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Introdução ao processo de decisão gerencial Nara Medianeira Stefano Introdução Um dos desafios enfrentados pelas empresas de diferentes portes tem sido o processo de tomada de decisão, principalmente pelo aumento da complexidade gerencial e das constantes mudanças do mercado. Aqui iremos tratar da introdução do processo, especificamente sobre as estratégias, a influência da cultura, as ferramentas, os estilos de tomada de decisão e o modelo racional de decisão. Você conhecerá um pouco da dinâmica de um conflito no ambiente de traba- lho, suas causas, evolução e consequências. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer os principais processos de decisão; • identificar os diferentes estilos de decisões e as consequências para as empresas. 1 Estratégia na tomada de decisões A estratégia significa a construção das metas e os propósitos da organização, ou seja, é à adoção de um conjunto de ações e alocação de recursos necessários para levar adiante tais metas. Figura 1 – Estratégia sob aspectos fundamentais Fonte: Chad McDermott/Shutterstock.com EXEMPLO Uma empresa que comercializa os produtos que requerem maiores custos da sua indústria, segue uma estratégia de extremidade superior. Bem como o indivíduo que aceita as funções desafiadoras, o que pode ser descrito como seguir uma estraté- gia de alto risco. Quando se investiga a literatura especializada da área, percebe-se que há diversos caminhos e definições sobre estratégia. Um desses caminhos é a tomada de decisão. Podemos afirmar que a tomada de decisão está fortemente ligada à estratégia e sua forma do uso. Figura 2 – Tomada de decisão Fonte: pedrosek/Shutterstock.com A estratégia enquanto forma de fazer algo, necessita adicionar-se à tomada de decisão. A estratégia é a ligação entre a decisão e o objetivo desejado da organização. FIQUE ATENTO! Sem a estratégia, o objetivo não poderia ser alcançado e a tomada de decisão per- deria seu sentido. 2 Influência da cultura na tomada de decisões Para Chiavenato (2014), os aspectos da Cultura Organizacional (CO) são análogos à um ice- berg, onde existem os aspectos formais (a parte visível, que são os métodos, estrutura organi- zacional, tecnologia adotada etc...) e os aspectos informais (a parte inferior, que fica submersa, compreende os valores, crenças, sentimentos, atitudes, normas grupais). A partir dessa analogia, podemos afirmar que os aspectos informais compõem a parte sólida e menos volátil, o conjunto de valores constituídos em uma organização, não possuem a mesma facilidade de mudar dos formais. Figura 3 – Analogia da cultura organizacional Fonte: Niyazz/Shutterstock.com A CO é um conjunto de valores, crenças e tecnologias que pode colaborar para a ligação dos diferentes membros de uma organização, considerando os diversos níveis hierárquicos para atingir os objetivos organizacionais. A variável responsável para que a CO alcance todos os níveis é a informação. Por meio da informação pode-se entender a CO, como se dão os processos de mudança e quais alternativas podem ser buscadas para que a tomada de decisão seja conduzida. SAIBA MAIS! Será interessante aprofundar um pouco mais o conhecimento sobre o tema Cultura Organizacional. Para isto, leia o artigo “Cultura e clima organizacional: uma análise na empresa Novo Trigo, de Balneário Camboriú/SC”. Disponível em: <https://www. aedb.br/seget/arquivos/artigos14/45120574.pdf>. 3 Ferramentas de decisão e estilos de tomada de decisão Tomadas de decisão corretas são essenciais para manter a empresa no caminho almejado e garantir que ela cresça e se desenvolva em um ambiente altamente volátil. Para tanto, muitas ferra- mentas estão disponíveis para auxiliar na tomada de decisão (Fundação Nacional da Qualidade, 2016). Quadro 1 – Ferramentas para tomada de decisão Ferramentas Descrição Diagrama de causa e efeito Desenvolvida com a ideia de fazer as pessoas pensarem sobre as causas e possíveis razões que fazem com que o problema ocorra. O diagrama é criado em cinco etapas: definição do problema, estruturação do diagrama, agrupa- mento das informações, classificação das causas e conclusão do diagrama. Análise de cenários É uma ferramenta de gestão que possibilita estabelecer estratégias, conside- rando um cenário futuro. Análise SWOT Utilizada para realizar análise de ambiente (interno e externo). Analisa as forças (strenghts), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats). Árvore de análise de problemas Ferramenta utilizada, a partir de um problema central, para identificar causas e efeitos. Árvore de decisão Consiste numa representação gráfica das alternativas disponíveis geradas a partir de uma decisão inicial. Fluxograma É a visualização gráfica de atividade(s) envolvida(s) no(s) processo(s) da em- presa, usando simbologias adequadas. Fonte: FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE, 2016; ENDEAVOR BRASIL, 2015. FIQUE ATENTO! Cada ferramenta, com suas características, pode auxiliar de forma individual ou em conjunto com outras para a análise de dados que resulta na tomada de decisão. Em todos os níveis de uma empresa, os gestores tomam decisões e estas, por sua vez, estão atreladas à sobrevivência da empresa. Logo, as decisões são meios e não fins. Por isso é impor- tante destacar o estilo de tomada de decisão. EXEMPLO Quando se deseja jogar uma partida de tênis, o que é levado em consideração? Pri- meiramente, considera-se três aspectos nos quais a decisão está baseada. Ou seja, relativos às condições climáticas (sol, nuvens e chuva). Por sua vez, o aspecto sol depende da umidade (se elevada – aí não se joga; se normal – joga-se) e a chuva depende das condições do vento (se forte – sim, joga-se; caso contrário, não); caso se tenha apenas nuvens, aí joga-se. Percebam, assim, que decidir jogar uma partida de tênis ou não é como o nosso dia-a-dia, cheio de decisões a serem tomadas. Na perspectiva de Rowe (1998) o estilo de tomada de decisão do gestor se reflete nas suas necessidades, mas na capacidade de resolver problemas, em sintonia com as suas capacidades cognitivas e de liderança. Rowe (1998) descreveu quatro estilos de tomada de decisão. • Diretivo – esse tipo de gestor se orienta para assuntos de ordem técnica, são autori- tários e têm grande necessidade por poder. Seguem procedimentos e são agressivos, focando os resultados a nível interno da organização, em um alcance pequeno de ação e com controle rígido. • Comportamental – preferem a persuasão, gostam de aconselhar e não são muito pro- pensos ao controle. Apresentam grande facilidade de comunicação e são receptivos às sugestões, reagem aos estímulos por instinto. • Analítico – são indivíduos que têm êxito nas soluções complexas, se destacam com soluções para períodos de crise, trabalham com uma estrutura hierárquica bem defi- nida e eficazmente. • Conceitual – são indivíduos carismáticos, com grande poder de relacionamentos usam a criatividade para encontrar as melhores soluções. Possuem apreço pelas questões éticas e o perfil indicado para tratar com ambientes dúbios. Portanto, o processo decisório varia segundo o nível organizacional ocupado, mas também conforme outros envolvidos (stakeholders). SAIBA MAIS! O artigo “Estilos de decisão de funcionários públicos: uma aplicação na Prefeitura Municipal de Porto Velho-Rondônia” mostra alguns modelos de estilo de tomada de decisão para quem deseja ter um maior aprofundamento acerca do assunto. Disponível em: <http://www.periodicos.unir.br/index.php/rara/article/view/573>. 4 O modelo racional de decisão O modelo de tomada de decisão deve ser racional sistematizado e estruturado, pois pressu- põe regras e procedimentos pré-definidos, que devem ser seguidos para que se possa atingir um bom resultado (LOUSADA; VALENTIM, 2011). FIQUE ATENTO! No modelo racional, prevalece uma estrutura organizacional burocrática e as diretri- zes da organização são definidaspor meio de regras formais. O processo de decisão racional tem ampla aplicação em situações nas quais as alternati- vas estão bem definidas, a informação é clara e o ambiente é relativamente estável (FRANKLIN; KENSKI; OPADIUK, 2011). No processo decisório racional, para se fazer uma escolha, o indivíduo tem que identificar todas as alternativas existentes, antecipar as consequências de cada alternativa e avaliá-las con- forme os objetivos e preferências. Os principais questionamentos do modelo racional de decisão são: • qual é o problema; • quais são as alternativas; • quais são os custos e vantagens de cada alternativa; • o que deve ser observado como padrão para tomar decisões em situações similares. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender a relação entre estratégia e Cultura Organizacional, bem como seus conceitos; • aprender o papel da CO na empresa e na tomada de decisão; • conhecer algumas das principais ferramentas que auxiliam na tomada de decisões; • entender o modelo racional de decisão. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 9. ed. São Paulo: Manole, 2014. ENDEAVOR BRASIL. 5W2H: é hora de tirar as dúvidas e colocar a produtividade no seu dia a dia. 2015. Disponível em: <https://endeavor.org.br/5w2h/>. Acesso em: 26 de ago. 2017. FRANKLIN, Marco Antonio; KENSKI, Víctor Wolowski; POPADIUK, Silvio. Modelo racional de tomada de decisões e seus pressupostos. Revista de Administração da UNIMEP, v. 9, n. 3, p. 137-162, 2011. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/2737/273721469007/>. Acesso em: 27 de ago. 2017. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE (FNQ). Oito ferramentas para apoiar a tomada de deci- sões nas organizações. 2016. Disponível em: <http://www.fnq.org.br/informe-se/noticias/oito-fer- ramentas-para-apoiar-a-tomada-de-decisoes-nas-organizacoes>. Acesso em: 26 de ago. 2017. LOUSADA, Mariana, VALENTIM, Marta Ligia Pomim. Modelos de tomada de decisão e sua relação com a informação orgânica. Perspectivas em Ciência da Informação, v.16, n.1, p .147-164, jan./ mar. 2011 Disponível em: <http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/1028>. Acesso em: 26 de ago. 2017. ROWER, Alan; MASON, Richard, DILCKEL, Karl. Strategic management: a methodological approach. Massachusetts: AddisonWesley Publishing Company, 1998. SILVA, Rosalia Maria Passos da, BECKER, João Luiz. Estilos de decisão de funcionários públicos: uma aplicação na Prefeitura Municipal de Porto Velho-Rondônia. Revista de Administração e Negócios da Amazônia, RARA, v.4, n. 3, p. 222-236, 2012. Disponível em: <http://www.periodicos. unir.br/index.php/rara/article/view/573>. Acesso em: 28 de ago. 2017. WILBER, Alison, CRUZ, Helio Alves da. Cultura e clima organizacional: uma análise na empresa Novo Trigo de Balneário Camboriú/sc. XI SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO DA TECNOLO- GIA – SEGET, Anais..., Rio de Janeiro, Niterói, 21, 23 e 24 outubro, 2014. Disponível em: <https:// www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/45120574.pdf>. Acesso em: 28 de ago. 2017.
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