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Alianças estratégicas nas organizações Nara Medianeira Stefano Introdução As alianças estratégicas são acordos cooperativos entre clientes, fornecedores e envolvidos com a organização (stakeholders). Ocorrem também entre outras organizações, como universida- des, hospitais e terceiro setor. Elas são parcerias de longo prazo criadas para alcançar metas das partes interessadas. Contando com o melhor que cada membro tem a proporcionar, são capazes de gerar resultados que as organizações sozinhas não poderiam alcançar. Nesta aula trataremos das alianças estratégicas nas organizações, fazendo a análise da influência dos stakeholders nas decisões. Também estudaremos as decisões individuais e em grupos, instrumen- tos de apoio à decisão (análise estratégica), teoria de aprendizagem empresarial e competitividade. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender a importância das alianças estratégicas; • identificar as teorias aplicadas às estratégias organizacionais. 1 Análise e influência dos stakeholders nas decisões Conforme Costa, Silva e Gomez, dentro de um contexto organizacional dinâmico, é essencial construir um modelo que possibilita reconhecer a influência dos stakeholders sobre a organização, bem como entender sobre as relações que delas decorre. “A discussão sobre a influência que o relacionamento com os stakeholders (elementos-chave no relacionamento e poder) exercem no gerenciamento das organizações, é importante para o entendimento de como se constroem os processos gerenciais” (COSTA, SILVA e GOMEZ, 2010, p. 03). Quadro 1 – Classificação dos stakeholders Classificação Elemento Descrição Dormente Poder Pouca ou nenhuma interação com a organização, porém deveriam receber atenção diferenciada pelo poder que podem chegar a exercer, caso consigam urgência e legitimidade. Discricionário Legitimidade Não têm poder para influenciar a organização nem deman- das urgentes. Exigentes Urgência Geralmente levam suas demandas aos ouvidos dos gestores; mas, enquanto não conseguem outro desses elementos, não têm grande relevância. Dominante Poder e legitimidade Formam a aliança dominante na organização e suas reivindi- cações importam para os gestores. Dependentes Urgência e legitimidade Não têm poder e por isso dependem dos outros. Perigosos Poder e urgência Podem usar de poder coercitivo e afetar a organização. Definitivos Poder, legitimidade e urgência É um indivíduo influente na organização, já que possui os três elementos, portanto eles recebem maior prioridade e atenção nas tomadas de decisão. Fonte: adaptado de COSTA, SILVA e GOMEZ, 2010. Observe que os stakeholders de uma organização podem influenciar uma ou mais ações, mesmo frente às resistências. FIQUE ATENTO! A organização torna-se dependente dos stakeholders nos processos decisórios, pois são eles que podem afetar o alcance dos seus objetivos (e também ser afeta- dos de alguma forma). 2 Decisões individuais e em grupo Nas organizações, os indivíduos necessitam discutir suas ideias, buscar consonâncias, reali- zar alianças e até embates. Em algumas situações, é mais adequado uma decisão em grupo; em outras, uma decisão individual será mais acertada. Muitas vezes as decisões individuais podem se diferenciar das tomadas em grupo. Isso acon- tece porque uma escolha depende de diversos fatores, desde conhecimento até emoções. As téc- nicas de decisão em grupo têm o objetivo de criar equipes de especialistas para que tratem de um determinado problema e colaborem com múltiplas alternativas para alcançar a melhor solução. Quadro 2 – Tomada de decisão em grupo Vantagens Desvantagens Pode se chegar a uma solução de qualidade e acuracidade. Processo que demanda muito tempo. Expansão do compartilhamento de infor- mação entre os indivíduos. Necessidade consenso de horários e dias disponíveis para as reuniões do grupo. Opiniões diversas sobre diferentes as- suntos e troca de experiências. Possibilidades de impasses quanto a decisão. Quantidade maior de alternativas para se resolver o(s) problema(s). Ocorrência de discussões e pressões entre os indivíduos. Fonte: elaborado pela autora, 2017. EXEMPLO Para a tomada de decisão em grupo existem algumas técnicas, como o método Delphi. Ele consiste em enviar vários questionários a um grupo de voluntários. Os participantes não se encontram com os outros, nem sabem quem são os demais. Outros métodos que auxiliam neste tipo de tomada de decisão são: Técnica Nomi- nal, Brainstorming, Indagação Dialética e Advogado do Diabo. A tomada de decisão em grupo possui vantagens em relação a individual, mas na organiza- ção é preciso que um líder oriente e controle as ideias que irão surgir, a fim de que se chegue à meta desejada. SAIBA MAIS! Para o aprofundamento sobre a tomada de decisão, o artigo “A pesquisa em tomada de decisão estratégica no alto escalão: evolução e base intelectual do tema” oferece um estudo interessante. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/adm/ article/view/2175-8077.2014v16n40p11>. https://periodicos.ufsc.br/index.php/adm/article/view/2175-8077.2014v16n40p11 https://periodicos.ufsc.br/index.php/adm/article/view/2175-8077.2014v16n40p11 3 Instrumentos de apoio a decisão: análise estratégica O objetivo da análise estratégica é compreender a posição estratégica da organização por meio da identificação do cenário das principais influências no presente e futuro da organização. Também se preocupa como avaliar as oportunidades oferecidas pelo ambiente e entender as competências da organização. FIQUE ATENTO! Antes de tomar decisões que atuem diretamente sobre seu negócio, as empresas precisam considerar vários pontos relevantes para o seu desempenho. E só então construir um plano para agir no que foi levantado (com ações, objetivos, metas e iniciativas que direcionarão a organização para o caminho desejado). Ou seja, pen- sar de forma estratégica. Para ajudar na realização da análise estratégica das organizações, podemos citar duas ferramentas, a Análise SWOT e o Modelo das 5 Forças de Porter. A matriz de SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats) identifica as oportunidades e ameaças, forças e fraquezas, além de seus relacionamentos. Uma maneira de representar a matriz é pela construção de um retângulo, dividido em quatro partes. Figura 1 – Matriz SWOT Fonte: Kheng Guan Toh/Shutterstock.com Assim temos: • forças – variáveis internas e controláveis que proporcionam condição favorável para a organização, quanto ao seu ambiente; • fraquezas – variáveis internas e controláveis que provocam condição desfavorável para a organização, quanto ao seu ambiente; • ameaças –variáveis externas e não controláveis pela organização, que podem originar condições desfavoráveis; • oportunidades – variáveis externas e não controláveis pela organização, que podem origi- nar condições favoráveis, desde que a mesma tenha interesse e condições de desfrutá-las. Quanto ao Modelo das Cinco Forças de Porter, criado em 1980, esse é o mais utilizado para a compreensão de vantagem competitiva. Figura 2 – As cinco forças de Porter Ameaça a novos entrates no mercado Ameaça dos produtos e serviços substitutos Poder de barganha dos fornecedores Poder de barganha dos clientes Firma Rivalidade entre competidores Fonte: adaptado de LAUDON e LAUDON, 2012. As cinco forças de Porter fornecem uma visão geral da empresa, seus concorrentes e seu ambiente. EXEMPLO Sam Walton, o fundador do Walmart, no início, quando tinha uma pequena loja, cos- tumava visitar a concorrente que ficava perto da sua, e antes de abrir, planejava promoções e fazia anúncios invariavelmente diferenciados daqueles do seu con- corrente (ENDEAVOR BRASIL, 2015. SAIBA MAIS! Para aprofundar seus conhecimentos, o artigo intitulado “A telefonia móvel celular na cidade de São Paulo: uma descrição de sua indústria sob a ótica das forças com- petitivas de Michael Porter”,apresenta a aplicabilidade das cinco forças de Porter. Disponível em: <https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/view/247/168>. 4 A teoria de aprendizagem empresarial e a competitividade A Aprendizagem Organizacional (AO) apresenta-se como uma política de desenvolvimento ligada à estratégia da organização e empregada como instrumento de absorção do aprendizado das pessoas. A aprendizagem transcende o nível individual para o organizacional no momento que os conhecimentos, visões, ações e práticas, sobrepõem-se ao indivíduo em particular e são compartilhados pelo coletivo. https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/view/247/168 Portanto, a capacidade de AO pode ser compreendida como os recursos tangíveis e intan- gíveis que a organização possui. Ou seja, um conjunto de habilidades que visam salientar formas para a aquisição de vantagem competitiva. Portanto, o termo Aprendizagem Organizacional ou Empresarial representa como as organi- zações aprendem ou se relacionam com o meio a fim de manter-se em constante crescimento, adicionando vantagens competitivas (PICOLI; TAKAHASHI, 2016). FIQUE ATENTO! A aprendizagem organizacional é um processo importante e básico por meio do qual a informação e o conhecimento podem ser processados. Desta forma, os atri- butos, comportamentos, capacidades e desempenho de uma organização podem ser alterados. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer como se dá a relação entre stakeholders e organizações; • observar as vantagens da decisão em grupo sobre a individual; • compreender a importância da análise estratégica como ferramenta de apoio a decisão; • verificar a importância da aprendizagem empresarial ou organizacional para a empresa. Referências COSTA, Ana Carolina Vital da; SILVA, Minelle Enéas da; GOMEZ, Carla Regina Pasa. A influência dos stakeholders no processo decisório: um estudo em uma organização do terceiro setor. SIMPOI, São Paulo, SP, 2010. Anais.... Disponível em: <http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2010/artigos/ E2010_T00475_PCN47096.pdf>. Acesso em: 02 set. 2017. ENDEAVOR BRASIL. Fortaleça seu posicionamento e seus diferenciais com as 5 forças de Por- ter. 2015. Disponível em: <https://endeavor.org.br/5-forcas-de-porter/>. Acesso em: 03 set. 2017. LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane Price. Management information system: managing the digital firm. 12. ed. New Jersey: Pearson Education, 2012. NOGUEIRA, Marco Antonio; CRISPIM, Sergio Feliciano. A telefonia móvel celular na cidade de São Paulo: uma descrição de sua indústria sob a ótica das forças competitivas de Michael Porter. Revista FAE, Curitiba, v. 14, n. 2, p. 130-147, 2011. Disponível em: <https://revistafae.fae.edu/revis- tafae/article/view/247/168>. Acesso em: 02 set. 2017. http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2010/artigos/E2010_T00475_PCN47096.pdf http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2010/artigos/E2010_T00475_PCN47096.pdf https://endeavor.org.br/5-forcas-de-porter/ https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/view/247/168 https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/view/247/168 PICOLI, Florindo Rhaoni; TAKAHASHI, Adriana. Capacidade de absorção, aprendizagem organiza- cional e mecanismos de integração social. RAC, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, art. 1, p. 1-20, Jan./ Fev. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rac/v20n1/1415-6555-rac-20-01-00001.pdf>. Acesso em: 02 set. 2017. SERRA, Bernardo Paraiso de Campos; SERRA, Fernando Ribeiro; TOMEI, Patricia. A pesquisa em tomada de decisão estratégica no alto escalão: evolução e base intelectual do tema. Revista de Ciência da Administração, v. 16, n. 40, p. 11-28, 2014. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/ index.php/adm/issue/view/2196/showToc>. Acesso em: 03 set. 2017. http://www.scielo.br/pdf/rac/v20n1/1415-6555-rac-20-01-00001.pdf https://periodicos.ufsc.br/index.php/adm/issue/view/2196/showToc https://periodicos.ufsc.br/index.php/adm/issue/view/2196/showToc _Hlk491708361 _Hlk493269570 _Hlk493289236 _Hlk492093895 _Hlk492093844
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