Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 1/54 Estudos Ambientais Prof.ª Rosangela Amado, Prof.ª Vânia Valéria Ferreira Descrição A compreensão e o entendimento do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) por meio da legislação brasileira ambiental vigente. Propósito Apresentar os fundamentos do EIA, sua natureza jurídica, principais características e sua importância como instrumento de promoção e preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, expresso na Constituição Federal de 1988 (CF/1988). Preparação Para estudar este conteúdo e realizar as tarefas da aula, tenha em mãos: papel, caneta e seu smartphone. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 2/54 Objetivos Módulo 1 Estudo de Impacto Ambiental Reconhecer o Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Módulo 2 Relatório de Impacto Ambiental Reconhecer o relatório de impacto ambiental (RIMA). Módulo 3 Auditoria Ambiental Compulsória Descrever a auditoria ambiental compulsória. Introdução 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 3/54 Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo e entenda sobre os estudos ambientais. 1 - Estudo de Impacto Ambiental Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o estudo de impacto ambiental (EIA). Sobre o estudo do impacto ambiental Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre o estudo do impacto ambiental. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 4/54 Política Nacional ao meio ambiente – PNMA Para a realização de atividades econômicas que necessariamente envolvem a utilização de recursos ambientais, a legislação brasileira impõe aos empreendedores a apresentação da Avaliação de Impacto Ambiental – AIA e Estudo do Impacto Ambiental – EIA, causados pelas atividades que desejam realizar. Essa exigência de apresentação de estudos ambientais e do RIMA destina-se a verificar a viabilidade ambiental do empreendimento a ser instalado ou operado, com o objetivo de prevenir danos ambientais e mitigar os impactos ambientais, que são naturalmente inevitáveis quando se exercem determinadas atividades econômicas. O Brasil publicou, no ano 1981, a primeira lei (Lei nº 6.938/1981) de âmbito federal, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e questões relacionadas com o meio ambiente. As principais orientações relacionadas com as questões ambientais no país estão contidas no art. 9º dessa lei. Por meio da PNMA, foram inseridos no contexto legislativo do país dois instrumentos de extrema importância: a avaliação de impacto ambiental (AIA) e o licenciamento ambiental. Ambos foram criados com os objetivos de preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade humana, segundo a própria lei. Contudo, foi somente após cerca de cinco anos da publicação da PNMA – período no qual foram vivenciadas inúmeras experiências em que se enfrentaram grandes dificuldades em relação ao licenciamento ambiental, pela falta de prática na avaliação de impactos ambientais e no próprio processo de licenciamento – que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) definiu de que modo deveria ser realizada a avaliação de impactos ambientais, criando duas novas exigências, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente (RIMA). 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 5/54 valiação de Impacto Ambiental (AIA) A AIA é um estudo que apresenta caráter não somente qualitativo, mas também quantitativo. É feita objetivando avaliar de que maneira os recursos naturais serão utilizados pelas atividades consideradas modificadoras do meio ambiente. É um instrumento de decisão para a aprovação de atividades, projetos e até mesmo de leis, programas e planos, sendo amplamente utilizado não só no Brasil, mas também em todo o mundo. onama Órgão criado pela Lei nº 6.938/1981, por meio da Resolução Conama nº 001/1986. Resumindo A Resolução Conama nº 001/1986 não só definiu em que consistia cada um deles, mas também estabeleceu a relação das atividades para as quais sua exigência tornou-se obrigatória. Em outras palavras, definiu as diretrizes que guiariam a elaboração do EIA, estabelecendo quem precisaria realizar o estudo, assim como o que deveria ser abordado nele. A partir de então, passou a depender da autorização prévia a aprovação do EIA/RIMA pela autoridade ambiental local, mediante procedimentos regulamentados para a concessão da licença ambiental. Mas o que é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)? O EIA é um dos principais instrumentos utilizados para o planejamento, a avaliação do impacto e a delimitação de área de influência no que se refere às questões ambientais. Ele não só determina os possíveis impactos ao meio ambiente, como também os mecanismos de compensação e mitigação dos possíveis danos resultantes da implantação de atividades ou empreendimentos que tenham potencial para poluir e degradar o meio ambiente. IA Segundo a Resolução Conama nº 001/1986, o EIA é um documento que contém um estudo bem aprofundado e detalhado, relatando todos os possíveis impactos ambientais que possam vir a ser causados ao meio ambiente por atividades ou serviços, provocando sua degradação. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 6/54 No sistema de licenciamento brasileiro, os principais tipos de licença são: Cuja concessão ocorre na fase inicial do empreendimento. Autoriza a instalação do empreendimento, atividade ou obra. Autoriza a operação da atividade, obra ou empreendimento. O EIA está vinculado diretamente à LP, visto que se trata de um estudo prévio dos impactos que poderão vir a ocorrer com a operação e/ou instalação de dado empreendimento. Conforme determina a resolução citada, o EIA deve atender aos princípios e objetivos da Lei nº 6.938/1981 (PNMA), assim como às diretrizes gerais, apresentadas a seguir: Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de sua não execução. Licença prévia (LP) Licença de instalação (LI) Licença de operação (LO) 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 7/54 Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade. Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza. Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade. Elaboração do EIA Na elaboração do EIA, são necessários alguns requisitos mínimos, que giram em torno da caracterização ambiental, econômica e social do empreendimento e daquilo que se encontrar ao redor dele. Esses requisitos são apresentados a seguir. São descritas todas as informações gerais do empreendimento, como CNPJ da empresa, tipo de atividades executadas, objetivos e justificativas para a implantação, entre outras. Devem ser informadas a localização, a infraestrutura e a descrição dos processos industriais a serem realizados, entre outras informações relacionadas com as características específicas do empreendimento. Informações gerais Caracterização do empreendimento Área de influência 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 8/54 Considera-se área de influência o mapeamento das áreas que estarão sujeitas, direta ou indiretamente,aos possíveis impactos ambientais. Em outras palavras, é a área passível de sofrer alterações em seus meios físico, biológico e/ou socioeconômico, como resultado da implantação de uma atividade e/ou operação. São consideradas áreas de influência direta (AID) todas as que poderão sofrer impacto direto, ou seja, ser diretamente afetadas. Já as áreas de influência indireta (AII) são as que não serão diretamente afetadas, ou quando os efeitos decorrentes do empreendimento são considerados menos significativos do que os provocados nos territórios da AID. São realizadas a descrição e a análise de todos os recursos ambientais e de suas interações antes da implantação do projeto, levando-se em consideração: O meio físico: devem ser avaliados a qualidade do ar, o clima, o subsolo, a topografia, os recursos minerais, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas etc. O meio biológico e os ecossistemas naturais: devem ser avaliadas a fauna e a flora, dando sempre destaque às espécies que indicam a qualidade ambiental da área, as de valor econômico e científico, as consideradas raras e as que estejam ameaçadas de extinção, as áreas de preservação permanente etc. O meio socioeconômico: deve ser avaliada a forma como são feitos o uso e a ocupação do solo, bem como o uso da água, dando destaque aos sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, além das relações de dependência entre a comunidade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. Também devem ser avaliados o número populacional e a descrição das vias de transporte da região. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 9/54 Devem ser realizadas a identificação e a previsão da amplitude dos prováveis impactos relevantes, classificando-se esses possíveis impactos em benéficos e adversos, indiretos e diretos, imediatos e a médio e longo prazos, permanentes e temporários. É preciso avaliar também se existe a possibilidade de reversibilidade do impacto, bem como a distribuição dos ônus e benefícios sociais. Devem ser definidas todas as medidas mitigatórias dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle a serem utilizados e os sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma das medidas apresentadas. Vale a pena destacar que uma das medidas mitigatórias fixadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é a destinação do valor mínimo de 0,5% dos custos totais de instalação para que sejam aplicados em unidades de conservação (UC) ambiental. Na verdade, essa medida é uma ação de compensação ambiental do impacto causado, podendo ser substituída por outras alternativas que apresentem o mesmo caráter compensatório. Quem é responsável pela elaboração do EIA? Em razão da grande complexidade do EIA, torna-se inviável que uma única pessoa realize o estudo. São diferentes parâmetros que precisam ser avaliados e em diferentes áreas do conhecimento. Assim, de acordo com o art. 7º da Resolução Conama nº 001/1986: O EIA deve ser elaborado por equipe multidisciplinar, altamente qualificada e devidamente habilitada, formada por profissionais que tenham cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental, disposto Medidas mitigatórias 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 10/54 pelo Ibama, sendo capaz de abordar os pontos mais importantes da atuação da empresa ou serviço. A equipe responsável pela elaboração do EIA não pode ser dependente direta ou indiretamente de quem for o proponente do projeto, sendo responsável tecnicamente pelos resultados apresentados. Sua definição depende das características do empreendimento, devendo também ser levado em consideração o ambiente no qual a empresa ou o serviço será implantado. De maneira geral, é comum que a equipe multidisciplinar seja formada por um engenheiro ambiental, um geólogo, um biólogo e outros técnicos, dependendo sempre da natureza e do local da empresa ou serviço. Comentário É importante destacar que o acesso a esse estudo é limitado, respeitando o sigilo industrial. Atualmente, existem várias empresas que trabalham especificamente na elaboração do EIA, facilitando bastante todo o processo. Quais atividades necessitam elaborar o EIA? De acordo com o art. 225, § 1º, inciso IV, da CF/1988, o EIA — a que se dará publicidade — é exigido EIA na forma da lei para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente. A seguir, são relacionadas as atividades que necessitam realizar o EIA: Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento. Aeroportos e ferrovias. Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 11/54 Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão). Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, como barragem para fins hidrelétricos acima de 10MW, saneamento, irrigação. Obras para abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias. Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230kV. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW. Extração de minério; oleodutos, gasodutos e esgotos sanitários. Aterros sanitários, processamento e “destino final” de resíduos tóxicos ou perigosos. Complexo, unidades industriais e agroindustriais (siderúrgicos, cloroquímicos, petroquímicos, destilarias de álcool, extração e cultivo de recursos hídricos). Distritos industriais e zonas estritamente industriais (ZEI). Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100ha ou menores. Atividades que utilizam carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia. Projetos agropecuários com áreas acima de 1.000ha ou menores. Projetos urbanísticos acima de 100ha ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental, a critério da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e dos órgãos municipais e estaduais competentes. Atenção! Vale a pena ressaltar que existem atividades que não necessitam realizar o EIA. De qualquer maneira, o órgão competente para a liberação do licenciamento ambiental é que julgará, a partir de uma triagem, se existe ou não a necessidade do estudo. Poderá ocorrer a solicitação de um estudo de menor proporção, no formato básico do EIA, no qual constarão informações gerais, descrição do empreendimento, área de influência, diagnóstico ambiental da área de influência, fatores ambientais, qualidade ambiental, análise dos impactos ambientais, proposição das medidas mitigadoras e programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais, basicamente. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 12/54 Quem é responsável pela �scalização do cumprimento do EIA? A fiscalização do EIA está associada ao licenciamento ambiental em três esferas. A primeira esfera é a federal, que é de responsabilidade do Ibama. Nesse caso, o empreendimento em questão deverá influenciar para além das fronteiras do estado onde ocorrerá sua implantação, envolvendo o licenciamento de grandes projetos. Como exemplos de atividades de responsabilidade do Ibama, podemos citar as do setor petrolífero e gás natural na plataforma continental e as que envolvem radioatividade. A segunda esfera é a estadual, que está relacionada com as atividades cujos impactos possam ultrapassar mais de um município do mesmo estado. São controladas por órgãos estaduais,sendo também da competência estadual a fiscalização de atividades ou empreendimentos localizados ou desenvolvidos em UC instituídas pelo estado, com exceção daquelas em áreas de proteção ambiental (APA). No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, é o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A terceira esfera é a municipal. Nesse caso, só poderá haver atuação sobre as atividades se os impactos se restringirem a seu território e se os municípios tiverem um conselho municipal de meio ambiente e profissionais habilitados. A inexistência de órgão ambiental capacitado ou de conselho municipal de meio ambiente ativo levará à instauração da Primeira esfera Segunda esfera Terceira esfera 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 13/54 competência supletiva do estado para o desempenho das ações administrativas municipais, até sua criação e pleno funcionamento. No município do Rio de Janeiro, por exemplo, é a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smac). Vale a pena ressaltar que, embora possam existir exceções, o processo de licenciamento não pode ser conduzido por mais de um órgão. Nenhum empreendimento está sujeito a se licenciar em mais de uma instância. A imagem a seguir apresenta as diretrizes gerais para a elaboração do EIA, que dará origem ao RIMA, a ser estudado no próximo módulo. Diretrizes gerais para a elaboração do EIA/RIMA. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Em relação ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA), está correto afirmar que: A O EIA deverá ser elaborado por equipe multidisciplinar contratada por quem 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 14/54 Parabéns! A alternativa D está correta. Alguns requisitos mínimos, que dizem respeito à caracterização ambiental, econômica e social do empreendimento, são exigidos na elaboração do EIA, entre os quais estão as medidas mitigatórias dos impactos negativos. Questão 2 Na elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), são necessários alguns requisitos mínimos que giram em torno da caracterização ambiental, econômica e social do empreendimento e daquilo que se encontra ao redor dele. Em relação a esses requisitos, analise as afirmativas: I) A área de influência corresponde ao mapeamento das áreas que estarão sujeitas, direta e indiretamente, aos possíveis impactos ambientais. II) No diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, serão considerados somente os meios físicos e biológicos, não sendo relevantes os aspectos sociais. estiver solicitando a licença ambiental. B O EIA é um estudo exigido para toda e qualquer atividade ou serviço. C O EIA não precisa apresentar programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos. D O EIA desenvolverá medidas mitigatórias dos impactos negativos. E O EIA será desenvolvido por equipe multidisciplinar de responsabilidade do órgão ambiental competente. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 15/54 III) No item relativo às informações gerais, devem constar CNPJ da empresa, tipo de atividades executadas, objetivos e justificativas para a implantação, entre outras. IV) Na etapa correspondente à caracterização do empreendimento, devem ser informadas a localização, a infraestrutura e a descrição dos processos industriais a serem realizados, entre outras informações relacionadas com as características específicas do empreendimento. Estão corretas: Parabéns! A alternativa D está correta. No diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, serão considerados os meios físicos e biológicos, bem como os aspectos socioeconômicos. A I, II e IV B I, II e III C II, III e IV D I, III e IV E Todas as afirmativas 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 16/54 2 - Relatório de Impacto Ambiental Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o relatório de impacto ambiental (RIMA). Sobre o relatório de impacto do meio ambiental (RIMA) Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre o relatório de impacto do meio ambiental (RIMA). 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 17/54 Conceituação e importância O relatório de impacto ambiental (RIMA) é um documento de caráter público (acessível ao público em geral), elaborado a partir do EIA (do qual pode ser considerado) que possui extrema importância, pois confere transparência ao Estudo de Impacto Ambiental. Deve ser enviado ao órgão ambiental competente, junto ao EIA, para análise e liberação do licenciamento ambiental. O RIMA precisa, obrigatoriamente, refletir as conclusões estabelecidas por meio do EIA, porém, ao contrário deste, que utiliza uma linguagem altamente técnica, o RIMA deve ser escrito e apresentado em linguagem simples, clara e objetiva. Resumindo Em outras palavras, o RIMA é um resumo em linguagem didática, clara e objetiva, que permite que qualquer interessado tenha acesso às informações e possa exercer controle social. Todas as informações contidas no EIA devem ser traduzidas para uma linguagem acessível, devendo ser ilustradas por quadros, cartas, gráficos, mapas e outras formas de comunicação visual, de maneira que se possam entender, com clareza, as vantagens e as desvantagens do projeto, assim como as consequências ambientais decorrentes de sua implementação. Apesar da diferença na forma de linguagem utilizada, uma vez que o RIMA é o reflexo do EIA, de acordo com a Resolução Conama nº 001/1986, ele precisa ter um conteúdo mínimo. Veja a seguir: Objetivos e justificativas do projeto e sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 18/54 Descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação, a área de influência, as matérias-primas, a mão de obra, as fontes de energia, os processos e as técnicas operacionais, os prováveis efluentes, as emissões, os resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados. Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, as técnicas e os critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 19/54 Descrição do efeito esperado das medidas mitigatórias previstas para os impactos negativos, mencionando aqueles que não poderão ser evitados e o grau de alteração esperado. Síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do projeto. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 20/54 Caracterização da qualidade ambiental futura, comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como a hipótese de sua não realização. Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos. Recomendação quanto à alternativa mais favorável. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 21/54 As atividades que precisam elaborar o RIMA são exatamente as mesmas que necessitam elaborar o EIA. São elas: Estradas de rodagem. Ferrovias. Portos e terminais de petróleo, minério e produtos químicos. Aeroportos. Oleodutos e gasodutos. Troncos de esgotos sanitários. Linhas de transmissão elétrica, acima de 230kV. Hidrelétricas, canais de navegação, drenagem e saneamento. Extração de combustível fóssil. Extração de minério. Aterros sanitários. Destinaçãode resíduos tóxicos. Usinas de geração de eletricidade, acima de 10MW. Indústrias. Exploração florestal, acima de 100ha. Projetos urbanísticos, acima de 100ha. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 22/54 Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, acima de 10t. Comentário Após o órgão ambiental competente ter se pronunciado de forma conclusiva sobre seu conteúdo, o RIMA deve ficar disponível para a análise por parte do público interessado, razão pela qual a linguagem utilizada em sua elaboração precisa ser mais acessível. Os interessados têm um prazo para se manifestarem, existindo a possibilidade de ser promovida uma audiência pública. Audiência pública ambiental A legislação ambiental determina que grandes projetos potencialmente causadores de impactos socioambientais sejam precedidos de muitos estudos e de audiências públicas. A população a ser impactada tem o direito de ser ouvida e de manifestar sua opinião contrária ao projeto, podendo inclusive apresentar fatos e dados, que podem até mesmo vir a impedir a instalação do empreendimento. Segundo a Resolução Conama nº 09/1987, a audiência pública tem: udiências públicas É uma das etapas do licenciamento ambiental que é extremamente importante, pois é nela que fica garantida a participação popular no processo de aprovação de atividades que possam causar impactos ao meio ambiente e que, consequentemente, estão sujeitas à elaboração do EIA/RIMA. por finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise (EIA) e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito. Veja, a seguir, o que é necessário para que ocorra uma audiência pública e quais são seus 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 23/54 resultados: Consulta aos cidadãos afetados Pode-se dizer, então, que se trata de uma oportunidade para que os cidadãos, direta e indiretamente afetados pelo empreendimento, ou mesmo a comunidade possam expor suas opiniões acerca do projeto. Porém, é preciso deixar claro que a audiência pública tem caráter meramente consultivo, embora as críticas, os questionamentos e até as sugestões sejam considerados na análise da equipe técnica responsável. Resultados da audiência pública Na verdade, o resultado da audiência pública ambiental não pode ser desconsiderado pelo órgão ambiental responsável por conceder a licença, que deverá levá-lo em consideração nos motivos da decisão, rejeitando ou acolhendo os argumentos e os documentos que forem nela produzidos, sob pena de invalidação judicial ou administrativa. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 24/54 O que prevê a legislação A legislação ambiental brasileira determina que o órgão ambiental competente pode promover audiência pública quando for solicitada por alguma entidade civil, pelo Ministério Público, por 50 ou mais cidadãos interessados ou quando julgar necessário fazê-lo. O que é necessário para solicitar uma audiência pública Existem algumas regras para a ocorrência da audiência pública, podendo-se destacar aqui: o prazo para sua solicitação, que deve ser com antecedência mínima de 45 dias, e o fato de dever ser realizada em local que seja acessível a todos os interessados. Além disso, deve ser dirigida pelo representante do órgão ambiental responsável pelo licenciamento. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 25/54 Para que se possa destacar a importância da audiência pública no contexto do processo de licenciamento ambiental, podemos citar um caso muito “famoso” de demora no processo de licenciamento ambiental, ocorrido aqui no Brasil, que é a trajetória histórica da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. Desde o princípio, no ano 1975, esse empreendimento manteve-se sob uma ampla resistência, feita por ambientalistas, movimentos sociais e representantes de populações atingidas pela obra, principalmente a comunidade indígena da região. Somente em março de 2009, o EIA foi entregue ao Ibama, porém, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), sem considerações sobre o componente indígena. Ainda no ano 2009, ocorreram quatro audiências públicas, nas quais foram destacados obstáculos como: O fato de o local disponibilizado para as audiências ser distante das aldeias indígenas e de outras comunidades envolvidas no processo. O fato de a linguagem utilizada nas reuniões não ter sido previamente apropriada, tornando impossíveis o entendimento do projeto e a devida compreensão do conteúdo relacionado com os impactos ambientais e sociais que seriam causados pela da usina. A existência de problemas na condução e na maneira de assegurar a participação e os direitos da população atingida pelo empreendimento. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 26/54 Fato é que, de acordo com informações da Norte Energia, embora, no final de 2014, Belo Monte já estivesse com 70% das obras concluídas, até meados de 2015 a empresa ainda não havia obtido a LO. Exemplo Circunstâncias, como a apresentada, servem de exemplo para destacar a complexidade da elaboração do EIA/RIMA. Porém, não se pode deixar de destacar aqui que a elaboração dos estudos é condição essencial para que se cumpra a legislação e se consiga obter o licenciamento. Roteiro para elaboração do EIA/RIMA Veja a seguir o passo a passo elaborar o EIA/RIMA (BRAGA et al., 2005, p. 257). Identificar o empreendimento, incluindo: ✓ nome e razão social; ✓ endereço para correspondência; e ✓ inscrição estadual e CGC; Apresentar o histórico do empreendimento. Informar a nacionalidade de origem das tecnologias a serem empregadas. Apresentar informações gerais que identifiquem o porte do empreendimento. Descrever os tipos de atividades a serem desenvolvidas, incluindo as principais e as secundárias. Fazer uma síntese dos objetivos do empreendimento e sua justificativa em termos de importância no contexto econômico e social do país, da região, do estado e do município. Informar a localização geográfica proposta para o empreendimento, apresentada em mapa ou croqui, incluindo as vias de acesso e a bacia hidrográfica. 1. Informações gerais 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 27/54 Prever das etapas de implantação do empreendimento. Informar empreendimento(s) associado(s) e decorrente(s). Compartilhar nome e endereço para contatos relativos ao EIA/RIMA. Deve-se caracterizar o empreendimento, com suas fases de planejamento, implantação e operação, com indicação detalhada de etapas e expansões, quando houver. Apresentar a área de influência, com delimitação das áreas geográficas direta e indiretamente afetadas pelos impactos, devidamente justificadas e mapeadas. Realizar o diagnóstico com a descrição e análise dos fatores ambientais e de suas interações, por meio das variáveis que descrevem o estado ambiental, caracterizando a qualidade ambiental — em um quadro sintético, no qual se expõem os fatores ambientais físicos, biológicos e socioeconômicos, indicando os métodos adotados para sua análise, com o objetivo de descrever as inter-relações entre os componentes bióticos, abióticos e antrópicos do sistema a ser afetado pelo empreendimento. Além desses fatores, deverão ser identificadas as tendências evolutivas dos fatores importantes para caracterizar a interferência do empreendimento — fatores ambientais —, como: Meio físico Clima e condições meteorológicas da área potencialmente atingida pelo empreendimento. Qualidade do ar na região. 2. Caracterização do empreendimento 3. Área de influência 4. Diagnóstico ambiental da área de influência 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html#28/54 Níveis de ruído na região. Formação geológica da área potencialmente atingida pelo empreendimento. Formação geomorfológica da área potencialmente atingida pelo empreendimento. Solos da região que serão potencialmente atingidos pelo empreendimento. Recursos hídricos, sendo abordados hidrologia superficial, hidrologia, oceanografia física, qualidade das águas e usos da água. Meio Biológico Os ecossistemas terrestres existentes na área de influência do empreendimento. Os ecossistemas aquáticos existentes na área de influência do empreendimento. Os ecossistemas de transição existentes na área de influência do empreendimento. Meio Antrópico Dinâmica populacional na área de influência do empreendimento. Uso e ocupação do solo, com informações, em mapa, da área de influência do empreendimento. Nível de vida na área de influência do empreendimento. Estrutura produtiva e de serviços. Organização social na área de influência. Identificação, valorização e interpretação dos prováveis impactos nas diferentes fases do empreendimento, apresentadas sob as formas de “síntese conclusiva” e “descrição detalhada” e analisadas segundo os impactos sejam: Impactos benéficos e adversos. Impactos diretos e indiretos. 5. Análise dos impactos ambientais 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 29/54 Impactos benéficos e adversos. Impactos temporários, permanentes e cíclicos. Impactos imediatos e a médio e longo prazos. Impactos reversíveis e irreversíveis. Impactos locais, regionais e estratégicos. Classificadas quanto: À natureza preventiva ou corretiva, avaliando inclusive a eficiência dos equipamentos de controle de poluição em relação aos critérios de qualidade ambiental e aos padrões de disposição de efluentes líquidos, emissões atmosféricas e resíduos sólidos. À fase do empreendimento em que deverão ser adotadas. Ao planejamento, à implantação, à operação e à desativação, bem como ao caso de acidentes. Ao fator ambiental a que se destinam: físico, biológico e socioeconômico. Ao prazo de permanência de suas aplicações: curto, médio ou longo. À responsabilidade pela implementação: empreendedor, Poder Público ou outros. A seu custo. Incluindo-se, conforme o caso: Indicação e justificativa dos parâmetros selecionados para a avaliação dos impactos sobre cada um dos fatores ambientais considerados. 6. Proposição de medidas mitigatórias 7. Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 30/54 Indicação e justificativa da rede de amostragem, incluindo seu dimensionamento e distribuição espacial. Indicação e justificativa dos métodos de coleta e análise de amostras. Indicação e justificativa da periodicidade de amostragem para cada parâmetro, segundo os diversos fatores ambientais. Indicação e justificativa dos métodos a serem empregados no processamento das informações levantadas, visando retratar o quadro da evolução dos impactos ambientais causados pelo empreendimento. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Em relação à audiência pública ambiental, é correto afirmar: A Tem caráter meramente consultivo, e as críticas, os questionamentos e as sugestões não são considerados na análise da equipe técnica responsável. B O órgão ambiental competente pode promover a audiência pública somente quando for solicitado pelo Ministério Público. C O órgão ambiental competente pode promover a audiência pública somente quando for solicitado com antecedência mínima de 60 dias 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 31/54 Parabéns! A alternativa E está correta. A audiência pública é uma das etapas do licenciamento ambiental que é extremamente importante, pois é nela que fica garantida a participação popular no processo de aprovação de atividades que possam causar impactos ao meio ambiente e que, consequentemente, estão sujeitas à elaboração do EIA/Rima. Questão 2 O Relatório de Impacto do Meio Ambiente (Rima) é um documento elaborado a partir do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que deve ser enviado ao órgão ambiental competente, juntamente com o EIA, para análise e liberação do licenciamento ambiental. Em relação ao Rima, avalie as afirmativas: I) É um documento de caráter público, ou seja, acessível ao público em geral, sendo um resumo do EIA. II) Utiliza uma linguagem técnica, para dar conhecimento ao público de todas as informações constantes no EIA. III) As atividades que precisam elaborar o Rima são as mesmas que necessitam elaborar o EIA. IV) Tem que, obrigatoriamente, refletir as conclusões estabelecidas por meio do EIA. quando for solicitado com antecedência mínima de 60 dias. D O local no qual for realizada não precisa necessariamente ser acessível a todos os interessados. E Segundo a Resolução Conama nº 09/1987, tem por finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise (Estudo de Impacto Ambiental – EIA) e de seu referido Relatório de Impacto do Meio Ambiente (Rima), dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 32/54 Estão corretas as afirmativas: Parabéns! A alternativa C está correta. Trata-se de um documento público e de fácil acesso, por conta disso, deve ser escrito em linguagem simples, buscando atingir o máximo possível de público. Em relação às atividades, não há com o que se preocupar, pois as atividades que compõem o Rima são algumas das que compõem o EIA. Além disso, o Rima é projetado para refletir as conclusões acerca do EIA. A I, II e III B I, II e IV C I, III e IV D II, III e IV E I, II, III e IV 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 33/54 3 - Auditoria ambiental compulsória Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever a auditoria ambiental compulsória. Sobre a auditoria ambiental compulsória Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre a auditoria ambiental compulsória. A relação entre o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente nunca foi fácil. A necessidade do crescimento econômico vem servindo de justificativa para a poluição e a degradação ambiental dos recursos naturais. Entretanto, a preocupação com os impactos 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 34/54 negativos resultantes da produção de bens de consumo e/ou serviços vem crescendo. A sociedade hoje, protagonista na defesa do meio ambiente, está atuando em prol dos efeitos ambientais proporcionados por essa produção. Por essa razão e porque, atualmente, a legislação ambiental está a cada dia mais uniforme e exigente, o ambiente empresarial vem passando por mudanças. A sobrevivência das organizações no cenário atual depende de sua competitividade, assim como da relação entre meio ambiente e desenvolvimento, que constituem fatores que conduzem as empresas a investir em auditoria ambiental, com o objetivo de saber se a atividade está sendo desenvolvida de maneira adequada ou não. Origem da auditoria ambiental A auditoria ambiental surgiu no final da década de 1970 nos Estados Unidos com a realização de auditorias voluntárias e tinha como objetivo principal verificar o cumprimento da legislação. Contudo, como descreve Sales (2001, p. 25): Apesar de haver alguma controvérsia na literatura norte-americana a respeito do início dos primeiros programas de auditoria ambiental, alguns trabalhos indicam que a auditoria ambiental já estava sendo praticada voluntariamente naquele país por alguma grande corporação. 1989 Em Paris, na França, o UN Environmental Programme/Industry and Environment Office (Unep/IEO) realiza conferência para debatero conceito e a prática da auditoria ambiental. Entre os assuntos abordados, enfatizou-se a importância da defesa da voluntariedade da auditoria ambiental, sob três argumentos. Três argumentos A auditoria ambiental compulsória poderia perturbar o relacionamento entre auditores e auditados, e informações importantes seriam omitidas. di i bi l i lé d d ã l i l d f l 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 35/54 No Brasil, o tema surgiu com a publicação da Lei nº 1.898/1991, no estado do Rio de Janeiro, que estabeleceu que os órgãos governamentais estaduais encarregados da implementação das políticas de proteção ao meio ambiente poderiam estabelecer a realização de auditorias periódicas ou ocasionais. Já em 1996, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) apresentou as NBR ISO 14010, 14011 e 14012, todas relacionadas com a auditoria ambiental. O fato é que, desde 1980, as auditorias ambientais são utilizadas como ferramenta gerencial no ambiente empresarial, na busca da sobrevivência das organizações no mercado atual. De�nição de auditoria Muito confundida com algo que “busca culpados”, a palavra auditoria vem do latim auditore, que tem como significado “aquele que ouve”. Na área ambiental, a auditoria tem como objetivo verificar A auditoria ambiental vai além da adequação a leis e regulamentos, e dessa forma envolve informações estratégicas sobre as operações das empresas. A regulamentação da auditoria ambiental poderia inibir seu desenvolvimento (adaptado de SALES, 2001, p. 36-37). 1991 Ocorre a criação do Strategic Advisory Group on Environment (SEGA), e, a partir daí, a auditoria ambiental começou a ser discutida internacionalmente. 1994 A auditoria ambiental ganha força em todo o planeta, quando foram divulgados os projetos de norma dentro da série ISO 14000. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 36/54 se determinado empreendimento ou atividade está de acordo com o estabelecido pela legislação ambiental. Segundo La Rovere et al. (2003), auditoria ambiental é definida como uma ferramenta que possibilita um “retrato” instantâneo do processo produtivo. Kuhre (1996) conceitua auditoria ambiental como “um processo sistemático para obter, avaliar e reportar fatos de conformidades ou não conformidades ambientais de acordo com algum critério definido previamente”. Para a norma ISO 14.010, auditoria ambiental é […] um processo sistemático e documentado de verificação, realizado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências de auditorias para determinar se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais especificados, ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria, e para comunicar os resultados deste processo ao cliente (KUHRE, 1996). O fato é que auditorias bem-conduzidas tornam-se uma excelente ferramenta gerencial, pois permitem aos gestores a constatação efetiva do nível de conformidade da atividade, ou ainda a identificação dos pontos fortes e fracos de determinado processo ou organização em relação ao meio ambiente. Resumindo Pode-se concluir que a auditoria é uma ferramenta de gestão que, por meio de um processo sistemático, documentado e periódico, visa analisar evidências encontradas com o objetivo de atestar a conformidade ou a não conformidade de um padrão adotado como referência. É importante destacar que a auditoria não é punitiva, não podendo ser interpretada como uma forma de fiscalização. O que é importante saber sobre auditoria ambiental? Principais benefícios da auditoria ambiental 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 37/54 Redução de conflitos com órgãos ambientais. Redução de conflitos com stakeholders e stockholders. Redução de custos de multas. Priorização de investimentos. Necessidade de recursos adicionais para financiar o programa de auditoria. Possibilidade de gastos inesperados com a correção de não conformidades detectadas pela auditoria ambiental. Indicação de falsa segurança quanto aos riscos ambientais, no caso de auditorias realizadas por auditores inexperientes e/ou não concluídas. Possibilidade de pressão de órgãos governamentais e grupos ambientais para apresentação dos resultados da auditoria. Conformidade legal: cumprimento da lei e das decisões de entidades regulamentadoras em relação ao arcabouço legal. Responsabilidade ambiental: identificação dos perigos e dos riscos ambientais que resultam em responsabilidade civil, administrativa e criminal. Desenvolvimento de política ambiental corporativa: mapeamento dos aspectos e dos impactos para a elaboração de uma política orientada para ações. Vantagens competitivas: auxílio ao planejamento por meio do benchmarking para as melhores práticas do setor. Desvantagens (D’AVIGNON; LA ROVERE, 2001) As motivações para a auditoria ambiental 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 38/54 Utilização dos recursos: racionalização dos custos por meio de atividades de redução, reaproveitamento e reciclagem de insumos e matéria-prima. Classi�cação das auditorias Há alguns tipos de auditorias ambientais que variam de acordo com as técnicas e as metodologias adotadas, em função do escopo definido pela empresa que será auditada. Entretanto, a classificação mais utilizada está relacionada com os objetivos da auditoria, ou seja, auditoria de primeira, de segunda ou de terceira parte. Geralmente requisitadas pela alta administração, as auditorias de primeira parte são realizadas pelo fabricante ou pelo fornecedor. É uma iniciativa da própria empresa, com o objetivo de melhorar a eficiência. Por envolver os colaboradores, familiarizados com a cultura e os processos da empresa, a auditoria de primeira parte é um importante processo de gestão ambiental nas organizações. É importante destacar que os colaboradores que vão auditar devem ser independentes das funções que estiverem auditando, diferentes da área de atuação, para não proporcionar uma análise equivocada, sanções ou até mesmo punições. Realizada por organizações externas, mas que tenham interesse na empresa, a auditoria ambiental de segunda parte é realizada por uma equipe com membros ou representantes de partes interessadas nos aspectos ambientais da organização auditada. Tem como objetivo exercer pressão para melhorar o desempenho ambiental em relação à cadeia produtiva. Auditoria de primeira parte Auditoria de segunda parte 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 39/54 É realizada por meio de uma instituição independente, empresa de auditoria ou auditor especialista, que não tem interesse na comercialização do produto. Comumente, ela acontece quando existem as auditorias de certificação dos sistemas de gestão ambiental pela norma NBR ISO 14.001. Existem outros tipos de auditoria, como: Auditoria de desempenho ambiental Analisa os indicadores de desempenho dos aspectos ambientais da atividade. Auditoria de Sistema de Gestão Ambiental (SGA) São utilizadas para verificar se as atividades de gestão ambiental estão em conformidade ou não conformidade com a documentação pertinente e se estão de acordo com a política da empresa. Auditoria de certi�cação Conduzida por uma organização independente e credenciada, a auditoria de certificação ocorre quando a organização é auditada com base nos princípios estabelecidos pelas normas nas quais ela deseja se certificar. Como exemplo, a auditoria de certificação ambiental pela série de normas NBR ISO 14.000. Auditoria de descomissionamento Auditoria de terceira parte 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 40/54 Ocorre quando determinada atividade com altopotencial poluidor é encerrada. Tem como principal objetivo verificar se o local não apresenta riscos futuros tanto ao meio ambiente quanto à população. Auditoria de responsabilidade Também conhecida como due diligence, é utilizada em operações de fusão ou de aquisição. A referida auditoria tem como motivação evitar que se assuma a responsabilidade por riscos ambientais em potencial ou por algum passivo ambiental. Contudo, o principal objetivo deste módulo é estudar a auditoria compulsória, já que no anterior foram abordados os conceitos do EIA/RIMA. Auditoria ambiental compulsória Por auditoria ambiental compulsória, entende-se aquela que é obrigatória por força de leis ou normas. A Resolução nº 21/2010 do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Conema) define auditoria ambiental como: […] processo sistemático de verificação, documentado e independente, nas modalidades Auditoria Ambiental de Controle e Auditoria Ambiental de Acompanhamento, executado para obter evidências e avaliá-las objetivamente, para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria estabelecidos nesta Diretriz são atendidos e os resultados comunicados. Essa diretriz, determinada como DZ-056-R.3, Diretriz para Realização de Auditoria Ambiental, no 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 41/54 estado do Rio de Janeiro, estabelece as responsabilidades, os procedimentos e os critérios técnicos para a realização de auditorias ambientais, como instrumento do sistema de licenciamento ambiental. Também conceitua a auditoria ambiental de controle como aquela “realizada normalmente a cada requerimento ou renovação de licença ambiental, para verificação detalhada do desempenho ambiental da organização em operação, com base em conformidade legal e em suas políticas e práticas de controle”. Já por auditoria ambiental de acompanhamento, segundo a diretriz citada, entende-se a […] realizada a cada ano, com ênfase no acompanhamento do Plano de Ação da última auditoria ambiental, complementando-o com novas medidas advindas de eventuais exigências do órgão ambiental, alterações significativas nos aspectos e impactos ambientais e mudanças em processo, entre outros. (RESOLUÇÃO Nº 21/2010) Sintetizando, segundo a Diretriz DZ-056-R-3, a auditoria de controle é realizada a cada requerimento ou renovação de licença ambiental e tem como propósito verificar minuciosamente o desempenho ambiental da empresa, enquanto a auditoria de acompanhamento é realizada anualmente, com base no plano de ação elaborado na última auditoria ambiental. Resumindo A auditoria compulsória avalia se a organização está adequada às leis e às normas ambientais aplicáveis à sua atividade. Geralmente, é um processo utilizado como preparativo para o requerimento de licenças ambientais ou para prevenir penalidades pelo não atendimento à legislação ambiental, em âmbito federal, estadual ou municipal, ou ainda pelo não atendimento a padrões corporativos, normas e outros. Como exemplo, podemos citar o processo de licenciamento que pode decorrer de normas federais, como a Resolução Conama nº 306/2002, que trata de auditorias para portos organizados e instalações portuárias, plataformas e suas instalações de apoio e refinarias, estaduais ou municipais. O que é necessário para a realização de uma 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 42/54 auditoria ambiental compulsória? O Conama, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938/1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274/1990, alterado pelo Decreto nº 3.942/2001 , tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº 168/2006, resolve: “Art. 4º As auditorias ambientais devem envolver análise das evidências objetivas que permitam determinar se a instalação do empreendedor auditado atende aos critérios estabelecidos nesta Resolução, na legislação ambiental vigente e no licenciamento ambiental.” Ainda dispõe sobre os requisitos mínimos para a realização de auditoria ambiental, que são: I. a identificação da legislação ambiental federal, estadual e municipal, bem como das normas ambientais vigentes aplicáveis à instalação da organização auditada. II. a verificação da conformidade da instalação da organização auditada com as leis e normas ambientais vigentes. III. a identificação da existência e da validade das licenças ambientais. IV. a verificação do cumprimento das condições estabelecidas nas licenças ambientais. V. a identificação da existência dos acordos e compromissos, tais como termos de compromisso ambiental e/ou termos de ajustamento de conduta ambiental e eventuais planos de ação definidos na resolução. VI. a verificação do cumprimento das obrigações assumidas no que se refere ao item V. I. a verificação da existência de uma política ambiental documentada, implementada, mantida e difundida a todas as pessoas que estejam trabalhando na instalação auditada, incluindo funcionários de empresas terceirizadas. Quanto ao cumprimento da legislação ambiental aplicável Quanto à avaliação do desempenho da gestão ambiental 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 43/54 II. a verificação da adequabilidade da política ambiental com relação à natureza, à escala e aos impactos ambientais da instalação auditada, bem como quanto ao comprometimento desta com a prevenção da poluição, com a melhoria contínua e com o atendimento da legislação ambiental aplicável. III. a verificação da existência e da implementação de procedimentos que propiciem a identificação e o acesso à legislação ambiental e outros requisitos aplicáveis. IV. a identificação e o atendimento dos objetivos e das metas ambientais das instalações e a verificação se eles levam em conta a legislação ambiental e o princípio da prevenção da poluição, quando aplicável. V. a verificação da existência e da implementação de procedimentos para identificar os aspectos ambientais significativos de atividades, produtos e serviços, bem como sua adequação. VI. a verificação da existência e da implementação de procedimentos e registros da operação e da manutenção de atividades/equipamentos relacionados com os aspectos ambientais significativos. VII. a identificação e a implementação de planos de inspeções técnicas para avaliação das condições de operação e manutenção das instalações e dos equipamentos relacionados com os aspectos ambientais significativos. VIII. a identificação e a implementação dos procedimentos para comunicação interna e externa com as partes interessadas. IX. a verificação dos registros de monitoramento e medições das fontes de emissões para o meio ambiente ou para os sistemas de coleta e tratamento de efluentes sólidos, líquidos e gasosos. X. a existência de análises de risco atualizadas da instalação. XI. a existência de planos de gerenciamento de riscos. XII. a existência de plano de emergência individual e registro dos treinamentos e simulações por ele previstos. XIII. a verificação dos registros de ocorrência de acidentes. XIV. a verificação da existência e da implementação de mecanismos e registros para a análise crítica periódica do desempenho ambiental e do sistema de auditorias internas. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 44/54 XV. a verificação da existência de definição de responsabilidades relativas aos aspectos ambientais significativos. XVI. a existência de registros da capacitação do pessoal, cujas tarefas possam resultar em impacto significativo sobre o meio ambiente. XVII. a existência de mecanismos de controle de documentos. XVIII. a existência de procedimentos e registros na ocorrência de não conformidades ambientais. XIX. a verificação das condições de manipulação, estocagem e transporte de produtos que possam causar danos ao meio ambiente. Nestaparte do estudo, você pode estar se perguntando: quem deverá realizar a auditoria ambiental compulsória? Em linhas gerais, deve ser feita pelas empresas que, ao realizarem suas atividades, podem causar um considerável impacto negativo no meio ambiente. O estabelecido na Diretriz DZ-056-R-3 é que, obrigatoriamente, elas deverão realizar auditorias ambientais periódicas anuais as organizações de classes 4, 5, 6, de acordo com a tabela de classificação dos empreendimentos/atividades do Decreto Estadual nº 42.159/2009, das seguintes tipologias, entre outras: I. refinarias, dutos e terminais de petróleo e seus derivados. II. instalações portuárias. III. instalações aeroviárias (aeroportos, aeródromos, aeroclubes). IV. instalações destinadas à estocagem de substâncias tóxicas e perigosas. V. instalações de processamento e disposição final de resíduos tóxicos e perigosos. VI. unidades de geração de energia elétrica a partir de fontes térmicas. VII. instalações de tratamento e sistemas de disposição final de esgotos domésticos. VIII. indústrias petroquímicas e siderúrgicas. IX. indústrias químicas e metalúrgicas. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 45/54 X. instalações de processamento, recuperação e sistemas de destinação final de resíduos urbanos radioativos. XI. atividades de extração mineral, exceto dos bens minerais de aplicação direta na construção civil. XII. atividades de beneficiamento de bem mineral. XIII. instalações de tratamento de efluentes líquidos de terceiros. XIV. instalações hoteleiras de grande porte. XV. indústrias farmacêuticas e de produtos veterinários. XVI. indústrias têxteis com tingimento. XVII. produção de álcool e açúcar. XVIII. estaleiros. XIX. demais atividades com potencial poluidor alto, a critério do órgão ambiental. Ainda seguindo a diretriz, os empreendimentos que desejarem abrir requerimento de renovação e prorrogação da LO e da licença de operação e recuperação (LOR) e de averbação decorrente de sua ampliação devem realizar auditorias ambientais, além de possuir um PPRA implementado. Cabe ressaltar que é de suma importância que os empreendedores verifiquem se sua atividade está sujeita à exigência de realização da auditoria ambiental compulsória, com base na legislação vigente da área do empreendimento, bem como na periodicidade exigida. A fim de complementar os estudos, é válido apresentar aqui alguns conceitos que envolvem a área da auditoria ambiental. Auditor ambiental É a figura principal no processo de condução de uma auditoria. É o profissional qualificado, com registro regular em seu respectivo conselho, responsável por assegurar a eficácia da execução da auditoria ambiental, de acordo com o escopo e o plano de auditoria. Evidências de auditoria 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 46/54 Informações verificáveis, registros, constatações ou declarações que comprovam conformidades e não conformidades identificadas no processo de auditoria (Diretriz DZ-056-R-3). Relatório de auditoria Documento destinado ao órgão ambiental, elaborado pela equipe de auditoria, que consolida os resultados da auditoria ambiental de controle ou de acompanhamento (Diretriz DZ-056-R-3). Plano de ação Parte integrante do relatório de auditoria ambiental que contempla as ações corretivas e preventivas associadas às não conformidades, com respectivo cronograma de execução e identificação dos responsáveis, assim como as oportunidades de melhoria verificadas na auditoria. O plano de ação é de responsabilidade da organização auditada, e sua adequação técnica deve ser atestada pela equipe de auditoria. Como realizar um plano de auditoria? Veja, a seguir, as determinações da Resolução Conama no 306/2002 para a elaboração de um plano de auditoria. O plano de auditoria deve conter, no mínimo, o escopo e a preparação da auditoria: I. definição e análise da documentação. II. visita prévia à instalação auditada. Plano de escopo e preparação da auditoria 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 47/54 III. formação da equipe de auditores. IV. definição das atribuições dos auditores. V. definição da programação e dos planos de trabalho para a execução da auditoria. VI. consulta prévia aos órgãos ambientais competentes, a fim de verificar o histórico de incidentes ambientais, inclusive de seus desdobramentos jurídico-administrativos e dos cadastros ambientais. A execução da auditoria é constituída por seis etapas distintas: I. entrevistas com os gerentes e os responsáveis pelas atividades e pelas funções da instalação. II. inspeções e vistorias nas instalações. III. análise de informações e documentos. IV. análise das observações e constatações. V. definição das conclusões da auditoria. VI. elaboração de relatório final. O relatório de auditoria deverá conter, no mínimo: I. composição da equipe auditora e respectivas atribuições. II. identificação da organização e da instalação auditada. III. descrição das atividades da instalação. Etapas de execução da auditoria Relatório de auditoria 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 48/54 IV. objetivos, escopo e plano de auditoria estabelecidos. V. período coberto pela auditoria. VI. Isumário e metodologia do processo de auditoria. VII. lista de documentos legais, normas e regulamentos de referência. VIII. lista de documentos analisados e unidades auditadas. IX. lista das pessoas contactadas durante a auditoria e respectivas atribuições. X. constatações da auditoria. XI. conclusões da auditoria, incluindo as constatações de conformidades e não conformidades em relação aos critérios estabelecidos e avaliação da capacidade da organização de assegurar a contínua adequação aos critérios estabelecidos. A conclusão do processo de auditoria ocorrerá quando o relatório final estiver finalizado. Contudo, dependendo do escopo do empreendimento, a auditoria ambiental realizada pode incluir o acompanhamento de ações corretivas por parte da equipe de auditoria. Nesses casos, a auditada deverá adotar um plano de ação para corrigir as não conformidades identificadas, também determinado pela resolução Conama, que deverá conter, no mínimo: I. ações corretivas e preventivas associadas às não conformidades e deficiências identificadas na auditoria ambiental. II. cronograma físico para implementação das ações previstas. III. indicação da área da organização responsável pelo cumprimento do cronograma estabelecido. IV. cronograma físico das avaliações do cumprimento das ações do plano e seus respectivos relatórios. Após o conteúdo estudado, podemos observar que a auditoria ambiental é um importante Plano de ação pós-relatório final 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 49/54 instrumento de avaliação do desempenho e da gestão ambiental relativos aos impactos negativos gerados ou que poderão ser gerados pelas atividades potencialmente poluidoras dos empreendimentos. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A auditoria ambiental é o retrato do desempenho ambiental do empreendimento em determinado período. Em relação à avaliação do desempenho da gestão ambiental, a auditoria ambiental deverá envolver: A Objetivos, escopo e plano de auditoria estabelecidos. B Constatações da auditoria. C A verificação da existência e da implementação de procedimentos que propiciem a identificação e o acesso à legislação ambiental e a outros requisitos aplicáveis. D Conclusões da auditoria, incluindo as constatações de conformidades e não conformidades em relação aos critérios estabelecidos. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html#50/54 Parabéns! A alternativa C está correta. As alternativas A, B, E e D são referentes ao relatório de auditoria da Resolução Conama nº 306/2002. Questão 2 Por auditoria de primeira parte, podemos destacar: Parabéns! A alternativa B está correta. Para as alternativas A, C e D, a resposta correta é auditoria de segunda parte; já para a alternativa E, auditoria de terceira parte. E Avaliação da capacidade da organização de assegurar a contínua adequação aos critérios estabelecidos. A É realizada por organizações externas. B É realizada pelo fabricante ou pelo fornecedor. C É realizada por representantes de partes interessadas nos aspectos ambientais da organização. D Exerce pressão para melhorar o desempenho ambiental da empresa. E É realizada por meio de uma instituição credenciada e independente. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 51/54 Considerações �nais Em terras brasileiras, a avaliação de impacto ambiental — matéria constitucional prevista no art. 225, § 1º, inciso IV, da CF/1988 — e o licenciamento ambiental de atividades constituem um poderoso instrumento para a execução da PNMA (Lei nº 6.938/1981), a qual instituiu o Conama, que submeteu o licenciamento ambiental à elaboração do EIA e de seu respectivo RIMA. A relevância do EIA/RIMA e das auditorias compulsórias está relacionada com as informações sobre o empreendimento e/ou atividades que, de alguma maneira, possam acarretar a degradação ambiental. É de suma importância que os empreendedores verifiquem a legislação vigente à qual está sujeita sua atividade e a exigência de realização de auditoria ambiental compulsória, conforme a legislação ambiental aplicável, observando os critérios a serem seguidos, bem como a periodicidade exigida, com o objetivo de uma relação de parceria entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômico. O desafio do desenvolvimento sustentável e a necessidade de prevenção dos impactos ambientais negativos possivelmente gerados por atividades e serviços que possam causar danos ao meio ambiente levam-nos à necessidade de refletir sobre a forma como a população e os órgãos governamentais e empresariais se comportam em relação ao meio ambiente. Com base nesse argumento, mudanças e ações têm sido pensadas, desenvolvidas e implementadas, por meio de legislações ambientais que estão cada vez mais exigentes e uniformes em relação à avaliação dos impactos ambientais. Podcast 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 52/54 Agora, a especialista Thalita Negreiros finaliza falando sobre o Estudo de Impacto Ambiental e o responsável por sua realização, além de explicar como o relatório de impacto ambiental é elaborado e, por fim, o que é a auditoria compulsória e seu detalhamento. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 14001: Sistema de Gestão Ambiental. Rio de Janeiro, 2015. BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF, 1981. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Brasília, DF, 1986. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 306, de 5 de julho de 2002. Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais. Brasília, DF, 2002. D’AVIGNON, A. L. A.; LA ROVERE, E. L. Manual de auditoria ambiental. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. FIORILLO C A P C d Di it A bi t l b il i Sã P l S i 2013 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 53/54 FIORILLO, C. A. P. Curso de Direito Ambiental brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2013. KUHRE, W. L. ISO 14010 environmental auditing. PTR-PH, 1996. LA ROVERE, E. L. et al. Manual da auditoria ambiental. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. LEGISLAÇÃO de direito ambiental. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. MACHADO, A. de Q. Licenciamento ambiental: atuação preventiva do Estado à luz da Constituição da República Federativa do Brasil. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. RIO DE JANEIRO (Estado). Decreto Estadual nº 42.159, de 2 de dezembro de 2009. Dispõe sobre o Sistema de Licenciamento Ambiental – SLAM e dá outras providências. Rio de Janeiro, 2009. RIO DE JANEIRO (Estado). Lei Estadual nº 3.471, de 4 de outubro de 2000. Altera o artigo 5º da Lei Estadual nº 1.898, de 26 de novembro de 1991, que dispõe sobre a realização de auditorias ambientais. Rio de Janeiro, 2000. RIO DE JANEIRO (Estado). Resolução Conema nº 21. Diretriz para Realização de Auditoria Ambiental, Rio de Janeiro, 2010. Consultado na internet em: 25 out. 2021. RODRIGUES, M. A. Direito Ambiental esquematizado. Coordenação: Pedro Lenza. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. SALES, R. Auditoria ambiental: aspectos jurídicos. São Paulo: LTR, 2001. Explore + Acesse os sites do Ibama, do Inea e do Portal Nacional de Licenciamento Ambiental (PNLA) do Ministério do Meio Ambiente, para saber mais detalhes sobre os licenciamentos ambientais e as legislações que os regem. 21/04/2023 07:17 Estudos Ambientais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/02447/index.html# 54/54
Compartilhar