Buscar

OFICINA 4 - Pmsus - REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

OFICINA 4 – PMSUS – REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
1 – Definir o RAS e sua importância para o SUS.
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (BRASIL, 2010). 
As RAS são sistematizadas para responder a condições específicas de saúde, por meio de um ciclo completo de atendimentos (PORTER e TEISBERG, 2007), que implica a continuidade e a integralidade da atenção à saúde nos diferentes níveis Atenção Primária, Secundária e Terciária (MENDES, 2011).
A  Portaria de Consolidação n. 3 de 28/09/2017  estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde como estratégia para superar a fragmentação da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde e aperfeiçoar o funcionamento do sistema para garantir o conjunto de ações e serviços de que o usuário necessita, com efetividade e eficiência. Essa organização visa, portanto, a consolidar os princípios da universalidade, integralidade e equidade.
O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica.
Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os pontos de atenção com o centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS), pela centralidade nas necessidades em saúde de uma população, pela responsabilização na atenção contínua e integral, pelo cuidado multiprofissional, pelo compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados sanitários e econômicos.
Na construção da RAS devem ser observados os conceitos de integração vertical e horizontal, que vêm da teoria econômica e estão associados à concepções relativas às cadeias produtivas.
· Integração Vertical - consiste na articulação de diversas organizações ou unidades de produção de saúde responsáveis por ações e serviços de natureza diferenciada, sendo complementar (agregando resolutividade e qualidade neste processo).
· 
Integração Horizontal: consiste na articulação ou fusão de unidades e serviços de saúde de mesma natureza ou especialidade. É utilizada para otimizar a escala de atividades, ampliar a cobertura e a eficiência econômica na provisão de ações e serviços de saúde através de ganhos de escala (redução dos custos médios totais em relação ao volume produzido) e escopo (aumento do rol de ações da unidade).
As Redes de Atenção à Saúde, na condição de produtos das ações de políticas que fortalecem e cumprem as diretrizes do SUS, configuram um arranjo que busca garantir a universalidade do atendimento em saúde, ou seja, ampliar acesso e em tempo oportuno e de forma integral.
2. Conhecer os componentes e o funcionamento do RAS. (atribuições)
Os componentes que estruturam as RAS incluem: Atenção Básica à Saúde � centro de comunicação; os pontos de atenção secundária e terciária; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o sistema de governança.
As RAS são constituídas por três elementos fundamentais, operacionalização da RAS se dá pela interação dos seus três elementos constitutivos: população, estrutura operacional e modelo de atenção à saúde.
1. A população – esse elemento é a própria razão de ser da rede. O sistema deve ser capaz de avaliar as necessidades de uma população específica sob sua responsabilidade e de prover seu cuidado no contexto de sua cultura. O processo de definição dessa população é complexo e envolve identificação dos fatores de risco específicos. O Pacto pela Saúde define as regiões de saúde como espaços territoriais complexos, organizados a partir de identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e infra-estrutura de transportes compartilhados do território. Assim, a população sob responsabilidade de uma rede é a que ocupa a região de saúde definida pelo Plano Diretor de Regionalização e Investimentos (PDRI). A região de saúde deve ser bem definida, baseada em parâmetros espaciais e temporais que permitam assegurar que as estruturas estejam bem distribuídas territorialmente, garantindo o tempo/resposta necessário ao atendimento, melhor proporção de estru- tura/população/território e viabilidade operacional sustentável.
2. A estrutura operacional – é composta pela atenção primária, a atenção secundária e terciária (ambulatorial ou hospitalar secundária e terciária), sistemas de apoio (assistência farmacêutica, sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico, sistemas de informação e sistemas de teleassistência), sistemas logísticos (sistema eletrônico, sistemas de acesso regulado à atenção e sistemas de transporte em saúde), sistemas de governança da rede.
3. O modelo de atenção à saúde – os modelos de atenção à saúde são sistemas lógicos que organizam o funcionamento das redes
Nela a Atenção Primária à Saúde – APS é o primeiro nível de atenção, porta de entrada do usuário no sistema, local de primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde. Deve ser voltada para cuidado dos problemas mais comuns de saúde e centro de comunicação de todo sistema.
A Atenção Primária em Saúde abrange “a promoção, a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação, de acordo com o perfil epidemiológico e as necessidades de saúde apresentadas pela população de um território“. Ela deve ser a principal porta de entrada e o centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde (RAS). Os pontos de atenção à saúde são espaços onde se ofertam determinados serviços de saúde por meio de uma produção singular.
São exemplos de pontos de atenção à saúde: os domicílios, as unidades básicas de saúde, unidades ambulatoriais especializadas, serviços de hemoterapia e hematologia, centros de apoio psicossocial, residências terapêuticas, etc… Hospitais podem abrigar distintos pontos de atenção a saúde: ambulatório de pronto atendimento, unidade de cirurgia ambulatorial, centro cirúrgico, maternidade, UTI, etc…
Para assegurar a integração e articulação na lógica do funcionamento da RAS, com qualidade e eficiência para os serviços e para o sistema, são criados mecanismos formais de contratualização entre os entes reguladores/financiadores e os prestadores de serviço. Contratualização pode ser definida como “modo de pactuação da demanda quantitativa e qualitativa na definição clara de responsabilidades, de objetivos de desempenho, incluindo tanto os sanitários, quanto os econômicos, resultando dessa negociação um compromisso explícito entre ambas as partes. Esse processo deve resultar, ainda, na fixação de critérios e instrumentos de acompanhamento e avaliação de resultados, metas e indicadores definidos” (Portaria GM/MS 4.279/2010).
A construção da RAS é pautada nos conceitos de integração vertical e horizontal. Integração vertical é a articulação de diversas organizações ou unidades de produção de saúde responsáveis por ações e serviços de natureza diferenciada e complementar. A integração horizontal é a  articulação ou fusão de unidade e serviços de saúde de mesma natureza ou especialidade.
Considera-se que não há como prescrever um modelo organizacional único para as RAS, contudo as evidências mostram que o conjunto de atributos apresentados a seguir são essenciais ao seu funcionamento:
1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas necessidades e preferências que determinam a oferta de serviços de saúde;
2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que presta serviços de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilitação e cuidados paliativos e integra os programas focalizados em doenças, riscos e populações específicas, os serviços de saúde individuais e os coletivos;
3. Atenção Primária em Saúde estruturada como primeiro nível de atenção e porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado,e atendendo as suas necessidades de saúde;
4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado;
5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração assistencial por todo o contínuo da atenção;
6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, tendo em conta as particularidades culturais, gênero, assim como a diversidade da população;
7. Sistema de governança único para toda a rede com o propósito de criar uma missão, visão e estratégias nas organizações que compõem a região de saúde; definir objetivos e metas que devam ser cumpridos no curto, médio e longo prazo; articular as políticas institucionais; e desenvolver a capacidade de gestão necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos gerentes e das organizações;
8. Participação social ampla;
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico;
10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com incentivos pelo alcance de metas da rede;
11. Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da rede, com identificação de dados por sexo, idade, lugar de residência, origem étnica e outras variáveis pertinentes;
12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as metas da rede;
13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da equidade em saúde; e
14. Gestão baseada em resultado.
Nesse sentido, a atenção básica deve cumprir algumas funções para contribuir com o funcionamento das Redes de Atenção à Saúde, são elas: 
I - Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de descentralização e capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre necessária; 
II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais; 
III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos singulares, bem como acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários por meio de uma relação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. Para isso, é necessário incorporar ferramentas e dispositivos de gestão do cuidado, tais como: gestão das listas de espera (encaminhamentos para consultas especializadas, procedimentos e exames), prontuário eletrônico em rede, protocolos de atenção organizados sob a lógica de linhas de cuidado, discussão e análise de casos traçadores, eventos- -sentinela e incidentes críticos, entre outros. As práticas de regulação realizadas na atenção básica devem ser articuladas com os processos regulatórios realizados em outros espaços da rede, de modo a permitir, ao mesmo tempo, a qualidade da microrregulação realizada pelos profissionais da atenção básica e o acesso a outros pontos de atenção nas condições e no tempo adequado, com equidade; e 
IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando-as em relação aos outros pontos de atenção, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários. 
Essa concepção hierárquica e piramidal deve ser substituída por uma outra, a das redes poliárquicas de atenção à saúde, em que, respeitando-se as diferenças nas densidades tecnológicas, rompem-se as relações verticalizadas, conformando-se redes policêntricas horizontais.
3. Estudar como se caracterizam as linhas de atenção. (Modelos de atenção - doenças crônicas e agudas/ tipos de modelos/ tecnologia hegemônica)
Linhas de cuidado: caminhos preferenciais dentro da rede, incluem a prevenção, a cura e a reabilitação. Para isso, deve-se ter em mente que o indivíduo é mais do que o problema, e o que está por trás dessa doença. “A linha de cuidados representa um continuum assistencial composto por ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação”. São “percursos assistenciais” - é o itinerário que o usuário faz por dentro de uma rede organizada de saúde. Tem a finalidade de expressar os fluxos assistenciais seguros e garantidos ao usuário.
· Definem as ações e os serviços que devem ser desenvolvidos nos diferentes pontos de atenção de uma rede (nível primário, secundário e terciário) e nos sistemas de apoio.
· Expressam os fluxos assistenciais que devem ser garantidos aos usuários de acordo com suas necessidades.
· Funcionam como instrumento de trabalho da Gestão e Assistência.
A linha de cuidado funciona com base nos Projetos Terapêuticos que é o conjunto de atos assistenciais pensados para resolver determinado problema de saúde do usuário. Na linha do cuidado integral organizada, o serviço de saúde deve operar centrado nas necessidades dos usuários.
Gestão:
 Orientar os gestores no planejamento, programação e avaliação: 
· Modalidades de atendimento que o sistema de saúde precisa oferecer. 
· Os procedimentos necessários (exames, tratamentos, etc) para prevenir, detectar e tratar precocemente.
· Quantos e quais tipos de serviços assistenciais os sistemas de saúde locais oferecem para a assistência.
Assistência: serve de guia ou roteiro para orientar o profissional de saúde sobre os procedimentos mais efetivos no controle/tratamento da doença e os respectivos pontos de atenção corresponsáveis no processo assistencial.
Premissas: identificação da UBS como o elemento estrutural do sistema, estratificação de risco, equipes multiprofissionais com atuação interdisciplinar, garantia de referência/contrarreferência qualificada entre os diferentes setores.
A linha de cuidado deve ser vista como um processo de médio e longo prazo na medida em que muitas vezes envolve mudanças estruturais no sistema e mudança de comportamento e de atitudes de seus profissionais. Exemplo de linha de cuidado:
O terceiro elemento constitutivo da RAS é o modelo de atenção à saúde. O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o funcionamento das RAS, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definido em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográfica e epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade (MENDES, 2009; 2011). Modelo de atenção = território+serviços+logística+regulação.
• Condições agudas:
O objetivo de um modelo de atenção às condições agudas é identificar, no menor tempo possível, com base em sinais de alerta, a gravidade de uma pessoa em situação de urgência ou emergência e definir o ponto de atenção adequado para aquela situação, considerando-se, como variável crítica, o tempo de atenção requerido pelo risco classificado. Isso implica adotar um modelo de triagem de risco nas redes de atenção às urgências e às emergências. Serve para organizar a atenção às condições agudas e as agudizações das condições crônicas.
• Condições crônicas:
Os modelos de atenção à saúde voltados para as condições crônicas são construídos a partir de um modelo seminal, o modelo de atenção crônica. Dele derivam várias adaptações, aplicadas em diferentes partes do mundo, que serão tratadas como os modelos derivados do modelo de atenção crônica. São eles:
· o modelo dos determinantes sociais: principais determinantes sociais da saúde: acumulação dos riscos no curso da vida, renda, coesão social, emprego, educação, raça/etnicidade, ambiente, a violência, localização geográfica e estilos de vida.
· o modelo de atençãocrônica (mac) – modelo de wagner e o modelo da pirâmide de risco: 
· o modelo de atenção às condições crônicas (macc) – modelo proposto por mendes e adaptado para o sus: principais fatores de riscos para as condições crônicas: idade, tabagismo, sobrepeso e obesidade, alimentação inadequada, sedentarismo, sexo inseguro, uso abusivo de álcool e outras drogas, stress, hipertensão arterial, intolerância à glicose e depressão. ELEMENTOS-CHAVE DO MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS 
• Plano de cuidado individual feito conjuntamente pelos profissionais e usuário 
• Uso de instrumentos de autocuidado orientado desenvolvidos com base em evidências 
• Uso intensivo de reuniões de grupos de usuários para estímulo ao autocuidado orientado 
• Profissional de saúde comunitária na equipe 
• Implantação de prontuários clínicos eletrônicos 
• Implantação das diretrizes clínicas 
• Educação permanente dos profissionais 
• Educação em saúde dos usuários 
• Equipe multiprofissional na atenção primária à saúde 
• Suporte de especialistas para a equipe de atenção primária à saúde 
• Introdução da atenção às condições crônicas no plano estratégico das redes de atenção à saúde 
• Parcerias com organizações comunitárias
Modelo hegemônico: condições agudas, atenção à demanda espontânea, ênfase em aspectos biomédicos e solução pontual dos problemas.
As RAS romperam com a hegemonia do modelo biomédico, pois além das condições agudas, se pensa em soluções para as condições crônicas, ou seja, continuidade da atenção em todos os níveis do sistema.
4. Diferenciar complexidade e densidade na RAS.
Os níveis de atenção são arranjos produtivos segundo densidades tecnológicas, variando do nível de menor densidade (Atenção Primária em Saúde – APS), ao de densidade tecnológica intermediária (Atenção Secundária) até o de maior densidade tecnológica (Atenção Terciária).
Complexidade
Muitos acreditam que, quanto maior o aparato tecnológico aplicado a um determinado nível de atenção, mais complexo ele é. Na realidade, em saúde, essa fórmula não se aplica.
APS – maior complexidade, pois se trabalha com mudanças de comportamento, estilos de vida, hábito de fumar, alimentação saudável e atividade física.
Densidade
	Atenção secundária e terciária tem uma menor complexidade em relação a atenção primária e uma maior densidade tecnológica.
5. Discutir as tecnologias de atenção à saúde. (Leve, leve-dura e dura)
Tecnologia dura, leve-dura e leve é como Merhy (1997) classifica as tecnologias envolvidas no trabalho em saúde. 
A leve refere-se às tecnologias de relações do tipo produção de vínculo, autonomização, acolhimento, gestão como uma forma de governar processos de trabalho. A adoção das tecnologias leves no trabalho em saúde perpassa os processos de acolhimento, vínculo e atenção integral como gerenciadores das ações de saúde. Esta tem como ações a promoção da saúde, a prevenção das doenças, a recuperação da saúde e a humanização do atendimento.
O vínculo como tecnologia leve das relações no PSF parte do princípio de que os profissionais deverão estabelecer a responsabilização pela área adstrita; consequentemente, ocorre uma interação geradora de vínculos, "laços", entre os trabalhadores da saúde e os usuários, necessária ao mecanismo tecnológico para o desempenho do trabalho, de acordo com as diretrizes que norteiam a prática do PSF7.
Como tecnologia leve, o acolhimento direciona para o estabelecimento de estratégias de atendimento, o qual envolve trabalhadores, gestores e usuários. Com isso, as necessidades sentidas pelos usuários poderão ser trabalhadas pelas equipes do PSF de forma a resolver suas reais exigências de saúde.
A leve-dura diz respeito aos saberes bem estruturados, que operam no processo de trabalho em saúde, como a clínica médica, a clínica psicanalítica, a epidemiologia, o taylorismo e o fayolismo. 
A dura é referente ao uso de equipamentos tecnológicos do tipo máquinas, normas e estruturas organizacionais.
6. Elucidar os entraves presentes nas redes de atenção à saúde. (Acesso da população/fragmentação do sistema/adaptação)
Os sistemas de atenção à saúde não conseguem se adaptar, em tempo, às mudanças contextuais, especialmente demográficas e epidemiológicas. Nisso reside a crise universal dos sistemas de atenção à saúde que foram concebidos e desenvolvidos com uma presunção de continuidade de uma atuação voltada para as condições e eventos agudos e desconsiderando a epidemia contemporânea das condições crônicas. Como consequência, temos uma situação de saúde do século 21 que responde por um sistema de atenção à saúde desenvolvido no século 20, quando predominaram as condições agudas (MENDES, 2011).
Ao discutir a temática das redes de atenção à saúde no Brasil, La Forgia (2006) considera que o problema é caracterizado pela predominância da fragmentação, que é mais a norma que a exceção, o que resulta em duplicação de serviços; ineficiências de escala e escopo; baixa qualidade derivada da atenção descontínua; e custos de tratamento altos em virtude da má gestão das doenças crônicas. As diferentes partes do sistema de saúde não funcionam como um todo. Há pouca articulação de recursos, equipes e tecnologias entre os prestadores. O sistema de saúde não está preparado para lidar com os problemas complexos determinados pelas doenças crônicas que representam 2/3 da carga das doenças no país.
Desafios: 
· Fluxo de informação;
· Continuidade do cuidado;
· Participação dos gestores estaduais;
· Configuração das redes;
· Atuação da comissão intergestores regionais;
· Desconhecimento do COAP pelos gestores e;
· Percepção negativa: gestores-COAP.
O COAP é o Contrato Organizativo de Ação Publica em Saúde, ou seja, figura jurídica e instrumento de gestão compartilhada entre os federativos que vai delinear os compromissos de cada ente federado para atingir seus objetivos comuns.
7. Entender a organização e o funcionamento das redes (rede cegonha, doenças crônicas, psicossocial, saúde bucal, redes de reabilitação/pessoas com deficiência, rede de urgência e emergência)
Rede Materno-Infantil 
Visa garantir o fluxo adequado para o atendimento ao planejamento sexual e reprodutivo, pré-natal, parto e nascimento, puerpério e primeira infância com o objetivo de qualificar a assistência e enfrentar a mortalidade materna, infantil e fetal. Está vinculada ao programa federal denominado Rede Cegonha, ao programa estadual Primeira Infância Melhor (PIM) e a outros financiamentos estaduais como: Ambulatório de Gestante de Alto Risco (AGAR), Ambulatório de Egressos de UTI neonatal, incentivo estadual para atendimento de alto risco e casa da gestante, entre outros. 
Rede Cegonha
A Rede Cegonha é uma estratégia inovadora do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.
A Rede Cegonha deve ser organizada de maneira a possibilitar o provimento contínuo de ações de atenção à saúde materna e infantil para a população de determinado território (região de saúde), mediante a articulação dos distintos pontos de atenção à saúde, do sistema de apoio, do sistema logístico e da governança da rede de atenção à saúde a partir das seguintes diretrizes:
· I - garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal;
· II - garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro;
· III - garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento;
· IV - garantia da atenção à saúde das crianças de zero a vinte e quatro meses com
· V - garantia de acesso às ações do planejamento reprodutivo.
Para tanto, a Rede Cegonha se divide em 04 componentes com ações definidas para garantia do acesso e cuidado no período perinatal. São eles: Componente pré-natal; Componente parto e nascimento; Componente puerpério e saúdeda criança e Componente transporte sanitário e regulação. 
Objetivos da Rede Cegonha:
I - fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero aos vinte e quatro meses;
II - organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade;
III - reduzir a mortalidade materna e infantil, com ênfase no componente neonatal.
Princípios da Rede Cegonha:
I - o respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos;
II - o respeito à diversidade cultural, étnica e racial;
III - a promoção da equidade;
IV - o enfoque de gênero;
V - a garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes;
VI - a participação e a mobilização social;
VII - a compatibilização com as atividades das redes de atenção à saúde materna e infantil em desenvolvimento no Estado.
Rede de Atenção às Urgências 
Tem a finalidade de ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência e emergência de forma ágil e oportuna. A Rede está organizada em dois componentes: o préhospitalar (móvel e fixo) e o hospitalar. As diretrizes da RUE estão definidas na Portaria GM/MS no 1.600/2011. São componentes e interfaces da Rede de Atenção às Urgências e Emergências:
· Promoção, prevenção e vigilância em saúde.
· Atenção primária: Unidades Básicas de Saúde;
· UPA e outros serviços com funcionamento 24h;
· SAMU 192;
· Portas hospitalares de atenção às urgências
· SOSEmergências;
· Enfermarias de retaguarda e unidades de cuidados intensivos;
· Inovações tecnológicas nas linhas de cuidado prioritárias: AVC, IAM, traumas;
· Atenção domiciliar
· Melhor em Casa.
Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Condições Crônicas 
Nas últimas décadas, no estado, ocorreram diversas mudanças demográficas, e concomitantemente, mudanças dos padrões de saúde e doença e nas interações entre seus determinantes. Nesse processo de transição, destacam-se o aumento da prevalência das condições crônicas não transmissíveis (DCNT) e suas complicações, muitas delas tendo como fatores de risco aqueles associados as condições de vida, como sedentarismo e a alimentação inadequada, alcoolismo e tabagismo. No estado, a Rede de Atenção às Pessoas com Condições Crônicas vem sendo pensada a partir de diferentes tecnologias, estruturadas em serviços territorializados, construídos da seguinte forma: Serviços Assistenciais em Oncologia, Linha de Cuidado de Sobrepeso e Obesidade, Serviços Assistenciais em Cardiologia, Serviços Assistenciais em Neurologia e Serviços Assistenciais de Alta Complexidade em Nefrologia. Foi instituído o Grupo Condutor da Atenção às Pessoas com Condições Crônicas, formado por representantes das diferentes áreas técnicas da SES/RS para dar continuidade a implantação e implementação da rede. 
A organização da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas tem por objetivos gerais: 
1. Fomentar a mudança do modelo de atenção à saúde, fortalecendo o cuidado às pessoas com doenças crônicas. 
2. Garantir o cuidado integral às pessoas com doenças crônicas. 
3. Impactar positivamente nos indicadores relacionados às doenças crônicas. 
4. Contribuir para a promoção da saúde da população e prevenir o desenvolvimento das doenças crônicas e suas complicações. A partir do quadro epidemiológico apresentado, neste momento, serão priorizados na organização da rede os seguintes eixos temáticos, dentro dos quais serão desenvolvidas as linhas de cuidado para as doenças/fatores de risco mais prevalentes: • Doenças renocardiovasculares; • Diabetes; • Obesidade; • Doenças respiratórias crônicas; • Câncer (de mama e colo de útero).
No nível 1 do MACC, opera-se com a população total de uma rede de atenção à saúde com foco nos determinantes sociais intermediários, ou seja, os macrodeterminantes, condições de vida e de trabalho, o acesso aos serviços essenciais e as redes sociais e comunitárias. Nesse nível se propõem as intervenções de promoção da Saúde para a população total, realizadas por meio de ações intersetoriais. 
No nível 2 do MACC, opera-se com subpopulações estratificadas por fatores de risco, com foco nos determinantes proximais ligados aos comportamentos e aos estilos de vida, por meio de intervenções de prevenção de doenças, voltadas para indivíduos e subpopulações. A prevenção dá-se com a modificação de fatores de risco comportamentais, tais como a alimentação inadequada, o sedentarismo, o tabagismo, o excesso de peso e o uso excessivo de álcool. Nesse sentido, podemos citar os programas “Saúde na Escola” e “Academia da Saúde” como iniciativas deste Ministério, aprovadas em tripartite, para incentivar ações concretas nos determinantes sociais da saúde e na prevenção de doenças crônicas. Esses programas são realidade em muitos municípios brasileiros e, portanto, já constituem parte da Rede de Cuidado às Pessoas com Doenças Crônicas. 
A partir do nível 3 do MACC, trabalha-se com subpopulações que já apresentam doença crônica estabelecida. Nele as condições crônicas são de baixo ou médio risco ou a subpopulação apresenta fatores de risco biopsicológicos. Nesse nível, a atenção à saúde é fortemente ancorada em ações de autocuidado apoiado, mas existe também a atenção clínica ao indivíduo realizada, de maneira geral, pela atenção básica. 
No nível 4, opera-se com subpopulações com condição crônica de alto ou muito alto risco. Nesse nível, além do autocuidado apoiado, observa-se a necessidade mais significativa de cuidados profissionais, incluindo o especializado. 
No nível 5, opera-se com subpopulações que apresentam condição de saúde muito complexa e que chegam a consumir a maior parte dos recursos globais de um sistema de atenção à saúde. Nesse nível, as intervenções podem ser realizadas pela tecnologia da gestão de caso e, em geral, exigem planos de cuidado mais singulares.
Na estrutura da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, a Atenção Básica à Saúde (ABS) tem caráter estratégico por ser o ponto de atenção com maior capilaridade e potencial para identificar as necessidades de saúde da população e realizar a estratificação de riscos que subsidiará a organização do cuidado em toda a rede. É responsável também por realizar ações de promoção e de proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde para a maior parte da população
Rede de Atenção Psicossocial 
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), criada pela Portaria GM/MS no 3.088/2011, tem o objetivo de acolher e acompanhar as pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas no âmbito do SUS. No RS, a Resolução CIB/RS nº 655/2014, instituiu o Plano de Ação Estadual da Rede de Atenção Psicossocial do Rio Grande do Sul, que foi norteado pelos princípios e diretrizes da Política Estadual de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, e tendo como marco legal a Lei Estadual n° 9.716/1992. 
São diretrizes da Rede de Atenção Psicossocial:
· Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia, a liberdade e o exercício da cidadania.
· Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde.
· Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar.
· Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, diversificando as estratégias de cuidado, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares.
· Organização dos serviços em RAS regionalizada, com estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado.
· Desenvolvimento da lógica do cuidado centrado nas necessidades das pessoas com transtornos mentais, incluídos os decorrentes do uso de substâncias psicoativas.
Buscando a construção de serviços diferentes para as diferentes necessidades, elenca-se como Eixos Estratégicos para Implementação da Rede:1. Eixo 1: Ampliação do acesso à rede de atenção integral à saúde mental.
   2. Eixo 2: Qualificação da rede de atenção integral à saúde mental.
   3. Eixo 3: Ações intersetoriais para reinserção social e reabilitação.
   4. Eixo 4: Ações de prevenção e de redução de danos.
A operacionalização da RAPS está sendo iniciada nas regiões priorizadas no Plano de Enfrentamento ao Crack (�Crack, é possível vencer�). As ações de saúde do Plano de Enfrentamento ao Crack, Álcool e Outras Drogas estão inseridas no âmbito da formação da RAPS. As ações de saúde (eixo cuidado) do Plano estão articuladas com ações de assistência social, prevenção, formação e segurança (polícia comunitária) coordenadas entre União, Estados e Municípios.
Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência 
A Saúde da Pessoa com Deficiência (SPD) no SUS busca proporcionar atenção integral à saúde dessa população, desde a APS até a reabilitação, incluindo o fornecimento de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, quando necessário. O objetivo é proteger a saúde e reabilitar as pessoas com deficiência em relação a suas capacidades funcionais (física, auditiva, intelectual e visual). A criação da Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência (Portaria MS/SAS no 1.060/2002) oportunizou a implantação das Redes Estaduais de Assistência à Pessoa com Deficiência, em especial às ações de reabilitação, através de legislações específicas para habilitação de Serviços de Modalidade Única, ou seja, habilitados para atender apenas uma área de deficiência: auditiva, física, intelectual ou visual.
A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência busca ampliar o acesso e qualificar o atendimento às pessoas com deficiência temporária ou permanente; progressiva, regressiva ou estável; intermitente ou contínua no Sistema Único de Saúde (SUS). Além de promover cuidados em saúde, especialmente dos trabalhos de reabilitação auditiva, física, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências, a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência busca também desenvolver ações de prevenção e de identificação precoce de deficiências nas fases pré, peri e pós-natal, infância, adolescência e vida adulta.
Os componentes:
Atenção Especializada em Reabilitação Auditiva, Física, Intelectual, Visual, Ostomia e em Múltiplas Deficiências 
· Centros Especializados em Reabilitação (CER); 
· Estabelecimentos de saúde habilitados em apenas um Serviço de Reabilitação; 
· Oficinas Ortopédicas; 
· Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). 
Atenção Básica 
· Núcleos de Apoio à Saúde da Família; 
· Unidades Básicas de Saúde; 
· Atenção odontológica. 
Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência 
· Leitos de cuidados prolongados; 
· Centros Cirúrgicos qualificados para a atenção odontológica a pessoas com deficiência.
O que o Ministério da Saúde oferece?
· Construção, ampliação e reforma de Centros Especializados em Reabilitação e Oficinas Ortopédicas; 
· Aquisição de equipamentos para Centros Especializados em Reabilitação e Oficinas Ortopédicas; 
· Oficinas Ortopédicas itinerantes terrestres e fluviais; 
· Veículos adaptados para o transporte de pacientes aos Centros de Reabilitação; 
· Equipamentos para a realização de triagem auditiva neonatal em maternidades de alto risco Convênios via SICONV/SISPAG/GESCON 
· Incentivo financeiro mensal para o atendimento a pessoas com deficiências nos CEO;

Continue navegando