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Tratados Internacionais e seus efeitos jurídicos
JOVANA DE SOUZA
Faculdade Anchieta de Ensino Superior do Paraná, PR
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo o estudo da posição ocupada pelos Tratados Internacionais na hierarquia das normas do direito e seus reflexos jurídicos. Em um mundo globalizado, em que a economia é cada vez mais correlativa, e que as relações políticas entre Estados são a cada dia mais importantes e sensíveis, os tratados internacionais tomam distinções relevantes. Portanto, averiguar se o cumprimento de tratados internacionais na ordem jurídica interna dos países que o celebram, é de cunho obrigatório ou facultativo – no sentido de que uma lei poderia revogar um tratado – é questão, hoje, crucial, pois tendem a afetar não somente as relações políticas entre Estados, como também a própria economia, o que, por conseguinte, repercute na vida de toda a sociedade. Um acordo entra em vigor para os sujeitos (de Estado para os demais Estados ou de Estado para as organizações internacionais) a partir da manifestação de vontade do Executivo, que pode se dar mediante assinatura, aceitação, aprovação etc., gerando efeitos para os demais pactuantes. Esse é o efeito jurídico na ordem internacional, gerando efeitos entre um Estado e os demais.
 
PALAVRAS-CHAVE: Tratados. Internacional. Jurídico.
Um tratado internacional é a formalização de um pacto celebrado entre países ou grupos étnicos com o propósito de instituir a paz e o equilíbrio econômico, definir fronteiras físicas, organizar atividades comerciais, estabelecer regras ambientais ou promover a paz. Para conceitualizar o instrumento, vale recorrer à história.
Entre 1618 e 1648, ocorreu na Europa um dos mais devastadores conflitos da história, a Guerra dos Trinta Anos. Motivado inicialmente por disputas entre católicos e protestantes, o confronto evoluiu para outros interesses como a expansão de territórios e a busca pelo domínio político da região. Após provocar a morte de aproximadamente oito milhões de pessoas, o esforço de guerra passou a ser percebido como um custo extremamente alto e as nações desejaram a paz.
Realizada após um longo e complexo processo, a assinatura dos Tratados de Münster e Osnabruque em 1648, a chamada Paz de Vestfália, encerrou a Guerra dos Trinta Anos.
Entretanto, apesar de ser considerada por alguns juristas como a fundação do Direito Internacional, a carta não representa com certeza o princípio da história dos tratados internacionais. O registro mais antigo de tratado internacional que existe está escrito em três pedaços de tábuas de barro – dois deles expostos no museu arqueológico de Istanbul e um no museu estatal de Berlin.
É a versão Hitita do Tratado de Kadesh, que contempla os termos para a paz entre o Egito e o Império Hitita, celebrado no século XIII a.C. pelo faraó Ramsés II e o rei Hatusil III. Desde então, a figura dos tratados internacionais tem evoluído com o passar dos anos até a sua estrutura atual, conforme definida pela Convenção de Viena de 1969. O instrumento pode ser apresentado na forma de um único documento, ou ser produto de um conjunto de documentos pertinentes ao mesmo assunto.
O tratado internacional basicamente se caracteriza pelo interesse de duas nações em estabelecer os termos de um entendimento comum.
O atendimento às demandas conjuntas é comparado com a análise das restrições internas presentes nos países e, então, se busca um termo possível que satisfaça os requisitos essenciais de cada parte.
Fruto de diversas reuniões, estudos, análises e validações, o texto presente nos documentos assinados deve refletir, ao mesmo tempo, o anseio das nações sem ferir o interesse das pessoas que serão por ele afetadas.
O relacionamento entre as nações tende a ser extremamente complexo, e é essa a razão pela qual existem conjuntos de códigos, leis, regras e procedimentos diplomáticos que exigem a contribuição de pessoas especializadas.
Os tratados internacionais possuem como função principal ordenar o entendimento entre as partes envolvidas, a fim de equilibrar o atendimento às demandas de cada povo ou nação.
Conforme escreveu o Jurista francês Charles Rousseau em sua obra Direito Internacional Público, “o tratado internacional impõe uma regra de conduta obrigatória para os Estados signatários”.
Essa capacidade de imposição define o papel que os tratados internacionais representam no conjunto das leis que regem os países.
Na hierarquia das leis brasileiras, por exemplo, os tratados ratificados e publicados são admitidos como lei. Assim, havendo alguma divergência entre um tratado e uma norma interna, se mantém o tratado.
Especificamente para os casos de tratados sobre os direitos humanos, após a publicação, são equiparados às emendas constitucionais – revestidos, portanto, de uma importância ainda maior.
A partir do início até sua conclusão, o processo solene passa por quatro fases.
São elas:
1. As negociações iniciais e assinatura: nessa primeira fase, com o auxílio do corpo diplomático, os representantes das nações discutem os termos e apresentam as demandas de cada parte
2. Aprovação no parlamento de cada nação: finalizada a primeira parte, o texto é submetido à aprovação parlamentar, que não poderá incluir alterações no texto original
3. Ratificação ou adesão ao texto: por meio da autorização do poder legislativo, o texto é ratificado e o país adere aos termos estabelecidos
4. Decreto e promulgação do texto na Imprensa Oficial do Estado: última etapa do processo, é por meio dela que o tratado internacional passa a ter vigência interna e externa.
Tanto a primeira como a última fase requerem a assinatura de uma pessoa com autoridade para decidir em nome da nação.
No Brasil, qualquer autoridade pode assinar um ato internacional, desde que tenha recebido carta de plenos poderes do Presidente da República referendada pelo Ministro das Relações Exteriores. Em todo o mundo, incluindo o Brasil, os Chefes de Estado, Chefes de Governo e os Ministros de Relações Exteriores estão dispensados da apresentação da carta de plenos poderes, por ser parte de suas funções naturais a representação da nação perante outros países.
Apesar de os termos se confundirem na nomenclatura oficial, existe uma definição clara dos papéis de cada instrumento. Os documentos assinados em conferências internacionais que tratam de assuntos de interesse geral são denominados convenções.
São acordos firmados entre dois ou mais países a respeito dos mais diversos temas: como transporte, comércio, trabalho, entre outros.
Dentre as convenções que o Brasil é signatário, destaca-se a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, mais conhecida como a Convenção de Belém do Pará. Essa convenção, assinada em 9 de junho de 1994, inspirou e deu origem à Lei Maria da Penha, marco legal no enfrentamento da violência doméstica.
Enquanto as convenções são base para a elaboração das leis, o texto dos tratados é incorporado de forma integral ao conjunto de leis que regem as nações. No máximo, pode haver a exclusão de alguma cláusula no caso de tratados entre mais de uma nação.
Como exemplo podemos citar o Tratado de Assunção assinado em 26 de março de 1991, originalmente entre a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – hoje contando com mais de dez países latino americanos.
Apesar de alvo de críticas na atualidade, o documento foi assinado com a esperança de trazer crescimento econômico para as nações signatárias. Depois de ratificado, promoveu mudanças significativas nas legislações tributárias, comerciais e de trânsito de mercadorias e pessoas entre os países que aderiram.
Existem diversos tipos de tratados que podem ser celebrados entre os países, sendo possível destacar algumas formas de distinção. A forma mais comum é pelo número de países que assinam o documento.Um tratado que envolva dois países é um tratado bilateral, enquanto um que envolva vários países é um tratado multilateral. Uma outra forma de classificação é a por temas.
Essa abordagem tende a ser bastantevariada e, em cada momento da história, é possível identificar tendências que promovem a predominância de determinados tipos de tratados. No período pós Segunda Guerra Mundial, por exemplo, foi estabelecida a maioria dos tratados de paz e de garantias aos países envolvidos em conflitos. Nos anos 70, com a crise do petróleo e o acirramento da competição entre as nações para a proteção dos fundamentos econômicos, foram abundantes os tratados definindo regras para o comércio internacional. Mais recentemente, a preocupação ambiental tem sido motivo de tratados para a proteção dos recursos essenciais e da sustentabilidade.
Podemos ainda citar outros tipos de tratados, como os que são celebrados para o combate à corrupção, ao terrorismo e à proteção dos direitos humanos, entre outros. Uma outra classificação possível é relacionada aos procedimentos necessários para a vigência dos tratados internacionais. Em algumas nações, com destaque para a Índia, o agente plenipotenciário tem poder de ratificar alguns tipos de tratados internacionais, sem a necessidade de passar pelo poder legislativo antecipadamente. Ainda que sujeito à consulta parlamentar posterior, o tratado internacional passa a ter efeitos imediatos com validação interna e externa.Essa classificação sugere a forma simplificada do rito para a celebração do tratado internacional, contemplando somente duas fases: a assinatura que já ratifica e a publicação que o torna vigente.
Os efeitos dos tratados internacionais no conjunto de leis são variados de acordo a cada nação.
Nos países da península ibérica, os tratados internacionais são recepcionados de maneira plena a partir de sua publicação oficial. Na Alemanha, a aceitação depende da consulta ao poder legislativo antes da ratificação. Lá, os tratados internacionais são incorporados ao Estado como determinações que devem ser lembradas nas ocasiões necessárias. Na Argentina, a Constituição determina que os tratados sejam considerados hierarquicamente superiores até mesmo à própria carta magna. No Brasil existe uma distinção entre os tipos de tratados e os efeitos que exercem na legislação local. Conforme determina a Constituição Federal de 1988, para os tratados internacionais que tratem de qualquer tema, assinados pelos agentes plenipotenciários, o ritual de aprovação pelo legislativo será o de votação por maioria simples nas duas casas, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Entretanto, por meio da emenda constitucional número 45 de 2004, os tratados internacionais que versem sobre os direitos humanos deverão ser aprovados por três quintos dos membros de cada casa em dois turnos de votação. Sendo o critério de autorização mais complexo, o resultado da aprovação e ratificação desses tratados produz uma posição mais alta das leis resultantes, na hierarquia das leis nacionais.
As determinações dos tratados internacionais publicados por esse rito são equiparadas à própria constituição. Apesar do ritual que procura compatibilizar da melhor forma possível os anseios da população com os tratados celebrados por uma nação, existem com frequência conflitos entre as demandas, e as soluções são por via de regra polêmicas. Um exemplo recente de conflito aconteceu nas eleições presidenciais brasileiras de 2018, quando a candidatura do ex-presidente Lula foi rejeitada com base na Lei da Ficha Limpa. Fruto de um projeto de lei do Juiz Marlon Reis entre outros juristas renomados, o texto original contou com cerca de 1,6 milhão de assinaturas de cidadãos que pediam uma política mais justa e idônea. Aprovada pela Câmara e pelo Senado com sanção presidencial, a promulgação da Lei foi louvada como marco da história da nação. O ponto polêmico da sua aplicação, contudo, é a determinação de tornar inelegível por oito anos um candidato que for condenado em segunda instância por órgão colegiado, mesmo que ainda exista a possibilidade de recursos. Em oposição a essa determinação, o Tratado de San José, ratificado pelo Brasil em 1992, definiu que só pode ser impedida a candidatura de um cidadão que esgotou todos os recursos possíveis de se defender.
A decisão final sobre o assunto coube ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que julgou por 6 votos a 1 pela inelegibilidade do candidato, promovendo os efeitos da lei local em detrimento do tratado internacional. Não diferente do Brasil, os Estados Unidos também têm os seus desafios na administração dos efeitos dos tratados internacionais e dos conflitos com a defesa da soberania nacional. A discussão recente com a China, incluindo a exigência de mudanças e ameaças em se retirar da Organização Mundial do Comércio, não são práticas isoladas do governo atual. É uma face conhecida da estratégia diplomática do país há décadas.
Considerando os tratados que versam sobre os direitos humanos, os Estados Unidos é a nação que ratificou o menor número de tratados internacionais, dos 18 tratados que foram publicados pelas Nações Unidas, o país assinou somente cinco. Haveria ainda outros exemplos de conflitos, envolvendo temas complexos como meio ambiente, comércio e desarmamento nuclear, nos quais a obrigatoriedade do cumprimento dos tratados tem gerado discussões e polêmicas. Essas ocorrências demonstram os maiores desafios para que o estabelecimento de tratados internacionais produza efeitos plenos entre as leis das nações. Cumpridos os passos de assinatura, aprovação, ratificação e publicação, conforme definidos pela Constituição, tem início a vigência das determinações dos tratados internacionais no corpo legal da nação. A determinação do prazo inicial de vigência, por via de regra, vem definida na própria redação do decreto. Pode ser de um mês, seis meses ou um ano da data da ratificação ou da adesão, por exemplo. Entretanto, por definição do Supremo Tribunal Federal (STF), os tratados só entram em vigor após a publicação do decreto no Diário Oficial da União.
É esperada que ocorra a sincronia da vigência no plano interno e externo, entretanto, pode acontecer descasamentos. Poderá também ocorrer a cassação da vigência de um tratado ou suspensão da aplicação como consequência da sua violação. Exemplo recente dessa situação é o conflito entre os Estados Unidos e a Rússia em torno do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, conhecido como tratado INF (do inglês Intermediate-range Nuclear Forces), O tratado foi firmado em 1987 pelo Presidente Reagan e pelo Secretário Geral Soviético Gorbachev e previa a eliminação dos mísseis balísticos e de cruzeiro, nucleares ou convencionais, cujo alcance estivesse entre 500 e 5.500 km.
Em outubro de 2018, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que se retiraria do tratado por haver detectado que a Rússia havia descumprido os seus termos.
Em meio às acusações trocadas, o efeito prático da cessão de vigência do tratado é o retorno da corrida armamentista que durante muitos anos foi combatida pelos líderes mundiais. A fase da ratificação do tratado internacional é a responsável por internalizar os termos do texto no direito nacional dos países signatários, ao mesmo tempo em que confere validade no âmbito internacional. Apesar de ainda ser de competência do Poder Executivo, a ratificação somente pode ser levada a cabo se for autorizada pelo Poder Legislativo nas duas casas, tanto na Câmara como no Senado. A rejeição é possível se, durante o trâmite das aprovações, não houver a aceitação dos deputados ou senadores. Nesse caso, o Presidente da República, mesmo sendo um agente plenipotenciário, não poderá ratificar o tratado internacional. Em uma situação mais extrema, mas possível, ainda que autorizado pelo Poder Legislativo, o Presidente da República poderá se recusar a ratificar o tratado, e nesse caso também, o documento não produzirá efeito.
Alguns tratados internacionais marcaram períodos históricos por sua importância nos processos decisórios das nações, permitindo por meio da leitura de seus registros perceber as forças que atuavam, os sucessos e desafios na aplicação do instrumento para definir as fronteiras, estabelecernações e buscar a paz. Parte da história da formação do Brasil como nação, o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 pelos reis de Portugal e de Castela, estabeleceu o marco regulatório dos esforços para o desenvolvimento do continente sul-americano. Símbolo da transferência do poder da igreja para o poder do estado, ao permitir aos governantes a assunção da responsabilidade pela boa condução dos esforços no desenvolvimento das novas terras, o tratado ilustra a transição da Idade Média para a Idade Moderna. O Tratado de Paris, assinado em 1783, é o mais antigo e ainda válido tratado assinado pelos Estados Unidos. Por meio dele foi estabelecido o fim da Revolução Americana e o estabelecimento dos Estados Unidos como nação. Por esse motivo, é considerado um dos mais importantes tratados da história mundial. A negociação dos termos, conduzida pelo brilhante Benjamin Franklin, entre outros estadistas, permitiu a independência das treze colônias norte-americanas em termos extremamente favoráveis.
O Tratado de Versalhes aparece na história como um esforço dos países europeus em promover a paz, após o final da Primeira Guerra Mundial em 1919.
Ao impor a exigência pela reparação aos danos provocados à Alemanha, colocando o povo alemão em uma condição extrema de restrições, o tratado acabou por fomentar o surgimento de um novo conflito.
A análise histórica do pensamento permitiu aos estadistas a compreensão da necessidade de se atentar para os anseios da população e de buscar termos que sejam suportáveis pelos cidadãos.
CONCLUSÃO
A finalidade do tratado tem que ser permitida por lei e possível de ser executada. Portanto, não pode um tratado descumprir normas internacionais. Todos os acordos de vontade devem ter por objeto um bem ou serviço possível de ser executado e permitido pelo Direito.
Conclui-se, por fim, que os tratados internacionais apropriadamente recepcionados, devem ser cumpridos em sua integralidade, não podendo nenhuma norma infraconstitucional revogá-los, ou suspender sua eficácia no âmbito do ordenamento jurídico interno. Ao momento que se pactua um tratado internacional, fazendo-o passar pela filtragem constitucional e pelas regras previstas pelo direito pátrio, ratificando-o (troca ou depósito), não se trata apenas de um ato de soberania do país, mas, sobremaneira uma manifestação de vontade do Estado, a qual é, inevitavelmente, seguida de boa-fé, que caso não observada, pode acarretar várias negativas consequências, jurídicas e extrajurídicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KELSEN, Hans. MACEDO, Paulo Emídio Vauthier Borges de. In Direito dos Tratados – comentários à Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969).
PEREIRA, REZEK, José Francisco. Direito Internacional público, 10. ed. São Paula: Saraiva, 2005.
FIA ; FIA. Tratados Internacionais: O que são, Tipos e Como Funcionam. FIA. Disponível em: <https://fia.com.br/blog/tratados-internacionais/>. Acesso em: 23 nov. 2022.
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