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Estratégia de produto: princípios e fundamentos Estratégia de Produto: Princípios e Fundamentos Pode-se afirmar, com quase toda certeza que seja possível, que o pensamento mercadológico (marketing) surgiu em função da oferta de produtos. Em determinado momento dessa história o processo de marketing definia o produto como uma oferta tangível destinada ao mercado. Atualmente, um produto pode ser concebido como tudo aquilo que pode ser oferta ao mercado com intuito de satisfazer uma necessidade ou desejo. Dentre as variáveis do composto de marketing, o produto pode ser considerado a mais importante, visto que, sem ele, não há razão para existência de uma política de preços, distribuição e comunicação. Tal oferta pode se concretizar em bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias. Ao se planejar uma oferta de um produto para o mercado, o profissional de mercado deve levar em conta cinco níveis de hierarquia de valor para o cliente. A cada nível uma percepção de valor é adicionada. A figuras abaixo ilustra esse conceito: O benefício central é o benefício ou serviço fundamental que o cliente está realmente adquirindo ao comprar um produto. O produto básico é a versão básica do produto. O produto esperado é uma série de atributos e condições que os compradores normalmente esperam ao comprá-lo. O produto ampliado incorpora serviços e benefícios que visam distingui-lo das ofertas dos concorrentes. O produto potencial é um conjunto de possíveis novas características e serviços que no futuro podem ser acrescentadas à oferta. A diferenciação de um produto surge a partir da dimensão ampliada, onde se leva em consideração seu sistema de consumo, que define como o usuário desempenha as tarefas de obter, usar, adaptar e descartar o produto. A diferenciação também é concebida a partir daquilo que se entende por “nova competição”, que define que isso acontece não em função daquilo que as empresas produzem em suas fábricas. O processo de se adicionar valor ao produto passa por aquilo que as empresas adicionam em termos de embalagem, serviços, comunicação, sugestões do cliente, financiamento, entrega, armazenagem e outros fatores que os clientes valorizam. Essa foi a visão concebida por Theodore Levitt. Para se entender tudo que envolve a oferta de um produto se faz necessário, antes de tudo, compreender seu processo de classificação. Isso é fundamental diante da imensa quantidade de categorias de produtos existentes, bem como de suas inúmeras versões. Entende-se como categoria de produto, uma classe de produtos. Sendo assim, pode-se afirmar que cada item de todas as versões de geladeiras existentes pertence à categoria de geladeiras. O mesmo vale para manteiga, televisores ou smartphones. Entretanto, sob o ponto de vista mercadológico, uma geladeira é essencialmente diferente de um sorvete. Não em função de suas dimensões físicas ou químicas, mas em função de critérios que o processo de marketing define como essenciais quando se pensa em uma oferta. Esse processo também pode distinguir os produtos em função do tipo de oferta atrelada a ele. Afinal, uma garrafa de vinho pode chegar a custar 100 vezes do que outra, assim como um sofá ou uma calça jeans. Sob o ponto de vista de marketing, todos pertencem as suas respectivas categorias, mas são produtos diferentes em função do critério de classificação que se aplica. Sendo assim, o primeiro critério de classificação que o processo de marketing considerada é a durabilidade/tangibilidade, o que leva a classificação dos produtos como bens não-duráveis, duráveis ou serviços. Como se pode perceber, a própria consideração do critério define a denominação da classificação. Sendo assim, bens não- duráveis são aqueles bens tangíveis que normalmente deixam de existir quando são consumidos ou utilizados, em outras palavras, duram pouco. O tempo de existência de um sorvete é muito menor que o tempo de existência de uma geladeira. Sendo assim, bens não- duráveis geralmente são adquiridos com grande frequência, o que os obriga a serem disponibilizados em muitos locais, com preço competitivo e muito investimento em comunicação para se tornar conhecido pela maior quantidade de clientes possíveis. Os bens duráveis são o oposto do descrito anteriormente, ou seja, são bens tangíveis que normalmente não deixam de existir quando são consumidos ou utilizados, em outras palavras, duram muito. O tempo de existência de uma geladeira é muito maior que o tempo de existência de um sorvete. Sendo assim, bens duráveis geralmente são adquiridos com menor frequência, o que os obriga a serem disponibilizados em locais pertinentes, com preço que pode variar consideravelmente e investimento em comunicação apropriado ao segmento de mercado que se pretende atender. Diferente dos bens não-duráveis, produtos desse tipo podem requerer venda pessoal e serviços adicionais, como garantia e assistência técnica, por exemplo. Os serviços são essencialmente produtos intangíveis, inseparáveis, variáveis e perecíveis. Sendo assim, requerem grandes esforços em controle de qualidade, construção de credibilidade e capacidade de adaptabilidade. O outro critério que o processo de marketing leva em consideração para classificação de produtos é definido como frequência de uso/hábito de consumo, sendo aplicado principalmente a bens de consumo, ou seja, aqueles destinado ao uso por consumidores finais. Isso gera a quatro classificações: bens de conveniência, bens de compra comparada, bens de especialidade e bens não-procurados. Os bens de conveniência são aqueles adquiridos com grande frequência, de forma imediata e com o mínimo esforço por consumidores finais. Os bens de conveniência podem ser sub- classificados como de consumo geral (ou básicos), de impulso ou de emergência. Um sorvete é adquirido, durante a vida de um consumidor final, infinitamente mais vezes do que uma geladeira. Os bens de compra comparada, segundo o critério estabelecido, é o oposto do descrito anteriormente, ou seja, são aqueles adquiridos com frequência menor pelo consumidor final ao longo de sua vida. Por causa disso, existe grande envolvimento em seu processo de compra em termos de adequação, qualidade percebida, preço, modelo, dentre outros. Os bens de compra comparada podem classificados como bens de compra comparada homogêneos ou bens de compra comparada heterogêneos, em função da variabilidade de versões possíveis inerente à categoria analisada. Uma geladeira é adquirida por um consumidor final em frequência infinitamente menor do que um sorvete em seu cotidiano. Os bens de especialidade são aqueles que possuem características singulares ou diferenciação por imagem de marca pelos quais um número suficiente, e pequeno quando comparado ao consumo dos produtos das classificações anteriores, de compradores está disposto a fazer um esforço extra de aquisição. Isso é mais facilmente entendido por meio de exemplos como carros de luxo ou de estilo específico, equipamentos de mergulho, equipamento de fotografia ou vestuário. Bens de especialidade envolvem menos comparação e podem estar disponibilizados somente em função da ciência de seu público-alvo. Os bens não-procurados são aqueles pouco conhecidos, ou mesmo desconhecidos, e que consumidores finais, por princípio, não pensam em comprar. Exemplo típico são os vários tipos de seguro existentes, alarmes, jazigos e lápides, detectores de fumaça, dentre outros. O desafio, nesse caso, passa pelo esforço de fazer com que produtos desse tipo sejam mais conhecidos, quebra de resistência inicial e capacidade de executar venda pessoal ou incentivo a intermediários do canal de distribuição. Os bens industriais são aqueles adquiridos por instituições, o que envolve empresas dos mais variadostipos, ou seja, uma situação de oferta e demanda ligada ao contexto business-to-business (B2B). Bens industriais são classificados segundo o modo como entram no processo de fabricação e de seu custo relativo. Sendo assim, podem ser classificados em três grupos: materiais e peças, bens de capital, e suprimentos e serviços empresariais. Materiais e peças estão ligados diretamente ao processo de produção e podem pertencer a dois sub- grupos: matéria-prima, materiais e peças manufaturadas. As matérias- primas podem também podem pertencer a dois sub-grupos: produtos agropecuários e produtos naturais. Os materiais e peças manufaturadas podem ser classificadas em dois sub-grupos: materiais componentes e peças componentes. Os bens de capital são bens de longa duração que facilitam o desenvolvimento ou o gerenciamento do produto acabado e são divididos em dois sub-grupos: instalações e equipamentos. Os suprimentos e serviços empresariais são bens de curta duração que facilitam o desenvolvimento ou o gerenciamento do produto acabado. Os suprimentos podem ser divididos em dois grupos: suprimentos operacionais e suprimentos de manutenção e reparos. Em se tratando de um bem de consumo ou de um bem industrial, o grande desafio do processo de marketing passa pela criação de valor por meio da diferenciação. Dentre as formas de diferenciação, as mais utilizadas são: forma, design, característica, qualidade de desempenho, qualidade de conformidade, durabilidade, confiabilidade, facilidade de reparo e estilo. A diferenciação em serviços se dá pela facilidade de pedido, entrega, instalação, treinamento do cliente, orientação ao cliente e manutenção e reparo. Atividade extra Nome da atividade: assistir o filme “Amor e outras drogas”. http://www.adorocinema.com/filmes/filme-147203/ Referência Bibliográfica KANAANE, Roberto; RODRIGUES, Carlos Eduardo, Curso de Marketing - Cenários, Estratégias e Ferramentas. Rio de Janeiro: Atlas, 2016. LAS CASAS, Alexandre Luzzi, Marketing - Conceitos, Exercícios, Casos, 9ª edição. Rio de Janeiro: Atlas, 2017. GREWAL, Dhruv; Marketing. Porto Alegre: AMGH, 2017. AAKER, D. A. Marcas Brand Equity Gerenciando o Valor da Marca. São Paulo: Negócio, 1998. KELLER, K.L.; MACHADO, M. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing, 14ª edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. http://www.adorocinema.com/filmes/filme-147203/
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