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Psicologia Geral e Social

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Prévia do material em texto

Analice Aparecida dos Santos
Helenrose Aparecida da Silva
PSICOLOGIA GERAL E SOCIAL
© Universidade Positivo 2019
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido 
Curitiba-PR – CEP 81280-330
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
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Presidente da Divisão de Ensino 
Reitor
Pró-Reitor 
Coordenação Geral de EAD
Coordenação de Metodologia e Tecnologia
Autoria
Parecer Técnico
Supervisão Editorial
Projeto Gráfico e Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Everton Renaud
Profa. Roberta Galon Silva
Profa. Analice Aparecida dos Santos 
Profa. Helenrose Aparecida da Silvar 
Prof. Dori Luiz Tibre Santos
Felipe Guedes Antunes
Regiane Rosa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR
DTCOM – DIRECT TO COMPANY S/A
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
Sumário
Objetivos do capítulo 13
Tópicos de estudo 14
Contextualizando o cenário 14
1.1 O Senso Comum 14
1.1.1 O Real 14
1.1.2 Um olhar sobre o mundo 15
1.2 A Ciência 17
1.2.1 O que é ciência 17
1.2.2 Influências Filosóficas na Psicologia 18
1.2.3 Influências Fisiológicas na Psicologia 19
1.3 Afinal, o que é Psicologia? 21
1.3.1 As raízes 22
1.3.2 Os objetos de estudo da Psicologia 23
1.3.3 A subjetividade 24
1.3.4 A Psicologia como Profissão e como Cultura 25
1.4 A contribuição da Psicologia para diferentes áreas do conhecimento 26
1.4.1 A psicologia animal e o comportamento humano 26
1.4.2 Instinto e percepção 27
1.4.3 O comportamento humano e as outras ciências 27
Proposta de atividade 28
Recapitulando 28
Referências 29
CAPÍTULO 1 - A CARACTERIZAÇÃO DA PSICOLOGIA 9
CAPÍTULO 2 - O ESTUDO DA PERSONALIDADE 30
Objetivos do capítulo 31
Tópicos de estudo 31
Contextualizando o cenário 31
2.1. O lugar da Personalidade na História da Psicologia 31
2.1.1. A Consciência 32
2.1.2 O Comportamento 32
2.1.3 O inconsciente 33
2.1.4 Estudo científico da Personalidade 35
2.2 Afinal, o que é Personalidade? 36
2.2.1 Como os outros nos veem 37
2.2.2 Características Permanentes 38
2.2.3 Características Peculiares 38
2.3 A pesquisa no Estudo da Personalidade 39
2.3.1 Pesquisa Idiográfica e Pesquisa Nomotética 40
2.3.2 Método Clínico 40
2.3.3 Método Experimental 41
2.3.4 Método Virtual e Método Correlacional 43
2.4 A Teoria no estudo da Personalidade 48
2.4.1 Teorias pessoais 48
2.4.2 Subjetividade nas teorias 52
Proposta de atividade 53
Recapitulando 53
Referências 54
CAPÍTULO 3 - A PSICOLOGIA CLÍNICA 56 
Objetivos do capítulo 57
Tópicos de estudo 57
Contextualizando o cenário 57
3.1 Psicologia Clínica 57
3.1.1. O que é psicologia clínica 58
3.1.2 Psicologia Clínica pelo mundo 59
3.1.3 Psicologia Clínica e Serviço Social 60
3.2 Sigmund Freud 61
3.2.1 Instintos e Pulsões 62
3.2.2 Estrutura da Personalidade 63
3.2.3 Natureza Humana 65
3.3 B. F. Skinner 66
3.3.1 Condicionamento 67
3.3.2 Teoria do Reforço 69
3.3.3 Natureza Humana 72
3.4 Gestalt Terapia 73
3.4.1 Teoria da Boa Forma 74
3.4.2 Leis da Gestalt 76
Proposta de atividade 77
Recapitulando 77
Referências 78
CAPÍTULO 4 - A DINÂMICA GRUPAL E SUAS 
FASES DE DESENVOLVIMENTO 79 
Objetivos do capítulo 80
Tópicos de estudo 80
Contextualizando o cenário 80
4.1 A Ideologia nas Ciências Humanas 80
4.1.1 Fenomenologia de Edmund Husserl e Martin Heidegger 82
4.1.1 A Psicologia e o Materialismo Dialético 83
4.1.2 Psicologia Social na América Latina 89
4.2 A Identidade 89
4.2.1 O que é Identidade 89
4.2.2 Importância da Identidade 92
Proposta de atividade 97
Recapitulando 97
Referências 98
CAPÍTULO 5 - A PSICOLOGIA SOCIAL 100 
Objetivos do capítulo 101
Tópicos de estudo 101
Contextualizando o cenário 101
5.1 Conceito 101
5.1.1 Pressupostos 102
5.1.2 Aplicação 105
5.2 Indivíduo X Sociedade 109
5.2.1 Visão Sociológica 110
5.2.2 Visão Psicológica 113
Proposta de atividade 116
Recapitulando 116
Referências 117
CAPÍTULO 6 - TEÓRICOS DA PSICOLOGIA SOCIAL 118 
Objetivos do capítulo 119
Tópicos de estudo 119
Contextualizando o cenário 119
6.1 Teóricos europeus e americanos 119
6.1.1 Gordon Willard Allport 120
6.1.2 Kurt Lewin 122
6.1.3 Foucault 126
6.2 Teóricos brasileiros 128
6.2.1 Aroldo Rodrigues 128
6.2.2 Silvia Lane 129
Proposta de atividade 133
Recapitulando 133
Referências 134
CAPÍTULO 7 - PROCESSOS GRUPAIS E INSTITUIÇÕES 137 
Objetivos do capítulo 138
Tópicos de estudo 138
Contextualizando o cenário 138
7.1 Instituições 138
7.1.1 Goffman 139
7.1.2 Foucault 140
7.2 Grupos Sociais 142
7.2.1 Efeitos psicológicos da participação em grupos 142
7.2.2 Efeitos psicológicos de variações em organizações de grupos 144
7.2.3 Efeitos psicológicos de fidelidade a vários grupos 146
7.3 Movimentos sociais 148
7.3.1 Ideologia e Motivação 149
7.3.2 Influência do líder 151
7.3.3 Funcionamento social: organização e dinâmica 
dos movimentos sociais 153
Proposta de atividade 154
Recapitulando 154
Referências 154
CAPÍTULO 8 - ANÁLISE CONTEMPORÂNEA DAS RELAÇÕES 
INDIVÍDUO E SOCIEDADE 156 
Objetivos do capítulo 157
Tópicos de estudo 157
Contextualizando o cenário 157
8.1 Família 157
8.1.1 O Aprender a conviver 158
8.1.2 O Mito da Família 159
8.2 Educação 161
8.2.1 A Escola como Instituição Social 161
8.2.2 A Escola e a Desigualdade social 163
8.3 Trabalho 169
8.3.1 Origens da Psicologia das Organizações de Trabalho 169
Proposta de atividade 174
Recapitulando 174
Referências 175
PSICOLOGIA GERAL E SOCIAL
CAPÍTULO 1 - A CARACTERIZAÇÃO DA
PSICOLOGIA
Analice Aparecida dos Santos
9
Compreenda seu livro: Metodologia
Caro aluno,
A metodologia da Universidade Positivo apresenta materiais e tecnologias apropriadas que permitem o
desenvolvimento e a interação entre alunos, docentes e recursos didáticos e tem por objetivo a comunização
bidirecional entre os atores educacionais.
O seu livro, que faz parte dessa metodologia, está inserido em um percurso de aprendizagem que busca
direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da contextualização teórica-prática e das
atividades individuais e colaborativas; e fundamentado nos seguintes propósitos:
• valorizar suas experiências;
• incentivar a construção e a reconstrução do conhecimento;
• estimular a pesquisa;
• oportunizar a reflexão teórica e aplicação consciente dos temas abordados.
Compreenda seu livro: Percurso
Com base nessa metodologia, o livro apresenta os itens descritos abaixo. Navegue no recurso para conhecê-los.
1. Objetivos do capítulo
Indicam o que se espera que você aprenda ao final do estudo do capítulo, baseados nas necessidades de
aprendizagem do seu curso.
2. Tópicos que serão estudados
Descrição dos conteúdos que serão estudados no capítulo.
3. Contextualizando o cenário
Contextualização do tema que será estudado no capítulo, como um cenário que o oriente a respeito do assunto,
relacionando teoria e prática.
4. Pergunta norteadora
Ao final do Contextualizando o cenário, consta uma pergunta que estimulará sua reflexão sobre o cenário
apresentado, com foco no desenvolvimento da sua capacidade de análise crítica.
5. Pausa para refletir
São perguntas que o instigam a refletir sobre algum ponto estudado no capítulo.
6. Boxes
São caixas em destaque que podem apresentar uma citação, indicações de leitura, de filme, apresentação de um
contexto, dicas, curiosidades etc.
7. Proposta de atividade
Sugestão de atividade para que você desenvolva sua autonomia e sistematize o que aprendeu no capítulo.
8. Recapitulando
É ofechamento do capítulo. Visa sintetizar o que foi abordado, retomando os objetivos do capítulo, a pergunta
norteadora e fornecendo um direcionamento sobre os questionamentos feitos no decorrer do conteúdo.
9. Referências bibliográficas
São todas as fontes utilizadas no capítulo, incluindo as fontes mencionadas nos boxes, adequadas ao Projeto
Pedagógico do curso.
•
•
•
•
10
Boxes
Navegue no recurso abaixo para conhecer os boxes de conteúdo utilizados.
Afirmação
Citações e afirmativas pronunciadas por teóricos de relevância na área de estudo.
Assista
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações complementares ou aprofundadas sobre o
conteúdo estudado.
Biografia
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo
abordado.
Contexto
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstram a situação histórica, social e
cultural do assunto.
Curiosidade
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado.
Dica
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o
conteúdo trabalhado.
Esclarecimento
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada.
Exemplo
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto abordando a relação teoria-prática.
Apresentação da disciplina
Prezado aluno,
Seja muito bem-vindo a nossa disciplina de Psicologia Geral e Social. Iniciaremos agora uma trajetória de
aprendizado buscando entender melhor essa área que guia nossa mente e nossas emoções. Trata-se de um
percurso em que você é convidado a conhecer melhor do que se trata o estudo da psicologia e em como ela
influencia nas relações sociais.
A Psicologia trata-se de área do conhecimento que possui diversas formas de pensamento e abordagens, no que
se refere ao comportamento e relacionamento humano. Veremos ao longo deste curso algumas das principais
teorias contemporâneas que fundamentam as relações entre o indivíduo e a sociedade.
Além disso, ao longo dessa disciplina, você poderá entender melhor a influência da psicologia na formação da
11
Além disso, ao longo dessa disciplina, você poderá entender melhor a influência da psicologia na formação da
vida social dos sujeitos, além das mais diversas manifestações que o sujeito pode apresentar dentro do convívio
em sociedade.
Veremos ainda o funcionamento dos indivíduos em situações grupais e as possíveis influências disso para as
construções sociais e nas escolhas do sujeito, bem como as instituições sociais que ordenam esse trabalho em
grupo, tendo como foco a família, a escola e o trabalho.
Esperamos que esta seja uma disciplina que traga a você novos olhares e perspectivas quanto a formação
individual e grupal do sujeito. Desejamos que seja uma trajetória agradável, com muitas contribuições teóricas e
práticas para a sua futura atuação profissional.
A autoria
Analice Aparecida dos Santos
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de São João Rei e mestra em Psicologia pelo Programa dedel
Pós-Graduação da Universidade Federal de São João Rei. Colaboradora Especial do Programa Universidadedel
para a Terceira Idade da UFSJ (2015-2017). Psicóloga Clínica atuante na área de Acompanhamento Terapêutico
de idosos. Professora de Psicologia no Centro Universitário Atenas (UniAtenas). Possui experiência na área de
Psicologia, atuando principalmente, nas áreas de Saúde Pública, Psicologia Social, Educação de Idosos, Educação
Permanente em Saúde, Acompanhamento Terapêutico.
Currículo Lattes: < >.http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4838181A9
À construção cada vez maior de novos conhecimentos, contribuindo para melhor atuação profissional dos alunos
12
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4838181A9
À construção cada vez maior de novos conhecimentos, contribuindo para melhor atuação profissional dos alunos
em suas realidades e vivências. O desejo é que este material seja fonte de estudo e de consulta diante das
necessidades que possam se apresentar quanto ao percurso Histórico da Psicologia.
Helenrose Aparecida da Silva Pedroso Coelho
Helenrose Aparecida da Silva Pedroso Coelho é Mestre em Psicologia Social pela Universidade Católica Dom
Bosco. É especialista em Gestão Judiciária Estratégica pela Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato
Grosso. Graduada em Psicologia, pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal,
em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco e em Ciências Sociais, pela Universidade Estadual de Campinas.
Currículo Lattes: < >.http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4139174H2
Dedico essa obra a Renato e Giovanna Coelho que sempre estão presentes em tudo o que faço e a todos que
buscam no conhecimento um lugar de aprimoramento e descobertas.
Objetivos do capítulo
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
• Conhecer as diferenças entre ciência e senso comum, analisando e compreendendo a importância da
Psicologia e suas aplicações nas mais diversas áreas do conhecimento.
•
13
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4139174H2
Tópicos de estudo
• O Senso Comum.
• O Real.
• Um olhar sobre o mundo.
• A Ciência.
• O que é ciência.
• Influências Filosóficas na Psicologia.
• Influências Fisiológicas na Psicologia.
• Afinal, o que é Psicologia?
• As raízes.
• Os objetos de estudo da Psicologia.
• A subjetividade.
• A Psicologia como profissão e como cultura.
• A contribuição da Psicologia para diferentes áreas do conhecimento.
• A psicologia animal e o comportamento humano.
• Instinto e percepção.
• O comportamento humano e as outras ciências.
Contextualizando o cenário
A Psicologia apesar de ser uma área recente da ciência é algo que instiga muitos pensadores desde a
Antiguidade. Muitos pesquisadores se dedicaram a entender melhor como se dá o funcionamento da parte
psíquica dos indivíduos. Trata-se de uma área que sempre esteve relacionada às diferentes áreas de estudos e
que vem sendo fonte de pesquisa para muitas vertentes do conhecimento.
Diante deste cenário, surge uma questão importante: qual o principal objeto de estudo da Psicologia?
1.1 O Senso Comum
Diariamente, ouvimos o termo sendo usado das mais diversas formas. Por vezes, é usado para sePsicologia 
referir a uma pessoa que tem forte poder de persuasão ou até mesmo de sedução. Em distintas ocasiões,
ouvimos que uma pessoa usou da Psicologia para convencer alguém a fazer aquilo de que ela gostaria, ou, até
mesmo, referimo-nos àquele amigo que está sempre disposto a nos ouvir e dar conselhos como o psicólogo da
turma?
No entanto, esse uso de sinônimos que envolve a Psicologia não diz respeito à ciência em si, mas sim, ao uso feito
pelo Senso Comum. No entanto, isso não deixa se referir ao termo Psicologia, pois, para se dirigir a ele das
formas usadas pelo , é preciso que as pessoas minimamente entendam o significado científico doSenso Comum
termo (BOCK et al., 2008).
Mas é preciso que nos aprofundemos no sentido real desse conceito, o que faremos a seguir.
1.1.1 O Real
Ao longo de nossas vidas, diariamente, passamos pelas mais diversas experiências cotidianas, que representam
como nós vivemos a realidade.
Pausa para refletir: O que você sabe sobre os conhecimentos oriundos do Senso Comum?
Todas elas tais quais acordar, tomar café da manhã, sair para trabalhar, entre outras, fazemos de forma
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
14
Todas elas tais quais acordar, tomar café da manhã, sair para trabalhar, entre outras, fazemos de forma
automática, sem refletir sobre os nossos atos.
Fonte: © CoraMax / / Shutterstock
E grande parte delas são realizadas automaticamente e nos permite acumular conhecimentos, também os
usamos de modo involuntário sem que questionemos a origem ou o porquê da existência deles.
Essa forma de construção do conhecimento é o que podemos chamar de , ou seja, sãoSenso Comum
conhecimentos que vamos acumulandoem nosso cotidiano de forma intuitiva, espontânea ou por meio de
tentativas e erros (BOCK, et al., 2008).
1.1.2 Um olhar sobre o mundo
Diante disso, o conhecimento acerca do senso comum possibilita ao indivíduo unir e se apropriar de uma forma
muito singular de diversos conhecimentos nas indistintas áreas. Clique na interação a seguir para entender
melhor.
Visão de mundo
Esse processo faz com que o Senso Comum se torne algo que mistura e recicla saberes
complexos em ideias simples, produzindo determinada visão de mundo, específica de cada
um (BOCK et al., 2008).
Por exemplo, dentro da Psicologia, quando usamos o termo , temos como noção dohistérica
CURIOSIDADE
Sabemos inconscientemente o quanto de força precisamos colocar para arremessar uma bola
para o outro lado de um campo ou conseguimos ter uma noção de quanto tempo para
trabalhar todos os dias.
15
um (BOCK et al., 2008).
Exemplo
Por exemplo, dentro da Psicologia, quando usamos o termo , temos como noção dohistérica
Senso Comum que se trata de uma pessoa com determinadas atitudes para chamar a atenção
das outras pessoas. Isso demonstra como o Senso Comum vale-se de termos científicos, mas
de modo precário e simplificado.
Cabe ressaltar que diz respeito à teoria psicanalítica, mas ao usá-lo no cotidiano, não estamoshistérico 
preocupados em defini-lo cientificamente. Ou seja, o Senso Comum se apropria de conceitos técnicos.
Conhecimento Científico e Senso Comum
Esse conhecimento do senso comum se torna uma forma de conhecimento que passa de hábitos individuais ou
de pequenos grupos para tradições que são apropriadas por grandes grupos e que pode ser repassada de
geração para geração.
Note que é dessa forma que aprendemos com nossos pais ou com aqueles que estão em nosso meio, vários
conhecimentos como os cuidados pessoais, um determinado sotaque.
Fonte: © Diego Schtutman / / Shutterstock
Esses recursos constroem as próprias teorias dentro de uma realidade com interpretação livre, permitindo que
muitas fossem construídas sem nenhum tipo de comprovação. Por exemplo, aprendemos desde a infância que
misturar determinados alimentos pode fazer com que nos sintamos mal. Por vezes, sequer nos questionamos
16
misturar determinados alimentos pode fazer com que nos sintamos mal. Por vezes, sequer nos questionamos
sobre a veracidade desses conhecimentos, apenas seguimos acreditando sem testá-los. Trata-se, portanto, de
apropriação do Senso Comum que fazemos ao longo da vida, os quais podem ou não estar próximos dos
conhecimentos científicos (BOCK et al., 2008).
Mas e a Ciência, qual o papel dela nesse cenário? É o que veremos no próximo tópico.
1.2 A Ciência
O que os grandes pensadores antigos perceberam é que apenas conhecimentos a partir do Senso Comum não
seriam suficientes para as demandas de desenvolvimento da humanidade. As pessoas entenderam que
determinados saberes e fatos precisariam ser comprovados, de modo que não deixassem questionamentos.
Somente desse modo, seria possível tirar mais proveito e buscar evolução).
Assim, tornou-se questão de sobrevivência, fazer com que os conhecimentos construídos no Senso Comum
passassem por aprimoramento e comprovação, até atingir níveis satisfatórios que permitissem ao ser humano
progredir dentro do espaço e da natureza. Esse tipo de saber foi chamado de Ciência (BOCK et al., 2008).
Agora, é importante entendermos, de fato, o que vem a ser a Ciência tal qual a concebemos hoje.
1.2.1 O que é ciência
O conhecimento científico se diferencia também do senso comum, ao se mostrar rigoroso, programado,
sistemático e controlado na sua obtenção. Além disso, esse tipo de conhecimento, requer uma verificação da sua
realidade e capacidade de reprodução dessa experiência.
Pausa para refletir: Afinal, as pessoas se apoiam mais no Senso Comum ou no conhecimento científico?
Segundo Bock et al. (2008, p. 20), a ciência se trata de “um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da
realidade (a que chamamos de objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa”.
Características do conhecimento científico
O conhecimento científico é sistemático, rigoroso e contínuo. Deve ser testado e provado, sem deixar nenhum
tipo de abertura para questionamentos.
Dessa forma, torna-se essencial que um conhecimento científico seja transmitido, pois é isto possibilitará a
continuidade dele. Mas, cabe sempre ressaltar que todo conhecimento científico deve se basear em algo
anteriormente desenvolvido e buscar novos aspectos, permitindo assim, o avanço da ciência (BOCK et al., 2008).
ma, torna-se essencial que um conhecimento científico seja transmitido, pois é isto possibilitará a continuidade
dele. Mas, cabe sempre ressaltar que todo conhecimento científico deve se basear em algo anteriormente
desenvolvido e buscar novos aspectos, permitindo assim, o avanço da ciência (BOCK et al., 2008).
17
Fonte: Shutterstock, 2019
Outra característica essencial da construção da ciência é a necessidade de objetividade na elaboração de suas
teorias. Isto porque “para obter uma validação científica, essas não permitem que hajam conclusões vagas, sendo
sempre necessário chegar a conclusões passíveis de verificação e isentas de emoção” (BOCK et al., 2008, p. 21).
De maneira análoga, também se forma a Psicologia, pois, apesar de ter uma construção dentro do Senso Comum,
trata-se de uma ciência que busca entender a parte psíquica humana, de modo científico, e não apenas por meio
de termos e conceitos populares. Por isso, enquadrar a Psicologia dentro dos termos científicos se torna um
desafio, tendo com base tais características exigidas.
Além disso, há diversas influências, inclusive filosóficas que ajudam na construção da Psicologia, como veremos
no tópico a seguir.
1.2.2 Influências Filosóficas na Psicologia
Muitas foram as influências filosóficas que a Psicologia teve até chegarmos ao seu formato atual. No entanto, ao
iniciarmos o tema ciência não é possível pensá-la sem considerar as contribuições de René Descartes (1596-
1650) para o que podemos chamar atualmente de método científico (SCHULTZ; SCHULTZ, 2014).
18
Muitos filósofos antes de Descartes faziam uma diferenciação entre mente e corpo, assumindo posições dualistas
e distintas entre ambos. Para eles, a mente seria o local em que habitava a alma ou o espírito do sujeito e, por
isso, tratava-se de algo sagrado e intocável (SCHULTZ; SCHULTZ, 2014).
Antes de René, a teoria que predominava quanto à relação mente e corpo afirmava que a primeira era capaz de
exercer forte influência no corpo, enquanto que segundo não tinha efeito quase algum sobre a mente. Ou seja,
tratava-se de uma visão unilateral em se considerava aquela como manipuladora e controladora de todas as
ações do corpo.
René Descates e sua famosa frase: Penso, logo existo
BIOGRAFIA
René Descartes viveu em Paris, e desde o início dos seus estudos, demonstrou grande talento
para Filosofia, Física e Fisiologia. Tinha profundo interesse em aplicar o conhecimento
científico em questões práticas e reais. É popularmente conhecido pela frase .Penso, logo existo
19
A partir disso, a atenção dos pesquisadores que viam a mente como algo intocável e sagrado por ser a habitação
da alma, passa a se expandir, buscando entender o funcionamento dos processos mentais.
Surgem, como consequência, os primeiros estudos buscando entender o funcionamento dos processos mentais.
Isso permitiu o avanço da ciência a possibilidade a comprovação de inúmeras hipóteses existentes quanto ao
comportamento humano.
Fonte: © Tzido Sun / / Shutterstock.
Outros dois grandes pensadores ajudaram diretamente na construção da Psicologia que estuamos hoje, foram
John Locke (1632-1704) e Auguste Comte (1798-1857). John Locke fez parte de um grupo de empiristas
britânicos que se destacou por ter uma curiosidade muito grande quanto ao funcionamento cognitivo, ou seja,
como a mente adquire o conhecimento. Clique na interação a seguir para saber mais sobre a forma de pensar
desses dois grandes pensadores.
Tábula rasaLocke apresenta o argumento de que o ser humano nascia sem nenhum tipo de
conhecimento prévio, sendo considerado uma . Ou seja, somente a partir dotábula rasa
nascimento começavam a ser registadas as experiências do sujeito. Então, a mente adquiria
os devidos conhecimentos por meio da aprendizagem e do hábito. Em outras palavras, o
conhecimento era construído por meio da experiência (SCHULTZ; SCHULTZ, 2014).
Positivismo
Auguste Comte construiu a ideia do , doutrina que apresenta o reconhecimentoPositivismo
somente de fenômenos naturais ou de fatos que possam ser objetivamente observáveis. O
filósofo dedicou-se a estudar fastos inquestionáveis, ou seja, somente aqueles que venham a
ser comprovados por métodos científicos. (SCHULTZ; SCHULTZ, 2014).
Ciência física e
social
Comte acreditava haver dois tipos de ciências: as físicas, que já haviam atingindo o ideal
positivista de ciência, por meio das comprovações de experimentos, observações; e as sociais,
que estariam atrasadas nesse quesito por ainda se aterem a questões metafísicas (da alma)
para buscar explicações. Ou seja, não eram puramente ciência.
Assim, chegamos à grande questão dicotômica da Psicologia, influenciada por Comte, pois, apesar de apresentar
conhecimentos observáveis e experimentais a ela ainda não poderia ser explicada somente por esses fatos,
atendo-se, por vezes, a questões metafísicas para conseguir suas explicações.
No próximo tópico, abordaremos as influências fisiológicas na Psicologia.
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1.2.3 Influências Fisiológicas na Psicologia
Além das influências filosóficas na Psicologia, houve também uma série de contribuições da (área queFisiologia 
estuda o funcionamento dos processos físicos e químicos dos seres) para construção do que temos, atualmente,
de saber psicológico. As pesquisas fisiológicas começaram a influenciar a psicologia no fim do século XIX, e
diversas descobertas foram feitas no que se refere ao mapeamento das funções cerebrais e se tornaram
fundamentais para a construção da nova Psicologia.
Logo, é partir desses estudos que foi possível conhecer as partes específicas do cérebro e, ainda, entender o
funcionamento dele, bem como a função cognitiva controlada por cada uma de suas partes (SCHULTZ; SCHULTZ,
2014).
E, na Alemanha, a partir de diversos trabalhos experimentais da fisiologia, surgiram os primeiros laboratórios de
 (na qual o comportamento é observável), formados por pesquisadores que iniciaram aPsicologia Experimental
tentativa de usar do método científicos para buscar a explicação do funcionamento da mente.
Fonte: © Triff // Shutterstock
Dá-se, então, a partir desses estudos, a fundação oficial da Psicologia como área de estudo, sendo que, o principal
nome dessa construção e considerado o pai dela, é Wilhelm Wundt (1832-1920). Ele alicerçou a Psicologia com
disciplina acadêmica formal, e criou o primeiro laboratório de Psicologia Experimental com pesquisas
relacionadas à sensação e à percepção, à atenção, ao sentimento, à reação e à associação.
Agora que já conhecemos a trajetória da Psicologia, veremos, de fato, no que ela se constitui.
1.3 Afinal, o que é Psicologia?
A palavra se deriva da junção de duas outras gregas: e , que, traduzidas literalmente,psicologia psiché logos
significam . Atualmente, essa área é tratada como a ciência que se preocupa com oso estudo da mente ou da alma
comportamentos humanos e processos mentais.
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Origem do termo Psicologia
Psiché + Logos significam, literalmente, o estudo da mente.
Todos nós, em algum momento, já tivemos contato com algum psicólogo e por isso, temos vaga noção do que se
trata essa ciência. Podemos perceber, portanto, que se trata de uma área que oferece diversos procedimentos
para a condução de investigações válidas e a construção de um corpo com informações mentais coerentes e
coesas (DAVIDOFF, 2001).
Mas quais as raízes dessa ciência?
1.3.1 As raízes
Vimos algumas das principais influências que contribuíram para o atual formato da psicologia. E, a partir de
agora, estudaremos um pouco sobre as origens da Psicologia enquanto ciência, ou seja, como conhecimentos
sistematizados, objetivo e com referências no mundo empírico.
Com o desenvolvimento do método científico e o rompimento com os conhecimentos originados pela fé, houve
um grande desenvolvimento da ciência moderna e a construção de conhecimentos a partir da razão. Esse
desenvolvimento do método científico, possibilitou aos cientistas melhor entendimento da natureza e de seu
funcionamento, a partir de estudos que envolviam observação e experimentação (BOCK et al., 2008).
Com isso, surgem, nesse período, estudiosos como Hegel (1770-1831) e Darwin (1809-1882) os quais trouxeram
perspectivas diferentes, mas necessárias para o desenvolvimento da área. Hegel nos apresentou a importância
da como função de buscar compreender o ser humano ao longo do tempo. Por sua vez, DarwinHistória 
contribuiu com a sua (evolução das espécies se relaciona à capacidade de adaptação), aTeoria Evolucionista
qual revolucionou os referenciais do (o homem como centro do universo) (BOCK et al.,Antropocentrismo 
2008).
Até então, os temas acerca da Psicologia eram exclusivos dos filósofos, mas com o surgimento da Fisiologia e
também a influência do Capitalismo (sistema econômico), o cérebro humano passou a ser visto como uma
máquina e, para dominar o seu funcionamento, era preciso compreender o funcionamento de seus mecanismos
(BOCK et al., 2008).
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Fonte: © Sangoiri / / Shutterstock
Com todos esses avanços, chegamos ao primeiro laboratório de Psicologia Experimental, criado por Wundt. Seus
primeiros experimentos eram voltados para a área de (ciência que estuda os fenômenosPsicofisiologia 
fisiológicos e psíquicos do indivíduo) , desenvolvendo a concepção de paralelismo psicofísico, segundo o qual há
uma comparação direta entre os fenômenos mentais e os fenômenos orgânicos, ou seja, toda resposta sensorial
do sujeito tem uma correspondência com algum estímulo no cérebro (BOCK et al., 2008).
Assim, com esses estudos, Wundt extrapola os limites da Filosofia dentro da Psicologia e passa a produzir novos
conhecimentos com base nas características básicas da ciência (rigor metodológico, objetividade e
generalização).
Diante desse contexto, qual passa a ser o objeto de estudo da Psicologia? É o que veremos adiante.
1.3.2 Os objetos de estudo da Psicologia
Com toda essa influência vinda tanto da área filosófica quanto da fisiológica, surgiu a discussão acerca de qual
seria o objeto de estudo da Psicologia. Diferentes estudiosos atribuem essa diversidade ao fato de que ela ainda é
uma ciência muito recente, quando comparada com as exatas, por exemplo. Há, ainda, também debates sobre a
falta de construção de um modelo convincente de práticas que possam englobar todos os aspectos psicológicos
do sujeito (BOCK et al., 2008).
Acredita-se que, dificilmente, a Psicologia irá conseguir estabelecer esse padrão confiável, servindo para todos os
questionamentos relacionados ao psiquismo humano. Clique na interação a seguir e compreenda a Psicologia e
outras áreas que estão relacionadas com ela.
Psicologia
A Psicologia é ciência humana, e as ciências humanas, diferentemente das exatas, não conseguem cumprir a
CURIOSIDADE
Acerca dessa variedade de influências, surgiram diversas teorias e abordagens psicológicas,
tendo cada um foco de estudo. Por exemplo, a Psicanálise se pauta no Inconsciente, o
Behavorismo, no comportamento humano, entre outras.
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A Psicologia é ciência humana, e as ciências humanas, diferentemente das exatas, não conseguem cumprir a
rigorosidade exigida pelo método científico, em virtude de estudarem o próprio ser humano, que, em constante
mudança, dificilmente se consegue generalizar algum aspecto de sua vida (BOCK et al., 2008).
Filosofia
A Filosofia, que foi a fonte primeira da Psicologia, não pretende ser uma área da ciência, propriamente.
Fisiologia
A Fisiologia, que também influenciou diretamente, é área que respeita e adere a todo o rigor que a ciência exige.
Dessa forma,temos objetos de estudos confusos dentro da Psicologia, justamente, por se situar entre duas áreas
de estudo, sem conseguir definir-se apenas, por uma delas (BOCK et al., 2008).
Dessa forma, em um sentido mais amplo, o objeto de estudo da Psicologia é o ser humano, e com isso, ainda
temos outro grande dificultador do desenvolvimento desses estudos, pois, o pesquisador confunde-se com o
objeto de pesquisa, não permitindo que sua análise pura, no que se refere ao rigor científico.
Diante disso, com todos esses obstáculos de conceituação de um único objeto para essa área, podemos
apresentar uma referência que busque ser capaz de atender a multiplicidade de objetos: o estudo da
subjetividade, que veremos a diante.
1.3.3 A subjetividade
Toda essa multiplicidade de teorias e abordagens da Psicologia apresenta um enfoque do ser humano de forma
particular. Temos como consenso que a principal área de estudo é o ser humano, mas cada área apresenta esse
ser de forma diferente, partindo de uma perspectiva diferente, construindo assim, o caráter subjetivo de cada
uma dessas áreas.
Neste contexto, a Subjetividade assume, de forma singular e individual, o que cada um de nós vai apresentando
ao mundo. Trata-se daquilo que nos faz únicos e das nossas características pessoais e individuais construídas, a
partir das experiências da vida social e cultural. Esse mundo, conforme vamos experienciando, possibilita-nos a
construção de um mundo pessoal e singular, no que diz respeito à vivência de cada um (BOCK et al., 2008).
Pausa para refletir: Como a Psicologia estuda a Subjetividade?
Essas experiências são fruto das nossas relações com a família, com a escola, com a sociedade em geral e
representa nossa maneira única de pensar, sentir, comportar-se, entre outros. E essa Subjetividade é
constantemente moldável, no sentido de que, tendo experiências, apresentaremos novos modos únicos de se
relacionar com essas experiências (BOCK et al., 2008).
Fonte: © magic pictures / / Shutterstock
Ou seja, estudar a Subjetividade, é a tentativa de compreender como o ser humano constrói essas relações com o
mundo, e em como elas afetam diretamente o seu ser. Assim, surgem formas diferentes de se entender essa
relação, considerando que cada um dos ramos enfoca de maneira particular no objeto humano, construindo
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relação, considerando que cada um dos ramos enfoca de maneira particular no objeto humano, construindo
saberes distintos e específicos. Dessa forma, algumas das áreas de estudo da Psicologia se consideram
pertencentes ao campo das Ciências Comportamentais, enquanto outros pretendem se enquadrar nas Ciências
Sociais (BOCK et al., 2008).
Além disso, veremos que a Psicologia se torna também uma profissão.
1.3.4 A Psicologia como Profissão e como Cultura
A Psicologia surge no Brasil como profissão na década de 1960, trazendo a profissão como aquela que é
responsável pelo uso das técnicas para o diagnóstico, seleção e orientação profissional, orientação
psicopedagógica e, buscando solucionar os problemas de ajustamento e de saúde mental existentes (BOCK et al.,
2008).
Trata-se de uma área em que cada profissional da Psicologia irá buscar, por meio dos estudos, afinidade com as
teorias de suas especialidades e desenvolver trabalhos, desejando ajudar as pessoas com base na Subjetividade,
aplicando visão de homem e de mundo escolhidos por cada um.
Pausa para refletir: Você sabe qual é a dimensão do profissional de Psicologia? 
Culturalmente, temos uma visão distorcida da profissão no sentido de que, ainda, há um pensamento de que
psicólogo é ou de que o psicólogo irá . No entanto, essacoisa de doido adivinhar o que as pessoas estão sentindo
profissão busca o entendimento da dimensão subjetiva do sujeito, ou seja, de seus sentimentos, emoções, ações,
sentidos, significados, desejos e pensamentos que cada um constrói ao longo da vida.
Fonte: © Oksana Kuzmina / / Shutterstock
Como vimos, com referência ao que é a Subjetividade, somos construtores de nós mesmos e fazemos isso a partir
das relações que estabelecemos e do contato ativo que temos sobre o mundo cultural humanizado. Dessa forma,
a Psicologia torna-se ferramenta na busca da compreensão desse mundo subjetivo e procura transformar aquilo
que é fonte de sofrimento psíquico, quando há, por parte do sujeito, interesse ou desejo em mudanças.
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1.4 A contribuição da Psicologia para diferentes áreas do 
conhecimento
Por se tratar de uma área tão abrangente, a Psicologia também contribui para diversas áreas de estudo, no
sentido que busca pelo entendimento humano.
Trata-se, ainda, de uma necessidade de diversas áreas, como forma de alçar o desenvolvimento de áreas
distintas.
1.4.1 A psicologia animal e o comportamento humano
Uma das principais áreas que a Psicologia se relacionou (e se relaciona até os dias de hoje) é entre a animal e os
estudos do . O é uma das abordagens psicológicas e tem como foco buscar entender Behaviorismo Behaviorismo
o comportamento humano. Essa área de estudo acredita que o ser humano seja uma sucessão de
comportamentos e que esses podem ser moldados de acordo com as necessidades de cada um (SCHULTZ;
SCHULTZ, 2014).
Fonte: © Lightspring / / Shutterstock
A construção dessa teoria psicológica se baseou em diversos estudos e observações do comportamento animal.
No início de século XX surgem diversos psicólogos animais, que desenvolviam estudos buscando entender o
funcionamento cerebral e a influência disso no comportamento animal. Um grande exemplo disso foi a pesquisa
de Ivan Pavlov (1849-1936) que estudou a modelagem do comportamento de salivação dos cães diante de
pedaços de carne. Esse experimento embasou a construção da teoria do condicionamento, que apresenta que a
partir da apresentação de um estímulo que reforce o sujeito, esse se torna condicionado a emitir determinado
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partir da apresentação de um estímulo que reforce o sujeito, esse se torna condicionado a emitir determinado
comportamento (SCHULTZ; SCHULTZ, 2014).
Dessa forma, muito do que temos hoje, acerca do funcionamento do comportamento humano, originou-se nos
estudos iniciais do comportamento animal SCHULTZ; SCHULTZ, 2014).
No tópico a seguir, conheceremos a relação do instinto e da percepção com a Psicologia.
1.4.2 Instinto e percepção
A Psicologia mantém forte relação com outros estudos, especialmente no que tange à natureza dos instintos, à
percepção do indivíduo e a influência disso no psiquismo humano. A percepção se refere à forma cognitiva que o
sujeito percebe o mundo. Através disso, que nem sempre é consciente e, por vezes, trata-se da representação dos
instintos, o sujeito consegue recuperar as informações sensoriais do mundo em seu entorno (DAVIDOFF, 2001).
Sem nos darmos conta, vamos analisando e estudando padrões que surgem à medida que nos movimentamos,
como cores, texturas, formas, etc. Além disso, somos capazes de analisar os padrões fixos também. Essa
percepção vai construindo nosso conhecimento das propriedades reais do mundo.
Mas, não é somente isso. O comportamento humano, como um todo, 
também se torna objeto de estudo para outras ciências, para além 
da Psicologia.
1.4.3 O comportamento humano e as outras ciências
A Psicologia, por meio do comportamento humano, é fonte de estudo para diversas áreas do conhecimento,
como forma de contribuir para o melhor desenvolvimento dessas áreas.
Vemos, portanto, a relevância o estudo da Psicologia em relação à sociedade e, em como o sujeito se insere
dentro dela. Essa área irá buscar entender como o ser humano, que também é um ser social se insere nas mais
diversas áreas da sociedade e como as relações são estabelecidas (BOCK et al., 2008).
Clique nos ícones a seguir para compreender.
• Ressalta-se que somos seres subjetivos, e essa subjetividade é construída a partir dos
nossos contatos com o mundo e das nossas informações que são organizadas
cognitivamente.
•
Essa construção irá moldar a nossa identidade, representação dada as nossas ideias e
sentimentos que desenvolvemos a respeito de nós próprios,a partir das vivências.
EXEMPLO
Uma criança que faz birra uma vez no supermercado e ganha o seu objeto de desejo, passa a
entender que a partir do momento que ela emite esse comportamento (a birra), consegue
aquilo que ela deseja.
•
•
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As mudanças nas condições e nas relações sociais, além da história de vida de cada um, são determinantes no
processo contínuo de definição de quem realmente somos (BOCK et al., 2008).
Fonte: Ryan DeBerardinis / / Shutterstock
Note que todos esses fenômenos estão diretamente relacionados às situações sociais que se apresentam
diariamente e que influenciam a construção da identidade, tais como violência, preconceito, relações de gênero,
entre outros. Ao se estudar o funcionamento disso, a Psicologia influencia áreas como Economia, Sociologia,
História e Geografia. Além disso, busca dar uma maior visibilidade aos aspectos psicológicos dos fenômenos,
contribuindo para o desenvolvimento do papel social do psicólogo.
Proposta de atividade
Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore uma resenha crítica quanto à
história da Psicologia, destacando as principais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao produzir sua resenha,
considere as leituras básicas e complementares realizadas.
Recapitulando
Chegamos ao final do nosso primeiro capítulo que é apenas o início do trajeto de uma disciplina que, certamente,
será muito proveitosa para a sua realidade profissional. Como forma de buscar entender melhor o que é a
Psicologia, traçamos alguns pontos históricos da sua formação.
Pudemos entender melhor como se dão os conhecimentos do Senso Comum e os conhecimentos científicos, além
de entender como cada um deles se apresentam no funcionamento da Psicologia. Além disso, revisitamos as
principais influências, tanto da Filosofia, quanto da Fisiologia, para a construção do que temos, atualmente, como
área de conhecimento envolvendo a Psicologia.
Através desse percurso, conhecemos o principal objeto de estudo da Psicologia: a Subjetividade. Vimos como o
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Através desse percurso, conhecemos o principal objeto de estudo da Psicologia: a Subjetividade. Vimos como o
termo é essencial para a formação daquilo que nos faz únicos e sujeitos que, inseridos dentro de uma sociedade,
somos influenciados por ela e modificamos constantemente a nossa relação estabelecida com o mundo.
Por fim, analisamos um pouco como a Psicologia influencia e é influenciada por diversas áreas do conhecimento.
Vimos a sua relação com o comportamento animal, com os estudos de percepção e instinto, e as possíveis
contribuições da Psicologia para a sociedade em geral, por meio dos estudos da subjetividade humana.
Referências
BOCK, A. M. B. et al. : uma Introdução ao Estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008.Psicologias
DAVIDOFF, L. L. . São Paulo: , 2001.Introdução à Psicologia Pearson Makron Books
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. . São Paulo: , 2014.História da Psicologia Moderna Cengage Learning
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PSICOLOGIA GERAL E SOCIAL
CAPÍTULO 2 - O ESTUDO DA
PERSONALIDADE
Helenrose Aparecida da silva Pedroso Coelho
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Objetivos do capítulo
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
• Entender o conceito de Personalidade sob a ótica da Psicologia, comparando os diferentes métodos
utilizados.
Tópicos de estudo
• O lugar da Personalidade na História da Psicologia.
• A Consciência.
• O Comportamento.
• O Inconsciente.
• Estudo científico da Personalidade.
• Afinal o que é Personalidade?
• Como os outros nos veem.
• Características permanentes.
• Características peculiares.
• A pesquisa no estudo da Personalidade.
• Pesquisa Idiográfica e Pesquisa Nomotética.
• Método Clínico.
• Método Experimental.
• Método Virtual e Método Correlacional.
• A Teoria no Estudo da Personalidade.
• Teorias Pessoais.
• Subjetividade nas teorias.
Contextualizando o cenário
No cotidiano, observa-se que cada ser humano tem traços e peculiaridades diferentes, que refletem em suas
escolhas, levando cada indivíduo a tomar atitudes próprias, e interferindo em sua relação com o mundo e com os
outros. E muitos questionamentos surgem para se entender por que as pessoas agem de maneira e não de outra
e por que reagimos de forma inconsciente em algumas situações. Podemos prever o que faremos? Assim, o
estudo da Personalidade torna-se fundamental para que se possa conhecer e analisar com maior precisão o
indivíduo e suas reações. E, certamente, você já deve ter ouvido alguém dizer assim: tem umafulano 
personalidade forte, não possui personalidade, apresenta temperamento forte? Diante disso,sicrano beltrano
surge o seguinte questionamento: você sabe o que isso significa, do ponto de vista da Psicologia?
2.1. O lugar da Personalidade na História da Psicologia
A importância do estudo da Personalidade está centralizada no fato de que se abriu um novo campo de
descobertas no sentido das principais motivações responsáveis pela conduta humana, enquanto que, no início da
Psicologia, as pesquisas eram mais voltadas à área experimental, ou seja, tinham o intuito de fazer a coleta de
dados em laboratório (HALL, C. S.; LINDZEY, G., CAMPBEL, J, 2007).
Sendo assim, a preocupação que surgiu com os estudiosos da Personalidade estava ligada aos problemas da
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Sendo assim, a preocupação que surgiu com os estudiosos da Personalidade estava ligada aos problemas da
sobrevivência do ser humano em seus diferentes aspectos para procurar entender o comportamento social dele.
Fonte: © Rob Hyrons / / Shutterstock.
Assim, as teorias da Personalidade surgem como de grande importância para a Psicologia, no estudo das fontes
da ação humana, nos processos motivacionais e na atividade mental ligada a essas condutas.
A seguir, veremos o início dos estudos sobre a Consciência.
2.1.1. A Consciência
A Psicologia teve início no século XIX, e recebeu enorme influência das pesquisas de (1832-Wilhelm Wundt
1920), baseadas nas Ciências Naturais. Neste período, tanto a Fisiologia quanto a Filosofia foram marcantes para
a Psicologia Experimental (que observa e testa o comportamento humano), ainda que ela pouco tenha se
desenvolvido nos estudos da Personalidade.
Os teóricos da Personalidade puderam expandir os seus conhecimentos porque não ficaram ligados ao
Positivismo e receberam influências além do Darwinismo e da Fisiologia do século XIX, passando por Sigmund
 (1856-1939) e (1871-1938).Freud McDougall
Mais a diante, já no início do novo século, começariam os estudos sobre Comportamento.
2.1.2 O Comportamento
Comportamentalismo ou o surgiu no romper do século XX, com (1878-1958), cujoBehaviorismo John Watson
foco estava centrado no buscando torná-lo objeto observável e mensurável. Ocomportamento humano,
estudioso opunha-se a , no que tange à tradição filosófica, já que tinha o objetivo de dar um caráter maisWundt
científico à Psicologia. Desta forma, para , o conceito de alma e de consciência, por serem difíceis deWatson
manipulação em laboratório por sua subjetividade, não poderiam ser vistos e experimentados, logo não
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manipulação em laboratório por sua subjetividade, não poderiam ser vistos e experimentados, logo não
despertavam o interesse científico.
A seguir, clique e conheça mais sobre os estudos da época.behavioristas
C a r á t e r
mecanicista
A análise experimental do comportamento, feita pelos (comportamentalistas)behavioristas
daquele período, teve um caráter mecanicista (linha que compreendia os fenômenos
humanos determinados tais como os de uma máquina), e reduzia os estudos da
Personalidade à observação das respostas aprendidas ao longo da vida do indivíduo, as quais
podiam ser verificadas objetivamente.
Representantes
Um dos principais representantes do foi (1904-Behaviorismo Burrhus Frederic Skinner
1990) cujo foco era o estabelecimento do controle, da predição e da interpretação do
comportamento humano, de forma empírica.
Nova corrente
No entanto, a partir de meados do século XX, os estudos do Comportamentalismo foram
ampliados e surgiu umanova corrente: o da aprendizagem social. Esta acreditava que a
aprendizagem explica a aquisição e a manutenção de comportamentos, podendo ser
entendida somente em um contexto social, dando ênfase à cognição.
Paralelamente, outro estudo era desenvolvido, o do Inconsciente, sobre o qual trataremos adiante.
2.1.3 O inconsciente
Concomitantemente ao desenvolvimento da Psicologia, tem-se os pioneiros interessados em entender o
inconsciente do ser humano (a interpretação subjetiva, as percepções intuitivas, os ímpetos), diferentemente
daqueles que tentavam entender os elementos básicos da consciência e fazer a análise experimental do
comportamento (SCHULTZ; SCHULTZ, 2016).
Neste campo, (1856-1939) foi um dos pioneiros. Para ele, a mente humana era como um ,Sigmund Freud iceberg
cuja região da consciência estaria sendo representada pela ponta visível. Por sua vez, a massa maior submersa
estaria representada pelo inconsciente, onde se encontram os impulsos, as paixões, os sentimentos reprimidos
(TRAVI, 2016).
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Fonte: © Romolo Tavani / / Shutterstock.
Note que a Psicanálise teve várias divergências em relação ao , principalmente no que diz respeitoBehaviorismo
aos aspectos internos do ser humano, dando ênfase à importância do inconsciente na motivação humana.
Para a personalidade evolui, em estágios, desde os primeiros anos de vida da criança, por meio dasFreud,
ligações que vão se estabelecendo ao longo desse período. Nesse sentido, a dinâmica da personalidade está
ligada às mudanças na distribuição de energia e seus deslocamentos, à ação das forças de impulsão e de
repressão.
Outros teóricos da Psicanálise deram continuidade aos estudos dele, como Carl Jung. Segundo Hall et al., (2007,
p. 86):
A teoria de Jung também se distingue de todas as outras abordagens à personalidade pela forte
ênfase colocada nas fundações raciais e filogenéticas da personalidade. Jung vê a personalidade
individual como o produto e o continente de sua história ancestral. Os seres humanos modernos
foram moldados em sua presente forma pelas experiências cumulativas de gerações passadas,
estendendo-se às origens obscuras e desconhecidas do ser humano.
Outros estudiosos da Psicanálise seguiram os ensinamentos de Freud, mas contestaram algumas de suas ideias
ASSISTA
Assista na internet ao vídeo , que trata do significado da Psicanálise e bemO que é Psicanálise
como de seu fundador, Sigmund Freud.
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Outros estudiosos da Psicanálise seguiram os ensinamentos de Freud, mas contestaram algumas de suas ideias
(neopsicanalistas). Ainda assim, deram continuidade aos estudos da Personalidade, com enfoque em influências
sociais, tais como e , que não serão objeto de estudo nesse capítulo.Adler, Horney, Fromm Sullivan
Na sequência, entenderemos o estudo científico da Personalidade.
2.1.4 Estudo científico da Personalidade
Dentro da Psicologia Experimental não houve o desenvolvimento de uma área específica para o estudo da
Personalidade, principalmente acerca dos aspectos subjetivos. Entretanto, em outras correntes para além da
Psicanálise e dos neopsicanalistas, também foram feitas pesquisas e descobertas fundamentais nessa área.
Na década de 1930, (1893-1988), assim como (1897-1967) sistematizaram osHenry Murray Gordon Allport 
estudos da personalidade, nos Estados Unidos, sendo que o primeiro ficou conhecido por sua abordagem
genética. Também tiveram grande relevância nas décadas posteriores a 1930 algumas personalidades que você
conhece clicando a seguir.
•
Erik Eriksson e a Abordagem do Ciclo Vital.
•
Raymond Cattell e Hans Eysenck e a Abordagem dos Traços.
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George Kelly e a Teoria Cognitiva do Constructo Pessoal.
•
Abraham Maslow e Carl Rogers e a Abordagem Humanista.
•
Albert Bandura e a Teoria da Aprendizagem Social.
Já no final do século XX e início do século XXI, outros teóricos e pesquisadores começaram a elaborar pesquisas
voltadas a questões mais específicas nos estudos da Personalidade. Surgiram, assim, as A título deMiniteorias.
exemplo, temos:
• o (local) de controle, de Locus Julian Rotter;
• a Busca de Sensação, de Marvin Zuckerman;
• a Teoria do Desamparo e o Estilo Explicativo Otimismo/Pessimismo, de Martin Seligman.
Esses e outros trabalhos realizados pela corrente da Psicologia Positiva trouxeram novo enfoque no estudo da
Personalidade, já que passaram a ver ser humano sob aspectos que enfatizavam as suas características positivas.
(SCHULTZ; SCHULTZ, 2016).
Tendo visto como foi o caminho de construção dos estudos sobre a Personalidade e as várias teorias sobre o
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Tendo visto como foi o caminho de construção dos estudos sobre a Personalidade e as várias teorias sobre o
tema, vamos verificar nos próximos tópicos os principais conceitos sobre ela.
2.2 Afinal, o que é Personalidade?
Personalidade é palavra derivada do latim persona, cujo significado remete à máscara utilizada pelos atores
gregos e romanos na Antiguidade, para fazer uma representação do personagem na peça, remetendo à aparência
externa que está sendo apresentada (FEIST; FEIST; ROGERS; 2015). Entretanto, tal noção não é a mesma
utilizada pela Psicologia, já que nela a análise vai além do que é apresentado, não se detendo, unicamente, aos
papéis desempenhados pelo ser humano.
Fonte: © GoodStudio / / Shutterstock.
Agora, o conceito de Personalidade tornou-se uma das expressões popularizadas na linguagem de uso comum e
assumiu várias definições como, por exemplo, significando habilidades pessoais na produção de reações, tanto
positivas como negativas, nos atributos de dado indivíduo, caracterizando-o como bom ou ruim em um
julgamento de valor (SCHULTZ; SCHULTZ, 2016).
36
Fonte: © Honza Hruby / / Shutterstock.
Já nas correntes psicológicas, há diversas definições de Personalidade, marcando-a como conjunto de aspectos
peculiares ao caráter e influenciadora de comportamentos em várias situacionalidades. , porHenry Murray
exemplo, trata-a como “o agente organizador ou governador do indivíduo”, cujas funções são “integrar os
conflitos e as limitações aos quais o sujeito está exposto, satisfazer suas necessidades e fazer planos para a
conquista de metas futuras” (HALL; LINDZEY; CAMPBELL; 2007, p. 189).
Diante disso, também é necessário compreendermos como os outros nos veem, o que trataremos a seguir.
2.2.1 Como os outros nos veem
A Personalidade é uma força ativa dentro de cada indivíduo norteadora de comportamento, e que possibilita a
capacidade de adaptação. Ela é composta por aspectos únicos do ser humano, que o individualizam e o
distinguem dos demais, significando a essência do indivíduo, ou seja, o que ele realmente é. Por exemplo, alguns
indivíduos são introvertidos, outros são calmos e, temos aqueles que são ansiosos.
Outro exemplo, quando o sujeito observa a reação de outro, ele analisa as atitudes que foram tomadas e a
motivação que o fizeram praticar determinada ação. Dessa forma, é possível emitir opinião, sendo esta
verdadeira ou não, a respeito daquele que é examinado, levando-se em consideração que a nossa opinião está
carregada de percepções, ou seja, daquilo que já vivenciamos e aprendemos na vida. Assim, podemos agir de
maneira ou outra, pois, sabe-se que o ser humano é complexo e multifacetado.
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Fonte: © GoodStudio / / Shutterstock.
Hoje, comumente se discute sobre a questão da imagem nas Redes Sociais, levando-nos à reflexão se uma pessoa
se esconde nelas com uma máscara (remetendo-nos àquela definição de personalidade como máscara teatral).
Observamos teorias sobre Personalidade e conceitos desenvolvidos sobre ela, agora verificaremos como essas
teorias embasaram as pesquisas na área.
2.2.2 Características Permanentes
Da observação de um indivíduo, pode-se deduzir que existem certas características prevalecentes, mas que não
podem ser consideradas permanentes, uma vez que é possível que se tenha um comportamento em dada
situação, e em outra, diante de um mesmo ocorrido, reação contrária.
Por exemplo, um indivíduo pode ser calmo e equilibrado, na maior parte dotempo, mas, em uma determinada
situação, essa característica predominante pode dar lugar à irritabilidade, à ansiedade, etc.
Dentro dessa mesma observação, pode-se perceber as características peculiares, que veremos a seguir.
2.2.3 Características Peculiares
Como a personalidade traz individualidade ao ser humano, diz-se que ela confere a ele características que o
tornam único (SILVA, 2009). Assim, a personalidade traz características externas (das condições sociais que ele
vive) e internas ao indivíduo (relacionados com a constituição biológica e psicológica dele), as quais são
relativamente permanentes.
E é isto o que permite a ele agir de um modo ou outro, conforme a situação. É assim que podemos notar a
Como se pode pensar a questão da personalidade, com as redes sociais como o Facebook e
Instagram?
PAUSA PARA REFLETIR
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E é isto o que permite a ele agir de um modo ou outro, conforme a situação. É assim que podemos notar a
singularidade de cada ser humano.
No tópico a diante, entenderemos como são feitos os estudos da personalidade.
2.3 A pesquisa no Estudo da Personalidade
Agora, como sabemos a forma que as pessoas se diferenciam umas das outras? É possível compreender como
decorre o desenvolvimento humano? Como se pode entender a dinâmica que permite um indivíduo agir
diferentemente de outros?
Fonte: © Team Oktopus / / Shutterstock.
Neste contexto, a pesquisa é fundamental para o desenvolvimento das várias teorias da Personalidade que
existem, visto que por meio dela, pode-se consolidar as descobertas e testá-las.
Assim, existem muitos métodos utilizados, a depender do que deseja o pesquisador, se ele quer saber se existem
influências culturais ou genéticas na formação da personalidade, ele recorrerá a questionários, entrevistas,
inventários, entre outros.
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Desse modo, dependendo da abordagem, a pesquisa poderá ser ou assunto queideográfica nomotética,
trataremos adiante.
2.3.1 Pesquisa Idiográfica e Pesquisa Nomotética
A é uma abordagem que considera o sujeito como único e inteiro e terá como foco opesquisa ideográfica
indivíduo e a observação de suas características em diferentes situações, para entendê-lo com profundidade,
como em um estudo de caso.
Ao contrário, na , a abordagem se dá envolvendo um grande número de pessoas, para quepesquisa nomotética
sejam estudadas diferenças estatísticas com número maior de indivíduos, em amostragem mais ampla. O intuito,
aqui, é compreender o comportamento em termos de princípios gerais e variáveis universais.
Dentre os métodos de pesquisa, temos os métodos clínico, experimental, virtual e correlacional como sendo os
mais frequentemente usados. Veremos a seguir, que eles se baseiam em aspectos objetivos de análise.
2.3.2 Método Clínico
O método clínico é aquele em que a observação direta e minuciosa é feita por meio de entrevistas ou de outras
situações experimentais. O estudo de caso é um exemplo clássico desse procedimento em que testes são
realizados para compreender de forma qualitativa e aprofundada um determinado indivíduo ou um pequeno
grupo. (AGUIAR, 2001)
Existem influências de fatores genéticos e culturais na formação da personalidade?
PAUSA PARA REFLETIR
Para compreender com mais profundidade a análise da abordagem nomotética e a importância
dela como instrumento de pesquisa e validação técnica em Psicologia, leia o artigo Validade
, de Marcelo Tavares.Clínica
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Fonte: © one photo / / Shutterstock.
Muito usado na Psicanálise, teve como um de seus precursores , que, por meio do método, desenvolveu suaFreud
teoria da Personalidade com foco em conflitos, traumas sexuais e infância.
Apesar de permitir a observação do comportamento humano em situações naturais e a relação do indivíduo em
seu meio, há certo comprometimento na análise, já que a interpretação é subjetiva e implica verificar questões
ligadas, por vezes, ao inconsciente.
Além do estudo de caso, outros métodos conhecidos como experimentais também são utilizados, como veremos
a seguir.
2.3.3 Método Experimental
A é feita em laboratório, onde há a tentativa de controlar as influências externas parapesquisa experimental
que se possa observar o que acontece quando se altera uma variável. Clique e conheça mais sobre esse tipo de
pesquisa.
Grupo experimental
Para saber, por exemplo, os efeitos da meditação no estresse entre universitários, o pesquisador procura um
grupo de pessoas que queira participar da avaliação e atenda aos requisitos propostos; ele define as pessoas que
participarão dos grupos: o de controle e o que será exposto a um treino de meditação, ou seja, um grupo
experimental.
Etapas
Desse modo, as etapas da pesquisa experimental compreendem o controle e manipulação das variáveis, com a
Para entender como é realizado um estudo de caso leia o seguinte texto: Aprisionamento
, de LIMApsíquico sob uma perspectiva psicanalítica: estudo de caso de um agressor conjugal
et al., (2017).
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Desse modo, as etapas da pesquisa experimental compreendem o controle e manipulação das variáveis, com a
identificação daquelas que são relevantes, das dependentes e independentes, da seleção dos indivíduos
participantes com a constituição de cada grupo.
Resultados
Note que com base nos resultados obtidos no grupo que está sendo submetido ao procedimento, ocorre a
comparação com o resultado daquele que não recebeu o treinamento. Assim, o pesquisador saberá a importância
ou não da meditação para alívio do estresse.
Acompanhe, a seguir, um diagrama que exemplifica as etapas de uma pesquisa em que foram aplicados testes em
um grupo de controle e em um grupo submetido à variável independente (meditação).
Diagrama com as etapas de escolha da amostra e aplicação do teste.
Fonte: CARPENA, et al., 2018, p. 5.
Já vimos o método experimental e agora passaremos a estudar outros dois tipos: o método virtual e o
correlacional.
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2.3.4 Método Virtual e Método Correlacional
O é caracterizado por pesquisas realizadas . Facilitadas com o advento da internet, temmétodo virtual on-line
sido instrumento importante na coleta de dados.
Fonte: © one photo / / Shutterstock.
De modo mais rápido, o coleta grande número de dados em um curto período de tempo, semétodo virtual
comparado com o método experimental tradicional. No entanto, seu alcance é restrito a determinada faixa da
população que, normalmente, é jovem, com renda e escolaridade alta, preterindo a população mais velha, de
baixa renda, assim como deficientes visuais que não leem na língua em que a pesquisa está sendo realizada.
Dessa forma, deve-se ter atenção ao utilizar esse método para evitar possíveis falhas. (SCHULTZ, 2016, p. 26)
43
Tabela explicativa das etapas de coleta online.
Fonte: WACHELKE, J. et al., 2014, p. 143.
A coleta virtual se inicia pelo recrutamento dos participantes, passa pela coleta de dados e se encerra com a
devolutiva online.
Já o permite estabelecer relações entre diversas variáveis que o pesquisador tenhamétodo correlacional
interesse em estudar, sendo que ele pode predizer o comportamento de uma variável a depender do
comportamento de outra. Verifica-se o quanto elas oscilam juntas e faz-se a análise da relação entre elas.
Leia , no artigo vocêCaracterização e Avaliação de um Procedimento de Coleta de Dados Online
verá como é o trabalho do pesquisador na hora da escolha da técnica e posterior análise dos
dados.
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É importante salientar que isto é feito por meio do (medida que indica a relação oucoeficiente de correlação
não de uma variável com a outra, que pode ser positiva ou negativa), exceto para determinar a relação causa-
 (quando um evento é resultado e consequência do primeiro) que só poderá ser verificada na pesquisaefeito
experimental, e não se utiliza separação entre grupos de controle e grupo experimental. Ou seja, faz-se a
comparação entre as variáveis independentes (que se quer relacionar) com o desempenho da variável
dependente (as respostas obtidas na pesquisa).
Abaixo, o gráfico ilustra a comparação feita entre as variáveis.
Comparação entrevariáveis independentes e variáveis dependentes.
Fonte: GONCALVES, et al., 2013, p. 559.
Verifica-se que, utilizando as variáveis de consumo de drogas e o histórico de processos disciplinares por
comportamento agressivo, o uso de drogas é um fator que faz com que os indivíduos incorram em maior número
de processos disciplinares no presídio.
Agora, também é importante entender como se faz toda essa avaliação da Personalidade e quais são os meios
mais utilizados. De acordo com Schultz e Schultz (2016, p.10-11) “as técnicas de avaliação diferem quanto ao
nível de objetividade ou subjetividade”. Sendo assim, a confiabilidade delas será medida através da consistência
Pesquise na internet os diversos estudos realizados com o método correlacional.
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mais utilizados. De acordo com Schultz e Schultz (2016, p.10-11) “as técnicas de avaliação diferem quanto ao
nível de objetividade ou subjetividade”. Sendo assim, a confiabilidade delas será medida através da consistência
das respostas. Em outras palavras, a validade dependerá tanto do método escolhido quanto daquilo que se
deseja avaliar.
Assim, os métodos de avaliação são aqueles utilizados pelos teóricos para a avaliação da Personalidade, dentre
os quais os mais corriqueiros são:
• inventários objetivos ou de autorrelatos;
• técnicas projetivas;
• entrevistas clínicas;
• procedimentos de avaliação comportamental;
• procedimentos de avaliação de amostragem de ideias e experiência.
A título de exemplificação, destacaremos dois, que você conhece clicando a seguir.
•
Testes de autorrelatos
Consiste em solicitar às pessoas que falem sobre si, respondendo a perguntas acerca de
comportamento e de sensações em casos determinados. Neste sentido, um exemplo bastante
utilizado é o Inventário Multifásico Minnesota de Personalidade (MMPI) que mede características
de personalidade como papel de gênero, defesas, depressão, histeria, paranoia, hipocondria e
esquizofrenia.
•
Técnicas projetivas
Quanto às técnicas projetivas, temos o Teste de Apercepção Temática (TAT) e o de Manchas de
Tinta de Rorschach.
Cabe salientar que, além deles, aplica-se, também, a associação de palavras e a técnica de completar sentenças,
entrevistas clínicas complementares. (SCHULTZ; SCHULTZ, 2016).
•
•
•
•
•
•
•
46
Fonte: © Alex Leo / / Shutterstock.
O diagrama a seguir demonstra um modelo utilizado para uma pesquisa de Personalidade de pessoas que
atuavam como Gerentes de Projetos. O objetivo do estudo foi verificar quais eram as características pessoais dos
gerentes de projetos e relação com o desempenho profissional deles (MOURA; CARNEIRO; JANES; DINIZ, 2017).
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Modelo estrutural hipotético.
No modelo estrutural hipotético são verificadas as características pessoais das pessoas e a relação delas com o
desempenho profissional.
Até aqui, vimos como é importante a realização das pesquisas utilizando os vários métodos disponíveis. Agora,
trataremos da importância da validade das teorias.
2.4 A Teoria no estudo da Personalidade
De acordo com Schultz e Schultz (2016, p. 29) “as teorias são um conjunto de princípios utilizados para explicar
uma determinada categoria de fenômenos”. Elas devem ser verificáveis, capazes de esclarecer e explicar os
dados de maneira organizada e coerente. A teoria que não tiver evidências de pesquisas comprovadas passa a
ser especulação.
Note que como fonte de estudo da Psicologia, as teorias podem colaborar na compreensão do ser humano,
ajudando a alterar padrões, condutas, sentimentos e emoções.
Assim, elas servem de base para a prática do profissional e podem ser de dois tipos: pessoais e formais.
2.4.1 Teorias pessoais
Agora, clique para conhecer as teorias pessoais, as teorias formais e a diferença entre elas, bem como sua
utilização.
Teorias pessoais
As teorias pessoais são diferentes das formais, que possuem vários postulados e inferências e
resultam de pesquisas científicas. Isto porque as teorias pessoais são aquelas que dizem
respeito às observações e às indagações de um indivíduo, em razão de suas observações e
suposições. Por exemplo, cada ser tem em mente o conceito de personalidade e pode
observar e deduzir o tipo de personalidade das pessoas ao nosso redor. Trata-se de um
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observar e deduzir o tipo de personalidade das pessoas ao nosso redor. Trata-se de um
exercício realizado por todos em nosso cotidiano, sem mesmo que notemos isso.
Teoria formal
Na teoria formal, analise-se grande número de indivíduos, diferentemente da análise pessoal,
mais objetiva, cujas pessoas estão sujeitas a serem testadas frequentemente diante da
realidade. Assim, as teorias pessoais têm caráter subjetivo enquanto as formais são objetivas.
Utilização
Quando se estuda a personalidade não se utiliza somente as teorias formais de análise, mas
alguns teóricos partem de teorias pessoais, inclusive de referências autobiográficas, que
refletem a experiência de vida. A partir da elaboração da teoria, esta vai sendo aprimorada
com o conhecimento racional e empírico e pode se transformar em uma teoria formal.
Por isso, Schultz e Schultz (2016, p. 31) afirmam que “se quisermos entender plenamente uma teoria, teremos de
nos informar o máximo possível sobre a pessoa que a propôs. É importante levar em consideração como o seu
desenvolvimento pode ter sido influenciado por acontecimentos específicos na vida de um teórico”.
Como exemplo, veja a tabela de escala de tipos de Personalidade:
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Escalas e estilos básicos da personalidade.
Fonte: PRIMI, et al., 2009, p. 379.
Os estilos de personalidade podem ser observáveis por meio de um princípio teórico.
Para o estudo de cada teoria, é importante saber qual a imagem da natureza humana que o teórico propõe.
Schultz e Schultz (2016, p. 32) apontam algumas questões que definem a imagem da natureza humana e que são
utilizadas para que se possa analisar as respostas que cada teoria dá a elas. Clique e acompanhe:
•
Estamos no controle de nossas vidas? Livre arbítrio ou determinismo?
•
O que influencia nosso comportamento? Natureza ou ambiente?
•
Somos dependentes ou independentes do passado? Passado ou presente, qual tem mais
poder?
•
Somos únicos e singulares ou existem padrões gerais de comportamento? Singular ou
universal?
•
Objetivos de vida: satisfação ou crescimento?
•
Visão de mundo: otimismo ou pessimismo?
•
•
•
•
•
•
•
•
51
• Quais efeitos do contexto étnico e cultural? (Questão de gênero, por exemplo).
Ao pensarmos em determinada teoria, por vezes, verificamos que ela se molda ao teórico que a estruturou. Por
isso, é importante estudar o autor dela também, e verificar os aspectos relacionados à sua aplicabilidade, como
veremos a seguir.
2.4.2 Subjetividade nas teorias
Nos estudos da Personalidade, por se tratar de tema que avalia um objeto complexo que é a natureza humana,
temos aspectos que são subjetivos para análise e avaliação. Como no caso das teorias pessoais que nascem de
uma intuição ou da história de vida de um teórico e, com o passar do tempo, vão se delineando com
características de teoria formal.
Dada a dificuldade de se ter objetividade, por vezes, o teórico tem que ter cautela em suas análises e
observações, não influenciar por temores, desejos e valores. Outro aspecto importante a ser observado é que as
teorias pessoais, subjetivas, devem ser objeto de avaliação, diante de dados que não comprovam as suas
conclusões. Com razão e análise, pode-se atingir um nível de objetividade, permitindo aceitar uma teoria como
adequada, mesmo diante de aspectos subjetivos relacionados à personalidade do ser humano.
Logo, o método utilizado pelos teóricos deve garantir a proximidade com a realidade e que esta esteja
representada sem influências de fatores pessoais tanto quanto seja possível. Como diz Ibáñez (1993 apud
BENDASSOLI, 2002, p. 317):
[...] podemos criar tantas teorias quanto nos seja conveniente fazer, mas serão, em última instância,
apenas os fatos que irão pôr um freio a esta capacidade inventiva. Somente eles poderão separar o
joio do trigo, istoé, aquilo que é adequado à realidade, aquilo enfim que diz respeito ao real e pode
ser acreditado, e aquilo que é pura especulação, ficção de uma mente irresponsável ou, quando
muito, enganada ou ingênua.
Dada a complexidade do ser humano, e o fato dele estar em constante movimento, em um processo de
construção, não se pode tornar, igualmente, a interpretação dos dados, restritiva.
Assim, percorremos o caminho de uma das áreas importantes da Psicologia, que aborda a construção da
Personalidade do sujeito e as várias teorias que foram se consolidando para compreender a motivação do
indivíduo em suas ações. E, agora, podemos entender que o ser humano, ao longo da vida, é influenciado por
vários fatores, externos e internos, os quais permitem a ele agir em sociedade e se tornar um indivíduo único.
•
A avaliação da personalidade pode ser influenciada pela questão de gênero?
PAUSA PARA REFLETIR
52
Proposta de atividade
Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore um vídeo sobre tipos de
Personalidade e testes para identificação, destacando as principais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao
produzir seu vídeo, considere as leituras básicas e complementares realizadas.
Dica: utilize como parâmetro as teorias da Personalidade que apresentam as características de personalidade e
seus tipos.
Recapitulando
No capítulo, abordamos o estudo da Personalidade e conhecemos as principais teorias da área. Vimos que várias
abordagens teóricas percorrem desde a Psicanálise, tendo como seu precursor, como as teoriasFreud
neopsicanalíticas, tais como as de , que acrescenta o inconsciente coletivo como categoria de análise, eJung
apresenta alguns tipos de Personalidade. Além dele, com enfoque na influência social, temos Karen Horney,
 e Sullivan Adler.
Aprendemos também que, partindo de uma perspectiva humanista, surgiu e e ,Carl Rogers Abraham Maslow
sendo que este elaborou a teoria das necessidades, em formato de hierarquia. Da abordagem da aprendizagem,
além de , tem-se com o conceito de modelagem. NA perspectiva cognitiva, temos Burrhus Skinner Albert Bandura
como representante que considera como característica dominante da Personalidade os processosGeorge Kelly,
cognitivos.
Já e desenvolveram a abordagem dos traços ligados à perspectiva genética. OutrosAllport, Cattell Eysenck 
autores criaram também teorias consideradas miniteorias, como a do de controle de e a locus Rotter, Seligman
questão do desamparo; estudamos também teóricos da corrente da Psicologia Positiva que trouxeram novos
enfoques para o estudo da Personalidade.
Verificamos os principais conceitos sobre Personalidade, desde a origem do termo que remetia ao uso das
máscaras no teatro grego antigo, como também quando passou a significar um conjunto de atributos e
qualidades do indivíduo, que podem se alterar em determinadas situações.
Aprendemos sobre as duas grandes formas de abordagem para o estudo da Personalidade: a ideográfica e a
nomotética. A primeira considera o indivíduo como um ser único e exclusivo e, a segunda, procura regras
generalizantes que possam ser aplicadas a vários indivíduos.
Vimos que em pesquisas efetuadas constatarem-se os fatores genéticos como influenciadores na formação da
Personalidade, mas não só isso. Aprendemos também que cultura, etnia e gênero, promovem o desenvolvimento
da Personalidade.
Do ponto de vista dos métodos que podem ser utilizados na pesquisa conhecemos que existem o método clínico,
o experimental, o correlacional, o virtual.
Salientamos, ainda, que para a realização da pesquisa nessa área é importante considerar que nem sempre se é
possível fazer pesquisa objetiva com tema bastante complexo e, por isso, muitas teorias são pessoais, embora
não se possa desconsiderar aspectos éticos, métodos e técnicas existentes que corroboraram com os resultados
das diferentes teorias.
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