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UCA001_Simulacao_Empresarial_Tema10

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Estratégias organizacionais
Renata de Paula Rodrigues Pereira
Introdução
As estratégias organizacionais norteiam as ações da empresa, sendo construídas por meio 
de uma análise dos ambientes interno e externo. As empresas planejam os objetivos, observando 
as competências e os recursos existentes para executar o plano estratégico – entretanto, em um 
cenário onde todos os dias são lançados inúmeros produtos e serviços pela concorrência, como é 
possível as empresas manterem a vantagem competitiva no mercado? Nesta aula, conheceremos 
algumas destas estratégias, focando na avaliação dos ambientes e na governança corporativa, 
que é o conjunto de boas práticas de gestão que norteiam a forma que a empresa é dirigida. 
Conheceremos também os fatores que representam ameaças ao desenvolvimento das organiza-
ções, além de algumas das formas de identificá-las.
Objetivos de aprendizagem
 • conhecer o conceito e os objetivos da governança corporativa;
 • identificar as estratégias que norteiam as organizações.
1 Análise interna e externa do ambiente organizacional
A análise dos ambientes interno e externo é essencial no processo de planejamento estra-
tégico. Um cenário em constante transformação do mercado apenas intensifica essa afirmativa 
– afinal, como explica Maximiano (2011, p. 337), “quanto mais competitivo, instável e complexo o 
ambiente, maior a necessidade de analisá-lo”.
Com o resultado dessas análises, a empresa poderá avaliar as oportunidades de novos negó-
cios, bem como as ameaça são seu desenvolvimento. 
Uma das formas de se analisar o ambiente interno e externo é por meio da análise SWOT, ou 
seja: a empresa analisa internamente quais são seus pontos fortes e fracos, bem como externa-
mente quais são as oportunidades de mercado e as ameaças que a impede de criar valor e ser 
mais competitiva no mercado.
Figura 1 – Ilustração da Análise SWOT
Fatores
Internos á
Companhia
Fatores
Externos á
Companhia
Estratégia
Competitiva
Pontos Fortes
e Pontos
Fracos da
Companhia
Ameaças e
Oportunidades
da Indústria
(Econômicas e
Técnicas)
Valores pessoais
dos Principais
Implementadores
Expectativas
mais Amplas da
Sociedade
Fonte: PORTER, 2004, p. 27.
Outra forma de realizar a avaliação no ambiente externo é por meio da análise das cinco 
forças competitivas de Porter, que considera a entrada de novos concorrentes, a ameaça de subs-
titutos, o poder de barganha dos clientes e fornecedores, além da rivalidade entre a concorrência 
(PORTER, 2004). 
EXEMPLO
O gestor de uma empresa, ao fazer a análise do cenário externo, observa as princi-
pais características dos seus concorrentes. Identifica o poder de barganha de seus 
clientes, além de conhecer bem seus fornecedores e entender a estratégia de atu-
ação deles. Outros dois pontos essenciais para o gestor focar sua atenção são os 
produtos/serviços substitutos e as barreiras externas que possam vir a dificultar a 
execução da sua estratégia.
Feita a análise externa, obtém-se dados sobre o segmento de atuação, ajudando a definir as 
estratégias consoantes aos objetivos e que resultarão em vantagem competitiva para a empresa.
Só então se faz a análise do ambiente interno, que permite avaliar os pontos fortes e fracos 
da empresa. Há ainda a possibilidade de comparar o desempenho da empresa ao de outra, bus-
cando identificar melhores práticas de gestão. 
Assim, com o resultado da análise interna e externa em mãos, monta-se o planejamento 
estratégico, que por sua vez, resultará no plano estratégico – ou seja, o documento que norteará a 
empresa a médio e longo prazo. Compreende-se como componentes do plano estratégico (MAXI-
MIANO, 2011) o negócio, os objetivos, as vantagens competitivas e a alocação de recursos.
FIQUE ATENTO!
Ao fazer a análise SWOT as empresas ganham condições de apontar suas vanta-
gens competitivas. Aspectos chave encontrados nos pontos fortes e nas oportuni-
dades podem minimizar ou neutralizar as ameaças à empresa e seus pontos fracos.
2 Governança corporativa
A governança corporativa é uma forma moderna na estrutura organizacional das empresas. 
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) a define como “o sistema pelo qual as 
empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os rela-
cionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle 
e demais partes interessadas” (IBGC, 2015, p. 20). 
As empresas que adotam as práticas de governança corporativa estabelecem um conjunto 
de princípios que são desdobrados em recomendações práticas, para que as partes contribuam 
com a qualidade da gestão em benefício de todos.
SAIBA MAIS!
A página do IBGC (2015) traz um relato muito interessante sobre o surgimento da go-
vernança corporativa. Acesse: <http://www.ibgc.org.br/index.php/governanca/origens-
-da-governanca>.
Para tanto, é essencial que o modelo de gestão da empresa esteja claro e estruturado, de 
forma que os envolvidos compreendam e sigam as diretrizes da governança, e suas ações sejam 
respaldadas pela transparência das informações, ética e prestação de contas. A atuação de cada 
ente deve ocorrer de forma independente e sem influência dos demais, amparados pelo código de 
conduta da empresa, regimentos internos e outros documentos institucionais.
Veja na figura “Organograma da governança corporativa” a estrutura típica de empresa que a 
adota em sua gestão e, em seguida, conheça cada uma destas esferas.
Figura 2 – Organograma da governança corporativa
Assembleia Geral
Conselho Fiscal
Conselho de
Administração
Comitês Auditoria Externa
Presidência Executiva
Auditoria Interna
Diretoria Diretoria Diretoria
Fonte: OLIVEIRA, 2006, p. 98.
A assembleia geral é um órgão de participação dos sócios que trata das decisões estraté-
gicas da empresa, no qual ocorre a prestação de contas pela diretoria executiva. Suas principais 
competências são alterar capital social, estatuto e contrato social; eleger ou destituir conselheiros; 
receber as demonstrações financeiras e contábeis da diretoria; e aprovar a remuneração de dire-
tores e conselheiros (IBGC, 2015).
O conselho fiscal, por sua vez, é um órgão de fiscalização independente com a finalidade de 
preservar o valor da empresa. Ele verifica os atos da diretoria e observa o cumprimento legal e 
estatutário, emite opiniões sobre as propostas dos órgãos deliberativos, denuncia irregularidades 
e analisa o balancete e as demonstrações financeiras (IBGC, 2015).
Figura 3 – Reunião do conselho de administração
Fonte: goodluz / Shutterstock.com
O conselho de administração é responsável pela direção estratégica da empresa, além de 
monitorar a atuação da diretoria executiva (IBGC, 2015). Os membros são eleitos pelos sócios – 
fato que eleva o grau de governança por dar mais legitimidade nas decisões estratégicas, impar-
cialidade nas decisões e transparência em todo o processo.
A auditoria externa emite anualmente um parecer independente sobre os resultados financei-
ros da empresa, dando respaldo ao conselho de administração e à diretoria quanto aos resultados 
da gestão. Já a auditoria interna avalia e faz recomendações de melhorias nos controles internos, 
normas e procedimentos da empresa (IBGC, 2015). 
O papel dos comitês é prestar assessoria ao conselho de administração por meio de reco-
mendações emitidas. A principal finalidade deles é realizar estudos e propostas para apreciação 
do conselho. Os principais temas tratados são auditoria, finanças, pessoal, gestão de riscos e 
sustentabilidade.
Por fim, o cerne da governança corporativa é a atuação da diretoria executiva, responsável 
pela gestão da empresa. É papel da diretoria realizar a estratégia da empresa, além de garantir que 
a empresa esteja em conformidade aos aspectos legais. Em qualquer descumprimento legal e 
de regulamentação interna, a diretoria é responsável por dar encaminhamento a esses assuntos. 
Verifica-se nessa estrutura a separação de poderes e o regime de alçadas e competências,de 
forma que cada ator respeite os limites e as esferas de atuação de cada um, resultando na aplica-
ção de boas práticas de governança corporativa em todos os níveis hierárquicos.
EXEMPLO
Para aplicar a governança corporativa na sua empresa, é importante seguir alguns 
passos: 
 • defina os valores organizacionais, a missão, a visão e o negócio da empresa; 
 • defina uma estrutura que favoreça tais práticas; 
 • realize reuniões de acompanhamento dos projetos, com registros em atas, 
dando transparência ao processo; 
 • estabeleça um conselho consultivo para envolver as pessoas e descentralizar 
a tomada de decisão; 
 • atue com transparência nas rotinas administrativas. Essas medidas promo-
verão mudanças na cultura organizacional, de forma que a governança faça 
parte do dia a dia de todos na empresa.
Segundo Oliveira (2006, p. 103), as “diretrizes estratégicas representam o conjunto estrutu-
rado e integrado dos objetivos – resultado a serem alcançados –, das estratégias – ações a serem 
desenvolvidas para alcançar os resultados esperados – e das políticas – leis a serem respeitadas 
e que sustentam as estratégias.” Aliada a esta definição, acrescenta-se a aplicação das boas práti-
cas de gestão, representada pela governança corporativa.
FIQUE ATENTO!
Quanto mais os diretores compreenderem e aplicarem a governança ao executar o 
plano estratégico, mais forte será a gestão e a sua liderança.
3 Oportunidades e ameaças às organizações 
Quando falamos em oportunidades e ameaças estamos nos referindo a situações que ocor-
rem no ambiente externo da empresa e que podem influenciar, internamente, tanto de forma posi-
tiva quanto negativa. Por isso, falar em tendências é tratar de possibilidades, incertezas, novidades 
– enfim, variações comuns presentes no ambiente externo.
Figura 4 – Oportunidades e ameaças influenciam a estratégia
Fonte: Peshkova / Shutterstock.com
Ao analisar oportunidades e ameaças à empresa, é necessário avaliar o negócio, a evolução 
tecnológica, os cenários da conjuntura econômica e política, além, claro, das tendências de mercado. 
FIQUE ATENTO!
A análise de oportunidades e ameaças pode ocorrer também na análise SWOT.
O resultado desta análise pode ser desenvolvido separadamente ou aplicado aos elementos 
já abordados, compondo o plano estratégico da empresa.
Lembre-se que as estratégias organizacionais são fundamentais para a empresa se manter 
competitiva no mercado. A adoção de boas práticas de governança corporativa e os instrumentos 
de gestão têm condições de implantar um plano estratégico que possibilite explorar de fato os 
pontos fortes e as oportunidades, neutralizando os pontos fracos e as ameaças.
SAIBA MAIS!
O site do Sebrae apresenta uma interessante abordagem sobre como iniciar a aná-
lise de mercado e identificar possíveis ameaças à empresa. Confira no link: <https://
www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-iniciar-uma-analise-de-mer-
cado-para-tomar-decisoes>.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • compreender como funcionam a estrutura e os objetivos de uma empresa que adota a 
governança corporativa;
 • entender a importância das estratégias para direcionar o planejamento das organizações.
Referências
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – IBGC. Código das melhores práticas 
de governança corporativa. 5 ed. São Paulo: IBGC, 2015. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/
index.php/publicacoes/codigo-das-melhores-praticas>.
______. Origens da governança. Disponível em <http://www.ibgc.org.br/index.php/governanca/ori-
gens-da-governanca>. Acesso em: 20 set. 2017.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolu-
ção digital. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho R. Estrutura organizacional: uma abordagem para resultados e com-
petitividade. São Paulo: Atlas, 2006.
PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 
2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
SEBRAE. Como iniciar uma análise de mercado para tomar decisões. Disponível em <https://
www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-iniciar-uma-analise-de-mercado-para-to-
mar-decisoes>. Acesso em: 20 set. 2017. 
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