apresentam freqüentemente 
um diâmetro maior do que as demais células 
miocárdicas e se localizam, em geral, direta-
mente sob o endocárdio (D15), imersas no 
tecido conectivo. Elas são pobres em fi brilas e 
ricas em glicogênio. Nestas células é também 
possível a obtenção anaeróbica de energia. 
Para maiores informações, consultar livros de 
histologia.
Notas clínicas As células miocárdicas não são 
capazes de se regenerar. A falta temporária de 
suprimento sangüíneo leva a danos reversíveis, 
à isquemia, enquanto a falta a longo prazo leva 
a danos irreversíveis, à necrose, com a conse-
qüente substituição das células miocárdicas por 
tecido conectivo (cicatrização).
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Estrutura da Parede Cardíaca: Histologia e Ultra-Estrutura 33
A Tecido muscular cardíaco sob microscopia 
 de luz (secção longitudinal)
B Tecido muscular cardíaco sob 
 microscopia de luz
 (secção transversal)
C 
Tecido muscular cardíaco 
sob microscopia eletrônica
D Células do complexo estimulante do coração sob microscopia de luz
1 
3 
4 
5 
2 
12 
13 
11 
9 
5 
6 7 
15 
14 
8 
10 
Sistema Circulatório34
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Valvas cardíacas
Valvas atrioventriculares
As valvas atrioventriculares consistem em 
lâminas avasculares de tecido conectivo, re-
vestidas em ambas as faces por endocárdio. A 
face atrial das válvulas é lisa, e das margens 
livres da face ventricular se originam as cor-
das tendíneas.
Valva atrioventricular direita (tricúspide). 
Das três válvulas desta valva, uma se situa à 
frente, a válvula anterior (A-C1), uma atrás, 
a válvula posterior (A-C2), e uma medial, 
a válvula septal (A-C3). A válvula anterior 
(A-C1) é a maior, e suas cordas tendíneas se 
fi xam no robusto músculo papilar anterior 
(C4), que se origina da trabé cula septomar-
ginal. A base da válvula septal (C5) recobre 
parcialmente a parte membranácea do septo 
interventricular, dividindo-a numa parte an-
terior, interventricular, entre os dois ventrícu-
los, e numa parte posterior, atrioventricular, 
entre o átrio direito e o ventrículo esquerdo. 
Entre as três válvulas maiores, localizam-se 
algumas válvulas comissurais menores 
(A-C6), que não alcançam o anel fi broso.
Valva atrioventricular esquerda (bicúspi-
de ou mitral). É formada por duas válvulas, 
uma em situação ântero-medial, a válvula 
anterior (AB7), e uma em situação póstero-
lateral, a válvula posterior (AB8). As cordas 
tendíneas, curtas e robustas, fi xam-se nos 
músculos papilares anterior e posterior, de 
tal maneira que cada músculo papilar con-
tém cordas tendíneas de partes adjacentes de 
ambas as válvulas. A válvula an terior tam-
bém tem uma origem septal, junto à parede 
da aorta (AB9). Além das duas principais 
válvulas dessa valva, existem duas pequenas 
válvulas comissurais (AB10), que não al-
cançam o anel fi broso.
Anatomia funcional. Na fase de enchimento, 
a diástole ventricular, na qual o sangue fl ui do 
átrio para o ventrículo, as margens das válvulas se 
afastam reciprocamente e a valva está aberta (A). Na 
fase de ejeção, a sístole ventricular, o miocárdio 
ventricular secontrai e o fl uxo sangüíneo é dirigido 
para a câmara de ejeção (B), enquanto o complexo 
aparelho de fi xação valvar impede as válvulas de se 
inverterem para o átrio.
Valvas semilunares
As valvas do tronco pulmonar (AB11) e da 
aorta (AB9) são formadas, cada uma, por um 
conjunto de três válvulas, as válvulas semi-
lunares, que são refl exões do endocárdio. 
A base das válvulas semilunares é arciforme, 
e a parede arterial, na região valvar, é mais 
delgada (D). A margem livre de cada válvula 
possui, no centro, um nódulo fi broso, o nódu-
lo da válvula semilunar (D12). De cada lado 
desse nódulo estende-se, ao longo da margem 
livre da válvula, uma orla delgada em forma 
de meia-lua, a lúnula da válvula semilunar 
(D13).
Valva do tronco pulmonar. É formada pela 
válvula semilunar anterior (A14), válvula 
semilunar direita (A15) e válvula semilu-
nar esquerda (A16). A parede do tronco pul-
monar, oposta à válvula, está separada desta 
por uma pequena cavidade, o seio do tronco 
pulmonar (A17).
Valva aórtica. É formada pela válvula semi-
lunar posterior (A18), válvula semilunar 
direita (A19) e válvula semilunar esquer-
da (A20). A parede da aorta exibe, na região 
valvar, um abaulamento externo, o seio da 
aorta (A21), que, em secção transversal, 
apresenta-se como uma dilatação interna, o 
bulbo da aorta. No seio da aorta, relacionada 
à válvula esquerda (D), origina-se a a. coro-
nária esquerda (AD22) e, no seio da aorta, 
relacionada à válvula direita, origina-se a a. 
coronária direita (AD23).
Anatomia funcional. Na diástole ventricular (A), 
quando o fl uxo sangüíneo retrógrado no tronco pul-
monar e na aorta pressiona a parede destes vasos, as 
válvulas são distendidas e a valva se fecha. Os nódu-
los nas margens das válvulas reforçam a obliteração. 
Na sístole ventricular (B), as margens valvulares 
unidas, devido à forte pressão do ventrículo con-
traído, são afastadas entre si; entretanto, elas não se 
achatam completamente por causa da espiralização 
da parede do vaso.
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Valvas Cardíacas 35
A Plano valvar do coração (diástole)
B Plano valvar do coração (sístole)
C Valva atrioventricular direita ou 
 tricúspide (vista anterior)
D Óstio da aorta 
 (seccionado e aberto)
11 
14 15 
17 
16 
22 
20 
19 
18 
21 
1 
2 3 
10 
8 
7 
10 
6 
4 
5 3 
2 
1 
22 23 
12 13 
9 
23 
6 
9 
6 
11 
10 
7 
10 8 3 
1 
2 
Sistema Circulatório36
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Vasos cardíacos
Os vasos próprios do coração, ou vasos nu-
trícios do coração, são aqueles necessários 
para a nutrição do músculo cardíaco. Os va-
sos gerais são os grandes vasos “funcionais” 
da base do coração. Por causa da sua localiza-
ção no sulco coronário, os vasos próprios do 
coração são denominados vasos coronários. 
A curta circulação coronariana se inicia nas 
aa. coronárias (primeiros ramos da aorta), 
cujos ramos penetram da superfície externa 
para dentro do miocárdio, estendem-se numa 
rede capilar e depois confl uem nas vv. cardía-
cas. A maior parte delas se reúne e desembo-
ca no seio coronário e no átrio direito.
Artérias coronárias (A-C)
Os principais vasos cardíacos, as aa. coroná-
rias direita (A1) e esquerda (A2), originam-
se dos seios da aorta relacionados às válvulas 
semilunares direita e esquerda.
A. coronária direita (A1). Cursa no lado direi-
to do sulco coronário (A3) e está, em primeiro 
lugar, junto à aurícula direita (A4). Após emitir 
ramos para o átrio direito e para a face anterior 
do ventrículo direito, através do r. marginal 
direito (A5), curva-se posteriormente, acom-
panhando o sulco coronário, até o sulco inter-
ventricular posterior (B6), no qual termina emi-
tindo o r. interventricular posterior (B7). A 
a. coronária direita irriga, na maioria dos casos 
(no coração balanceado ou com dominância 
direita), o átrio direito, o complexo estimulante 
do coração, a maior parte do ventrículo direito, 
a parte posterior do septo interventricular e a 
face diafragmática adjacente.
A. coronária esquerda (A2). Seu curto tron-
co cursa inicialmente entre o tronco pulmonar 
(A8) e a aurícula esquerda (A9) e se bifurca no 
r. interventricular ante rior (A10), que des-
cende no sulco interventricular anterior (A11), 
e no r. circunfl exo (A12), que percorre o sul-
co coronário, em direção posterior. Enquanto 
os troncos das aa. coronárias localizam-se 
superfi cialmente, imersos no tecido adiposo 
subepicárdico presente nos sulcos, seus ramos 
são com freqüência envolvidos por miocárdio 
ou pontes miocárdicas. A a. coronária esquer-
da supre, no coração balanceado, a maior 
parte do ventrículo esquerdo, a parte anterior 
do septo interventricular, uma pequena parte 
do ventrículo direito, na face esternocostal, e 
o átrio esquerdo.
Notas clínicas As aa. coronárias têm pequenas 
anastomoses entre si que, todavia, não são su-
fi cientes para formar uma circulação colateral 
efi ciente em caso de obstrução vascular. As aa. 
coronárias são, portanto, conhecidas funcional-
mente como artérias terminais. Em caso de 
obstrução vascular, áreas de miocárdio, depen-
dentes destes vasos, não recebem mais sangue 
sufi ciente, ocorrendo o infarto do miocárdio.
Veias cardíacas (A-B)
A maior parte do sangue desoxigenado pro-
veniente da parede do coração fl ui pelas veias 
acompanhantes das artérias até o seio co-
ronário (B13), localizado na parte posterior 
esquerda do sulco coronário (AB3). As maio-
res veias tributárias do seio coronário são a 
v. interventricular anterior (A14) e a v. 
cardíaca magna (B15), no lado esquerdo do 
sulco coronário, e a v. cardíaca média (B16), 
no sulco interventricular posterior, e a v. car-
díaca parva (B17), no lado direito do sulco 
coronário. Embora cerca de dois terços do san-
gue desoxigenado alcance, através das veias 
maiores, o seio coronário e, por meio deste, 
diretamente o átrio direito, pequenas veias, as 
vv. ventriculares direitas, desembocam direta-
mente no átrio direito e veias ainda menores, 
as vv. cardíacas mínimas, desembocam dire-
tamente no interior das câmaras cardíacas.
Vasos linfáticos
A assim chamada rede de vasos linfáticos do co-
ração divide-se em rede endocárdica profun-
da, rede miocárdica média e rede epicárdica 
superfi cial. Grandes vasos linfáticos coletores 
percorrem o epicárdio, acompanhando a aorta 
e o tronco pulmonar. Os linfonodos regionais 
a eles associados pertencem ao grupo de linfo-
nodos mediastinais anteriores* (pág. 94).
 * N. de T. Este grupo de linfonodos não consta da Termi-
nologia Anatômica. O grupo de linfonodos mediastinais 
anteriores a que o autor se refere deve ser o grupo dos 
linfonodos braquiocefálicos.
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Vasos Cardíacos 37
A Vasos coronários na 
 face esternocostal
B Vasos coronários na face 
 diafragmática
12 
14 
10 
11 
9 
2 
8 
4 
1 
C Origem das aa. coronárias
3 7 
15 
13 
16 
6 
17 
1 2 
5 
3 
7 
Sistema Circulatório38
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Estruturas excitáveis e complexo 
estimulante do coração
O coração possui células musculares específi cas 
para a formação e a propagação de estímulos 
espontâne os e rítmicos, responsáveis pelos ba-
timentos cardíacos, e que são conhecidas, na 
sua totalidade, como complexo estimulante 
do coração (ou sistema excitocondutor do 
coração). Essas células musculares específi cas 
se distinguem histológica e funcionalmente das 
demais células miocárdicas, isto é, do miocár-
dio em geral. Em dois locais, encontram-se es-
truturas nodulares conhecidas como nó sino-
atrial (nó S-A) e nó atrioventricular (nó A-V). A 
maior parte consiste em feixes, formados pelo 
fascículo atrioventricular e pelos ramos direito 
e esquerdo, para cada ventrículo. A seguir, a via 
de formação e propagação dos estímulos é des-
crita com base nas estruturas morfologicamen-
te distintas, respeitando a transição funcional 
gradual entre as células do complexo estimu-
lante e as células miocárdicas gerais (A-B).
O nósinoatrial (A1) (nó de Keith-Flack ou nó 
S-A), subepicardial, situa-se junto à desembo-
cadura da veia cava superior (A2), no sulco 
terminal. Este nó fusiforme é conhecido como 
marca-passo do coração, gerando cerca de 
60-80 estímulos por minuto que se irradiam 
para as outras estruturas excitáveis do com-
plexo estimulante do coração. A segunda estru-
tura pertencente ao tecido muscular cardíaco 
específi co, o nó atrioventricular (nó de Ascho-
ff-Tawara ou nó A-V) (A3), está localizada no 
limite entre átrio e ventrículo. Situa-se no septo 
interatrial (A4), entre a desembocadura do seio 
coronário (A5) e a válvula septal da valva atrio-
ventricular direita (tricúspide) (A6). Partindo 
do nó S-A, o estímulo percorre o átrio direito, 
através da musculatura miocárdica geral*, para 
alcançar o nó A-V. Neste nó tem início o princi-
pal feixe do complexo estimulante do coração, 
formado pelo fascículo atrioventricular (A7) 
ou feixe de His, que atravessa o esqueleto fi -
broso do coração em direção aos ventrículos. O 
fascículo atrioventricular alcança o ventrículo 
direito, lateralmente, na margem superior da 
parte muscular do septo interventricular e se 
divide num ramo direito e num ramo esquer-
do, que passam para ambos os lados do septo 
interventricular, em nível subendocárdico, em 
direção ao ápice do coração. O ramo direito 
(A8) descende em forma de arco, passando pela 
trabécula septomarginal (A9), para atingir o m. 
papilar anterior (A10). Os ramos periféricos 
dos ramos direito e esquerdo são os ramos su-
bendocárdicos (A11). Eles formam uma rede 
subendocárdica, funcionalmente unida aos 
mm. papilares ou ao miocárdio ventricular pró-
ximo ao ápice do coração, que daí se estende, 
nas trabéculas cárneas, em feixes retrógrados 
para o miocárdio da base do coração. Algumas 
células miocárdicas especializadas formam fal-
sos feixes isolados, as fi bras de Purkinje, que 
atingem os mm. papilares.
O ramo esquerdo (B12) se irradia, como um 
leque, superfi cialmente no septo interventri-
cular. Esse ramo com freqüência se divide em 
duas vias principais que atingem a base dos 
mm. papilares, ramifi cam-se na rede suben-
docárdica, funcionalmente unida ao miocár-
dio ventricular próximo ao ápice do coração 
e alcançam, retrogradamente, o miocárdio da 
base do coração.
Anatomia funcional Todas as estruturas excitá-
veis do complexo estimulante do coração são forma-
das para, basicamente, produzir estímulos; entretan-
to, a freqüência do nó S-A, cerca de 70/min, é maior 
do que a do nó A-V, cerca de 50-60/min, e do que a 
do miocárdio ventricular, cerca de 25-45/min. Dessa 
maneira, normalmente, o ritmo do batimento car-
díaco parte do nó S-A (ritmo sinusal), coordenando 
a contração cardíaca, enquanto as demais estruturas 
não são capazes de regular o ritmo cardíaco.
Notas clínicas Em condições patológicas, po-
dem ocorrer distúrbios na formação e na pro-
pagação do estímulo, que podem ser analisados 
com a ajuda do eletrocardiograma (ECG).
 * N. de T. Além da via interatrial, refere-se a existência da 
via internodal, composta por três feixes de células mio-
cárdicas específi cas (feixe anterior [de Bachmann], médio 
[de Wenckebach] e posterior [de Thorel]) que também pro-
pagam o estímulo do nó S-A para as células miocárdicas 
gerais dos dois átrios e para o nó A-V.
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Estruturas Excitáveis e Complexo Estimulante do Coração 39
A Estruturas excitáveis e complexo 
 estimulante do coração (à direita)
B Estruturas excitáveis e complexo 
 estimulante do coração (à esquerda)
2 
1 
5 
3 
6 
8 
9 
7 4 
11 10 
12 
Sistema Circulatório40
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Inervação cardíaca
A ação cardíaca, desencadeada pelo nó S-A, 
é infl uenciada pelo sistema nervoso autôno-
mo (vol. 3, pág. 306 e seguintes). A inervação 
cardíaca (A) ocorre tanto pela parte simpáti-
ca quanto pela parte parassimpática do sis-
tema nervoso autônomo. Os nervos cardíacos 
conduzem neurofi bras eferentes (motoras vis-
cerais) e aferentes (sensitivas viscerais).
Inervação simpática. Dos gânglios superio-
res da parte cervical do tronco simpático se 
originam três nervos cardíacos, o n. cardíaco 
cervical superior (A1), o n. cardíaco cer-
vical médio (A2) e o n. cardíaco cervical 
inferior (A3). Eles descendem posteriormente 
aos grandes vasos da base até o plexo car-
díaco (A4). Dos gânglios torácicos superio-
res emergem ainda os rr. cardíacos torácicos 
(A5), que também passam para o plexo car-
díaco. Os nervos cardíacos simpáticos condu-
zem neurofi bras pós-ganglionares, cuja parte 
pré-ganglionar se origina nos segmentos 
torácicos superiores da medula espinal. Os 
nervos cardíacos simpáticos contêm ainda 
neurofi bras sensitivas, principalmente para 
a dor, cujos corpos celulares (pericários) se 
localizam nos gânglios sensitivos de nervos 
espinais cervicais e torácicos.
A estimulação dos nervos cardíacos sim-
páticos leva à aceleração da freqüência car-
díaca, ao aumento da força de contração e 
excitabilidade e à diminuição do retardo do 
estímulo no nó A-V.
Inervação parassimpática. Os nervos car-
díacos parassimpáticos se originam do n. 
vago (A6). Eles emergem, em diferentes ní-
veis, da parte cervical do n. vago, como rr. 
cardíacos cervicais superiores (A7) e inferio-
res (A8), e se dirigem para o plexo cardíaco. 
Da parte torácica do n. vago ainda saem, para 
o plexo cardíaco, os rr. cardíacos torácicos 
(A9). Os nervos cardíacos do n. vago geral-
mente contêm neurofi bras pré-ganglionares 
que se conectam a neurônios subepicárdicos 
na região da base do coração, contendo neu-
rofi bras pós-ganglionares. As neurofi bras sen-
sitivas viscerais dos rr. cardíacos parassim-
páticos conduzem principalmente estímulos 
provenientes de mecanorreceptores (pressão 
e estiramento).
A estimulação dos nervos cardíacos pa-
rassimpáticos leva à desaceleração da fre-
qüência cardíaca, à diminuição da força de 
contração e excitabilidade e ao aumento do 
retardo do estímulo no nó A-V.
Plexo cardíaco
Os nn. cardíacos simpáticos e os rr. cardíacos 
parassimpáticos se ramifi cam e se dirigem 
à base do coração para formar o plexo car-
díaco (A4) que, do ponto de vista topográ-
fi co, divide-se em parte superfi cial (A4a) e 
parte profunda (A4b). Nesse plexo existe um 
acúmulo de grandes e pequenos neurônios, 
entre os quais se situa o gânglio cardíaco 
(A10). A parte superfi cial ou anterior do ple-
xo cardíaco se localiza pouco abaixo do arco 
da aorta, anterior à a. pulmonar direita, e é 
suprida principalmente por neurofi bras dos 
nervos cardíacos esquerdos. A parte profun-
da ou posterior do plexo se localiza atrás do 
arco da aorta, anterior à bifurcação da tra-
quéia (A11), e contém neurofi bras dos nervos 
cardíacos de ambos os lados. As duas partes 
do plexo cardíaco estão interligadas entre si 
e, fi nalmente, os rr. cardíacos propriamente 
ditos se distribuem em rede, junto com os ra-
mos das aa. coronárias, para os átrios e daí 
alcançam todas as demais áreas do coração.
A12 Gânglio cervical superior, A13 Gânglio cervical 
médio, A14 Gânglio cervicotorácico, A15 Gânglios 
torácicos, A16 N. laríngeo recorrente.
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Inervação Cardíaca 41
126
7
8
15 5
4 b
4 a
16
1
13
2
14
11
3
A Nervos cardíacos e 
plexo cardíaco 
Simpático
Parassimpático
Plexo
9 10
Sistema Circulatório42
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Pericárdio
O coração, como toda víscera oca, situa-se 
numa cavidade serosa, a cavidade pericár-
dica (B), onde está exposto a grandes altera-
ções volumétricas e deslocamentos em rela-
ção aos órgãos adjacentes.
O pericárdio (AB1) envolve o coração e a 
parte proximal dos grandes vasos da base. 
É composto por duas partes, o pericárdio fi -
broso, externo, e o pericárdio seroso, inter-
no. O pericárdio fi broso, um saco formado 
por tecido conectivo rico em fi bras colágenas, 
envolve o coração sem estar a ele aderido. O 
pericárdio seroso é formado por duas lâmi-
nas que constituemum sistema fechado no 
interior do pericárdio fi broso, consistindo nas 
lâminas serosas visceral e parietal. A lâmina 
visceral ou epicárdio está colocada diretamen-
te sobre a superfície do coração e dos grandes 
vasos da base e se refl ete como lâmina parie-
tal (B2), que por sua vez reveste a superfície 
interna do pericárdio fi broso (B3).
Pericárdio fi broso. Está fi rmemente aderido 
às várias estruturas adjacentes e, dessa ma-
neira, fi xa o coração na sua posição dentro 
do tórax. Inferiormente, está fi xado ao cen-
tro tendíneo do diafragma. Anteriormente, à 
face posterior do esterno (B4) através dos ligg. 
esternopericárdicos, de disposição variável. 
Posteriormente, existem também fortes fei-
xes de tecido fi broso que o unem à traquéia e à 
coluna vertebral. Lateralmente, o pericárdio 
fi broso está separado da lâmina parietal da ca-
vidade pleural por tecido conectivo frouxo.
Pericárdio seroso. As lâminas parietal 
e visceral podem ser visualizadas somen-
te após a abertura da cavidade pericárdica, 
quando também o espaço virtual entre as 
lâminas fi ca visível. Elas envolvem a v. cava 
superior (A-C5), a aorta (A-C6) e o tronco pul-
monar (A-C7). A aorta e o tronco pulmonar 
se localizam, por cerca de 3 cm, dentro do pe-
ricárdio. O pericárdio recobre a parte inferior 
da parede anterior da v. cava inferior (BC8) e 
a curta parede posterior de cada uma das vv. 
pulmonares (BC9). O local de refl exão do pe-
ricárdio está moldado sob a forma complexa 
de dois manguitos (C), sendo que um deles, a 
porta arteriosa* (linha vermelha), envolve a 
aorta e o tronco pulmonar, enquanto o outro, 
a porta venosa* (linha azul), envolve as vv. 
pulmonares e as vv. cavas. Entre a porta arte-
riosa e a porta venosa existe um canal, o seio 
transverso do pericárdio (seta em C). A aor-
ta e o tronco pulmonar estão anteriores a esse 
seio, enquanto as veias lhe são posteriores. A 
porta venosa forma uma série de nichos, o re-
cesso pericárdico*. Entre as vv. pulmonares, 
a v. cava inferior (BC8) e a parede posterior 
do átrio esquerdo, localiza-se o grande seio 
oblíquo do pericárdio (B10).
O peri cárdio é revestido, à direita e à esquer-
da, pela pleura (A11). Entre o pericárdio e 
a pleura passa, em ambos os lados, o n. 
frênico (A12), acompanhado pela a. peri-
cardicofrênica (A13) e pela veia homônima.
Irrigação e inervação. O suprimento san-
güíneo provém principalmente da a. peri-
cardicofrênica (A13), ramo da a. torácica 
interna. A drenagem venosa faz-se através 
da v. pericardicofrênica (A14), em direção 
à v. braquiocefálica. A inervação do pericárdio 
provém de ramos do n. frênico (A12), do n. 
vago e do tronco simpático.
Notas clínicas No recesso pericárdico, sob con-
dições patológicas, pode ocorrer grande acúmulo 
de líquido seroso (derrame pericárdico). Devi-
do à infl amação do tipo fi brinosa, as lâminas 
do pericárdio seroso podem se aderir, causando 
graves restrições à movimentação cardíaca (pe-
ricardite constritiva). Em função da ruptura da 
parede da aorta, o sangue pode rapidamente se 
acumular na cavidade pericárdica (tampona-
mento pericárdico).
 * N. de T. Estes termos não constam da Terminologia Ana-
tômica.
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Pericárdio 43
B Cavidade pericárdica 
 após a remoção do coração
A Coração no pericárdio
C Reflexões do pericárdio 
 no epicárdio
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Sistema Circulatório44
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Posição e limites do coração
Mediastino (A). O coração e o pericárdio lo-
calizam-se no mediastino, o espaço mediano 
no tórax constituído por tecido conectivo. Su-
periormente, o mediastino se estende até o 
nível da abertura superior do tórax (A1), onde 
tem continuidade com o espaço visceral do 
pescoço. Inferiormente, o mediastino é limi-
tado pelo diafragma (A2). No plano sagital, 
estende-se da face posterior do esterno (A3) 
até a face anterior da parte torácica da coluna 
vertebral (A4). Lateralmente, o mediastino é 
limitado, em ambos os lados, pela parte me-
diastinal da pleura parietal. Ele está dividido 
em mediastino superior (A vermelho) e me-
diastino inferior (A azul). O limite entre o 
mediastino superior e o inferior é feito através 
de um plano transverso (A5) que passa pelo 
ângulo do esterno. O mediastino superior 
contém vasos e nervos e o timo (pág. 398), 
enquanto o inferior está dividido, pelas faces 
anterior e posterior do pericárdio, em medias-
tino anterior (azul-esverdeado), mediastino 
médio (azul-médio) e mediastino posterior 
(azul-escuro). O mediastino anterior é um es-
treito espaço preenchido por tecido conectivo, 
situado entre a parede torácica anterior e a 
face anterior do pericárdio. O mediastino mé-
dio contém o coração e o pericárdio. O medias-
tino posterior estende-se entre a face posterior 
do pericárdio e a face anterior da parte toráci-
ca da coluna vertebral e contém importantes 
vasos, nervos e o esôfago (pág. 188).
Limites do coração (B). Nos indivíduos vi-
vos, o cora ção e o pericárdio estão separados 
apenas por um espaço capilar, de tal maneira 
que seus contornos se equivalem. Portanto, 
as suas posições e relações anatômicas po-
dem ser representadas pelos limites do pró-
prio coração.
Nos indivíduos saudáveis, o coração apre-
senta variações que dependem da idade, do 
sexo e da posição do corpo. Os dados a se-
guir correspondem aos limites usuais de um 
adulto. Na sua posição normal, dois terços do 
volume do coração estão à esquerda da linha 
mediana. Os limites do coração, em proje-
ção na parede torácica anterior, formam 
uma imagem em trapézio. O limite direito 
vai desde a base da 3a à 6a costelas, paralelo 
à margem direita do esterno, cerca de 2 cm 
afastado dela. Esta linha representa o perfi l 
lateral do átrio direito. A extensão superior 
dessa linha assinala a margem direita da v. 
cava superior, enquanto sua extensão infe-
rior corresponde à margem direita da v. cava 
inferior. O limite direito se continua, na base 
da 6a costela, com o contorno formado pela 
margem direita, e atinge o ápice do coração. 
O li mite esquerdo se estende, em forma de 
arco, do ápice do coração até o 5o espaço in-
tercostal es querdo, 2 cm medial à linha me-
dioclavicular, e daí ascende até 2 cm lateral à 
base da 2a costela.
O coração se situa, parcialmente, no meio da 
parede torácica anterior, atrás do esterno. A 
percussão nesta área resulta num som abafa-
do, a macicez cardíaca absoluta. Anterior-
mente e de ambos os lados do coração, a ca-
vidade pleural (vermelho) cobre parcialmente 
o coração e ela, de acordo com a fase da res-
piração, pode ser mais ou menos preenchida 
por tecido pulmonar (azul). Nesta área, o som 
cardíaco obtido por percussão se torna mais 
nítido, mas não é tão sonoro quanto o do teci-
do pulmonar adjacente. Por essa razão, fala-
se então em macicez cardíaca relativa*, a 
qual representa o real tamanho do coração, 
correspondendo à projeção de suas margens 
na parede torácica.
 * N. de T. Os clínicos denominam o som misto obtido pela 
percussão de uma víscera maciça recoberta por uma vísce-
ra oca como som submaciço. O som obtido na percussão 
de uma víscera oca pura é denominado som claro ou tim-
pânico.
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Posição e Limites do Coração 45
A Disposição do mediastino 
 (secção sagital mediana)
B Projeção do coração e dos limites 
 pleuropulmonares na caixa torácica
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Sistema Circulatório46
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Anatomia radiológica
A investigação radiológica convencional do 
tórax faz parte dos fundamentos do exame 
do coração para o diagnóstico das doenças 
cardíacas. O método usual é a radiografi a 
PA, na qual o coração, posicionado paralela-
mente ao fi lme*, é atravessado por um feixe 
de raios X proveniente de uma ampola dis-
tante, numa direção póstero-anterior** (A). 
Outras radiografi as, em direções oblíquase 
laterais, são suplementares à radiografi a PA.
Radiografi a PA
O volume do coração faz parte da sombra 
mediastinal, na qual são visíveis, principal-
mente, a coluna vertebral, o esterno, o coração 
e os vasos da base. De cada lado da sombra 
mediastinal se localizam os claros campos 
pulmonares. Normalmente, o contorno do 
coração e dos vasos da base aparece, na som-
bra mediastinal, como dois arcos direitos e 
quatro arcos esquerdos.
Lado direito. A comparação da imagem ra-
diográfi ca com a posição do coração em pro-
jeção na parede torácica anterior (pág. 45 B) 
mostra que o arco superior representa a face 
anterior da v. cava superior (A1) e o arco in-
ferior, o átrio direito (A2). Além disso, na ins-
piração profunda, a v. cava inferior pode ser 
visualizada na margem inferior direita.
Lado esquerdo. Aqui, o arco superior está 
representado pela parte distal do arco da 
aorta (A3). Inferiormente ao arco da aor-
ta, diferencia-se o arco que corresponde ao 
tronco pulmonar (A4). Logo abaixo deste, 
segue-se um pequeno arco, apenas pouco 
mais defi nido, que representa a aurícula 
esquerda (A5). O arco mais inferior, con-
vexo, é formado pela margem do ventrículo 
esquerdo (A6).
Inferiormente, a sombra cardíaca se continua 
com a sombra do diafragma (A7) e dos órgãos 
abdominais superiores***, de tal maneira que 
a margem inferior do coração não é precisa-
mente defi nida.
Ausculta
Através da ausculta das bulhas do coração, 
podem-se obter importantes informações 
sobre as condições funcionais da ação car-
díaca (pág. 54). A bulha cardíaca é resul-
tado da contração que se origina da ação 
cardíaca e que se propaga para a parede 
torácica. A primeira bulha se origina na 
fase de tensão da sístole, pela contração 
da parede ventricular; a segunda bulha se 
origina no início da diástole, pelo fecha-
mento das válvulas semilunares das valvas 
da aorta e do tronco pulmonar. Sopros po-
dem se originar em valvas com estenose ou 
insufi ciência.
Em geral, os melhores locais de ausculta 
das valvas cardíacas (B) não correspondem, 
idealmente, à projeção precisa das valvas na 
parede torácica anterior. As bulhas cardíacas 
ou sopros são mais bem audíveis nos pontos 
onde o fl uxo sangüíneo, passando pelas res-
pectivas valvas, está mais próximo da parede 
torácica. Portanto, os locais de ausculta, em-
piricamente determinados, localizam-se um 
pouco distante das valvas:
Valva da aorta – (B8): paraesternal, no 2o 
espaço intercostal direito,
Valva do tronco pulmonar – (B9): paraes-
ternal, no 2o espaço intercostal esquerdo,
Valva atrioventricular esquerda – (bicús-
pide) (B10): na linha medioclavicular, no 
5o espaço intercostal esquerdo, próximo ao 
ápice do coração, e
Valva atrioventricular direita – (tricús-
pide) (B11): na extremidade inferior do 
esterno (processo xifóide), no nível do 5o 
espaço intercostal direito.
 * N. de T. Atualmente, o fi lme está acondicionado no inte-
rior de um suporte metálico complexo, formado por várias 
camadas, denominado cassete.
 ** N. de T. A direção dos raios X em relação ao objeto é deno-
minada incidência. Assim, tem-se incidência PA ou radio-
grafi a PA, incidência oblíqua esquerda (OE) ou radiografi a 
OE, etc.
 *** N. de T. No Brasil, prefere-se o termo órgãos abdominais 
supramesocólicos ou órgãos abdominais infradiafrag-
máticos.
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Anatomia Radiológica e Ausculta do Coração 47
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A Imagem radiológica esquemática do coração
B Projeção das valvas cardíacas na parede torácica anterior 
 e locais de ausculta
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Sistema Circulatório48
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Anatomia seccional
O exame radiológico convencional do coração 
é atualmente ampliado, através de imagens 
seccionais, por modernos métodos de ima-
gem, como a tomografi a computadorizada, a 
ressonância nuclear e a ultra-sonografi a. O 
plano usual de exame é o plano transverso, 
que também é denominado, na prática clínica, 
como plano axial. A observação da imagem 
seccional é feita, pelo investigador, pela vista 
inferior, com o paciente em decúbito dorsal. 
Portanto, a imagem é retratada de tal maneira 
que a coluna vertebral, que é posterior, situa-
se inferiormente e o esqueleto torácico, que é 
anterior, fi ca direcionado superiormente no 
fi lme. Assim, também as estruturas anatô-
micas localizadas à direita são retratadas à 
esquerda e as estruturas anatômicas locali-
zadas à esquerda são vistas à direita. A se-
guir, são discutidos três exemplos de secções 
seriadas em direção crânio-caudal, no plano 
transverso, através do coração e dos grandes 
vasos da base. O nível dos planos de secção, 
em relação ao coração e ao tórax, está marca-
do na fi gura com a posição do coração (A).
Secção no plano transverso, no nível da 6ª 
vértebra torácica
O plano de secção passa pela divisão do tron-
co pulmonar (B1) em a. pulmonar direita (B2) 
e a. pulmonar esquerda (B3). Anteriormente 
ao tronco pulmonar, está situado o tecido 
adiposo subepicárdico (B4) que, à direita, al-
cança a base da aorta ascendente (B5). Ante-
riormente à aorta e ao tecido adiposo sube-
picárdico, localiza-se a cavidade pericárdica 
(B6), seccionada e algo alargada, separada 
anteriormente do esterno (B8) pelo tecido 
fi broadiposo retroesternal (B7). À direita da 
aorta ascendente, encontra-se a v. cava supe-
rior (B9). Entre a aorta e a v. cava superior, 
aparece o seio transverso do pericárdio (B10). 
Posteriormente à divisão do tronco pulmonar, 
localiza-se a secção dos brônquios principais 
esquerdo (B11) e direito (B12). Este último, 
que se dirige para o pulmão direito (B13), é 
diretamente acompanhado por um ramo da 
a. pulmonar direita (B2), enquanto a v. pul-
monar direita (B14) corre um pouco afastada 
dele. Junto à divisão dos brônquios principais 
estão os linfonodos broncopulmonares (B15). 
Atrás dos brônquios principais, encontra-se 
a secção do esôfago (B16), que está acompa-
nhado, posteriormente, pela v. ázigo (B17) à 
direita e pela aorta descendente (B18) à es-
querda. A aorta descendente se relaciona es-
treitamente com uma invaginação do pulmão 
esquerdo (B19).
B20 Ducto torácico.
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Anatomia Seccional do Coração 49
A Localização dos planos de secção transversos 
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B Secção no plano transverso, no nível da 6ª vértebra torácica
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Sistema Circulatório50
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Anatomia seccional (continuação)
Secção no plano transverso, no nível da 7a 
vértebra torácica (A)
O plano de secção passa pela aorta, no nível 
das válvulas semilunares (A1). Anteriormen-
te à aorta, distingue-se a via de saída do ven-
trículo direito, o cone arterial (A2). À direita, 
a aorta é envolvida pela aurícula (A3) do ven-
trículo direito. No tecido adiposo subepicárdi-
co (A4), reconhece-se, junto à aorta, a secção 
da a. coronária esquerda (A5) e a aurícula 
esquerda (A6). A secção posterior do coração 
está defi nida pelo átrio esquerdo (A7), onde 
se encontra uma área de paredes lisas junto 
à desembocadura das veias pulmonares infe-
riores (A8). Posteriormente ao átrio esquerdo, 
em estreita relação anatômica com ele, locali-
za-se a secção do esôfago (A9).
A10 Ramo da a. pulmonar direita
A11 Ramo da a. pulmonar esquerda
A12 Cavidade pericárdica
A13 Cartilagem costal
A14 Pulmão direito
A15 V. pulmonar inferior direita
A16 V. ázigo
A17 Aorta descendente
A18 Pulmão esquerdo
A19 Brônquio lobar direito
A20 Brônquio lobar esquerdo
A31 Ducto torácico
Secção no plano transverso, no nível da 8a 
vértebra torácica (B)
O plano de secção passa pelas quatro câma-
ras cardíacas, no nível de passagem do fl uxo 
sangüíneo através das valvas atrioventricula-
res. Do ventrículo esquerdo (B21), mostra-se 
o ápice do coração (B22), que é representado 
acima e à direita. As secções do ventrículo 
esquerdo e do ventrículo direito (B23) são 
mostradas evidenciando asdiferentes espes-
suras do miocárdio de cada câmara. No tecido 
adiposo subepicárdico (B4), distinguem-se 
as secções da a. coronária direita (B24) e 
da a. coronária esquerda (B25). No nível de 
passagem do fl uxo sangüíneo no ventrículo 
direito, situa-se a válvula anterior da valva 
atrioventricular direita (B25), enquanto, na 
área correspondente do ventrículo esquer-
do, localiza-se a válvula anterior da valva 
atrioventricular esquerda (B26). Além disso, 
reconhece-se no ventrículo esquerdo o bem 
desenvolvido grupo de músculos papilares 
anteriores (B27). Entre os dois átrios está o 
septo interatrial (B28) e, entre os dois ven-
trículos, encontra-se o septo interventricular 
(B29). Em estreita relação anatômica com o 
átrio esquerdo está novamente representado 
o esôfago (B9). À esquerda e posteriormente 
ao esôfago, vê-se a aorta descendente (B17). 
A v. ázigo (B16) tem sua secção diretamente 
anterior à vértebra.
B10 Ramo da a. pulmonar direita
B11 Ramo da a. pulmonar esquerda
B12 Cavidade pericárdica (seio oblíquo)
B14 Pulmão direito
B15 V. pulmonar inferior direita
B17 Aorta descendente
B18 Pulmão esquerdo
B19 Brônquio lobar direito
B20 Brônquio lobar esquerdo
B30 Átrio direito
B31 Ducto torácico
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Anatomia Seccional do Coração (Continuação) 51
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A Secção no plano transverso, no nível da 7ª vértebra torácica
B Secção no plano transverso, no nível da 8ª vértebra torácica
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Sistema Circulatório52
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Ecocardiografi a
A atividade do coração através do ultra-som, 
a ecocardiografi a, é registrada por meio de si-
nais ecográfi cos cujas informações podem tor-
nar visíveis os processos patológicos, assim 
como diferenciá-los. Com o auxílio da eco-
cardiografi a 2D (bidimensional), podem-
se obter imagens seccionais instantâneas do 
coração e/ou dos vasos da base do paciente, 
em tempo real. Os feixes ultra-sônicos, por 
serem malconduzidos no ar e praticamente 
absorvidos nos ossos, devem ser direcionados 
de maneira a se evitar estas estruturas, per-
mitindo o exame ultra-sonográfi co direto do 
coração em sua localização natural, acessado 
por meio de uma janela ecocardiográfi ca na 
caixa torácica. Para os exames usuais, utili-
zam-se as janelas paraesternal (I), apical 
(II), subcostal* (III) e supra-esternal (IV). 
Desde que o transdutor ultra-sônico pode ser 
colocado em muitas posições diferentes (jane-
las móveis), os planos transversos de uso co-
mum em ecocardiografi a 2D (bidimensional) 
são mais utilizados do que as outras técnicas 
de imagens seccionais.
Imagem das quatro câmaras (A). A imagem das 
quatro câmaras pode ser obtida pelo emprego do 
transdutor ultra-sônico na posição apical e sub-
costal. Estes planos de secção percorrem, quase pa-
ralelos, as paredes anterior e posterior do coração, 
através das áreas de fl uxo sangüíneo em ambos 
os ventrículos, de tal maneira que todas as quatro 
câmaras cardíacas são vistas simultaneamente. O 
átrio esquerdo (A1) e o ventrículo esquerdo (A2) se 
localizam à direita da imagem, o ápice do coração 
(A3) fi ca acima e o átrio direito (A4) e o ventrículo 
direito (A5) estão à esquerda. Além disso, observam-
se o septo interatrial (A6), o septo interventricular 
(A7) e a via de entrada das valvas atrioventricular 
esquerda (A8) e direita (A9). Os ventrículos podem 
ser facilmente visualizados, sendo o miocárdio do 
ventrículo esquerdo expressivamente mais espesso 
do que o do ventrículo direito. No ventrículo esquer-
do, mostram-se também claramente os músculos pa-
pilares anterior (A10) e posterior (A11). Caracteristi-
camente relevante neste plano de secção é a posição 
diferenciada das valvas atrioventriculares esquerda 
e direita em relação à parte membranácea do septo 
interventricular. A valva atrioventricular direita se 
situa na parte superior da imagem, isto é, origina-
se um pouco mais na direção do ápice do coração 
do que a valva atrioventricular esquerda. Uma por-
ção da parte membranácea do septo interventricular 
alcança o septo atrioventricular (A12), entre o átrio 
direito e o ventrículo esquerdo.
Notas clínicas A imagem das quatro câma-
ras cardíacas é importante não apenas para o 
diagnóstico das anomalias cardíacas congê-
nitas, mas também para a avaliação da valva 
atrioventricular esquerda, especialmente a vál-
vula posterior.
Secção longitudinal apical (B). Este plano de secção 
pode ser obtido pelo emprego do transdutor na jane-
la apical. Ele atravessa a área do ápice do coração, 
a região apical do ventrículo esquerdo (B2), situado 
superiormente e à esquerda da imagem. Também é re-
presentada a via de entrada, através do átrio esquerdo 
(B1), passando pela valva atrioventricular direita (B8) 
até o ápice do coração, assim como a via de saída, par-
tindo do ápice do coração em direção à valva da aor-
ta (B13). Junto à aorta (B15), situa-se a via de saída 
do ventrículo direito (B5). No ventrículo esquerdo, 
reconhece-se a válvula anterior (B14) da valva atrio-
ventricular esquerda. Também são visíveis as válvulas 
semilunares (B13) da valva da aorta, numa posição fe-
chada. Esta secção demonstra a separação das vias de 
entrada e de saída do ventrículo esquerdo pela válvula 
anterior da valva atrioventricular esquerda.
Notas clínicas A importância da imagem pela 
secção longitudinal apical reside na possibilida-
de de se avaliar a função da região do ápice 
do coração, especialmente nos casos de infarto 
do miocárdio.
 * N. de T. Entre os radiologistas, esta janela é freqüentemen-
te denominada subxifóide.
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Ecocardiografi a 53
A Secção anatômica 
 correspondente à imagem das quatro 
 câmaras na ecocardiografia
B Secção anatômica 
 correspondente à imagem da secção 
 longitudinal apical na ecocardiografia
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Sistema Circulatório54
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Funções do coração
Ação cardíaca
A ação cardíaca realiza-se, por toda a vida, 
num ciclo cardíaco bifásico repetitivo, a 
sístole e a diástole. Assim, os ventrículos im-
pulsionam o sangue para a aorta e o tronco 
pulmonar. Na sístole, os ventrículos redu-
zem seu comprimento e largura, o plano val-
var é tracionado em direção ao ápice do cora-
ção e os átrios se dilatam (A). Na diástole, 
os ventrículos aumentam seu comprimento e 
largura, o plano valvar é tracionado em dire-
ção à base do coração e os átrios estão con-
traídos (B). O volume sangüíneo, que duran-
te a sístole do ventrículo direito, assim como 
a do esquerdo, é impulsionado para fora do 
coração, é denominado volume sistólico e 
mede aproximadamente 70 mL para cada câ-
mara. O correto funcionamento da ação car-
díaca depende da integridade das estruturas 
excitáveis e do complexo estimulante, assim 
como do miocárdio geral (para maiores infor-
mações sobre este assunto, consultar livros 
de fi siologia).
Sístole. Para iniciar a sís tole, ocorre, por 
meio da contração do miocárdio, uma súbi-
ta elevação da pressão nos ventrículos. Neste 
instante, a fase de contração isovolumétri-
ca (C), as valvas atrioventriculares e as valvas 
arteriais estão fechadas, mantendo inalterado 
o volume sangüíneo do ventrículo. Quando a 
pres são nos ventrículos ultrapassa a pressão 
na aorta e no tronco pulmonar, as valvas ar-
teriais se abrem e se inicia a fase de ejeção 
(D), na qual parte do sangue, o assim chama-
do volume sistólico, é levado dos ventrículos 
para as artérias. Na fase de ejeção, o plano 
valvar (D1), com as valvas atrioventriculares, 
é tracionado em direção ao ápice do coração 
(D2). Em conseqüência, os átrios se dilatam e 
ocorre uma sucção do sangue das veias cavas 
para o seu interior.
Diástole. Após a expulsão do sangue na 
fase de ejeção, o miocárdioventricular cessa 
a contração, a fase de relaxamento isovo-
lumétrico (E). O plano valvar (E1) retorna 
então à posição inicial. Quando a pressão nos 
ventrículos cai abaixo da pressão nos átrios, 
as valvas atrioventriculares se abrem e ocorre 
uma passagem passiva do volume sangüíneo 
dos átrios para os ventrículos, a fase de en-
chimento ventricular (F). Ainda durante a 
diástole ventricular, a musculatura atrial se 
contrai no fi nal da fase de enchimento ventri-
cular e uma pequena porção de sangue atrial 
é ativamente impulsionada para dentro dos 
ventrículos.
Desde que, na sístole, as artérias coronárias 
são fortemente comprimidas pela contração 
ventricular, o suprimento sangüíneo do mio-
cárdio, especialmente no ventrículo esquerdo, 
somente ocorre durante a diástole. Entretan-
to, as veias coronárias são esvaziadas na 
sístole.
Atividade endócrina do coração
A parte dos átrios sensível à distensão, em 
especial a aurícula direita, contém várias for-
mações hormonais diferenciadas, as células 
miocárdicas endócrinas, que secretam o pep-
tídeo natriurético atrial (PNA ou cardiodi-
latina) (pág. 374). Esse hormônio controla o 
estado de contração da parede dos vasos e a 
eliminação de sódio e água através dos rins. 
O estímulo adequado para a liberação do hor-
mônio é a distensão dos átrios.
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Funções do Coração 55
A Posição do coração no tórax durante a sístole B Posição do coração no tórax durante 
 a diástole
1 
2 2 
2 2 
1 
1 1 
E Fase de relaxamento isovolumétrico da diástole F Fase de enchimento ventricular da diástole
C Fase de contração isovolumétrica 
 da sístole
D Fase de ejeção da sístole

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