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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Transtorno Afetivo Bipolar A alternância de estados depressivos com maníacos caracteriza tal transtorno. O início pode ser tanto pela fase depressiva quanto pela fase maníaca, gradualmente ao longo de semanas e meses, ou abruptamente em poucos dias. Uma pessoa com depressão e que, 10 anos depois, tenha um episódio maníaco, apresenta, na verdade, o transtorno bipolar; entretanto, seu diagnóstico só seria possível com o surgimento da fase maníaca. Tal transtorno geralmente se inicia em torno dos 20 a 30 anos. FASE MANÍACA É um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte dos dias, quase todos os dias – ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária. Três ou mais dos seguintes sintomas estão presentes em grau significativo e representam mudança notável do comportamento habitual: Diminuição do sono; Hiperatividade; Aceleração do pensamento; Ideias de grandiosidade; Sintomas psicóticos; Pressão de discurso; Aumento da autoestima. O estado de humor está elevado, há alegria contagiante ou irritação agressiva. É acompanhada de elevação da autoestima e de sentimentos de grandiosidade, podendo chegar à manifestação delirante de grandeza. Há aumento da atividade motora com grande vigor físico e, apesar disso, com diminuição da necessidade de sono. Dificuldade de ficar parado e de concentrar-se nas tarefas. Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é maníaco. FASE HIPOMANÍACA É um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou da energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte dos dias, quase todos os dias. Também são necessários três ou mais dos sintomas na fase maníaca, porém o episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional, ou para necessitar de hospitalização. FASE DEPRESSIVA A depressão no transtorno bipolar é igual a depressão comum, mas uma pessoa deprimida com transtorno bipolar não recebe o mesmo tratamento do paciente unipolar. Características sugestivas de bipolaridade na depressão: Idade de início precoce; Sintomas atípicos e psicóticos; Início no pós-parto; Início e término abruptos; VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Episódios breves (< 3 meses); Episódios recorrentes; Retardo psicomotor pronunciado; Sazonalidade; Parente de 1º grau com diagnóstico de TAB; Mania ou hipomania induzidas por antidepressivo ou outras drogas; Resposta aguda, mas não duradoura ao antidepressivo; Hiperativação (aumento da energia, inquietação, redução da necessidade de sono), irritabilidade importante, pensamentos acelerados, aumento da libido e da impulsividade. TRATAMENTO do TAB Estabilizadores do humor, sendo o lítio o principal. A mania aguda pode ser tratada com ácido valproico, carbamazepina, antipsicóticos típicos e atípicos (Quetiapina, risperidona). Para a depressão bipolar, recomenda-se o uso de lítio ou quetiapina. Na terapia de manutenção, o lítio, o valproato, a carbamazepina, a quetiapina, a risperidona e a olanzapina são eficazes. A terapia de manutenção deve ser sistematicamente introduzida após o primeiro episódio maníaco. Pacientes com TAB se beneficiam muito com a psicoterapia, porém não pode substituir o tratamento farmacológico, ou seja, a terapia deve ser um adjuvante no tratamento. Na presença de agitação e psicose, deve associar-se um antipsicótico. Podem ser necessárias internação e contenção física para preservar o paciente. CICLOTIMIA Flutuação crônica (dois ou mais anos) do humor, com vários períodos com sintomas hipomaníacos que não satisfaçam os critérios para episódio hipomaníaco e diversos outros períodos com sintomas depressivos que não satisfaçam os critérios para episódio depressivo maior. Os sintomas não são suficientemente graves e nem duradouros para serem considerados transtorno bipolar.