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Climatério e Osteoporose

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Beatriz Machado de Almeida - Internato 
 
CLIMATÉRIO 
DEFINIÇÃO 
• Conceito: período que vai desde a 
perimenopausa (primeiros indícios de falha 
ovariana) até 65 anos. 
• Manifestação inicial é irregularidade menstrual 
(marcante). 
• 80% terão fogacho (sintoma vasomotor): pode 
estar presentes antes ou depois da menopausa. 
Lembretes: 
1. O processo de atresia / destruição da massa 
folicular é contínuo a partir da vida 
intrauterina. 
2. A Menopausa é a data da última menstruação. O 
climatério nem começa nem termina com a 
menopausa. 
TRANSIÇÃO MENOPAUSAL 
• Folículos envelhecidos: quantidade e qualidade 
inferior. 
• Menor produção de inibina. 
• Aumento progressivo do FSH (marca hormonal 
do período): começa muito antes da menopausa. 
Acelera o processo de destruição folicular. 
Lembrete: o diagnóstico da menopausa é clínico. 
PÓS-MENOPAUSA 
• Esgotamento folicular: FSH>40/Estradiol <20. 
• Hormônio Antimulleriano (HAM): marcador do 
número de folículos ovarianos em 
desenvolvimento. Indetectável. 
• Sintomatologia: fogacho, síndrome 
geniturinária (atrofia, dispareunia), aumento 
do risco de osteoporose (diminuição da 
densidade óssea a partir dos 30 anos), aumento 
das doenças cardiovasculares (ex. IAM, DAC). 
• Ovário não produz estrogênio (E) e 
progesterona (P), mas ainda produz androgênio. 
O estrogênio vem da aromatização periférica 
(transformação de androgênio em estrogênio; 
tecido adiposo, massa muscular). 
Lembrete: O estrona é o principal estrogênio pós-
menopausa, enquanto que o estradiol é o principal 
na menacme (vida reprodutiva). 
TERAPIA HORMONAL 
CONTRAINDICAÇÕES 
• CA mama (ou precursoras) ou de endométrio. 
• Sangramento vaginal indeterminado. 
• Doença coronariana e doença cerebrovascular 
(ex. AVE e IAM). 
• TVP E TEP: avaliar a via de administração e o 
tipo de progesterona. 
• LES com alto risco de trombose. 
• Doença hepática descompensada. 
• Porfiria. 
• Meninigoma: relação com a progesterona. 
INDICAÇÕES 
• Não ter nenhuma das contraindicações acima. 
• Fogachos (sintoma vasomotor): indicação + 
comum. O estrogênio é a melhor escolha. 
Importante avaliar a intensidade e a frequência. 
Esquema de terapia e via de escolha nos tópicos. 
• Síndrome geniturinária (Atrofia): única 
indicação para TH? Estrogênio vaginal. 
• Osteoporose: única indicação para TH? Outras 
opções com menor risco. 
QUAL TERAPIA ESCOLHER? 
• Com útero: Sempre estrogênio + progesterona 
(esquema combinado). Se der apenas o 
estrogênio, aumenta o risco de CA de 
endométrio. 
• Sem útero (histerectomizadas): Apenas 
estrogênio. 
Climatério e Osteoporose 
Beatriz Machado de Almeida - Internato 
 
QUAL VIA ESCOLHER? 
• Estrogênio: Oral ou Parenteral. 
❖ Paciente com comorbidades – patologias em 
geral (ex. HAS, DM, hipertrigliceridemia, 
doenças hepáticas, risco de trombose, fumo) → 
Parenteral. 
❖ Colesterol alto → oral (comprimido): o 
estrogênio VO aumenta o HDL e diminui o LDL. 
❖ Paciente sem comorbidades → escolha. 
Geralmente acaba utilizando mais o estrogênio 
(mais barato, mais disponível). 
 
• Progesterona: Oral ou DIU de levonorgestrel. 
OSTEOPOROSE 
INTRODUÇÃO 
• Tipos de osso: 
❖ Cortical (80%): mais duro. Camada externa. 
❖ Trabecular (20%): mais frágil, mais disposto a 
remodelação (osteoblasto X osteoclasto). 
As fraturas são mais comuns 
onde tem osso com maior 
componente trabecular, 
como o colo do fêmur e as 
vértebras, por exemplo. 
• Classificação: 
❖ Primária: sem doença (+ comum). 
❖ Secundária: por doença ou medicação. 
FATORES DE RISCO 
• Idade (mais avançada). 
• História familiar. 
• Raça branca e biotipo magro. 
• Hipoestrogenismo. 
• Outros: álcool, tabagismo, cafeína, ingesta 
pequena de cálcio, sedentarismo, medicações 
(heparina, corticoides, anticonvulsivantes, AMP 
– acetato medroxiprogesterona), 
hiperparatireoidismo e insuficiência renal. 
DIAGNÓSTICO 
• Mulher >=65 anos e homem >=70 anos. 
• Antes disso: avaliar fator de risco. 
DENSITOMETRIA ÓSSEA: 
• Normal: T-score > -1. 
• Osteopenia: T-score entre -1 e -2,5. 
• Osteoporose: T-score <= -2,5. 
T-score: utilizada para pacientes no climatério. 
Z-score: utilizada para pacientes mais jovens. 
TRATAMENTO 
NÃO FARMACOLÓGICO: SEMPRE. 
• Medidas gerais: dieta adequada (aumento da 
ingesta de cálcio e vitamina D, diminuir o 
consumo de cafeína), exercícios físicos, parar 
tabagismo e excesso de álcool. *Prevenção. 
• Avaliar suplementação de cálcio: ingesta 
diária ideal: 1.200mg/dia após 50 anos. 
• Avaliar suplementação de vitamina D. 
FARMACOLÓGICO: 
• Recomendações: 
❖ Fratura vertebral ou fratura de quadril. 
❖ T - score <=-2,5 no quadril ou lombar. 
❖ Baixa massa óssea e mais de 3 fatores de 
risco. 
❖ História prévia de fraturas por fragilidade. 
 
• Bifosfonatos: 
❖ Inibem atividade osteoclástica 
(anticatabólicos). 
❖ Não deitar por 30 minutos após ingesta. 
Lembrar que uma complicação clássica é a 
esofagite. 
❖ Exemplo de prescrição: 
 Alendronato: 10mg/dia ou 70mg/semana VO. 
 Risedronato: 5mg/dia ou 35mg/semana VO. 
 
• Outras opções: Terapia hormonal. 
❖ Raloxifeno (SERM – Modulador do Receptor de 
Estrogênio Seletivo) e Teriparatida (anabólico).

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