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Positivismo normativista – Hans Kelsen Positivismo: nova forma de pensar: progresso científico Explicar os fenômenos através de sua observação e da formulação de leis imutáveis que os regem. Ordem e Progresso A sociedade possui uma Ordem (condições constantes e imutáveis); e um desenvolvimento que é regido por leis também imutáveis (Progresso). 1881-1973 Delimitação do direito como ciência. Desvinculação da justiça e da moral. Teoria metodologicamente pura do Direito Proposta: Compreender a dinâmica lógico-sistemática do ordenamento jurídico cientificidade Para Kelsen, a cientificidade passa por uma descrição objetiva das normas jurídicas. Abordagem descritiva e não axiológica da realidade como a única via de acesso ao conhecimento científico exato e objetivo. Só se garante o caráter científico quando do direito quando o método se conserva puro de toda a mescla de elementos estranhos à norma jurídica. É uma teoria metodologicamente pura do direito, já que não interessam a Kelsen os aspectos políticos, sociológicos e morais. Não interessam as proposições de fé, sejam de natureza ética ou religiosa. O ordenamento jurídico é fechado, completo, autossuficiente e coerente. Norma jurídica é o Alfa e o Ômega de todo ordenamento jurídico. O que torna um ato jurídico ou não jurídico? seu significado perante a ordem jurídica, ou seja, perante o direito. mundo do ser (natural) x mundo do dever-ser (direito). A norma jurídica é a expressão de um dever-ser, o que significa que a conduta humana positivada na norma não é real e concreta, é uma conduta abstrata. Não significa, porém, afirmar que são formas vazias, tendo em vista que decorrem de fatos reais. Subsunção Fato norma Ex.: Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Se A, então B = juízo hipotético (hipótese / consequência) Se não B, SP deve ser Imputação adequação entre o fato-tipo e o fato real (responsabilidade) PROBLEMAS: Normas de organização (estrutura do Estado e seus órgãos), cujo cumprimento não depende de uma condição. Imperativo categórico Ex.: Todo poder emana do povo / São poderes da União... etc Reale (proposição enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória) Ciências naturais: bactéria A doença B causalidade. Direito: Imputação se ocorre A, deve ocorrer B. Porque a norma jurídica está no plano do dever-ser. SE F É, DEVE SER C F = fato hipotético C = consequência / conduta VALIDADE FORMAL = VIGÊNCIA - Poder competente - Legitimidade em razão da matéria - Legitimidade de procedimento A norma hipotética fundamental – Grundnorm Qual a validade da CF? A norma fundamental não se fundamenta em nenhuma outra, sendo ela mesma a razão final de todas as outras normas, e assim de todo o ordenamento jurídico. Não é posta nem ditada, trata-se de um pressuposto derivado da própria norma jurídica, configurando-se indispensável a sua admissão para que se possa conferir unidade ao sistema. O direito, como sistema ordenado de normas coercitivas, é dotado de uma unidade interna, na medida em que todas as normas podem ser atribuídas a uma única fonte: a norma hipotética fundamental – Grundnorm. Kelsen não atribui especificamente nenhum conteúdo à norma fundamental, apenas enfatizando a sua função de fundamentar a validade objetiva das normas. EFICÁCIA (a efetiva observância da norma) = aceitação social Para Kelsen há necessidade de a ordem jurídica ser considerada globalmente eficaz. Palavra-chave: Validade É um juízo de pertinência à forma de produção da norma. JUSTIÇA A Teoria Pura do Direito – como teoria – quer única e exclusivamente conhecer seu objeto. Não interessa a Kelsen como deve ser o direito como concepção ideal de justiça, mas importa a ele saber como o direito funciona efetivamente. Quando ele designa sua teoria como Teoria Pura do Direito, significa que ele se propõe apenas ao conhecimento da norma jurídica em sua estrutura e funcionalidade e exclui desse conhecimento tudo quanto não pertença ao seu objeto, que é a norma jurídica. Sua tarefa consiste em libertar a norma jurídica de todos os elos estranhos que não pertençam à funcionalidade e estrutura do ordenamento jurídico. A justiça tem relação com a ética, não com o direito. O objetivo do direito para Kelsen não é a justiça, que para ele é relativa e inconstante. É absolutamente impossível para Kelsen que o direito realize todas as formas de justiça possíveis. O POSITIVISMO INGLÊS HERBERT HART – 1907/1992 “O CONCEITO DE DIREITO” Proposta: conhecer a natureza da lei e como ela deve ser estudada. As regras (fórmulas que indicam um modo de agir) são sociais por sua própria natureza. O conceito de regra implica, necessariamente, que se pressuponha uma relação entre certos tipos de agentes sociais. Regra pode ser um hábito ou uma lei. A lei, portanto, é uma regra social. O autor/criador o destinatário No caso da lei entra em cena a autoridade (político-judiciária), que julga aplica a regra. SÓ A LEI POSSUI SANÇÃO – distinção com o hábito. Assim como Bobbio, admite que o Direito só existe na medida em que as regras constituem um sistema. Porém, quais são as condições mínimas para a existência de um sistema? a) Admitir que as regras válidas devem ser obedecidas em termos gerais (LEIS PRIMÁRIAS) – regras gerais de conduta. Implicam o comportamento dos cidadãos (obrigações) b) A existência de regras SECUNDÁRIAS. O sistema deve ser efetivamente aceito pelas autoridades como padrões públicos de comportamento oficial (modos de compreender a aplicação das obrigações) c) UNIÃO DAS REGRAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS (ideia central) A criação das regras secundárias é que justifica a verdadeira passagem do Estado Primitivo para a SOCIEDADE CIVIL. JUSTIFICATIVA: com as regras secundárias surgem as instituições de julgamento. Regras secundárias: - DE RECONHECIMENTO: o direito primitivo, que não conhecia a si próprio enquanto direito é julgado. A comunidade sabe identificar qual é a regra jurídica e qual o discurso legitimador. Ou seja, o direito não é medo. Seu principal fundamento é RECONHECERMOS nele autoridade para a regulamentação do mundo. Direito como teoria da sociedade. - DE JULGAMENTO – adjudicação Os deveres do homem que parecem ser naturais e não socialmente impostos, são julgados. - DE ALTERAÇÃO As regras são despojadas de simplicidade. O MUNDO PASSA A SER GOVERNADO POR JUSTIÇA. Justiça = igualdade e julgamento Aqui surge o Estado para fazer política. A política do julgamento e a constitucionalidade do juiz como instituição. É O JUIZ QUE DECIDE E RECONHECE MINHA POSIÇÃO E A DOS OUTROS EM FACE DO DIREITO. JUIZ EQUIDISTANTE E CERCADO DE OBJETIVIDADE. REGRAS SECUNDÁRIAS PRECISAM DE CRITÉRIOS OBJETIVOS DE INTERESSES E VANTAGENS. SENDO OBJETIVO: DIREITO E MORAL DEVEM SER ENTENDIDOS COMO FENÔMENOS DISTINTOS. AS VEZES ANDAM JUNTOS. A MORALIDADE AS VEZES ORIENTA DECISÕES . COMO DIREITO E MORAL SÃO DISTINTOS, O DIREITO NÃO DEVE NATURALIZAR PRECONCEITOS MORAIS. A SEPARAÇÃO DE DIREITO E MORAL RETIRA A FUNÇÃO MORALIZADORA DA JURISPRUDÊNCIA. Ex.: Inglaterra: descriminalização da homossexualidade. UTILITARISMO: Jeremy BENTHAM (1748-18320 (Uma introdução aos princípios da moral e da legalidade) Principal nome da escola utilitarista. Além dele, DAVID HUMEe STUART MILL SURGE COMO REAÇÃO DIRETA AO RACIONALISMO JUSNATURALISTA DA ÉPOCA O UTILITARISMO É CONSIDERADO UMA DOUTRINA ATUAL. PARA OS ADEPTOS DO UTILITARISMO, TANTO O CONHECIMENTO HUMANO, QUANTO A AÇÃO ÉTICA DERIVAM DA EXPERIÊNCIA, OU SEJA, REPOUSAM NOS SENTIDOS. PARA seus adeptos, a ÉTICA, ENQUANTO AÇÃO DIRIGIDA PARA UM FIM, REPOUSA NA UTILIDADE (utensílio), OU SEJA, “PRINCÍPIO QUE APROVA OU DESAPROVA QUALQUER AÇÃO SEGUNDO A TENDÊNCIA QUE TENDE A AUMENTAR OU DIMINUIR A FELICIDADE DAS PESSOAS CUJO INTERESSE ESTÁ EM JOGO” NESSE SENTIDO: VÍCIO = INCÔMODO - VIRTUDE = SATISFAÇÃO COMO VÍCIO E VIRTUDE DERIVAM DA EXPERIÊNCIA, ESTÃO ACESSÍVEIS À PERCEPÇÃO HUMANA. Portanto, NÃO É A RAZÃO QUE INFORMA O QUE É CERTO OU ERRADO, JUSTO OU INJUSTO, É A EXPERIÊNCIA E, NELA, O CRITÉRIO DE JUSTIÇA É A UTILIDADE. “a razão nos instrui sobre as diversas direções da ação, a humanidade nos faz estabelecer a distinção em favor daquelas que são úteis e benéficas.” PORÉM, COMO O HOMEM VIVE EM SOCIEDADE, AS VIRTUDES PÚBLICAS (SOCIAIS) EXISTEM POR CONVENÇÃO. SENDO PÚBLICAS AS VIRTUDES (UTILIDADE GERAL – BEM GERAL), PRECISAM SER MANTIDAS. O INSTRUMENTO DESSA MANUTENÇÃO: LEI, QUE, EM VEZ DE SER UNIVERSAL, COMO PRETENDIAM OS JUSNATURALISTAS, TRADUZ OS ANSEIOS E PECULIARIDADES DE UM POVO. ORA, SENDO A LEI INSTRUMENTO DE QUE O DIREITO LANÇA MÃO PARA DISCIPLINAR A CONDUTA E CONSIDERANDO QUE ÚTIL AO HOMEM É TUDO O QUE TRAZ SATISFAÇÃO, O DIREITO (ESPECIALMENTE A ESFERA PENAL) NÃO DEVE DISCIPLINAR CONDUTAS, NEM ESTABELECER SANÇÕES QUE, DIRETA OU INDIRETAMENTE, PROPICIEM DOR E SOFRIMENTO. UTILIDADE: PRINCÍPIO QUE APROVA OU DESAPROVA QUALQUER AÇÃO, SEGUNDO A TENDÊNCIA QUE VISA A AUMENTAR OU DIMINUIR A FELICIDADE DAS PESSOAS CUJO INTERESSE ESTÁ EM JOGO. Obediência às leis satisfação geral (por meio da otimização do bem-estar) ; desobediência sofrimento. NESSE SENTIDO EXCLUEM-SE, DA RELAÇÃO DE DELITOS, TODOS AQUELES VINCULADOS A QUESTÕES MORAIS E/OU RELIGIOSAS. Para Bentham: toda ação do homem seria movida pela busca do prazer, evitando a dor. Portanto, a legislação passa a ser “considerada um meio de maximização do prazer e de redução da quantidade de pena, em número e em intensidade” (Villey) Consequência: reforma do Direito Penal - delito (comportamento nocivo gerador de pena). Nesse sentido, devem desaparecer: sacrilégio, blasfêmia, heresia) e a pretensa moral (delitos sexuais) – pederastia (não provoca sofrimento a ninguém) Permanecem: roubo, homicídio, danos diversos. Função da pena: desencorajar os que tiverem a ideia de cometer atos danosos para obter um prazer qualquer (Villey) Prisão (isolamento) – sem razão para suplícios inúteis. PAN-ÓPTICO CÁLCULO UTILITÁRIO: Bentham (quantidade) x Stuart Mill (qualidade) Bentham: agente – realiza os cálculos para prever o resultado de sua ação (consequencialismo). Opta pela ação -- maior prazer à maior quantidade de pessoas; Mill – agente – realiza cálculos - benefícios a maior número de pessoas, da melhor maneira possível; LINDB: Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas. CPC Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Fumus boni juris: probabilidade da existência do direito; Periculum in mora: perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
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