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“Transtorno de Humor” – Os transtornos de humor são distúrbios emocionais que consistem em períodos prolongados de tristeza e/ou felicidade excessiva. Sabe-se que naturalmente o humor e o afeto oscilam ao longo do tempo, todavia quando existem variações muito súbitas, intensas e duradouras é sinal de que tal processo tornou-se patológico. O humor pode ser modulado: • Eutimia: é o humor considerado normal, de acordo com o que se espera. O paciente nessa situação tem o humor eutímico. • Hipotimia: é o humor modulado para baixo, triste ou deprimido. O paciente encontra-se hipotímico. • Hipertimia: é o humor modulado para cima, patologicamente alegre, efusivo e eufórico. O paciente mostra- se hipertímico. O transtorno de humor se insere em dois polos: • Transtorno do humor UNIPOLAR: caracterizado por um transtorno depressivo, ou seja, cuja manifestação é a hipotimia. • Transtorno do humor BIPOLAR: caracterizado por momentos de hipertimia intercalados por momentos de hipotimia, com ciclagens entre uma extremidade e outra. BASICAMENTE: Os Transtornos do humor são classificados como • Bipolar • Depressivo Transtornos de humor (afetivos) persistentes • Ciclotimia: sintomas de depressão e de hipomania por 2 anos → SEM diagnóstico de depressão e bipolaridade • Distimia: é um quadro lento de depressão e arrastada → dura no mínimo 2 anos consecutivos • Outros transtornos do humor (afetivos) persistentes • Transtorno do humor (afetivo) persistente não especificado Caracteriza-se pela depressão, um estado de adoecimento psíquico cujas manifestações mais marcantes são a tristeza, melancolia, angústia e infelicidade, que se tornam intensos, duradouros e causam prejuízos significativos aos pacientes. Nesse caso, o humor do paciente varia entre picos de humor exaltado (mania ou hipomania) intercalados com momentos de humor deprimido e períodos de eutimia. Existem dois tipos de transtorno bipolar: • Tipo I: transtorno clássico, com episódios de MANIA (ou hipomania) e depressão. “Transtorno de Humor” https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-bipolares https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos https://www.medicinanet.com.br/cid10/5360/f340_ciclotimia.htm https://www.medicinanet.com.br/cid10/5361/f341_distimia.htm https://www.medicinanet.com.br/cid10/5362/f348_outros_transtornos_do_humor_afetivos_persistentes.htm https://www.medicinanet.com.br/cid10/5363/f349_transtorno_do_humor_afetivo_persistente_nao_especificado.htm • Tipo II: episódios de hipomania e depressão (NUNCA há mania). HIPOMANIA + DEPRESSÃO • Estado Misto: Depressão e Mania no mesmo dia. Mania: sintomas intensos por ao menos 7 dias. Caracteriza-se por períodos de humor persistentemente alterado e elevado, disfórico, associado com autoestima elevada, autoconfiança desmedida, pensamento e fala acelerados, diminuição da necessidade de sono, desatenção, aquisição de comportamentos de risco e dificuldade de controlar impulsos. Sintomas psicóticos são comuns. Na hipomania: sintomas moderados, por ao menos 4 dias. Os sintomas são os mesmos, porém em mais branda intensidade e NUNCA há sintomas psicóticos. A prevalência na população geral varia entre os tipos de transtorno bipolar. No tipo I é de 1% e no tipo II fica entre 1,1 e 2,4%. Acomete predominantemente jovens adultos e costuma ter início aos 20 anos. Mais comum no sexo feminino. Tem elevada taxa de morbimortalidade e os pacientes possuem maior risco de suicídio do que quando comparado a depressão unipolar. A teoria mais aceita atualmente a respeito da etiologia neurológica da depressão é a teoria monoaminérgica. Tal postulação define que a via comum para o transtorno depressivo é alteração dos neurotransmissores no sistema nervoso central (SNC), como serotonina (5HT), dopamina (DA) e noradrenalina (NA). Dificuldade na comunicação interneuronal → neurônios não tem uma boa comunicabilidade → expressão disso se dá no comportamento Predisposição pessoal → tem forte influência genética e hereditária, sendo muito comum a história familiar positiva. A etiologia também é multifatorial e a neurobiologia mostra-se complexa, envolvendo neurotransmissores como GABA e glutamato, além das monoaminas. Sinais indicativos de bipolaridade: • Depressão de início precoce → pacientes bipolares são muito mais depressivos, passam 40% da vida na fase depressiva, enquanto fazem 1, 2, 3... episódios de mania apenas. • Sintomas psicóticos • Sintomas de irritabilidade e agressividade • Início dos sintomas pós-parto → grande chance de ser bipolaridade • Piora dos sintomas com uso de antidepressivos ou melhora imediata com o uso e após isso, perda da eficácia • História familiar de bipolaridade • Histórico familiar → 80% da doença é responsável pela carga genética; • Idade de início → depressão antes dos 25 anos, aumenta 3x a chance de ser TB; cuidado com adolescentes; • Sintomas e sinais atuais/reais → não focar em extremos; • Curso dos sintomas → depressão que melhora e piora várias vezes → recorrente = depressão bipolar; • Resposta ao tratamento → cuidar com hipomania induzida pelo tto antidepressivo, irritabilidade, agressividade... Para diagnosticar transtorno bipolar tipo I, é necessário o preenchimento dos critérios a seguir para um episódio maníaco. O episódio maníaco pode ter sido antecedido ou seguido por episódios hipomaníacos ou depressivos maiores. Episódio Maníaco A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária). B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do comportamento habitual: • Autoestima inflada ou grandiosidade. • Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono). • Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando. • Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados. • Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado. • Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos). Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos). C. A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas. D. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica. Episódio Hipomaníaco A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias. B. Durante o período de perturbação do humor e aumento de energia e atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenasirritável) persistem, representam uma mudança notável em relação ao comportamento habitual e estão presentes em grau significativo: • Autoestima inflada ou grandiosidade • Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono). • Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando. • Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados. • Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado. • Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora. • Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos). C. O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que não é característica do indivíduo quando assintomático. D. A perturbação do humor e a mudança no funcionamento são observáveis por outras pessoas. E. O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização. Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é maníaco. F. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento). Os episódios Hipomaníacos e Depressivos Maiores no Transtorno Bipolar II devem ser diferenciados de episódios de um Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral. O diagnóstico é de Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral para episódios considerados a consequência fisiológica direta de uma condição médica geral específica (por ex., esclerose múltipla, acidente vascular encefálico, hipotiroidismo). Esta distinção fundamenta-se na história, achados laboratoriais ou exame físico. Um Transtorno do Humor Induzido por Substância é diferenciado de Episódios Hipomaníacos ou Episódios Depressivos Maiores que ocorrem no Transtorno Bipolar II pelo fato de que uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento ou exposição a uma toxina) está etiologicamente relacionada com a perturbação do humor. Sintomas como os que são vistos em um Episódio Hipomaníaco podem fazer parte da intoxicação ou abstinência de uma droga de abuso e devem ser diagnosticados como Transtorno do Humor Induzido por Substância (por ex., um episódio tipo depressivo maior ocorrendo apenas no contexto da abstinência de cocaína é diagnosticado como Transtorno do Humor Induzido por Cocaína, Com Características Depressivas, Com Início Durante Intoxicação). > O tratamento é para a vida toda. Consiste em tratamento não-farmacológico associado com medicamentos estabilizadores de humor ou antipsicóticos atípicos, independentemente da fase em que o paciente esteja (depressão, mania ou hipomania). Os antidepressivos NUNCA devem ser usados como monoterapia pelo risco de virada maníaca, sendo usados APENAS em associação com estabilizadores de humor → principalmente os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). ESTABILIZADORES DE HUMOR: LÍTIO: é o principal medicamento desta classe e a primeira escolha medicamentosa da prescrição. Possui margem terapêutica estreita (litemia entre 0,6 e 1,2). Contraindicação: Hipotireoidismo não controlado, insuficiência renal e cardiopatia grave. PORÉM SE o paciente possui ansiedade → o medicamento escolhido é Ácido Valpróico. Primeira linha: Lítio, Ácido Valpróico e Quetiapina (antipsicótico). SEGUNDA LINHA: Carbamazepina e Lamotrigina MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS 5ª EDIÇÃO DSM-5®
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