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Gustavo Moreno T19 AULA 7.2: Gestação Múltipla: Introdução: Conceito: apresentação concomitante de 2 ou mais conceptos no útero materno ou fora dele Classificação: dupla ou gemelar, tripla, quádrupla, quíntupla e assim por diante Os conceptos de qualquer prenhez múltipla são considerados gêmeos** Gestação múltipla: Incidência: 26 gemelares/1000 nascimentos 06 trigemelares/1000 nascimentos Vem aumentando nos últimos 30 anos: desenvolvimento e desta utilização de drogas indutoras da ovulação e de técnicas de reprodução assistida. Gestação Múltipla: Associa-se maior risco de complicações Aumento da morbimortalidade perinatal e materna Complicações materna 3-7 vezes mais frequentes do que na gestação única Complicações maternas mais comuns: Pré eclâmpsia ⇒ 5 a 25% Descolamento prematuro de placenta ⇒ 2 a 6% Hemorragia pós parto ⇒ 6 a 22% Complicações fetais mais frequentes e específicas em gemelares: Prematuridade óbito neonatal ou intrauterino de 1 dos conceptos CIUR Parto traumático Oligo / polidrâmnio Transfusão gemelo-gemelar Alterações morfológicas fetais Determinação da Zigotia** Gêmeos Dizigóticos ou fraternos: *** 2 óvulos e 2 espermatozoides Embriões dicoriônicos e diamnióticos Genótipos distintos Eventualmente apresentam fenótipos semelhantes – semelhança entre irmãos Gêmeos Monozigóticos ou Idênticos: ** 1 Óvulo e 1 espermatozóide Mesmo genótipo (sexo, grupo sanguíneo, fatores séricos, características físicas e tendências patológicas iguais). Semelhança absoluta Tem que ser do mesmo sexo As gestações monozigóticas variam de acordo com o momento da divisão embrionária: Antes de 72 horas: dicoriônica e diamniótica Entre o 4º e o 8 º dia: monocoriônica e diamniótica Entre o 8º e o 13º dia: monocoriônica e monoamniótica Entre o 13º e o 15º dia: gemelidade imperfeita + monocoriônica e monoamniótica. Determinação da Zigotia: Todas as gestações dizigóticas são do tipo dicoriônicas Gestação monozigótica é menos comum – cerca de 1/3 de todas as gestações gemelares; Gêmeos Dizigóticos: Fatores predisponentes: Idade materna avançada → pico aos 37 anos Multiparidade → mais que 3 filhos História familiar da mulher Etnia (negro > caucasiano > oriental). Interrupção recente (até 1 mês) do uso de contraceptivo oral Técnica de reprodução assistida (FIV ou ICSI) Lembrar: Superfecundação: Raríssimo Fertilização de 2 óvulos em coitos diferentes no mesmo ciclo menstrual Só é possível comprová-la sendo flagrantes as dessemelhanças dos filhos ou evidenciada a dupla paternidade por procedimentos especiais – teste do DNA Diagnóstico da Zigotia: Parâmetros que podem assegurar a zigotia: ⇒ Na USG: sexos diferentes asseguram a dizigótica** ⇒ Grupos sanguíneos distintos atestam a dizigotia ⇒ Mais de um corpo lúteo na gestação inicial sugere gestação dizigótica Diagnóstico – USG: ** A USG define o tipo de gestação gemelar quanto ao numero de placentas e sacos amnióticos a partir de 6 a 7 semanas Quanto mais tardio o exame, mais dificil atestar a corionicidade As placentar das membranas fundidas e a visualização das membranas dos amnion também é prejudicada Na monocoriônica e monoamniótica os 2 embriões são vistos e um único saco gestacional, não se visualizando membrana entre eles. Na monocoriônica e diamniótica, os 2 embriões num único anel, porém separados por uma membrana Gêmeos Evanescentes ou “Vanishing Twin”: Morte de 1 gemelar antes das 12 semanas de gestação Por USG pode-se acompanhar a involução de 1 dos gemelares – Vanishing Twin Em 70-75% dos casos, o fenômeno de redução embrionária espontânea é produzido em gestações monocoriônicas - aumento da alfa fetoproteína. Apresentação Clínica: Anamnese: Informações sobre tratamento de infertilidade História familiar ou pessoal de gemelaridade Uso recente de contraceptivos orais Náuseas e vômitos são mais frequentes e intensos nas gestações múltiplas Exame Físico: Aumento desproporcional do fundo uterino e da circunferência abdominal Diagnóstico diferencial: gestação molar, miomatose uterina, massa anexial, etc. BCF de 2 ou mais fetos com zona silenciosa entre os focos e com diferença de frequência de > 10 bpm Identificação dos polos cefálicos Assistência à gestação gemelar: Deve ser diferenciada devido ao significativo potencial de complicações Considerada gestações de alto-risco Crescimento exagerado do útero: desconforto materno, dispnéia e uropatia obstrutiva A PA requer maior atenção: risco de hipertensão e pré-eclâmpsia é 4 vezes maior Acompanhamento seriado do crescimento dos fetos pela USG a partir do 2º trimestre – placentação desigual Mais de 50% dos gemelares e de 90% dos trigemelares nascem prematuros – média de 35 e 32 semanas, respectivamente A duração prolongada está associada com morte intra útero, portanto sua resolução não deve ultrapassar as 38 semanas Complicações Obstétricas: Maior constâncias ou gravidade das seguintes condições: Anemia Êmese e hiperêmese gravídica Dispnéia Edema supra púbico e dos MMII, varizes vulvares e dos MMII Estrias gravídicas Polidramnia – pode sugerir malformações fetais Abortamento (2 a 3x mais frequentes) Desordens hipertensivas (quadros toxêmicos + graves) Amniorrexe prematura Parto prematuro 30% Placenta prévia (2x >) Hemorragia pós parto – hipotonia uterina pela sobre distensão do órgão. Complicações das gestações monocoriônicas: Síndrome da transfusão feto-fetal: Aparece geralmente no 2º trimestre e complica cerca de 15% das gestações monocoriônicas Decorre de anastomoses entre as circulações feto placentárias (A-A. V-V ou A-V) O feto doador apresenta palidez, CIUR, hipoglicemia e oligodramônia. O feto receptor apresenta pletora, hidropisia, fenômenos trombóticos, insuficiência cardíaca e polidrania A fotocoagulação com laser das comunicações vasculares de fetoscopia revela sobrevida de 70% Interrupção da gravidez após 32 a 34 semanas (rezende) Varia com a qualidade da assistência da UTI neonatal. Gêmeos Conjugados: Raro Incidência de 1:50 mil a 100 mil nascimentos 0,5 a 1% das gestações monozigóticas monocoriônicas Divisão tardia de um único ovo fecundado após 13º dia pós concepção, por falha na divisão da linha mediana na placa germinativa. “Nascem grudados” Parto Gemelar: Pioram o prognóstico fetal no parto: Apresentações anômalas Discinesias uterinas Distócias posicionais Acidentes específicos da gestação múltipla e da prematuridade: prolapso de cordão, DPP, atonia uterina. Assistência ao trabalho de parto: Um pediatra para cada feto com conhecimento de técnica de RCP Monitorização frequente dos sinais vitais materno, acesso venoso e estoque apra eventual transfusão sanguínea Disfunção da atividade uterina: ocitócitos Amniotomia é permitida Escolha da via de parto: Essenciais: Conhecimento da corionicidade Volume de líquido amniótico Estimativa de peso Estática e bem estar fetais Indicações de cesárea eletiva Gestações trigemelares ou multifetais Gêmeos monoamnióticos Gêmeos unidos e Casos de transfusão feto-fetal Fatores considerados de maior relevância: Viabilidade dos fetos: Conceptos inviáveis e < 24 semanas = parto vaginal Apresentação dos fetos: Cefálico / cefálico – parto normal Cefálico / não cefálico – controverso (recentemente: tendência à cesárea, porém ainda não é consensual) Não cefálico / cefálico e não cefálico / não cefálico – tendência à cesárea Prognóstico: A prenhez gemelar apresenta mortalidade perinatal 5 a 7 vezes maior Responde por 10% dos TPP e 25% dos óbitos pré termo A gestação gemelar monozigótica apresenta taxas de morbimortalidade perinatal cerca de 2 a 3x maior do que a dizigótica A mortalidade é maior na gestação trigemelar e a sobrevivência de todos os conceptos é exceção entre quadrigêmeos
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