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Microbiota Humana A microbiota é constituída por microrganismos (bactérias e fungos) residentes permanentes ou transitórios encontrados em certos sítios anatômicos (especial/pele e algumas mucosas). Mucosas: ✔ Oral – nasal -> faríngea/laríngea; ✔ Intestinal (principalmente no intestino grosso); ✔ Vagina; ✔ Uretra distal. - Sítios normalmente estéreis (aonde não encontramos microrganismos): brônquios e alvéolos, mucosa uterina, bexiga, sangue (é estéril mas alguns microrganismos podem invadir a corrente sanguínea), fígado, baço, rins, SNC. A microbiota instala-se desde o nascimento e ela vai acompanhar até a sua morte. Porém devemos levar em consideração, a microbiota presente no recém-nascido oriundo de parto normal e de indivíduos de cesárea porque a microbiota no parto normal vai ser constituída por bactérias que colonizam o canal vaginal da mãe já nos bebes nascidos de cesárea a microbiota vai ser composta por microrganismos da pele da mãe mas também dos profissionais de saúde presente no parto. A microbiota dos indivíduos vai ter certas variações ao longo da vida – mesmo para os microrganismos residentes. Microbiota -> 100 trilhões equivalente a 1kg em 1 adulto. A microbiota engloba: saprófitas (sapróbios), oportunistas e se diference dos tipos de relações: comensalismo, mutualismo e amensalismo...) Os microrganismos saprófitas – usualmente não causam doenças. -> Comensalismo – uma espécie se utiliza de indivíduos de outra espécie para obtenção de nutrientes porém sem prejuízo para a outra. -> Mutualismo – 2 ou mais organismos de espécies diferentes estabelecem relação mútua/vantajosa. -> Amensalismo – quando metabólitos de indivíduos de uma população impedem o desenvolvimento de outra espécie. Ex. pelicilina. A microbiota pode ser: residente e transitória. ✔ RESIDENTE: - Composta por sapróbios e microrganismos de baixa virulência; - É encontrada regularmente em certos sítios anatômicos; com composição típica em cada sítio; - Pronto restabelecimento quando é perturbada - Influenciada por fatores como idade e sexo; - Por exemplo: na pele, encontrada a microbiota aderida na superfície como também nas camada mais profundas. - Não é removida totalmente em procedimentos de limpeza nem de antissepsia; - Sua composição é influenciada por condições e hábitos do hospedeiro. ✔ TRANSITÓRIA: - São constituídas de microrganismos não patogênicos ou potencial/ patogênicos; - Presente somente temporariamente no sítio anatômico sendo influenciada pelo ambiente; - Facilmente é removida pelos procedimentos de limpeza e antissepsia; - Origem: exógena. *Bacteriocinas – são proteínas que matam membros da própria espécie ou de espécies diferentes. Ex. enterocina. *Vit. do complexo B, K. * SI = sistema imunológica. Observações: 1. Microrganismos vivos que quando administrados exercem efeitos benéficos para a saúde: PROBIÒTICOS. 2. Carboidratos (oligossacarídeos) não digeríveis que estimulam seletivamente a atividade de probióticos (como Bifidobactérias e Lactobacilos) no cólon: PREBIÓTICOS. Exemplos de efeitos desfavoráveis da microbiota resistente: - Odores desagradáveis (como: halitose, bromidrose – relacionada ao odor do suor e plantar (chulé). - Cáries (formação de uma placa e essa placa surge quando a sacarose da dieta alimentar vai ser metabolizada por bactérias da cavidade oral como: estreptococos orais, produzindo uma substância insolúvel que se defixia do esmalte dentário e a partir disso outras bactérias começam a se ligar e formando a placa. Com a evolução do processo, os carboidratos da dieta alimentar vão ser crementados por bactérias e através da fermentação láctica vai ser produzido o ácido lático que vai baixar o pH da cavidade oral significativamente e nesse pH ácido vai ocorrer a desminerilinização do esmalte dentário e levando a formação da cárie. - Infecções oportunistas (ex. uso de antimicrobiano -> Clostridium difficile. Há uma redução da microbiota e o Clostridium difficile sendo resistente ao antimicrobiano proliferando abundantemente na ausência do competidor podendo gerar uma doença chamada de Colite Pseudomembranosa). A suprainfecção (superinfecção) resulta de uma alteração da microbiota pelo antimicrobiano e ela vai ser decorrente de uma nova infecção por um microrganismo que é diferente do órgão que é diferente do tratamento antimicrobiano. DISBIOSE: ✔ Alterações na composição do microbioma intestinal com o favorecimento de microrganismos que interrompem a homeostase hospedeiro/microbiota intestinal → processos inflamatórios; ✔ Pode acarretar danos que altera a permeabilidade intestinal, resultando na passagem LPS e outros produtos para a corrente sanguínea; ✔ Pode afetar até os rins. Diferentes fatores apontados – Exs: → antibióticos, stress, anti-inflamatórios, tipo de alimentação, uso indiscriminado de laxantes, alterações na imunidade ... - Infecções oportunistas devido a alterações locais por exemplo: candidíase. - Infecção quando um microrganismo da microbiota residente migra para outro sítio anatômico. Ex. infecção urinária. - Infecção decorrentes da bacteremia “fisiológica” Quando uma bactéria da microbiota consegue ter acesso a corrente sanguínea resultando em alguns indivíduos uma endocardia subaguda em pacientes com lesão prévia de válvula. O sangue normal: No caso da bacteremia transitória que pode ocorrer por diferentes processos (trauma: extração dentária ou espirros e ato de escovar os dentes) e se essa bactéria tem acesso a corrente sanguínea pode chegar até o coração gerando um defeito nas válvulas. Alguns conceitos de infecção: - Infecção endógena: decorrente da própria microbiota; - Infecção exógena: adquirida a partir de fontes externas ao paciente; - Infecção autógena: infecção causada por microrganismos do paciente mas que podem ter origem. Exemplos de mecanismos de controle ou proteção do hospedeiro (vários eliminam os microrganismos não residentes): a) Estruturas anatômicas: - Integridade epitélio; - Válvulas e esfincteres do trato digestório; - Tamanho da uretra (homem) – torna o homem menos suscetível a infecção urinária. b) Mecanismos químicos: - Lisozima; - Ácidos graxos da pele (secreções de glândulas sebáceas); - pH (vaginal, gástrico, da urina); - Ácidos e sais biliares; - Defensinas (peptídeos antimicrobianos produzidos por células de Paneth- intestino). c) Ações fisiológicas: - Fluxos unidirecionais; - Peristalse (intestinal); - Movimento ciliar (favorece o movimento do muco); - IgA secretória (ação protetora contra toxinas) e macrófagos alveolares. Principais sítios colonizados e alguns membros importantes da microbiota PELE: - Possui microbiota residente bem definida - Variações por fatores como: ✔ Região anatômica; ✔ Vestuário; ✔ Proximidade de mucosa; Mecanismos de eliminação de microrganismos não residentes na pele: - pH baixo; - Lisozima; - Secreção de ácidos graxos por glândulas sebáceas. Principais microrganismos da microbiota da pele: Staphylococcus; Cutibacterium; Corynebacterium; Malassezia. Bastonetes Gram (+) aerotolerantes de crescimento lento (requerem pelo menos 6 dias para o crescimento em cultura) - Associação com acne vulgar - Espécies de Cutibacterium também podem causar infecções como endocardite e infecções pós operatórias. TRATO RESPIRATÓRIO Cavidade Nasal: - Corinebactérias – tem granulações; - Staphylococcus (epidermus e aureus) Cavidade oral: Principal componente: Estreptococos grupo viridans Outros exemplos: Fusobacterium - Haemophilus - Porphyromonas - Treponema - Neisseria - Metanobrevibacter oralis. Porphyromonas gingivalis: agente de periodontite crônica. Sugerido também com relação com: Doença de Alzheimer. - Encontrado enzimas neurotóxicas (gengivinas) e material genético da bactéria no cérebro de pacientes. Metanobrevibacter oralis sugerido com a associação com: periodontite. Angina de Plaut- Vincent: associação de bactérias fusiformes e espiraladas em que causa - - Ulceração nas amigdalas e sangramento gengival.ESTÔMAGO: Normal/ não apresenta ou é pouco numerosa (microbiotas). INTESTINO DELGADO: Predomínio de bactérias Gram (+) sendo pouco numerosa. INTESTINO GROSSO: - Numerosa [1011 – 1013 / g] - Grupo predominante? (96-99%) - Principais gêneros: Bacteroides; Bifidobacterium; Clostridium; Lactobacillus; Enterobacteriaceae; Enterococcus; etc. TRATO GENITOURINÁRIO Microbiota vaginal: - Varia com a idade, pH e secreção hormonal [Ao nascer: vagina colonizada por Latobacilos do canal do parto]. No 1º mês da vagina: (pH ácido – por causa dos latobacilos) - Microbiota de Döderlein [predomínio de lactobacilos]. Após o 1 mês vai cessar a estimulação progestogenica de origem materna e os lactobacilos vão desaparecer surgindo uma microbiota mista constituída por: cocos e bastonetes. Então, os lactobacilos desaparecem, o nível de estrogênio vai ser baixo determinando o que os lactobacilos sumam e o pH vai estar neutro. Depois vem a puberdade, e volta o pH vaginal a ser ácido. Por que o pH ácido? Porque com a produção estrogênio vai haver a formação de glicogênio no epitélio vaginal e os lactobacilos vão fermentar esse glicogênio liberando ácido lático. Voltando a ter a Microbiota Döderlein na vacina com o predomínio de lactobacilos. Na menopausa, a população de lactobacilos vai diminuir e vai ocorrer um reaparecimento de uma microbiota mista. Microbiota da uretra: a bexiga é estéril mas a porção mais distal da uretra tem uma microbiota que igual à da pele e do períneo ou seja, mista. E nessa microbiota podemos encontrar enterobactérias.
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