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Parte Geral - conceitos básicos do direito empresarial

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO EMPRESARIAL I 
Parte Geral: conceitos básicos do direito empresarial 
Elementos que definem a empresa 
ESTRUTURA ORGANIZADA: não mais voltado para o comércio, mas para a estruturação dos bens materiais e imateriais 
constituídos a partir de um capital que se investe na empresa. 
ATIVIDADE PROFISSIONAL: habitualidade – uma sucessão de ações para a realização do objeto. 
PATRIMÔNIO ESPECÍFICO: bens materiais e imateriais. 
FINALIDADE LUCRATIVA: visa a produção de riquezas apropriáveis. 
IDENTIDADE SOCIAL: a empresa tem existência socialmente reconhecida. 
- Tais elementos, no todo, darão vida a atividade pela organização dos fatores de produção: 
o Capital; 
o Trabalho; 
o Insumos; 
o Tecnologia. 
Empresário – Empresa Individual 
Definição: Art. 966/CC. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para 
a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou 
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de 
empresa. 
- Empresário é aquele que SOZINHO exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a 
circulação de bens ou de serviços. 
- Empresário é o sujeito do direito. 
- O § único exclui os exercentes de profissão intelectual científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de 
auxiliares, salvo se o exercício da profissão constituir elemento da empresa. Ex.: médico exerce atividade intelectual 
e quando abre uma clínica esse conjunto de médicos passam a utilizam de suas habilidades para ter lucro > as pessoas 
procuram pelo médico em específico, não a clínica em si > esse médico exerce atividade empresária > cada um explora 
sua atividade e recebe conforme o número de pacientes atendidos. Nesse caso, a habilidade do médico constitui 
elemento da empresa. É diferente quando há um grupo de médicos que constitui sociedade por meio do hospital. 
CARACTERÍSTICAS 
 
- Não adquire personalidade jurídica. IMPORTANTE: apesar de o empresário individual possuir inscrição no CNPJ, não 
se confunde com pessoa jurídica > não há separação entre a sua personalidade jurídica e a da firma, confundindo-se 
os dois numa única pessoa natural. A legislação tributária equipara o empresário à pessoa jurídica tão somente para 
fins fiscais, exigindo que a pessoa natural se inscreva no CNPJ para fins fiscais, sem contudo torna-lo pessoa jurídica. 
- Também chamado de: empresário singular ou individual, ‘firma individual’, ‘empresa unipessoal’; 
- O empresário se obriga através de seu nome; 
- Responde com seus bens pessoais > assume responsabilidade ilimitada; 
- Incide pessoalmente em processo falimentar; 
- NÃO se exige que a atividade econômica organizada seja a ÚNICA profissão > não há exigência de dedicação exclusiva. 
INSCRIÇÃO 
 
- Se dá por meio de REQUERIMENTO perante o REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS (RPEM) a cargo das 
JUNTAS COMERCIAIS. Esse registro será um ATO DECLARATÓRIO. 
- Deve obedecer aos pressupostos estabelecidos no art. 968 do CC. 
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: 
● I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; 
 
● II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída pela assinatura autenticada com 
certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do §1º 
do art. 4 o da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006; 
ATENÇÃO: coloquialmente, FIRMA é sinônimo de empresa, mas em sentido próprio (correto), é sinônimo de 
NOME EMPRESARIAL. 
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este 
Capítulo, para o exercício de empresa. 
Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das 
sociedades simples, associações e fundações. 
Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, 
designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. 
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os 
nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" 
ou sua abreviatura. 
Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social 
aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo. 
 
● III - o capital; 
Patrimônio > para constituir uma empresa é necessário destinar valores em montante suficiente para que se 
cumpram os fins empresariais, que será submetido à escrituração da empresa. O capital referido aqui é destinado 
à constituição da empresa, iniciando sua contabilidade. 
 
● IV - o objeto e a sede da empresa. 
Objeto é a atividade econômica que será explorada para a produção e/ou circulação de bens ou de serviços. O 
único pressuposto é de que o objeto seja lícito e que apresente, quando necessário, autorização para explorá-lo. 
Obs.: prestação de serviços advocatícios não estão sujeitos à inscrição. 
Sede é a localização geográfica, seu endereço, o local onde o empresário deve ser encontrado para responder por 
suas obrigações. Em regra, não significa que a empresa está confinada a um local de forma inflexível > elas podem 
alastrar-se, criando sucursal, filial ou agência, ditos como ESTABELECIMENTO SECUNDÁRIO. 
⮚ FILIAL: sociedade empresarial que atua sob a direção da matriz (mantendo a sua personalidade jurídica e o 
seu patrimônio, preservando a sua autonomia perante a lei e ao público). 
⮚ AGÊNCIA: empresa especializada em prestação de serviços, com função eminentemente de intermediário. 
⮚ SUCURSAL: estabelecimento empresarial acessório e distinto do principal, cuja atividade engloba tratar dos 
negócios do estabelecimento principal, a cuja administração está ligada, sem contudo constituir filial ou 
agência. 
 
FALECIMENTO DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
 
- Fim da personalidade = morte = início da sucessão. 
- Se há somente um herdeiro, ele herdará a empresa. 
- Se há pluralidade de herdeiros: 
1. Encerramento das atividades com apuração dos haveres e baixa na inscrição do empresário. Restando créditos a 
pagar responderá o patrimônio do decujos até ser exaurido. Havendo saldo positivo será ele dividido entre os 
herdeiros. 
2. Transferência da empresa a terceiro pelo espólio. 
3. A destinação da empresa, no inventário, a um único herdeiro. 
4. A instituição de uma sociedade empresária entre os herdeiros. 
EMPRESÁRIO RURAL 
 
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno 
empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. 
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de 
que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva 
sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo à associação que desenvolva atividade futebolística em 
caráter habitual e profissional, caso em que, com a inscrição, será considerada empresária, para todos os efeitos. 
EMPRESÁRIO DO AGRONEGÓCIO (rural): não precisa realizar de forma regular, mas SE QUISER PODE > a partir de 
quando se inscreve, se equipara ao empresário normal > passa a ter obrigações, como recolhimento de impostos. É 
uma forma de favorecer o empresário rural. Se ele opta por não se inscrever, não terá prejuízos. 
O EMPRESÁRIO CASADO 
 
- Art. 1.647 CC: outorga marital. Art. 1.647.Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem 
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar 
os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. Desnecessidade de consentimento. 
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos 
e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de 
incomunicabilidade ou inalienabilidade. Exige arquivamento no Registro Público (Junta Comercial) dos pactos e 
declarações antenupciais do empresário, bem como títulos de doação, herança a bens clausulados de 
incomunicabilidade ou inalienabilidade, como meio de proteção ao patrimônio do cônjuge ou ex-cônjuge. Todavia, 
a menção sempre poderá ser defendida. 
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem 
ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis. Estabelece que 
as sentenças que decretarem ou homologarem a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação somente 
poderão ser opostos a terceiros após arquivados ou averbados da Junta. 
Conclusão: de acordo com os arts. 979 e 980 do Código Civil, para se evitar que os bens do casal ou do cônjuge 
respondam pelas obrigações da empresa individual é necessário: 
● O arquivamento da inscrição e averbação dos pactos e declarações antenupciais do empresário na Junta 
Comercial; 
● O registro do título de doação, herança ou legado de bens gravados de incomunicabilidade ou inalienabilidade; 
● A averbação e registro de sentença que decretar ou homologar o divórcio do casal. 
 
Empresa 
- A empresa é o objeto do direito > é a atividade econômica realizada de forma organizada, para produção ou a 
circulação de bens ou de serviços. É sinônimo de estabelecimento. 
- Sua tarefa é conjugar os fatores de produção. 
- A empresa não possui personalidade jurídica, sendo esta um atributo da sociedade empresária. 
- Assim, são equivocadas expressões tais como: 
● “A empresa pegou fogo” (o estabelecimento incendiou); 
● “Fulano e Beltrano abriram uma empresa” (constituíram sociedade); 
● “Fulano foi contratado pela empresa X” (foi contratado pela sociedade X). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- A atividade empresarial é exercida pelo empresário (titular da empresa), que poderá se dar individualmente ou 
coletivamente. Quando for de forma INDIVIDUAL a pessoa natural que organiza a atividade é o empresário. Quando 
for de forma COLETIVA, a pessoa jurídica (a sociedade) é que será o empresário. 
Empresário x Sociedade empresária - características e diferenças: 
Nome: 
● EMPRESA INDIVIDUAL: firma > deve ter o próprio nome do empresário no registro (podendo ter nome fantasia). 
● SOCIEDADE (empresário coletivo): firma ou denominação > “qualquer” outro nome (podendo ter nome fantasia). 
A sociedade que adota firma (nome empresarial) é aquela que opera de forma ilimitada. 
Responsabilização: 
● EMPRESA INDIVIDUAL: ilimitação – empresário responde com seu patrimônio. 
● SOCIEDADE: limitação – o sócio não responde com seu patrimônio social. 
Obs.: empresário ≠ comerciante. Comerciante é o fornecedor que adquire produtos de terceiros e os vende ao 
consumidor. Sob o aspecto legal é a pessoa física ou jurídica que tem por atividade o exercício da compra e venda (ato 
de mercancia). Ex.: vendedor de cerveja no carnaval. Refere-se à forma, a uma das possibilidades de exercício da 
empresa. 
Obs.: empresário ≠ sócio cotista ou acionista. Sócio cotista ou acionista titularizam cotas ou ações, somente. 
● Sócio de capital, somente > investidor. 
● Sócio que se dedica ao negócio > empreendedor. 
 
Capacidade para empresariar 
INDIVIDUAL: pessoa natural. 
Não adquire personalidade jurídica; 
Registro é ATO DECLARATÓRIO. 
Também chamado de: empresário singular ou 
individual, ‘firma individual’, ‘empresa 
unipessoal’. 
EMPRESA: é a 
atividade 
econômica 
realizada de 
forma 
organizada. 
EMPRESÁRIO: 
é o titular da 
empresa. 
COLETIVO: pessoa jurídica, ou seja > sociedade empresária: 
Adquire personalidade jurídica. 
Registro é ATO CONSTITUTIVO. 
A sociedade constituída que será 
empresária (a pessoa jurídica). Os sócios 
serão empreendedores. 
 
Art. 972/CC. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem 
legalmente impedidos. 
Aspectos pessoais da capacidade (1ª parte do art. 972): 
● ABSOLUTAMENTE INCAPAZES: são representados – art. 3º CC (menores de 16 anos). 
● RELATIVAMENTE INCAPAZES: são assistidos – art. 4º CC (+16 e -18; ébrios e viciados em tóxicos; pródigos; aqueles 
que por causa transitória ou permanente não conseguem exprimir sua vontade). 
● PLENAMENTE CAPAZES: art. 5º CC (maiores de 18; emancipados). 
O menor como empresário: 
IMPOSSIBILIDADE ORIGINÁRIA > Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo 
da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. De forma originária o menor não pode ser empresário. 
POSSIBILIDADE DE TITULARIDADE DERIVADA > Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente 
assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. 
- Poderá o menor, assim, continuar a empresa por herança: 
o Quando um menor ou interditado recebe, por sucessão, empresa constituída por seus pais ou terceiro; 
o A continuidade da empresa dependerá de autorização judicial, devendo o juiz examinar a conveniência e 
os riscos de se mantê-la, podendo revoga-la sem prejuízo a direitos adquiridos por terceiros, após ouvir 
os pais, o tutor ou o representante (art. 974, §1º). 
O menor como sócio: 
Sócio ≠ empresário: como não se confundem a pessoa do sócio e a pessoa jurídica (sociedade), o menor pode participar 
como sócio em uma sociedade simples ou empresária, desde que: 
● Não exerça a administração da sociedade; 
● O capital esteja totalmente integralizado (todos os sócios devem ter pago sua contribuição na sociedade); 
● Esteja assistido ou representado. 
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida 
por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. 
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, 
bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou 
representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. 
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da 
interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. 
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações 
contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes 
pressupostos: 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; 
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; 
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus 
representantes legais. 
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade 
de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes. 
§ 1º Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser conveniente. 
§ 2º A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor oudo interdito da responsabilidade pelos 
atos dos gerentes nomeados. 
Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de eventual revogação 
desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis. 
Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, 
quando puder ser autorizado. 
Pessoas impedidas de exercer a empresa 
- A capacidade civil não é o único requisito exigido no art. 972 para o exercício da empresa > existem aqueles que são 
legalmente impedidos. 
- Esse impedimento não decorre de aspectos pessoais (pleno gozo da capacidade civil), mas sim de aspectos funcionais, 
ou seja, da função ou cargo ocupado (enquanto nele investido) ou em decorrência de vedações impostas a 
estrangeiros por previsão constitucional e legislação especial. 
- São eles: 
● Chefes do Poder Executivo Nacional, Estadual e Municipal: podem ser acionistas, cotistas ou comanditários, 
ou seja, sócios de responsabilidade limitada, mas não empresários, administradores ou gerentes de uma 
sociedade. 
● Chefe do Poder Legislativo: não podem constituir empresa que favoreça relações com poder público > questão 
de moralidade. 
● Magistrados e membros do MP: podem ser acionistas ou cotistas, desde que não exerçam função de 
administração. A proibição se limita ao exercício da empresa, ou seja, como empresário. 
● Moralmente inidôneos (art. 1011, §1º): §1º Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por 
lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por 
crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, 
contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de 
consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. 
● Os empresários falidos e os sócios das sociedades falidas, enquanto não forem reabilitados. 
● Os leiloeiros e demais auxiliares do comércio (corretores, despachantes aduaneiros etc). 
● Os Cônsules, nos seus distritos, salvo os não remunerados (diplomatas e servidores da carreira diplomática). 
● Médicos em relação a farmácia (drogarias e laboratório farmacêutico). 
● Os servidores públicos civis da ativa (inclusive ministros de estado e ocupantes de cargos públicos 
comissionados em geral). Com relação a servidores estaduais e municipais observar legislação respectiva (Lei 
8.112/90). 
● Servidores militares das Forças Armadas: podem ser sócios, desde que não sejam administradores. 
● O estrangeiro com visto temporário – Lei 6.815/90, art. 99. 
Obs.: sendo os impedimentos de ordem pessoal, diz respeito ao sujeito, os atos praticados por aqueles que exercem 
profissionalmente a empresa são VÁLIDOS, embora possam responder por sanções disciplinares na órbita 
administrativa e persecução penal. 
Obs.: não são atos nulos e receberão da lei o mesmo tratamento: art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer 
atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. 
 
Pessoas jurídicas 
- A personalidade jurídica não decorre da natureza, mas de uma ficção criada pelo direito > existência independente 
da dos sócios que a integram. 
- A personalidade jurídica/pessoa jurídica: 
● Possui existência própria e independente da dos seus sócios ou instituidores; 
● Patrimônio próprio; 
● Fim social: criada para o exercício de uma atividade determinada; 
● Não necessita, obrigatoriamente, visar o lucro. 
- Podem ser: 
1. De direito público: arts. 41/43 CC 
2. De direito privado: 
o Associações: fins não econômicos; 
o Fundações: fins religiosos, morais, culturais, assistenciais; 
o Organizações religiosas; 
o Partidos políticos; 
o Sociedades: fins econômicos. 
Existência legal: tem início com a inscrição do ato constitutivo no regime próprio: arts. 45, 985, 1.150. 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no 
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no 
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus 
atos constitutivos (arts. 45 e 1.150). 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo 
das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às 
normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. 
Tem fim com a baixa do registro em órgão próprio. 
O DIREITO EMPRESARIAL 
 
Localização do Direito Empresarial 
- Ramo do direito privado; 
- Código Civil, artigos 966/1.195; 
- Disciplina: 
● O empresário – 966/980 
● A sociedade empresária – 981/1.141 
● O estabelecimento – 1.142/1.149 
● Institutos complementares: 
- O registro 
- Nome empresarial 
- Prepostos 
- Escrituração 
- Inovações surgidas com o direito empresarial... 
Características do direito empresarial 
● Simplicidade: procura soluções para as relações jurídicas dentro da maior simplicidade possível. 
● Internacionalidade: é influenciado pelo mercado internacional, envolvendo relações entre os diversos povos, 
demonstrando uniformização de práticas e conceitos. 
● Rapidez: para acompanhar as relações econômicas. 
● Fragmentarismo: o direito empresarial também é dividido em direito societário, título de crédito, recuperação de 
empresas e falência, contratos mercantis. 
● Onerosidade: seu objetivo é atividade que sempre busca lucros. 
Princípios do direito empresarial 
- EXPLÍCITOS: que regem os demais 
- IMPLÍCITOS: orientadores; implícitos no conteúdo legislativo e jurisprudencial. 
● Princípio da preservação ou continuidade da empresa: privilegiando a importância socioeconômica da atividade 
empresária como geradora de bens, serviços, empregos, renda. 
● Princípio da defesa da minoria societária: cria mecanismos de proteção aos sócios minoritários (art. 141, da Lei 
6.404/76 – S.A.) 
● Princípio da tutela da pequena e média empresa: art. 170, IX da CF, impondo tratamento favorecido às 
constituídas sob leis brasileiras, com sede e administração no país. 
● Princípio da responsabilidade societária: surgimento de uma personalidade diferente (a jurídica) > limitação 
patrimonial > o patrimônio social que responde. 
● Princípio da sociedade empresária como fruto de contrato plurilateral de organização: duas ou mais pessoas 
convergem ideias. Exceção: sociedade limitada unipessoal. 
● A sociedade empresária é uma pessoa jurídica de direito privado. 
- São aplicados ainda os princípios gerais, denominados cláusulas gerais: 
● Dignidade da pessoa humana; 
● Função social da propriedade; 
● Livre concorrência; 
● Defesa do consumidor; 
● Liberdade de contratar; da autonomia da vontade e da legalidade; 
● Controle jurisdicional. 
Fontes do Direito Empresarial 
Fonte: é o modo pelo qual surgem as regras jurídicas. 
1. FORMAL/PRIMÁRIA: é a lei, a forma como ela se manifesta externamente. 
- CF; 
- CC; 
- C. Comercial (parte não revogada); 
- Leis Comerciais; 
- Convenção entre as partes. 
2. MATERIAL/SECUNDÁRIA: qualquer elemento que contribua para determinar o conteúdo da norma. É que nem 
sempre a lei oferece todas as respostas e, conforme dispõe o art. 140 do CPC, eventual omissão da lei não pode 
ensejar lacunas no sistema jurídico, ou seja, o órgão judiciário não pode eximir-se de entregar a prestação 
jurisdicional ao argumento de falta de previsão legal. A solução é lançar mão de elementos integradores da norma 
jurídica, como alternativa para dirimir conflitos, tais como: 
- Usos e costumes: regras de comércio não escritos; 
- Analogia:para o caso de não existir lei específica, jurisprudência nem usos e costumes, faz-se uso de julgamentos 
proferidos em casos semelhantes; 
- Princípios gerais do direito e doutrina: têm função orientadora e crítica da lei; 
- Jurisprudência: é oriunda do poder judiciário, que tem por função aplicar a lei ao caso concreto, sendo do 
legislativo a tarefa de gerar direito positivo. O judiciário faz uma interpretação. 
- Doutrina: tem função crítica e orientadora, norteando e interpretando o direito. 
NÃO PRODUZ DIREITO: livros, artigos, pareceres. 
 
 Espécies de empresas 
Quanto à atividade desenvolvida, as empresas classificam-se em: 
COMERCIAIS: é aquela que tem como atividade econômica a pratica de atos de interposição de troca, de compra e 
venda. É o caso do atacadista que compra as mercadorias e as revende para o comércio. 
INDUSTRIAIS: além de praticar atos de interposição de troca, agrega uma outra qualidade, como é o caso da fábrica 
de móveis que compra madeira e a transforma em móveis. 
PRESTADORAS DE SERVIÇO: sua atividade não se materializa em forma de produto, sendo a aplicação de sua mão de 
obra que traduz a empresa. É o caso de transporte, advocacia, contabilidade, limpeza. 
AGROPECUÁRIA: é aquela que utiliza da terra, retirando dela bens destinados ao consumo. Observar art. 970 e 971 
que fala sobre o empresário rural.

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