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IR sobre a Pensão Alimentícia

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STF DECIDE QUE NÃO DEVE INCIDIR IMPOSTO DE RENDA SOBRE A PENSÃO ALIMENTÍCIA
O imposto de renda é uma espécie de tributo federal, ou seja, trata-se de uma prestação pecuniária instituída em lei, cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir que não constitui são de ato ilícito. 
De início é preciso explicitar que o Imposto de Renda no Brasil foi instituído em 1922, através de Lei de Orçamento 4.625/1922, como em muitos outros países, e que desde então incide sobre a totalidade da renda do contribuinte. 
Ocorre que nos últimos tempos foi levantado o debate acerca da incidência do imposto de renda, fato é que a Receita Federal exige que a pessoa que recebe pensão alimentícia a declare como rendimentos tributáveis e recolha imposto de renda calculado sobre seu valor. 
O Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM) ajuizou ação junto ao STF, alegando a incompatibilidade da cobrança do imposto com a ordem constitucional.
Entretanto, o objeto de discussão é a lei 7.713/88 e do decreto 3.000/99 que preveem a incidência de Imposto de Renda nas obrigações alimentares.
Os argumentos foram no sentido de ressaltar que os valores referentes a verbas alimentares, não constitui renda, portanto não devem recaí os tributos, sendo uma afronta ai à dignidade do alimentado.
Os argumentos a favor da incidência foram no sentido de que se a ação fosse julgada procedente, criaria uma isenção dupla ilimitada, a qual gera uma distorção no sistema, uma vez que fere o princípio da capacidade contributiva, conforme destacou o Ministro Gilmar Mendes.
Alhures, nos termos da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) de nº 5.422, os votos a favor da procedência da ação foram no sentido de reafirmar a natureza das verbas alimentares, bem como, ressaltar que o alimentante, e não a pessoa alimentada, recebe o benefício da dedução, levando em consideração a incidência do imposto de renda sobre as quantias sujeitas ao tributo por ele recebidas, destacou o ministro Días Toffoli, entendimento acompanhado por maioria da casa.
A ação foi julgada procedente para afastar a incidência do Imposto de Renda sobre valores decorrentes do Direito de Família percebidos pelos alimentados a título de alimentos ou de pensões alimentícias.
Por fim, ressalta que não incide imposto de renda sobre a pensão alimentícia, por já existir o encargo de declarar por parte do alimentado, não havendo necessidade de uma nova declaração.

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