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UNIVERSIDADE DO NORTE DO PARANÁ-UNOPAR CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO MARINA DE OLIVEIRA NUNES REGIVAN FEITOSA SOUSA ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Altamira - PA 2022 MARINA DE OLIVEIRA NUNES REGIVAN FEITOSA SOUSA ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Trabalho apresentado como requisito a produção textual interdisciplinar em grupo, referente às atividades Interdisciplinares do curso de Bacharelado em Nutrição Como exigência para conclusão do 5º semestre e obtenção de média nas disciplinas de: Assistência Nutricional Para Gravemente Enfermos Prof.ª Daniele Cristina Fernandes Niehues Assistência Nutricional nas Patologias do Sistema Digestório e Órgãos Anexos Prof.ª Naiara Lourenco Mari Assistência Nutricional na Obesidade e Doenças Cardiovasculares Prof.ª Flavia Maronesi Nutrição, Exercício Físico e Estética Prof.ª Daniele Cristina Fernandes Niehues Tutoria EAD Adriana Bordin Tutoria presencial Clenia Gomes Altamira - PA 2022 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 2. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 4 2.1. Prescrição Dietética Para Pacientes Com Risco Nutricional ...................... 4 2.2. Orientação Nutricional Para Pacientes Com Cardiopatia Congênita ......... 9 2.3. Acidente Vascular Cerebral E Disfagia ....................................................... 10 2.4. Orientação Nutricional Vegana ................................................................... 12 3. CONCLUSÃO .................................................................................................... 16 4. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 17 3 1. INTRODUÇÃO O Acidente Vascular Cerebral é uma doença que afeta as artérias que levam ao cérebro e dentro dele. É a causa de um número expressivo de mortes e uma das principais causas de incapacidade no Brasil. Um acidente vascular cerebral ocorre quando um vaso sanguíneo que transporta oxigênio e nutrientes para o cérebro é bloqueado por um coágulo ou estoura, ou se rompe. Quando isso acontece, parte do cérebro não consegue obter o sangue e oxigênio de que precisa, então ele e as células cerebrais morrem. O cérebro é um órgão extremamente complexo que controla várias funções do corpo. Se ocorrer um derrame e o fluxo sanguíneo não puder atingir a região que controla uma função específica do corpo, essa parte do corpo não funcionará como deveria. Os efeitos de um acidente vascular cerebral dependem de vários fatores, incluindo a localização da obstrução e a quantidade de tecido cerebral afetado. No entanto, como um lado do cérebro controla o lado oposto do corpo, um derrame que afeta um lado resultará em complicações neurológicas no lado do corpo que afeta. Assim apresentamos o trabalho como uma produção textual interdisciplinar sobre Acidente Vascular Cerebral, fazendo uma relação com o caso de Larissa apresentado na SGA. Ademais, o trabalho é apresentado em 4 desafios que discorrem sobre a prescrição dietética e orientações nutricionais, com respaldo teórico nas bibliografias sugeridas, demais livros, artigos e a interdisciplinaridade das disciplinas deste semestre. 4 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Prescrição Dietética Para Pacientes Com Risco Nutricional Um acidente vascular cerebral, também conhecido como ataque isquêmico transitório ou acidente vascular cerebral (AVC), acontece quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é bloqueado. Isso impede que o cérebro obtenha oxigênio e nutrientes do sangue. Sem oxigênio e nutrientes, as células cerebrais começam a morrer em poucos minutos. O sangramento repentino no cérebro também pode causar um derrame se danificar as células cerebrais. Desse modo, um acidente vascular cerebral é uma emergência médica. Um acidente vascular cerebral pode causar danos cerebrais duradouros, incapacidade a longo prazo ou até mesmo a morte. Os sinais de um acidente vascular cerebral podem variar de fraqueza leve a paralisia ou dormência em um lado do rosto ou do corpo. Outros sinais incluem dor de cabeça súbita e intensa, fraqueza repentina, dificuldade para enxergar e dificuldade para falar ou entender a fala. Os sinais e sintomas de um acidente vascular cerebral geralmente se desenvolvem rapidamente. No entanto, eles podem se desenvolver ao longo de horas ou mesmo dia, como quando um ataque isquêmico transitório se transforma em um acidente vascular cerebral. O tipo de sintomas depende do tipo de acidente vascular cerebral e da área do cérebro que é afetada. Os sinais de um AVC podem incluir: • Dormência ou fraqueza repentina, especialmente em um lado do corpo; • Confusão súbita ou dificuldade para falar ou entender a fala; • Problemas repentinos para ver em um ou ambos os olhos; • Problemas súbitos para caminhar, tonturas ou perda de equilíbrio ou coordenação; • Dor de cabeça severa repentina sem causa conhecida. Um acidente vascular cerebral pode causar danos cerebrais duradouros, incapacidade a longo prazo ou até mesmo a morte. Quando você tem um derrame, seu médico pode avaliar a gravidade. Um acidente vascular cerebral mais grave significa que mais tecido cerebral foi danificado. Quando houve danos significativos, seu médico pode chamá-lo de um acidente vascular cerebral maciço. 5 Isso pode significar complicações mais graves. O médico diagnosticará um derrame com base em nos sintomas, seu histórico médico, um exame físico e resultados de testes. Seu médico vai querer descobrir o tipo de derrame, a causa, a parte do cérebro que é afetada e se tem sangramento no cérebro. Ele solicitará um exame de imagem para examinar os vasos sanguíneos do cérebro. Isso ajudará a determinar que tipo de derrame é e onde exatamente aconteceu. Quanto mais rápido esses testes puderem ser feitos, melhor o médico poderá tratá-lo. Os testes para diagnosticar o AVC incluem o seguinte: • Tomografia computadorizada (TC); • Ressonância magnética (RM); • Exames de sangue; • Eletrocardiograma (ECG); • Punção Lombar; • História médica e exame físico. Vale ressaltar que um eletrocardiograma pode ajudar a detectar problemas cardíacos que podem levar a um derrame. Por exemplo, este teste pode ajudar a diagnosticar fibrilação atrial ou um ataque cardíaco anterior, ou como no caso de Larissa citada na SGA, na qual durante seu treino de natação começou a sentir tontura, não conseguia falar, a parte esquerda paralisou ficando totalmente imóvel impossibilitando pedir socorro, se enquadrando em um caso de AVC causado pela cardiopatia congênita. Um acidente vascular cerebral requer cuidados de emergência. Provavelmente o paciente receberá tratamento em uma unidade especializada em AVC do hospital. Uma equipe de especialistas supervisionará o atendimento. O tratamento dependerá se o acidente vascular cerebral foi isquêmico ou hemorrágico, quanto tempo se passou desde o início dos sintomas e se tem outras condições médicas. No caso de Larissa, é importante destacar que ela possui 31 anos, é saudável e com uma boa alimentação, com diagnóstico de cardiopatia congênita que levou a um AVC. Após admissão da paciente na UTI, foi realizada a avaliação nutricional e ela apresenta risco nutricional. Está estabilizada hemodinamicamente, com capacidade total de digestão e absorção, necessidades energéticas de 1800kcal/dia. Será administrada uma dieta hipercalórica, hiperproteica, densidade de 6 1,5 KCal/mL, 650 mOsm/Kg de água, fracionada 6 vezes ao dia. A desnutrição é comum após o AVC e pode afetar os custos de reabilitação e saúde. Falta uma visão abrangenteda condição nutricional dos pacientes com AVC desde a fase hiperaguda até a fase crônica. Esta revisão sistemática teve como objetivo investigar a prevalência de condição nutricional prejudicada (INC) em todo o continuum de cuidados em fases específicas após o acidente vascular cerebral. Comer bem após um derrame é a chave para a recuperação. A escolha de alimentos saudáveis pode ajudar a controlar a pressão arterial , o peso corporal, reduzir o risco de uma pessoa ter outro AVC e pode ajudar com as demandas da terapia de AVC e outras atividades diárias. Prevenir outro AVC e manter-se saudável pode ser alcançado quando você toma as medidas adequadas para controlar seu peso e pressão arterial. Fazer escolhas alimentares saudáveis é um passo importante na direção certa, e um nutricionista registrado pode ajudá-lo a escolher os alimentos certos. Um nutricionista pode ensiná-lo a preparar e planejar refeições e lanches para melhorar sua saúde. Esta ferramenta educacional é fornecida para começar no caminho da recuperação. Não há duas pessoas com os mesmos resultados; portanto, incorpore essas estratégias de alimentação saudável com check-ups frequentes com o médico e tome seus medicamentos conforme prescrito. Mas em suma, os hospitais seguem um padrão para esses casos: • Dieta zero até avaliação fonoaudiológica; • SF0,9%________mL EV BIC________mL/h; • 10. Higienização da cavidade oral com Anti-séptico oral 3x/dia; • Glicemia capilar 4/4h; • Glicose 50% 5FA EV, se glicemia < 70mg/dL; • Insulina Regular subcutânea conforme esquema: • Mudança de decúbito 3/3h; • Cabeceira elevada 30°; • Fisioterapia respiratória e motora; • Monitorização Contínua + Balanço Hídrico Pacientes em terapia de nutrição enteral (TNE) devem receber um 7 volume de dieta que atenda às necessidades energéticas dos pacientes. Mas nem sempre é simples ajustar o volume de dieta que o paciente receberá por horário. Pensando em te ajudar nesse processo, criamos um passo a passo para calcular o volume de dieta enteral a ser administrado por horário. No caso da alimentação intermitente, a administração da dieta deve ser iniciada com um volume baixo (60 ml a 100 ml) até atingir a concentração total diária, dividindo-se o volume total por 6 a 8 infusões (a cada 3 ou 4 horas, por exemplo), dependendo da aceitação e necessidade do paciente. Exemplo: o paciente receberá a dieta 7 vezes ao dia, no primeiro dia, será ofertado 60ml por horário, totalizando 420ml no final do dia; no segundo dia receberá 70 ml por horário, totalizando 490ml no dia, e assim por diante até que se atinja os 1200ml que o paciente precisa receber por dia; Quando a infusão for contínua, deve-se iniciar a administração da dieta com 10 ml/hora a 40 ml/hora, com aumento de 10 ml a 20 ml a cada 8 a 12 horas, conforme tolerância do paciente. Assim, se no primeiro dia forem oferecidos 20ml por hora e o paciente receber dieta por 20h, serão oferecidos 400ml da dieta em 1 dia. Percebe-se que podem ser necessários alguns dias para que o paciente receba o total de energia necessário a sua recuperação, portanto, o quando antes for iniciada a TNE, melhor. A TNE deve fornecer no mínimo 50% a 65% das necessidades energéticas do paciente, durante a primeira semana de hospitalização, para que se possa obter os benefícios clínicos. Estudos revelam que esta quantidade é necessária para prevenir aumento da permeabilidade intestinal em pacientes com transplante de medula óssea, promover o rápido retorno das funções cognitivas em pacientes com injúrias de cabeça e para melhorar os resultados da modulação imune em pacientes críticos. Se o fornecimento de 100% das necessidades calóricas não puder ser atingido dentro de 7 a 10 dias por meio da NE, a complementação com nutrição parenteral pode ser considerada. Entretanto, isto aumentaria os custos hospitalares e não necessariamente reflete benefícios adicionais ao paciente, já que é a TNE a responsável por manter a integridade intestinal, reduzir o estresse oxidativo e modular a imunidade sistêmica. Diariamente, os nutricionistas fazem a pergunta de como hidratar 8 adequadamente um paciente em nutrição enteral. É crucial que essas instruções sejam seguidas porque a maioria dos pacientes não recebe a quantidade adequada de água apenas em sua dieta. A tabela abaixo mostra que a água contida nos diferentes alimentos depende da concentração dos alimentos. No caso da SGA, tem-se uma paciente de 31 anos, com 51,5Kg e foi prescrito 1800Kcal/dia, 650 mOsm/Kg de. Ao escolher a dieta, foi escolhida uma dieta com 1,5 kcal/ml cuja composição de macro e micronutrientes estava adequada ao paciente. Sendo assim, é possível calcular o volume de dieta necessário para Larissa: 1000ml – 1500 kcal (1,5 kcal/ml) X ml – 1800 kcal 1500 X = 1800000 X = 1800000/1500 X= 1200ml de dieta ao dia Se considerarmos que essa dieta padrão tem 80-86% de água (média 83%), podemos dizer que 996ml são água livre. Ademais, deve-se calcular a necessidade hídrica de Larissa considerando seu estado de saúde. Adultos tem-se a recomendação 30-35ml/kg/dia,. 51,5kg x 0,035L→ 1,800L/dia Assim, a necessidade hídrica de Larissa corresponde a 1800ml ao dia, sendo que a oferta de água através da dieta é de 1,200ml, faz-se necessário a reposição hídrica de mais 600ml aproximadamente. 9 2.2. Orientação Nutricional Para Pacientes Com Cardiopatia Congênita A doença cardíaca congênita é um ou mais problemas com a estrutura do coração que existem desde o nascimento. Congênito significa que você nasceu com a condição. A doença cardíaca congênita em adultos e crianças pode alterar a forma como o sangue flui através do coração. Existem muitos tipos diferentes de defeitos cardíacos congênitos. Este artigo enfoca a cardiopatia congênita em adultos. Alguns tipos de cardiopatia congênita podem ser leves. Mas defeitos complexos podem causar complicações com risco de vida. No entanto, os avanços no diagnóstico e tratamento continuam a melhorar a sobrevida para aqueles com cardiopatia congênita. Pessoas com doença cardíaca congênita precisam de cuidados médicos ao longo da vida. O tratamento pode incluir exames regulares (espera vigilante), medicamentos ou cirurgia. Se você tem cardiopatia congênita em adulto, pergunte ao seu médico com que frequência você precisa de um check-up. Os bons hábitos de saúde de uma pessoa com cardiopatia congênita são exatamente os mesmos de quem não nasceu com cardiopatia. A principal diferença é que formar bons hábitos é ainda mais importante se tiver cardiopatia congênita. A alimentação saudável é crucial, assim como no caso de Larissa: • Comer vegetais e frutas e limitar a ingestão de sucos; • Usar óleos vegetais e margarinas macias com baixo teor de gordura saturada e ácidos graxos trans em vez de manteiga ou da maioria das gorduras animais • Comer grãos integrais em vez de pães e cereais refinados; • Reduzir a ingestão de bebidas e alimentos açucarados; • Usar leite desnatado ou com baixo teor de gordura (um por cento); • Aumentar o consumo de peixe, use apenas cortes magros de carne e produtos de carne com baixo teor de gordura e remova a pele das aves. • Reduzir a ingestão de sal; • Aprender sobre uma refeição equilibrada, tamanho da porção e conteúdo calórico dos lanches; • Limitar a alimentação fora de casa e incentive a alimentação em casa. Siga as dicas para refeições saudáveis para o coração. Grupos de alimentos dentro da prescrição dietética: 10 • Grãos: Certifique-se de que pelo menos metade de suas escolhas deste grupo venha de grãos integrais. • Legumes: Escolha vegetais verdes e laranjas ricos em nutrientes e lembre-se de comer regularmente feijão e ervilha. • Frutas: Coma uma variedade de frutas frescas, congeladas ou secas todos os dias. Laticínios: Escolha alimentoslácteos com baixo teor de gordura ou sem gordura, ou uma variedade de alimentos ricos em cálcio não lácteos todos os dias. • Proteína: Escolha carnes magras ou com baixo teor de gordura, aves; e lembre- se de variar suas escolhas com mais feijões, ervilhas, nozes, sementes e fontes de peixe. Em termos de gorduras, faça a maioria de suas fontes de gordura de peixes, nozes e óleos vegetais. Limite as fontes de gordura da manteiga, margarina, gordura ou banha. Vale ressaltar para Larissa, que o consumo de álcool deve ser evitado, pois pode aumentar a pressão arterial e contribuir para ritmos cardíacos anormais. Além disso, o álcool pode afetar adversamente medicamentos cardíacos comuns, como a varfarina. Ademais, fumar pode aumentar a pressão arterial, afetar negativamente a frequência cardíaca e danificar os vasos sanguíneos em todo o corpo. Muitos pacientes com cardiopatia congênita confiam que os pulmões estejam nas melhores condições possíveis para permitir uma boa circulação. 2.3. Acidente Vascular Cerebral E Disfagia O acidente vascular cerebral pode causar um distúrbio de deglutição chamado disfagia. Teasell (2013) afirma que a incidência de disfagia é relatada em 29 a 67% no estágio agudo do AVC. E que a presença de disfagia em sobreviventes de AVC tem sido associada com aumento da mortalidade e com morbidades como desnutrição, desidratação e comprometimento pulmonar. O autor supracitado afirma que não se tem uma dieta específica para tratar a disfagia e que as dietas com textura modificada geralmente são o primeiro 11 passo no manejo da disfagia. Tais dietas têm por objetivo diminuir o risco de aspiração, fornecer líquidos e nutrientes adequados e fornecer uma abordagem progressiva à alimentação com base na melhora ou deterioração da função de deglutição (TEASELL, 2013). Durante o período de internação pós acidente vascular cerebral, o paciente deve ser examinado para determinar sua capacidade de deglutição por meio de um teste de triagem simples, válido, confiável, de beira de leito, antes de iniciar a ingestão oral de medicações, líquidos ou alimentos. Os pacientes que não forem aprovados na triagem devem ser avaliados por um especialista em problemas da fala e da linguagem (TEASELL, 2013). Na escala de severidade da disfagia, denominada Doss –Dysphagia Outcome Severity Scale a disfagia é classificada em sete níveis, sendo que o nível 1 corresponde ao mais avançado da disfagia e o nível 7,à condição normal de deglutição. Seguindo esse parâmetro Larissa classifica-se com o nível 4 Disfagia leve moderada. Nesse nível de disfagia o paciente pode apresentar um ou mais dos seguintes problemas: retenção de alimento em faringe, clareada após a solicitação do examinador; retenção alimentar em cavidade oral, clareada após a solução; aspiração de uma consistência de alimento, ou penetração no nível das pregas vocais, com tosse, de duas consistências, ou penetração no nível de pregas vocais, sem tosse, de uma consistência (OLIVEIRA, et al., 2008). Para esse grau de disfagia a recomendação é priorizar o consumo de alimentos úmidos com textura macia, que exijam alguma mastigação e sejam facilmente formados em bolo alimentar; as carnes são moídas ou trituradas em pedaços pequenos; transição dos purês para alimentos com textura mais sólida; o paciente deve ser capaz de mastigar. Neste sentido Larissa deve seguir as seguintes recomendações: Grupo de Alimentos Recomendados Evitados 12 Pães, Cereais, Raízes e Tubérculos Pão macio sem casca e umedecido com líquido engrossado; mingau de cereais: farinha de arroz ou aveia, amido de milho, fécula de batata; polenta mole; purê de arroz, batata, mandioca; sopa liquidificada e engrossada. Pães secos; rocambole; bolo; biscoitos; panqueca; tortas; arroz doce; canjica; todos os cereais secos em farelo; mingaus contendo sementes ou pedaços de frutas; arroz e massas em geral. Carnes (boi, porco, frango e peixe) e ovos Carne liquidificada; purê de carne; purê de ovo. Carnes em pedaços ou moídas; ovos duros, fritos ou mexidos. Feijões Purê homogêneo ou caldo engrossado de feijões, soja, lentilha, ervilha e grão de bico. Grãos inteiros (não amassados / liquidificados). Verduras e legumes Purê homogêneo, peneirados e engrossados (purê de cenoura, beterraba), sopa liquidificada e engrossada. Hortaliças tenras; molho tomate com semente ou ralo. Frutas Frutas frescas ou cozidas na consistência de purês; bananas bem amassadas; suco de frutas coado e espessado. Frutas inteiras (frescas, congeladas, enlatadas ou secas); suco de frutas com pedaços e sementes e não espessado . Leite e derivados Creme de leite; molho branco; requeijão cremoso; iogurte cremoso consistente e sem pedaços; vitamina de frutas espessada e sem pedaços. Queijos com grumos; iogurte ralo com pedaços de frutas. Ingestão Hídrica Fornecer alimentos umedecidos ou bebidas mais espessas para hidratação adequada Evitar líquidos ralos. 2.4. Orientação Nutricional Vegana Para elaborar um plano dietético de dietas vegetarianas é necessário o conhecimento acerca das características do veganismo, do posicionamento científico vigente, bem como uma atitude de respeito ao indivíduo e às motivações 13 que o levaram a adotar tal comportamento alimentar. Profissionais de saúde, em especial nutricionistas, devem conhecer os riscos potenciais associados com dietas vegetarianas, especialmente as restritivas, e sugerir formas de minimizá-los (MARTINS;CARNEIRO; PIMENTEL, 2015). Ao planejar uma dieta vegetariana saudável deve-se priorizar a variedade, o consumo de alimentos na sua forma mais natural e a adequação de nutrientes que podem ter o risco de ingestão insuficiente, como: proteínas, ácidos graxos ômega 3, ferro, zinco, cálcio, vitaminas D e B-12 (MARTINS;CARNEIRO; PIMENTEL, 2015). Para construir músculos, os indivíduos precisam considerar a nutrição juntamente com o treinamento de resistência. Larissa, após sua recuperação precisa do auxílio de um nutricionista esportivo para ajudar no ganho de massa muscular, que perdeu durante a internação, e o desempenho durante os treinos. Ela treina 3x/semana, das 6:00h às 7:00h, é vegetariana e tem intolerância à lactose. As proteínas são um grupo de macronutrientes chave no processo de ganho de massa muscular, visto que são a segunda maior fonte de energia do nosso corpo. Por este motivo seu consumo adequado é de suma importância no crescimento e reparação celular, funcionamento normal dos músculos, transmissão de impulsos nervosos e para o sistema imunológico, sendo consideradas como o componente funcional e estrutural do corpo. Em relação a importância das proteínas na prática esportiva Paschoal e Naves (2014) afirmam que todas as células do organismo são estruturalmente formadas por elas. Embora exista uma enorme diversidade dessas proteínas, moduladas e formadas a partir de diferentes sequências de aminoácidos, metade do conteúdo proteico total do corpo humano é constituído essencialmente por quatro: hemoglobina, colágeno, actina e miosina. Neste sentido Wendling (2018) afirma que as principais vantagens das proteínas na prática de atividades físicas estão em suas características plásticas de construção e de remodelação da musculatura, capaz de incentivar a síntese de proteínas musculares (SPM), melhorar as estruturas de tendões e de ossos e realizar o reaproveitamento da proteína corporal. E a funcionalidade que os aminoácidos têm de serem usados como substrato energético de emergência no esforço, poupando glicogênio. Outro grupo de macronutrientes essenciais neste processo são os 14 carboidratos. Córdoba (2013) afirma que os carboidratos são o principal nutriente para o treinamento e a recuperação, sendo o recurso ergogênicomais estudado na nutrição esportiva por ser substrato energético para o músculo e o cérebro durante o exercício físico. Os carboidratos repõem os estoques de glicogênio nos músculos e no fígado e ajudam a evitar a fadiga durante o treino. A seguir estão alguns alimentos e suplementação que Larissa pode estar utilizando, já que os alimentos que contêm proteínas para ajudar alguém a construir músculos. Alguns também contêm carboidratos e fibras, enquanto muitos outros contêm micronutrientes benéficos. • Nozes e manteigas de nozes: As nozes são uma ótima fonte de proteínas, gorduras saudáveis e calorias, tornando-as uma excelente escolha se você deseja ganhar peso. Um punhado diário ou dois de nozes , como amêndoas, castanhas de caju, nozes ou nozes, podem adicionar calorias suficientes à sua dieta para apoiar o ganho de peso saudável. As manteigas de nozes, que são ricas em calorias, também são uma opção rápida e conveniente – embora você deva optar por variedades naturais sem adição de açúcar ou óleos. Adicione manteiga de nozes a lanches, acompanhamentos ou smoothies para aumentar as proteínas e as calorias. • Abacate: Abacates são famosos por sua textura cremosa e sabor delicioso e suave. Eles também possuem um perfil nutricional impressionante e ajudam a promover o ganho de peso saudável, fornecendo muitas gorduras e fibras 15 saudáveis para o coração. Abacates também são ricos em uma variedade de micronutrientes, incluindo vitamina C, folato, ácido pantotênico e potássio. • Quinoa: Quinoa é um pseudo-grão saudável carregado com proteínas, fibras e muitos outros nutrientes que seu corpo precisa. A quinoa é uma das poucas fontes completas de proteína à base de plantas, o que significa que fornece todos os nove aminoácidos essenciais . Seu corpo é incapaz de produzi-los por conta própria e deve obtê-los dos alimentos. A quinoa também fornece uma boa quantidade de manganês, magnésio, fósforo, cobre e folato. • Azeite: Rico em gorduras monoinsaturadas saudáveis, o azeite de oliva é bem conhecido por suas propriedades promotoras da saúde. As gorduras monoinsaturadas demonstraram aumentar os níveis de colesterol HDL “bom”, reduzir os triglicerídeos no sangue e ajudar a melhorar os níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabetes tipo. O azeite também é rico em antioxidantes, que são compostos benéficos que previnem o dano oxidativo às células e reduzem o risco de doenças crônicas. • Frutos Secos: As frutas secas são uma ótima maneira de ganhar calorias extras, vitaminas, minerais e antioxidantes. Como as frutas secas também são ricas em açúcares naturais, é melhor combiná-las com uma fonte de proteína nutritiva para minimizar os efeitos potenciais sobre o açúcar no sangue. • Leguminosas: Leguminosas, como lentilhas, feijão e grão de bico, contêm uma boa quantidade de proteínas, fibras e calorias. As leguminosas também são geralmente ricas em vitaminas e minerais importantes, incluindo folato, magnésio, ferro, zinco e potássio . • As pessoas que comem uma dieta baseada em vegetais podem achar a proteína de soja em pó uma adição valiosa para aumentar sua ingestão de proteínas. Eles podem adicioná-lo a um smoothie junto com algumas frutas e leite à base de plantas. • Leite de soja: O leite de soja é uma fonte de proteína adequada para pessoas que seguem uma dieta baseada em vegetais ou são intolerantes ao leite lácteo. O planejamento dietético para vegetarianos deve incluir as fontes de vitamina B12, a quantidade e a frequência da ingestão. Veganos necessitam de suplementos ou alimentos fortificados com vitamina B12 (ADA, 2009). 16 3. CONCLUSÃO Um AVC pode afetar a maneira como um indivíduo come de diferentes maneiras, dependendo de como isso afeta o cérebro. O paciente pode ter dificuldades para engolir, o que pode afetar a quantidade e o tipo de comida que ele pode comer, ou pode ter sido afetado de outras maneiras, dificultando sair para comprar sua própria comida, preparar refeições ou alimentar-se. Para algumas pessoas, o derrame não afetará sua capacidade de comer; nesse caso, o foco será na alimentação saudável para ajudar a evitar que isso aconteça novamente. Independentemente de como foi afetado, haverá uma equipe de profissionais de saúde que trabalharão juntos e com você para ajudá-lo em sua recuperação. . As pessoas que são intolerantes à lactose podem consumir proteína de soro de leite sem lactose. Isso os ajuda a obter os nutrientes de que precisam sem experimentar sintomas adversos em seu ganho de massa muscular, como a Larissa. Hoje, existem avanços nas tecnologias de processamento de alimentos que ajudam a eliminar a lactose e os carboidratos dos suplementos de proteína. O processo de ultrafiltração permite a remoção de lactose e carboidratos do soro. Contudo, possuir uma dieta saudável pode ajudar a reduzir a pressão arterial e os níveis de colesterol , além de ajudar a alcançar e manter um peso saudável. Isso significa comer uma dieta que inclua pelo menos cinco porções de frutas e vegetais por dia, peixe (branco e oleoso), leguminosas e grãos integrais. Você deve limitar doces, bolos, biscoitos e carnes processadas e gordurosas. É importante também trocar as gorduras saturadas em sua dieta por gorduras insaturadas e reduzir a ingestão de sal evitando alimentos com alto teor de sal, como carnes processadas, salgadinhos e sopas prontas, além de não adicionar sal aos alimentos. 17 4. REFERÊNCIAS BERNARDI T, Bueno ALM, Benetti LM. Acidente vascular cerebral em mulheres de 20 a 39 anos, no Rio Grande do Sul, para os anos de 2011 a 2020. São Paulo: RevRecien. 2022; 12(37):211-221. CHAVES MLF. Acidente vascular encefálico: conceituação e fatores de risco. Rev Bras Hipertens. 2000; 7(4): 372-382. CÓRDOBA, Glenys Mabel Caballero. Nutrição aplicada à saúde e ao esporte. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. MALCHER SAO, Miranda CAM, D'Albuquerque DCML, Soares CGM, Cavalcante FOQ. Estudo clínico-epidemiológico de pacientes com acidente vascular de um hospital público. Rev Para Med. 2008;22(3): 53-58. MARTINS, M.C.T; CARNEIRO, M. de M.; PIMENTEL; C. V. de M. Planejamento Dietético Para O Vegetariano, in: PHILIPPI, S. T. AQUINO, R. de C. de. Dietética: Princípios para o Planejamento de uma Alimentação Saudável. -Barueri, SP : Manole, 2015. OLIVEIRA, MMG. et al. Terapia nutricional em disfagia: a importância do acompanhamento nutricional. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano VI, nº 16, abr/jun 2008. Disponível em: https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ ciencias_saude/article/view/382#:~:text=A%20terapia%20nutricional%20e%20exerc %C3%ADcios,enteral%20para%20a%20dieta%20oral. ROSSI, L. et al. Tratado de Nutrição e Dietoterapia. Grupo GEN, 2019. Capítulo 57. Doenças do Sistema digestório. SBC. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível em: ://www.portal. cardiol.br/post/sbc-atualizarelat%C3%B3rio-estat%C3%ADstica-cardiovascular- brasil. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível em: https://www.portal.cardiol.br/. Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares. Disponível em: https://avc.org. br/membros/diretrizes-em-avc/. 18 TEASELL, R. Reabilitação Do Acidente Vascular Cerebral. in: SPENCE, J. D.; BARNET, H. J. M.. Acidente Vascular Cerebral: Prevenção, Tratamento e Reabilitação. [tradução: Jussara N. T. Burnier ; revisão técnica: Alessandro Finkelsztejn]. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013. Disponível em : <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580552508/pageid/1> Data de Acesso: 23.10.2022 WENDLING, N .M. de S. Introdução À Nutrição Esportiva. Curitiba: InterSaberes, 2018. Disponível em: < https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/158377/pdf/0?code=laPD4zSrAR HltdoYKTAZ9GirVSDmfnDgXGrkYhbUZ/v/YSLmNaM22ZA05aLoaWe0bvgCRsC4Xk ubdxN4DlGIdw==>Data de acesso: 23.10.2022. ZÉTOLA, V.H.F. et al. Acidente Vascular Cerebral em pacientes jovens: análise de 164 casos. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 2001.
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