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1 UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação. Curso de Administração. O VAREJO DE COMBUSTÍVEIS NO MUNICÍPIO DE TRÊS DE MAIO: UMA AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO E IMPORTÂNCIA DOS ATRIBUTOS Documento sistematizador do Trabalho de Conclusão de Curso CELSO BENEDETTI Profª. Orientador: Luciano Zamberlan Santa Rosa, 2º semestre de 2015. 2 O VAREJO DE COMBUSTÍVEIS NO MUNICÍPIO DE TRÊS DE MAIO: UMA AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO E IMPORTÂNCIA DOS ATRIBUTOS Documento sistematizador do Trabalho de Conclusão de Curso Trabalho de Conclusão do Curso de Administração Da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito parcial à Conclusão de Curso e consequente obtenção de título De Bacharel em Administração. CELSO BENEDETTI Profª. Orientador: Luciano Zamberlan Santa Rosa, 2º semestre de 2015. 3 “Definir objetivos é o primeiro passo para tornar visível o invisível”. Tony Robbins 4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela vida e saúde, pela força e energia, motivação e inspiração todos esses anos de estudo. A proteção divina pela idas e vindas de casa para a Universidade, muitas vezes com sol, chuva e serração em que Deus sempre iluminou o meu caminho. Um agradecimento especial a minha esposa e minha filha, companheiras e amigas que sempre incentivaram e apoiaram nos momentos mais desafiadores. Ao meu irmão e sócio nos empreendimentos, por entender que muitas vezes tive que me manter ausente nos negócios em virtude de atividades. A minha mãe pelo afeto e carinho e a todos familiares. Aos meus amigos e colegas que de alguma maneira contribuíram para o alcance dos objetivos como a divisão dos trabalhos em grupos. Ao amigo de viagem e colega de alguns componentes curriculares, Márcio. Ao professor Luciano, meu orientador, pela forma que transmitiu todo o seu conhecimento, dedicação e empenho por este período, e sua disponibilidade e paciência, sempre disposto a fazer as orientações. Por fim, aos demais professores pelos seus ensinamentos que vamos levar para o resto da vida, aos funcionários da biblioteca e atendentes pela excelência dos serviços prestados e a todos os amigos pela amizade construída nestes anos, meu fraterno muito obrigado. 5 RESUMO EXPANDIDO Introdução A satisfação do consumidor no setor de postos de combustíveis nos dias atuais vem sendo um tema que causa inúmeros questionamentos, principalmente referentes aos atributos do varejo de combustíveis. Conforme Prado (1995) a satisfação está relacionada à amplitude e à direção da experiência, que está relacionada às referências iniciais do consumidor e ao desempenho do produto ou serviço esperado. O descontentamento do consumidor em relação à situação destes estabelecimentos é algo bastante difundido na mídia. Com relação a isso se busca descobrir os motivos ou atributos que fazem o consumidor selecionar determinado posto de combustível como o mais importante, bem como seu grau de satisfação referente aos atributos do ramo de varejo de combustíveis. Segundo Levy e Weitz (2000) um varejista é um negociante que vende produtos e serviços de uso pessoal ou familiar aos consumidores e é o último negociante em um canal de distribuição que liga fabricantes a consumidores. O propósito do estudo foi de descobrir qual é o nível de satisfação e a importância dos atributos presentes nos Postos de Combustíveis de Três de Maio na percepção dos clientes. Para isso, criaram-se objetivos a fim de conhecer o perfil socioeconômico e o perfil dos consumidores de combustíveis, o grau de satisfação dos consumidores com relação aos postos de combustíveis e também a importância dos atributos presentes no varejo de combustíveis de Três de Maio na percepção dos clientes; Metodologia Quanto aos fins a pesquisa foi exploratória, que segundo Malhotra (2001) é uma pesquisa que tem por finalidade explorar um problema ou uma situação para prover critérios e compreensão; e também foi descritiva, que de acordo com Gil (2010) tem como objetivo a descrição das características de determinada população. De acordo com os procedimentos técnicos da etapa exploratória, a pesquisa foi bibliográfica e documental. Na etapa bibliográfica foi coletado material em livros e revistas para a sustentação da base teórica do estudo, e na etapa documental foram coletados dados em documentos de órgãos municipais na cidade de Três de Maio. Já o processo da etapa descritiva, foi realizado através do método survey, em que foram aplicados questionários com o intuito de descobrir fatores referentes a satisfação e importância dos atributos de varejo de combustíveis. Os questionários foram aplicados no município de Três de Maio, através de uma amostra não probabilística por conveniência de 230 pessoas. Contaram com questões abertas e fechadas, sendo que utilizou-se a escala de Likert para avaliar a satisfação, ordinal para a avaliação da importância dos atributos e nominal para as caracterizações. Para analisar os dados, estes foram tabulados e receberam um tratamento onde foi constatado a frequência das respostas, bem como suas respectivas porcentagens. Também foram gerados dados através do teste T para complementar as análises do estudo e cruzamentos para comparar os resultados. Após, foram gerados gráficos e tabelas com os dados da pesquisa. 6 Resultados Entre os 230 entrevistados da pesquisa, a maioria tem idade de 26 a 35 anos, com 32,6%. Com relação ao sexo, foram 146 homens e 84 mulheres. Referente etnia, a maioria é brasileiro, com 40,4%, sendo seguidos por descendentes de italianos com 31,9% e descendentes de alemães com 19,2%. Quanto ao estado civil, a maioria dos entrevistados é casado ou com união estável, sendo representado por 59,1%, ou seja, 136 pessoas. No que diz respeito à renda familiar, a maioria dos entrevistados possui renda familiar de R$2.900,00 a R$7.249,99, correspondendo a 43,0% dos entrevistados. Com relação ao grau de escolaridade, a maioria dos entrevistados, 43,5%, possui ensino superior completo. Com relação a preferência por um determinado posto de combustível, houve um empate entre o posto “B” e o posto “D”, ambos com 26,3%. A justificativa pela escolha das preferências de postos de combustíveis deu-se através do atributo “atendimento”, em que 33,4% dos consumidores citaram que esse é o principal motivo por considerarem determinado posto de combustível, o melhor da cidade. Referente ao posto de combustível que mais necessita de melhorias foi destacado com 32,1% dos votos, o posto “E”. Com relação as melhorias a serem feitas os consumidores citaram como principais o atendimento (18,4%), a infraestrutura (13,0%) e a aparência (11,7%). Os consumidores também puderam responder o que eles costumam ver de diferente em postos de combustíveis de outras cidades, e os quatro fatores mais votados, com uma porcentagem semelhante foram o atendimento (16,4%), o preço (11,9%), os restaurantes (11,9%) e a conveniência (10,2%). Mostrando mais uma vez o atendimento na liderança dos votos. Em relação a bandeira preferida pelos consumidores, quase a metade dos entrevistados citaram a BR Petrobras, a qual obteve um índice de votação de 43,6%, sendo seguida pela Ipiranga, com 24,5% e a Shell com 22,6%. Considerando a quantidade de vezes que os consumidores costumam frequentaros postos de combustíveis foi constatado que a maioria dos entrevistados, 45,7%, costuma frequentar o posto de combustível uma vez a cada “8 a 15” dias, ou seja, de duas a quatro vezes ao mês. Referente ao gasto em postos de combustíveis, 46,1% dos entrevistados costuma gastar de R$201,00 a R$400,00 mensalmente. Seguindo na mesma linha foi questionada qual a forma de pagamento que costumam utilizar, e com 43,4%, a forma de pagamento mais utilizada é com cartões de crédito ou débito. Referente à satisfação com relação ao conforto e conveniência dos postos de combustíveis pode ser observado que a facilidade no acesso ao posto de combustível (92,6% de satisfação), a facilidade de entrada e saída na pista de abastecimento (90,5%), a presença dos frentistas (93,4%), o horário de funcionamento do posto de combustível (90,0%) e as opções de pagamento (91,2%), são os atributos que os consumidores estão mais satisfeitos nos postos que frequentam, porém há um atributo em que houve um índice em que a insatisfação foi consideravelmente mais elevada em relação aos demais, que é a facilidade de visualização dos preços nas bombas de combustíveis, com 34,7% de insatisfação. Com relação aos fatores relacionados a infraestrutura e organização verificou- se que a aparência física das estruturas do posto de combustível (87,8%), a fachada do posto de combustível (88,5%), a acessibilidade ao caixa do posto e da conveniência (90,4%), a quantidade de bombas de combustível (86,4%), o ambiente físico da loja de conveniência (88,1%) e a fachada da loja de conveniência (87,6%), 7 são os atributos em que há o maior nível de satisfação. Porém três atributos mostraram um grau de insatisfação por parte dos consumidores, que são a estrutura dos banheiros (39,9% de insatisfação), disponibilidade de papel toalha e papel higiênico (35,4%) e disponibilidade de sabonete e demais materiais de limpeza (38,8). Com relação aos produtos e serviços observou-se que 87,3% encontram-se satisfeitos com a qualidade dos produtos combustíveis em geral, 89,9% estão satisfeitos com a qualidade do óleo de motor, 90,8% com a qualidade do óleo de lubrificação, 92,5% com a agilidade e rapidez no atendimento nas bombas de combustível, 90,8% com a identificação dos frentistas com uniforme do posto, 94,8% com a educação, gentileza e cordialidade dos frentistas, 90,8% com a motivação e inspiração dos frentistas, 93,7% com a confiança no estabelecimento, 90,4% com a confiança nos produtos e serviços, 93,4% com a facilidade de formas de pagamentos e demais atributos relacionados a marca dos produtos e formas de atendimento que também atingiram um nível de satisfação maior que 80%. Já os atributos que apresentaram um nível de insatisfação considerado elevado foram os acessórios (extintor, lâmpadas, pelas elétricas) com 20,9%, os preços praticados aos combustíveis com 49,4%, os preços praticados nos acessórios e na conveniência com 45%, o preço do serviço de troca de óleo com 31,9%, o preço do serviço de lavagem com 38,2% e o preço do serviço de borracharia com 32,1%. Com relação ao atributo que os consumidores acreditam ser o mais importante relacionado ao conforto e conveniência, infraestrutura e organização e produtos e serviços foi constatado que referente ao conforto e conveniência, os consumidores citaram como fator mais importante a facilidade no acesso ao posto de combustível. No que diz respeito a infraestrutura e organização constatou-se que o fator considerado o mais importante foi a visibilidade das placas ou totem com divulgação de preços. E, por fim, com relação aos produtos e serviços, o fator mais importante na visão dos consumidores foi a qualidade dos produtos combustível em geral (gasolina comum, gasolina aditivada, diesel comum, diesel S10, etanol...). Os consumidores também puderam responder quais os atributos que mais pesam na escolha de um posto de combustível e que conseguem fidelizá-los, e com 30,% dos votos foi o atendimento, sendo seguido pelo preço com 28,6% e 20,1% a qualidade. Através do teste T foi possível identificar as diferenças de variância entre os sexos com relação aos fatores de satisfação dos postos de combustíveis. Nesse quesito foi possível constatar que nas assertivas referentes a presença de frentistas, fachada dos postos de combustíveis, fachada da loja de conveniência, qualidade de óleo de motor, de óleo de lubrificação, bem como os acessórios comercializados (extintor, lâmpadas, peças elétricas...) e a verificação dos itens do carro (água, óleo, pneus) são fatores em que as mulheres dão maior consideração do que os homens. Através dos cruzamentos dos dados pode-se verificar também, que em alguns casos a opinião de homens e de mulheres pode variar dependendo do aspecto analisado, se tratando de atributos dos postos de combustíveis, observou- se que ambos citam em primeiro lugar o atendimento, mas em outros aspectos, há a distinção de opiniões, como por exemplo na escolha do melhor posto de combustível na opinião de cada um. Para que os postos de combustíveis possam se adequar as necessidades dos consumidores, foi possível elaborar um plano de ação baseado na ferramenta 5W2H, onde foram descritas as ações a serem tomadas, bem como seus prazos, pessoas responsáveis e custos. Foram elaborados planos referentes aos fatores que 8 mais impactam na satisfação dos consumidores como o atendimento, que é um fator considerado de extrema importância, reforma dos banheiros, que de acordo com as análises do estudo percebeu-se que os consumidores encontram-se insatisfeitos com as atuais estruturas dos banheiros dos postos de combustíveis, disponibilidade de materiais de higiene nos banheiros, que também é algo com que os consumidores encontram-se insatisfeitos, divulgação e promoção, locação de espaço para aumento do estacionamento, ampliar espaço para circulação de veículos entre as bombas de combustíveis e, também, reforma das fachadas. Esse plano de ação é uma ferramenta que pode ser utilizada pelos postos de combustíveis como uma idéia de melhorias a serem seguidas, baseado nos resultados do estudo. Conclusão A realização deste estudo possibilitou ao pesquisador um conhecimento mais específico com relação aos níveis de satisfação dos consumidores, referente aos atributos de varejo dos Postos de combustíveis do município de Três de Maio. O estudo foi realizado através de uma pesquisa com uma amostra de 230 pessoas do município de Três de Maio, onde destas, 146 eram homens e 84 eram mulheres. Buscou-se avaliar questões referentes ao perfil socioeconômico dos consumidores bem como seus níveis de satisfação com relação aos atributs dos postos de combustíveis como: Conforto e conveniência, Infraestrutura e organização e produtos e serviços. O estudo também possibilitou conhecer quais os postos de combustíveis preferidos pelos consumidores e os atributos que o tornam o melhor posto, nas mesmas concepções pode-se conhecer também o posto que mais necessita de melhoria e seu aspecto que precisa ser reparado. Através de todas as análises pode-se constatar que o atributo que os consumidores mais citaram na pesquisa foi o atendimento, o que comprova a preocupação dos consumidores em relação à qualidade do serviço prestado neste ramo de varejo. Isso inclui a motivação, a disposição e a agilidade dos frentistas para desempenhar um bom trabalho e através disso conquistar e fidelizar um cliente. Entende-se que os objetivos do estudo foram todos alcançados, através das pesquisas aplicadas e resultado dos dados de frequencia, teste T e cruzamentos, e que foram de grande aprendizado para o conhecimento do autor do estudo, possibilitando um entendimento mais amplo com relação a satisfação dos consumidores de combustíveis de Três de Maio. Palavras-Chave: Comportamento do consumidor, satisfação, mercado de combustíveis, consumidor. Referências GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de Pesquisa. 5ª Ed.São Paulo: Atlas, 2010. LEVY, Michael; WEITZ, Barton A. Administração de Varejo. São Paulo: Atlas, 2000. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: Uma Orientação aplicada. 3ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. PRADO, P. Automação Comercial e Satisfação do consumidor de empresas supemercadistas da região de Curitiba. Dissertação (Mestrado em Administração) - Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 1995 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES LISTA DE FIGURAS Figura 01: Processo de compra e principais influências............................................48 Figura 02: Canais de distribuição...............................................................................53 Figura 03: Idade.........................................................................................................69 Figura 04: Sexo..........................................................................................................70 Figura 05: Estado civil................................................................................................71 Figura 06: Renda familiar...........................................................................................72 Figura 07: Grau de escolaridade................................................................................73 Figura 08: Frequência com que os consumidores vão ao posto de combustível................................................................................................................80 Figura 09: Gasto mensal............................................................................................81 LISTA DE TABELAS: Tabela 01: Modelo dos componentes de atitude.......................................................22 Tabela 02: Características e comportamento de compra das pessoas em diferentes classes sociais brasileiras..........................................................................................30 Tabela 03: Ativação de necessidade.........................................................................37 Tabela 04: Exemplos de categorias do descarte.......................................................43 Tabela 05: Tipos de varejistas....................................................................................54 Tabela 06: Mercado de loja de conveniência.............................................................56 Tabela 07: Características dos postos de combustíveis............................................58 Tabela 08: Etnia.........................................................................................................70 Tabela 09: Melhor posto de combustível...................................................................74 Tabela 10: Razão pela escolha do melhor posto de combustível da cidade.............75 Tabela 11: Posto de combustível que mais necessita de melhorias..........................76 Tabela 12: Aspectos que mais necessitam de melhorias em determinados postos de combustíveis..............................................................................................................77 Tabela 13: O que os consumidores vêem de diferente em postos de combustíveis de outras cidades............................................................................................................78 Tabela 14: Bandeira preferida pelos consumidores...................................................79 Tabela 15: Formas de pagamento.............................................................................82 Tabela 16: Conforto e conveniência..........................................................................83 10 Tabela 17: Conforto e conveniência – Relação entre Insatisfação x Satisfação.......85 Tabela 18: Infraestrutura e organização....................................................................86 Tabela 19: Infraestrutura e organização – Relação entre Insatisfação x Satisfação.................................................................................................................87 Tabela 20: Produtos e serviços................................................................................89 Tabela 21: Produtos e serviços - Relação entre Insatisfação x Satisfação...............91 Tabela 22: Avaliação Geral.......................................................................................92 Tabela 23: Conforto e conveniência - Grau de importância dos fatores...................92 Tabela 24: Conforto e conveniência – 5 mais votados.............................................93 Tabela 25: Infraestrutura e organização - Grau de importância dos fatores.............94 Tabela 26: Infraestrutura e organização – 5 mais votados........................................95 Tabela 27: Produtos e serviços - Grau de importância dos fatores...........................95 Tabela 28: Produtos e serviços – 5 mais votados......................................................96 Tabela 29: Fatores responsáveis pela fidelização de um cliente...............................97 Tabela 30: Melhor Posto de Combustível da cidade x Sexo......................................98 Tabela 31: Razão pela escolha do melhor posto de combustível da cidade x Sexo.........................................................................................................................100 Tabela 32: Posto de Combustível que mais necessita de melhorias x Sexo...........101 Tabela 33: Aspectos que mais necessitam de melhorias x Sexo............................102 Tabela 34: Formas de pagamento x Sexo...............................................................103 Tabela 35: Teste T – Homens x Mulheres...............................................................104 Tabela 36: Plano de ação 5W2H..............................................................................106 11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................14 1.CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO....................................................................16 1.1 Apresentação do tema de Estudo........................................................................16 1.2 Problema de estudo.............................................................................................17 1.3 Objetivos..............................................................................................................18 1.3.1 Objetivo Geral...................................................................................................18 1.3.2 Objetivos Específicos.......................................................................................18 1.4 Justificativa..........................................................................................................18 2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................20 2.1 Comportamento do Consumidor..........................................................................20 2.2 Processo decisório de compra.............................................................................31 2.2.1 Poder de decisão..............................................................................................31 2.2.2 Processos da decisão de compras....................................................................33 2.2.2.1 Reconhecimento da necessidade..................................................................36 2.2.2.2 Busca de informações...................................................................................38 2.2.2.3 Avaliação das alternativas..............................................................................40 2.2.2.4 Compra..........................................................................................................40 2.2.2.5 Consumo.......................................................................................................412.2.2.6 Avaliação da pós-compra..............................................................................42 2.2.2.7 Descarte........................................................................................................42 2.2.3 Variáveis e influências no processo da decisão de compras............................43 2.3 Mercado/Varejo de combustível...........................................................................49 2.3.1 Petróleo............................................................................................................49 2.3.2 Combustíveis....................................................................................................51 2.3.3 Varejo...............................................................................................................52 2.3.4 Lojas de Conveniência/Postos de combustíveis..............................................55 2.4 Conceitos de Satisfação do consumidor.............................................................60 3. METODOLOGIA...................................................................................................64 3.1 Classificação da pesquisa...................................................................................64 3.2 Universo Amostral...............................................................................................65 3.3 Coleta de dados..................................................................................................66 3.4 Análise e interpretação dos dados......................................................................67 12 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.............................................68 4.1 Caracterização da amostra..................................................................................68 4.2 Análise descritiva.................................................................................................73 4.3 Análise descritiva dos Cruzamentos e Teste T...................................................97 4.4 Sugestões e Melhorias......................................................................................104 CONCLUSÃO..........................................................................................................108 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................112 APÊNDICE...............................................................................................................118 13 ÍNDICE DE APÊNDICES Apêndice A: Roteiro das perguntas utilizadas na aplicação das pesquisas...........118 Apêndice B: Roteiro das justificativas das respostas de insatisfação....................123 14 INTRODUÇÃO O atual cenário econômico do país vive uma complexidade muito grande com o aumento da carga tributária em vários setores, principalmente de combustível e energia, onde consequentemente aumenta o custo de vida das pessoas e das empresas. O ramo de combustível neste momento está indo na contra mão, pois a cotação mundial de mercado do barril de petróleo diminuiu e o preço dos combustíveis aumentou devido ao aumento dos impostos no país. Em uma época em que o consumo está em evidência, pode ser observado também que as exigências dos consumidores têm aumentado cada dia mais. Diversos são os aspectos que formam a personalidade do consumidor e os atributos que contribuem para sua satisfação. O Comportamento do consumidor inicia no ato da compra do bem ou serviço, onde o comprador busca sua constante satisfação e qualidade no que está adquirindo. Para tanto, é necessário entender quais os critérios utilizados pelo consumidor para atender as suas necessidades e os atributos que os tornam satisfeitos. Isso não é diferente no varejo de combustíveis, principalmente em uma época em que o aumento dos gastos com combustíveis automotivos vem afetando as finanças dos consumidores devido ao alto preço, gerando descontentamento de forma geral da população. Para isso, é necessário entender quais os outros atributos, além do preço, que são mais importantes na percepção dos consumidores. O presente estudo está estruturado em quatro capítulos. Deste modo, inicia com a apresentação do tema, onde são apresentados conceitos referentes ao tema do estudo, após é identificada a questão de estudo, sendo seguida dos objetivos utilizados para alcançá-la e por fim a justificativa da importância do presente relatório. No segundo capítulo apresentam-se os embasamentos teóricos, onde estão abordados estudos baseados em autores que falam sobre o tema de estudo. Este capítulo, por sua vez, traz conceitos sobre o comportamento do consumidor, poder 15 de decisão, processo da decisão de compras, variáveis e influências no processo de decisão de compras, conceitos sobre o mercado de combustíveis, abordando temas como petróleo, combustíveis, varejo, lojas de conveniência e postos de combustíveis e, por fim, conceitos sobre a satisfação dos consumidores. No terceiro capítulo apresentam-se os procedimentos metodológicos utilizados na realização do presente estudo, como a classificação do estudo, o universo amostral, como se deu a coleta dos dados e a forma como os dados foram analisados. No quarto capítulo apresentam-se as análises dos resultados das pesquisas desenvolvidas no trabalho, em que são apresentados primeiramente os resultados referentes ao perfil dos entrevistados, como idade, sexo, estado civil, grau de escolaridade, renda familiar mensal, etc, em seguida a análise descritiva, em que são apresentados os resultados referentes a satisfação dos consumidores perante os atributos do varejo de combustíveis, após, são apresentadas análises através dos cruzamentos dos dados e Teste T e, por fim, as sugestões de melhorias apresentadas através da ferramenta 5W2H. Por fim segue a conclusão, as referências bibliográficas e apêndices do trabalho. 16 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Neste capítulo apresenta-se o tema, a questão do estudo, os objetivos, geral e específico, e por fim a justificativa do estudo realizado. 1.1 Apresentação do tema de estudo. Os consumidores desencadeiam alguns fatores que são determinantes para a escolha do seu bem ou serviço, isso não é diferente na compra de combustível, cada consumidor tem o seu critério no grau de importância que dá aos atributos que o fazem escolher o estabelecimento em que serão consumidores e que são capazes de satisfazê-los atendendo suas necessidades. Para entender como inicia o processo de satisfação do consumidor, é necessário, também, entender como funciona seu comportamento. Engel, Blackwell e Miniard (2000) definem o comportamento do consumidor como as atividades envolvidas em obter, consumir e dispor de produtos e serviços, incluindo alguns processos decisórios que fazem parte dessas ações. O processo de satisfação pode ser considerado um dos mais importantes, pois é ele quem faz com que o consumidor atinja ou não suas expectativas quanto ao produto ou serviço, fazendo com que ele permaneça, ou não, cliente do estabelecimento em que fez a compra. De acordo com Prado (1995) a satisfação está relacionada à amplitude e à direção da experiência, que está relacionada às referências iniciais do consumidor e ao desempenho do produto ou serviço esperado. É importante para o consumidor, ter os seus desejos de compras atendidos para que haja sua satisfação em relação ao bem ou serviço recebido. Kotler (2000), diz que satisfação do cliente consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho percebido de um produto em relação às suas expectativas.Sabe-se que o Marketing tem um grande papel na divulgação dos produtos e serviços, com isso algumas pessoas acreditam que os profissionais de marketing são capazes de manipular os consumidores, porém McCarthy e Perreault (1997) contrapõem essa idéia afirmando que para ambos, na verdade, não é possível, nem 17 mesmo com a melhor estratégia de marketing, criar impulsos internos nas pessoas. Através de um estudo profundo dos impulsos, alegam que o profissional de marketing pode sim satisfazer de maneira mais eficiente e lucrativa os desejos e as necessidades já existentes nos consumidores, contudo nunca manipulá-las. Nos dias atuais pode-se perceber que o varejo de combustíveis vem crescendo a cada dia mais, isso se dá devido ao aumento de veículos que pode ser observado. Parente (2009) afirma que o varejista faz parte dos sistemas de distribuição entre o produtor e o consumidor, desempenhando um papel intermediário, funcionando como um elo entre o nível de consumo e o nível do atacado ou da produção. Complementa ainda que os varejistas compram, recebem e estocam produtos de fabricantes ou atacadistas para oferecer aos consumidores, exercendo ainda uma função de intermediários, assumindo cada vez mais um papel proativo na identificação das necessidades do consumidor e na definição do que deverá ser produzido para atender as expectativas do mercado. Com relação ao tema deste estudo, combustível, encontra-se no site “Brasil Escola” uma definição científica de que o combustível é um corpo cuja combinação química com outro seja exotérmica, em geral é qualquer substância que reage com o oxigênio produzindo calor, chamas e gases. De acordo com o site do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, SINDICOM, os principais tipos de combustíveis existentes, são a Gasolina, o Etanol (Etanol Etílico Combustível), o Gás Natural Veicular (GNV), o Diesel, os Óleos Combustíveis (Ocs), o Bunker e a Querosene. 1.2 Problema de estudo A satisfação do consumidor no setor de postos de combustíveis nos dias atuais vem sendo um tema que causa inúmeros questionamentos, principalmente referentes aos atributos do varejo de combustíveis. Os níveis de satisfação dos consumidores necessitam ser bem estudados e analisados para poder conhecer em quais aspectos relacionados ao varejo de 18 combustíveis que os consumidores encontram-se mais satisfeitos ou insatisfeitos e quais os atributos que eles consideram mais importantes. O descontentamento do consumidor em relação à situação destes estabelecimentos é algo bastante difundido na mídia. Com relação a isso se busca descobrir os motivos ou atributos que fazem o consumidor selecionar determinado posto de combustível como o mais importante, bem como seu grau de satisfação referente aos atributos do ramo de varejo de combustíveis. De acordo com a temática apresentada no presente relatório, obteu-se como questão de estudo: Qual é o nível de satisfação e a importância dos atributos presente nos Postos de Combustíveis de Três de Maio na percepção dos clientes? 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral Identificar os níveis de satisfação e a importância dos clientes com relação aos atributos presentes nos postos de combustíveis de Três de Maio 1.3.2 Objetivos específicos a) Conhecer o perfil socioeconômico e o perfil dos consumidores de combustíveis de Três de Maio; b) Identificar o grau de satisfação dos consumidores com relação aos postos de combustíveis de Três de Maio; c) Verificar a importância dos atributos presentes no varejo de combustíveis de Três de Maio na percepção dos clientes; 1.4 Justificativa A atividade deste estudo justifica-se em saber o quão importante é entender a satisfação do consumidor no varejo de combustível, pois irá avaliar qual o nível da sua satisfação bem como a importância dos atributos do varejo de Postos de Combustíveis de Três de Maio. 19 Para o aluno foi muito importante realizar este estudo setorial no ramo de combustível, pois resultou em um diagnóstico para compreender a satisfação do consumidor do município de Três de Maio. Com certeza com esse diagnóstico em mãos fica mais fácil de organizar e fazer um planejamento estratégico para um novo empreendimento no ramo de combustível no município. De acordo com uma matéria publicada no site Potencial Petróleo, tendo como fonte principal o jornal Correio do Povo (2015), o coordenador da regional Sul da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Edson Silva, relata que foi registrado, no estado do Rio Grande do Sul, 12% de aumento no consumo da gasolina, sendo 1,166 bilhão de litros consumidos, no diesel a alta foi de 4,1%, totalizando 1,216 bilhão de litros consumidos, já no etanol foi registrado uma baixa de 1,6%, somando 38 milhões de litros consumidos. Os dados foram registrados entre os meses de janeiro a abril de 2014, esse dado se deu em comparação ao mesmo período do ano de 2013. Especificamente no município de Três de Maio, no estado do Rio Grande do Sul, observa-se um elevado número de veículos. Uma pesquisa de Frota realizada pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) apresenta dados mensais referentes à quantidade de veículos em cada município. Observou-se que no mês de fevereiro de 2015, totalizou um número de 16178 veículos emplacados, onde no mesmo período, fevereiro de 2014, foi observado um total de 15419. Com isso se observa que no período de um ano, houve um aumento de 759 veículos em uma cidade com população de 23.726 habitantes, conforme apurado pelo censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em meio a tantas manifestações contraditórias ao aumento do preço do combustível, tendo ele como um dos assuntos mais comentados recentemente e observando que não existem muitos estudos referentes ao assunto, gerou certa curiosidade em realizar a pesquisa sobre o determinado tema, ressaltando também que o fato de observar o grande aumento do consumo de combustível no estado do Rio Grande do Sul, contribuiu também para a escolha do tema do presente estudo, com o intuito de descobrir a importância dos atributos referentes aos Postos de Combustíveis e o nível de satisfação dos consumidores. 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo será apresentado o embasamento teórico de alguns autores referentes ao tema do estudo. O capítulo está estruturado em quatro tópicos: Comportamento do consumidor, processo decisório, mercado de combustível e satisfação do consumidor. 2.1 Comportamento do consumidor Para Mowen e Minor (2003), os estudos sobre o comportamento do consumidor iniciaram na década de 1960, porém sua origem intelectual tem como primeiro indício o início do século XX, quando Thorstein Veblen, no ano de 1889, pesquisou sobre os exageros de consumo devido a revolução industrial. Este estudo possibilitou o melhor entendimento do consumidor, e, consequentemente permitiu a definição de estratégias de marketing direcionadas no atendimento específico das suas necessidades. O estudo do comportamento do consumidor avalia como os consumidores gastam seus recursos disponíveis como tempo, dinheiro e esforço em itens relacionados ao consumo. Conforme Schiffman e Kanuk (2000), o comportamento do consumidor engloba o estudo de o que compram, por que compram, quando compram, onde compram, com que freqüência compram e também com que freqüência usam o que compram. O consumidor apresenta diversos comportamentos, conforme Schiffmann e Kanuk (2000) além da diversidade dos tipos de consumidores há também a diversidade de empresas, enquanto alguns consumidores preferem empresas com maior número de mercadoria e preços baixos, outros preferem empresas nas quais possam entrar e sair rapidamente, mesmo pagando preços mais altos. Segundo Kotler e Keller(2006) o objetivo de marketing é atender e satisfazer às necessidades e desejos dos consumidores, para isto é necessário conhecer o 21 comportamento do consumidor, estudando como indivíduos, grupos e organizações selecionam, compram, usam e dispõem de bens, serviços, idéias ou experiências. De acordo com Schiffman e Kanuk (2000) o termo consumidor é utilizado para descrever dois tipos de entidades consumidoras, o consumidor pessoal e o consumidor organizacional. O consumidor pessoal compra bens e serviços para seu próprio uso, para uso do lar, ou presente para alguém; e o consumidor organizacional inclui organizações com ou sem fins lucrativos, órgãos do governo e instituições civis, todas as quais precisam comprar produtos ou serviços para funcionar normalmente. Solomon (2008) afirma que um dos principais aspectos do estudo do comportamento do consumidor na atualidade é o fato de que os compradores acabam por adquirir produtos mais pelo que representam do que pelas utilidades que possui, tendo em vista que as características básicas de determinado produto deixam de representar um fator importante, no sentido de estimular ou não a compra pelo cliente. Assim, é importante a compreensão do comportamento do consumidor, tendo em vista que o mesmo não é conhecedor de seus motivos mais profundos ou daquilo que pode influenciá-lo na opção por um produto ou serviço. Esta compreensão ocorre mais facilmente através dos fatores motivacionais, culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Nas concepções de Kotler e Keller (2006) o comportamento do consumidor estuda como pessoas, grupos ou organizações selecionam, compram, usam e descartam artigos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer suas necessidades e desejos. Para Limeira (2007), o comportamento do consumidor significa as várias informações e reações ocorridas como resultado de aspectos e estímulos variados, como por exemplo, o marketing, que influencia o ato de adquirir produtos pelas pessoas. Ainda pode se observar que existem também os fatores pessoais que representam a análise das características individuais do consumidor, levando em conta suas necessidades, grupo social, cultura, idade etc. De acordo com Shiffman e Kanuk (2000) todo o universo de comportamento do consumidor, constância na compra, recomendações de produto, listagem dos comportamentos preferidos, são relacionados com atitudes. Para os autores, 22 existem três componentes principais que fazem parte das atitudes, conforme tabela a seguir: Tabela 01: Modelo dos componentes de atitude Componente cognitivo Consiste nas cognições de uma pessoa, ou seja, os conhecimentos e percepções que são adquiridas por uma combinação de experiência direta com o objeto da atitude. Este conhecimento e percepções tomam a forma de crenças, ou seja, o consumidor acredita que o objeto específico levará resultados específicos. Componente afetivo O componente afetivo é constituído pelas emoções ou sentimentos do consumidor quanto a um produto ou uma marca. Essas emoções captam a avaliação direta que um individuo faz a respeito do objeto da atitude. Pesquisas indicam que esses estados emocionais podem melhorar ou ampliar experiências positivas ou negativas, e que a lembrança futuras de tais experiências pode impelir o que vem a mente e como o indivíduo age. Componente conativo Este componente esta relacionado com a probabilidade ou tendência de que um indivíduo irá realizar uma ação específica ou se comportar de uma maneira particular com relação ao objeto de atitude. Em pesquisas realizadas com relação ao comportamento do consumidor, o componente conativo é muito usado para tratar da intenção de compra, onde escalas são criadas para avaliar a probabilidade de um consumidor comprar determinado produto ou se comportar de determinada maneira. Fonte: Adaptado de texto do livro de Shiffman e Kanuk (2000). Comportamento do consumidor, p. 169. Schiffman e Kanuk (2000) acreditam que a maioria dos consumidores tendem a experimentar os mesmos tipos de necessidades e motivos, porém expressam esses motivos de forma diferente, por isso é importante que as empresas conheçam os motivos humanos para que possam prever o comportamento humano no mercado. 23 Desta forma, sabe-se que o comportamento dos consumidores pode ser motivado por diversos fatores, inclusive por algumas necessidades, conforme as apresentadas por Maslow. Com relação às motivações e necessidades humanas, Schiffman e Kanuk (2000) apud Maslow, apresentam os cinco níveis básicos das necessidades humanas, criados pelo psicólogo clinico Dr. Abraham Maslow, que existem em ordem de importância a partir das necessidades de nível menor para as necessidades de nível maior, conforme apresentadas a seguir: 1º nível: Necessidades fisiológicas - É considerado o primeiro nível das necessidades e o mais básico de todos. São necessidades fundamentais para sustentar a vida biológica como alimento, água, ar, abrigo, roupa, sexo, etc. Porém, ainda que sejam as mais básicas, Maslow destaca que as necessidades fisiológicas tornam-se dominantes quando estão cronicamente insatisfeitas. 2º nível: Necessidades de segurança – São consideradas muito mais do que segurança física, nelas incluem a ordem, estabilidade, rotina, familiaridade, controle sobre a vida e sobre o ambiente, etc. A questão da saúde, também esta inclusa como uma necessidade de segurança. 3º nível: Necessidades sociais – São as necessidades como amor, afeto, relacionamento, e aceitação, pois as pessoas buscam relacionamentos humanos afeitos e satisfatórios com outras pessoas. 4º nível: Necessidades egoístas – Essas necessidades podem ter uma orientação para dentro ou para fora. As necessidades de ego para dentro, destacam as necessidades de auto-aceitação, auto-afirmação, de sucesso, de independência e de satisfação pessoal; Já as necessidades de ego para fora, incluem necessidades de prestígio, de reputação, de status e reconhecimento pelos outros. 5º nível: Necessidades de realização – Essa necessidade é a necessidade da auto-realização, refere-se ao desejo do indivíduo em satisfazer seu potencial, tornando-se tudo o que ele é capaz de se tornar, Conhecendo todos os níveis de necessidades humanas, pode se perceber que as necessidades de ordem superior são motivadas pelas necessidades mais baixas, e acredita-se que a insatisfação é que motiva o comportamento humano. 24 Para Sheth, Mittal e Newman (2001) as necessidades de níveis superiores ficarão dormentes enquanto as de nível mais baixo não forem atendidas. Na verdade, não existe dentro dessa hierarquia um divisionamento tão estanque como possa parecer, na verdade, esses fatores podem aparecer isoladamente como hierarquizados ou podem aparecer conjuntamente, isto é, o indivíduo ter de realizar várias necessidades ao mesmo tempo ainda que escalonadamente (COBRA, 1992. p. 218). Cobra (1992) acredita ainda que os produtos e serviços deverão ser cada vez mais adaptados para atender às necessidades específicas de agrupamentos de consumidores, e que com essa finalidade as técnicas de posicionamento de produtos nos seus respectivos mercados, ganham mais força. Schiffman e Kanuk (2000, p. 63) acreditam que as necessidades humanas nunca param devido a algumas razões que são: “as necessidades existentes nunca estão completamente satisfeitas, elas continuamente impelem atividades planejadas para alcançar ou manter a satisfação; à medida que as necessidades são satisfeitas necessidades novas e de ordem mais alta emergem e causam tensão; e, as pessoas que alcançam seus objetivos estabelecem objetivos novos e mais altos para si próprios”. Kotler e Keller (2006) acreditam que ainda com base na hierarquia de Maslow e através de alguns estudos os profissionais do marketing podem satisfazer de maneiramuito mais eficiente os desejos e as necessidades existentes dos consumidores. Este estudo do comportamento do consumidor objetiva o entendimento da percepção do consumidor para que com estas informações os profissionais do marketing consigam influenciar as compras, pois uma pessoa motivada está pronta para agir e a influência da percepção que ela tem da situação é o ponto inicial. Blackwell, Miniard e Engel (2009) apontam a importância dos esforços de marketing para se comunicarem com seus consumidores e estabelece o processamento de informações, por meio de etapas, sendo exposição, atenção, compreensão, aceitação e retenção. Las Casas (1997) associa as marcas à grandes fatores de diferenciação, pois, segundo o autor, os consumidores ao comprarem os produtos, associam à marca 25 uma série de atributos,onde utilizam como base as informações ou experiências que foram adquiridas anteriormente. Um importante aspecto diferenciador é a postura atual dos comerciantes que devem considerar o consumidor como ponto de partida para qualquer negócio. É uma postura que se deve incorporar na empresa em todos os níveis. Deverá ser feito todo esforço possível para satisfazer os consumidores desde o mais alto executivo até o escalão mais baixo na empresa. Esta orientação é conhecida como o conceito de marketing, que diferencia as empresas modernas, que o aplicam, das formas tradicionais e antigas de comercialização (LAS CASAS, 1997, p. 20). Schiffman e Kanuk (2000) afirmam que o principal objetivo do estudo do comportamento do consumidor como parte do currículo de marketing é entender por que e como os consumidores tomam suas decisões de compra, pois o entendimento dos profissionais de marketing a respeito desse assunto os capacita para planejar suas estratégias com maior eficiência. Sabe-se então, que os profissionais de marketing podem estimular os consumidores, pois somente eles são capazes de estudar o comportamento dos consumidores, identificando possíveis causas de insatisfação e realizando melhorias para atender as reais necessidades dos consumidores. O marketing também é capaz de influenciar os consumidores através de seus diferenciais como preços, promoções, ponto de venda e diversos fatores que possam chamar a atenção do consumidor. Além disso, o profissional de marketing tem o poder de analisar o mercado para identificar qual o produto ou serviço mais adequado para atender as expectativas do consumidor. Para Cobra (1992) o consumidor pode receber algumas influências ambientais, como: Influências do meio ambiente físico: Lugar, pessoas, coisas, clima, costumes, etc; Influências tecnológicas: As inovações tecnológicas ou expectativas de inovações tecnológicas que podem retardar a compra, etc; Influências econômicas: Que podem estimular a compra, como por exemplo, a facilidade de crédito; ou que podem inibir a compra, como as restrições de crédito; 26 Influências políticas: O Sistema político de um país pode estimular o consumo de certos produtos ou até mesmo inibir; Influências legais: Normas, leis e regulamentos também podem estimular ou inibir uma determinada compra. Solomon (2002) acredita que a atmosfera da loja também é algo que pode influenciar diretamente o comportamento de compra do consumidor, neste sentido, fazem parte da atmosfera de uma loja cores, aromas e sons. Las casas (1997) cita que diante de uma situação de compra o consumidor age em decorrência de inúmeras influências, consideradas de ordem interna, que são as da estrutura psicológica do indivíduo, e as de ordem externa, que podem ser considerados as influências do meio ambiente em que vive. Para melhor atender as expectativas do consumidor, foi criado a segmentação de mercado, que segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000), significa o processo de projetar ou caracterizar um produto ou serviço que exercerá uma forte atração para alguma subparte do mercado total, na qual os produtos ou serviços idênticos são oferecidos aos consumidores. Da mesma forma, Schiffman e Kanuk (2000) caracterizam a segmentação de mercado como um processo de divisão de subconjuntos distintos de consumidores que apresentam as mesmas necessidades ou características comuns e também, de seleção de um ou mais segmentos com um mix e composto de marketing distinto. Seguindo nessa teoria, Schiffman e Kanuk apresentam oito categorias principais para segmentar o mercado, relacionadas com algumas características do consumidor, que são destacadas a seguir: Segmentação Geográfica: O mercado é dividido em locais. Sua característica principal é de que algumas pessoas que moram em uma mesma área, acabam por compartilhar das mesmas necessidades. Ex.: Região, tamanho da cidade, densidade da área e clima. Segmentação Demográfica: Refere-se as estatísticas vitais e mensuráveis da população. Considera-se o modo mais acessível e eficiente para se identificar um mercado alvo. Ex.: Idade, sexo, estado civil, renda anual, instrução, ocupação. 27 Segmentação psicológica/Psicográfica: Referem-se as qualidades interiores do consumidor individual. Ex.: Necessidade, motivação, personalidade, percepção, aprendizagem, atitudes, estilo de vida. Segmentação sociocultural: São as que oferecem mais bases para a segmentação de mercado, pois recebem como subdivisão a classe social, valores culturais, religião, associações culturais, etc. Segmentação relacionada com o uso: Esta segmentação faz a diferenciação entre grandes usuários, médios usuários, pequenos usuários e não usuários de um determinado produto, serviço ou marca. Ex: Taxa de uso, estado da consciência e lealdade de marca. Segmentação por uso-situação: Refere-se a ocasião ou situação em que os consumidores irão comprar ou consumir. Ex.: Tempo, objetivo, localização, pessoa, etc. Segmentação por benefício: A segmentação por benefício pode ser usada para posicionar varias marcas em uma mesma categoria de produtos. Ex.: Conveniência, aceitação social, durabilidade, economia, preço baixo, etc. Segmentação híbrida: São as combinações de perfis demográficos e psicográficos dos segmentos de consumidores, que oferecem as empresas segmentos de consumo definidos com maior precisão. De acordo com Las Casas (1997) a segmentação é decorrente da orientação da comercialização ao consumidor com intuito de satisfazer as necessidades e desejos de apenas um indivíduo. Com a divisão do mercado o consumidor poderá obter inúmeras vantagens e a empresa poderá fazer melhores trabalhos em face da concorrência, dedicando-se a fatias de mercado que tenha melhores condições de atender. Ainda nos entendimentos de Las Casas (1997) para estabelecer os segmentos são utilizado dois critérios básicos: de um lado o pesquisador realiza uma análise dos compradores de um determinado produto, onde procuram traçar as características e os motivos da escolha dos consumidores entre várias marcas. De outro lado a pesquisa poderá iniciar-se com um delineamento das variáveis que 28 sejam consideradas críticas para a segmentação, como personalidade, idade ou sexo. Para Engel, Blackwell e Miniard (2000) os critérios para a escolha dos segmentos são: Mensurabilidade – que se refere as informações que se pode obter sobre o tamanho, a natureza e o comportamento de um segmento de mercado; Acessibilidade – É o grau em que os segmentos podem ser alcançados; Substancialidade – Refere-se ao tamanho dos segmentos de mercado. Congruência – É o grau de ajuste entre os membros de um segmento de mercado, ou seja, é uma medida de adequação da classificação para explicar o comportamento do grupo. Schiffman e Kanuk (2000) também falam a respeito dos critérios para a definição eficaz da segmentação, e de acordo com eles os critérios são os apresentados a seguir: Identificação: As empresas devem ter a capacidadede identificar as características relevantes para dividir o mercado em segmentos separados com base em necessidades ou características comuns que sejam relevantes para o produto ou serviço. As variáveis mais fáceis de identificar são as referentes a geografia e demografia. Suficiência: Para o segmento de mercado ser algo que valha a pena, ele necessita ter um número de pessoas suficientes para garantir que seus produtos, serviços ou campanhas sejam feitos de acordo com as necessidades específicas. Estabilidade: Segmentos de consumidores que sejam relativamente estáveis em termos de fatores demográficos, psicológicos e de necessidades que sejam passíveis de crescimento ao longo do tempo, atraem a maioria das empresas, pois elas preferem evitar segmentos que sejam volúveis ou imprevisíveis ao adotarem modismos. Acessibilidade: A acessibilidade significa que as empresas devem ser capazes de alcançar de forma econômica os segmentos de mercado a que desejam se direcionar, pois as empresas estão procurando constantemente novas mídias que possam lhe permitir alcançar seus mercados-alvo com um mínimo de desperdício de circulação e de concorrência. 29 Cobra (1992) identifica alguns passos para o correto posicionamento de um produto em seus respectivos segmentos de mercado, que são: 1º) Identificar necessidades não satisfeitas; 2º) Identificar agrupamentos homogêneos de consumidores com necessidades não satisfeitas; 3º) Avaliar o potencial de compra de cada agrupamento homogêneo de consumidores; 4º) Escolher os agrupamentos homogêneos que se deseja atingir; 5º) Identificar o posicionamento de cada produto concorrente existente em cada agrupamento homogêneo (segmento de mercado) de consumidores; e por fim, 6º) Desenvolver uma estratégia de posicionamento capaz de diferenciar significativamente o produto em seus respectivos segmentos de mercado. Segundo Las Casas (1997) após definidos os segmentos, deverá ser feita uma análise do potencial das possibilidades de vendas dos segmentos, como por exemplo, o potencial de mercado, que é a capacidade total de um mercado em absorver determinado produto; e, também, deve ser analisada a demanda, que é o volume total que um mercado absorve em determinado período, determinado ambiente e determinado nível de atividades. Após feitas as estimativas, a empresa deve calcular a sua participação no mercado, deverá calcular a demanda da empresa e do seu potencial. A segmentação de mercado tem grande importância, pois é através da segmentação que é possível identificar o público-alvo que se deseja atingir, satisfazendo assim as necessidades de seus consumidores. De acordo com Las Casas (1997, p. 153), “implantar uma filosofia empresarial de atendimento ao consumidor é fundamental, se não houver uma internacionalização da filosofia por parte dos funcionários, com certeza não haverá condições de satisfazer os consumidores. Apenas transmitir regras, sem que os funcionários estejam convencidos de agradas o cliente, não surte efeito”. Para Engel, Blackwell e Miniard (2000) “a necessidade de segmentação surge porque as pessoas diferem muito umas das outras. Se todos os humanos fossem idênticos em suas preferências e comportamentos, não haveria necessidade de segmentação de mercado. Todos os produtos seriam idênticos. Como as pessoas diferem tanto em suas motivações, necessidades, processos decisórios e comportamentos de compra, o ideal seria que os produtos fossem feito sob medida para cada usuário, para proporcionar satisfação máxima aos consumidores. 30 Las Casas (1997) fala sobre as classes sociais e cita a diferença das classes sociais como determinantes no comportamento dos consumidores, conforme pode ser observado na tabela 02: Tabela 02: Características e comportamentos de compra das pessoas em diferentes classes sociais brasileiras. Classe Participação no total Característica Padrões de Consumo A 30% Classe alta – Proprietários, gerentes executivos, profissionais liberais, grandes proprietários rurais. Grupo de consumo mais sofisticado com acesso à bens importados. Consumo tipo substituição de modelos, consumidores de juros pela aplicação na poupança. B1 20% Classe média urbana – profissionais liberais, altos funcionários, empresários médios, proprietários rurais médios. Núcleo fundamental de expansão do setor moderno do mercado. Compra a curto/médio prazo. B2 22,5% Burocracia pública e privada – pequenos comerciantes Base do mercado moderno; compras a médio e longo prazo. C 15% Classes assalariadas. Principal suporte do mercado tradicional, e dos bens de consumo não duráveis de baixo preço – poder de compra flutua com o salário mínimo real. D 12,5% Trabalhadores rurais – trabalhadores urbanos em geral. Fora do mercado consumidor moderno e penetrando no tradicional. Fonte: Las Casas (1997, p. 149) adaptado de tabela elaborada pela Escola de Sociologia e Política do Brasil, citada em SIMÕES, Roberto. Marketing Básico, p. 65. 31 Segundo o autor, conforme destacado na figura, os valores de uma classe mais alta poderão apresentar tendências ou modismos que seriam impossíveis a alguém de uma classe mais baixa. A classificação dos membros da sociedade em um pequeno número de classes sociais possibilitou aos pesquisadores notarem a existência de valores, atitudes e padrões comportamentais compartilhados entre os membros dentro de cada classe social e valores, atitudes e comportamentos diferentes entre as classes sociais. Os pesquisadores do consumidor têm conseguido relacionar o posicionamento da classe social com as atitudes do consumidor em termos de produtos específicos e analisar as influências da classe social no consumo efetivo dos produtos (SCHIFFMAN, KANUK, 2000, p. 268). Pode se perceber que inúmeros são os fatores que fazem parte do comportamento do consumidor, que por sua vez, é estudado por profissionais para que possam criar produtos que satisfaçam as necessidades de cada tipo de segmento ou classe social a que o consumidor pertence. 2.2 Processo decisório de compra De acordo com Kotler (1998) o comportamento do consumidor é um conjunto de referencias que servem de suporte para o conhecimento das culturas, valores, crenças e desejos, e para entender realmente como os consumidores tomam suas decisões de compra, as empresas devem identificar quem participa do processo de decisão e as pessoas que podem ser influenciadores ou usuárias. 2.2.1 Poder de decisão Os tomadores de decisão escolhem ou recusam um plano de ação, um candidato a emprego, um investimento ou qualquer outra coisa, à luz do entendimento que têm da opção escolhida e do conhecimento que têm das circunstâncias presentes, junto com sua visão das circunstâncias futuras, sua experiência do passado e sua extrapolação das conseqüências da escolha. (HELLER, 1991. P. 07). 32 Para Bazerman (2004) os tomadores de decisão deveriam ser capazes de definir com perfeição o problema em situação de escolha para chegar ao melhor resultado possível em um processo decisório. O autor afirma ainda que a tomada de decisão é uma ação humana e comportamental que envolve a seleção de determinadas informações e ações entre aquelas que são fisicamente possíveis para o decisor e para às pessoas sobre as quais ele exerce influência e autoridade. Em poucas palavras, Schiffmann e Kanuk (2000) dizem que uma decisão nada mais é do que a escolha de uma opção que está entre duas ou mais alternativas, ou seja, para uma pessoa poder tomar uma decisão é necessário que haja mais que uma alternativa disponível. Robbins (2000) acredita que os tomadores de decisão deveriam usar um processo racional de tomada de decisão, ou seja, saber fazer escolhas consistentes seguindo etapas racionais e decisivas para o seu sucessoconforme destacadas a seguir: Definir o problema para entender melhor a decisão a ser tomada, para isso, o problema deve estar claro e com as informações completas. É importante ao gerente reunir dados e informações e cumprir metas conhecidas e acordadas, tendo todos os problemas devidamente formulados e definidos. As informações coletadas devem dar maior certeza e para isso devem estar completas, após isso deve ser usado o processo racional e captar a complexidade real dos eventos na organização. Depois de iniciado o processo, após a coleta de informações, o agente precisa entender que mesmo semelhante ou parecido com outras situações, todo processo decisório deve ser encarado e abordado como uma nova situação. É importante conhecer todos os critérios de avaliação das alternativas, e assim selecionar a melhor, para isso, essa busca não deve ser limitada, sem restrições de recursos, pessoas ou informações. Ao final é preciso tomar uma decisão, sem acomodação, ordenando preferências, avaliando as alternativas e destinando os valores que aumentarão o alcance das metas que pretendem ser alcançadas com sua implementação. 33 Cunha e Ferla (1997) acreditam que a decisão é um processo mental que deve ser muito bem administrado, faz parte de um processo que inicia com a identificação de um problema e termina quando uma alternativa for escolhida. Para os autores, esse processo se desenvolve em cinco etapas, que são elas: formulação de uma questão, busca de informações, definição das alternativas, as consequências e, por fim a decisão. Pode-se perceber que a tomada de decisão está presente de diversas maneiras em diferentes casos, pois, para tomar qualquer ação, primeiramente é necessário tomar uma decisão. Da mesma maneira acontece com os consumidores, quando precisam saber utilizar do seu poder de decisão para a compra de determinado produto, sabendo reconhecer primeiramente sua necessidade, para depois buscar as informações pertinentes para efetuar a sua compra. 2.2.2 Processos da decisão de compra O Processo Decisório de Compra envolve fundamentalmente os passos seqüenciais e a forma como as pessoas tomam suas decisões e se comportam enquanto consumidores. Algumas vezes, os consumidores “tomam para si um processo complexo de decisão que requer quantidades substanciais de tempo e energia. Mais comuns, entretanto são os processos mais simples nos quais relativamente pouco tempo e esforço são devotados à decisão” (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2005, p. 90). Para Kotler (1996) a administração de marketing no processo de decisão de compra busca o reconhecimento das necessidades de informações, avaliação das alternativas, decisão de compra e o comportamento pós-compra. Segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000) o processo de tomada de decisão inicia com o reconhecimento da necessidade, onde o indivíduo sente uma diferença entre o que ele acredita ser a situação ideal, comparada com a situação real, ou seja, um estado de desejo. Após isso o indivíduo busca por informações para descobrir se as opções disponíveis permitem que faça uma escolha. De acordo com Mowen e Minor (2003), a compra é resultado da percepção dos consumidores de que existe um problema, e em seguida, do deslocamento em direção a resolução do problema. Para isso será necessário percorrer as etapas de 34 reconhecimento do problema, busca, avaliação das alternativas, escolha e avaliação pós-aquisição, resultando assim em um processo decisório seguido de compra. Para Kotler e Keller (2006) o consumidor segue uma sequência lógica de decisões na compra, pois ele inicialmente busca satisfazer uma necessidade, em seguida vai em busca de benefícios específicos e depois o consumidor descobre que cada produto possui atributos que proporcionam diferentes benefícios. Segundo Churchill e Peter (2005), a tomada de decisão pelo consumidor pode ocorrer de três maneiras diferentes: Tomada de decisão rotineira: Que envolve poucas atividades de pesquisa e ocorre freqüentemente na compra de produtos simples, baratos e conhecidos; Tomada de decisão limitada: Que envolve um nível moderado de atividade de pesquisa e compra, atingem aqueles consumidores que estão dispostos a gastar algum tempo procurando valor, mas manterão baixo seu custo de tempo e esforço; Tomada de decisão extensiva: Que envolve uma considerável atividade de pesquisa e compra, utilizada para compra de produtos complexos, caros e pouco conhecidos ou muito significativos para os consumidores. Levy e Weitz (2000) também dividem a decisão de compras em três tipos que são: solução extensa de problemas, solução limitada de problemas e tomada de decisão habitual. Na solução extensa de problemas, os clientes dedicam tempo e esforços consideráveis para analisar as alternativas, eles envolvem uma solução extensa de problemas quando a decisão de compra inclui um risco mais elevado, como os riscos financeiros, riscos físicos e riscos sociais. Na solução limitada de problemas o processo de decisão envolve uma quantidade moderada de esforços e de tempo, nessas situações os clientes tendem a confiar mais em seu conhecimento do que em informações externas e acabam escolhendo um varejista que já tenha feito compras e selecionam mercadorias que já compraram no passado. Por fim, a tomada de decisão habitual, envolve pouco ou nenhum esforço, esse processo é utilizado quando as decisões não são muito importantes para os clientes e envolvem mercadorias familiares que compraram no passado. 35 Engel, Blackwell e Miniard (2000), também dividiram o processo decisório em escalas, que são: a compra inicial, a compra repetida e outras categorias especiais de comportamento de compra. Estas subdividem-se em outros estágios que são: Compra inicial: Quando a decisão for tomada por Solução de problema ampliada, frequentemente são estabelecidos padrões de compras duradouros de lealdade à marca, enquanto a Solução de problema limitada leva a hábitos baseados em inércia; há ainda a solução de problema de médio alcance, que também será explicada a seguir: - Solução de problema ampliada: Quando a SPA é ativada, todos os estágios dos processos decisórios serão seguidos, embora não necessariamente em uma ordem precisa. Nessa escala os consumidores estão abertos informações de várias fontes e são motivados a realizar esforços para fazer a escolha certa. O resultado desejado é a satisfação expressa na forma de recomendações positivas para outros e a intenção de recomprar caso surja a ocasião. - Solução de problema limitada: Na maioria das situações os consumidores não têm nem o tempo, nem os recursos, nem a motivação para ocupar-se de SPA. Consideram muito mais comum simplificar o processo e reduzir sensivelmente o número ea variedade de fontes de informação, alternativas e critérios usados para avaliação. A escolha é frequentemente feita seguindo uma regra simples como “comprar uma marca que eu conheço” ou “comprar a marca mais barata”. - Solução de problemas de médio alcance: É o estágio intermediário entre a SPA e a SPL, onde algumas vezes há a necessidade de avaliar qual opção escolher, muitas vezes por recomendação de um amigo ou crítico, porém tudo isso pode ser realizado rapidamente , com uma deliberação mínima. Compras repetidas: Neste estágio existem duas possibilidades, que são: Solução de problemas repetida e tomada de decisão habitual. - Solução de problemas repetida: Vários fatores podem levar a este resultado, um dos mais importantes é a insatisfação com a alternativa comprada anteriormente, resultando assim em uma troca, porem quando os estoques do varejo se esgotam ou por um motivo ou outro suas circunstâncias foram mudadas, o consumidor acaba tendo que investir mais tempo e buscar outra alternativa. 36 - Tomada de decisão habitual: São compras repetidasque foram feitas com base em hábitos ou rotinas. Contudo o comportamento assume formas diferentes que dependem do processo decisório seguido na compra inicial que são: lealdade à marca e inércia (que é a lealdade limitada a marca). Categorias especiais de Comportamento de Compra: São casos especiais que não se encaixam na escala de solução de problemas, que são: compra por impulso e busca de variedade. - Compra por impulso: É um desejo súbito e espontâneo de agir, acompanhado de urgência; ação imediata e, também, não consideração de possíveis conseqüências. - Busca de variedade: A busca de variedade é vista mais frequentemente quando existem muitas alternativas similares, troca de marcas freqüentes e alta freqüência de compra. Las Casas (1997) afirma que o processo de decisão dos consumidores é de extrema importância, onde o consumidor passa por várias etapas até chegar à decisão final. Desta forma, marcadólogos agem em cada uma das etapas desse processo para estimular o consumo dos seus produtos. O processo de decisão de compras pode ser dividido em algumas fases que são o reconhecimento da necessidade, a busca de informação, a avaliação das alternativas, a compra, o consumo, a avaliação pós-compra e o descarte. 2.2.2.1 Reconhecimento da necessidade Para Engel, Blackwell e Miniard (2005) o reconhecimento da necessidade ou reconhecimento de um problema é, no processo decisório de compra, o estágio que dá início a todo processo. Nele, fundamentalmente o consumidor apresenta um gap entre o seu estado atual e o seu estado desejado. Seguindo na mesma ideia, Engel, Blackwell e Miniard (2000) citam que o reconhecimento da necessidade é bastante rotineiro e representa pouco mais do que uma situação de estoque em falta. Os autores citam ainda que a presença do reconhecimento das necessidades não ativam automaticamente uma ação, pois isso dependerá de alguns fatores. 37 Primeiramente a necessidade conhecida deve ser suficientemente importante e, segundo, os consumidores devem acreditar que uma solução para a necessidade esteja dentro de seus meios. Levy e Weitz (2000) acreditam que as necessidades que motivam os clientes a fazerem compras podem ser classificadas em funcionais ou psicológicas; as funcionais estão diretamente ligadas ao desempenho do produto, já as psicológicas estão associadas a gratificação pessoal que os clientes obtém em fazer compras. De acordo com Engel, Blackwell e Miniard (2000), uma necessidade deve ser primeiro ativada antes que possa ser reconhecida, para isso um grande número de fatores influenciam a probabilidade de uma necessidade ser ativada, conforme a tabela 03: Tabela 03: Ativação de necessidade Tempo O tempo deteriora, gradualmente, o estado real do consumidor até ele tornar-se suficientemente discrepante do estado desejado para acionar o reconhecimento de necessidade. O tempo pode influenciar o estado desejado também. A medida que envelhecem, os consumidores geralmente passam por mudanças em seus gostos e valores que, por sua vez, alteram seu estado desejado. Mudança de circunstâncias As necessidades frequentemente são ativadas devido a mudança na vida de alguém, como por exemplo, muitos estudantes descobrem na formatura e ao começar um novo emprego, que seu guarda-roupas precisa aumentado para que funcione mais confortavelmente no seu ambiente de trabalho. Aquisição de produto A aquisição de um produto pode acionar a necessidade de produtos adicionais. Exemplo, ao fazer a aquisição de novos móveis, consequentemente o consumidor sente que necessita de outros produtos adicionais, como por exemplo, carpetes, papeis de parede, etc. 38 Consumo de produto O próprio consumo real pode acionar o reconhecimento de necessidade. Em muitas situações de compra, uma necessidade é reconhecida simplesmente devido a uma situação de falta de estoque. Assim, o reconhecimento de necessidade ocorre por causa de uma necessidade antecipada no futuro imediato resultante de uma mudança na situação. Diferenças individuais Os consumidores podem diferir no reconhecimento de necessidade resultante de mudanças no estado real ou no estado desejado. Em um extremo estão os consumidores de estado real, cujo reconhecimento de necessidade é disparado tipicamente por mudanças no estado real, outros consumidores estão em outro extremo, os chamados consumidores de estado desejado, que normalmente passam pelo reconhecimento de necessidade produzidos por mudanças no estado desejado. Influências de Marketing As empresas têm ao seu dispor uma variedade de maneira que podem afetar o reconhecimento de necessidade do consumidor. Como por exemplo, simplesmente lembrar os consumidores de alguma necessidade anteriormente esquecida. Fonte: Adaptado de texto do Livro de Engel, Blackwell e Miniard (2000). Comportamento do Consumidor, p. 117 e 118. 2.2.2.2 Busca de informações Segundo Blackwell, Miniard e Engel (2005) para satisfazer suas necessidades não atendidas, os consumidores começam a buscar informações e soluções. Essa busca pode ser interna, recuperando o conhecimento ou externa, coletando informações familiares e sobre o mercado. Muitas vezes, essas informações podem ser buscadas em anúncios, lojas de varejo e internet. 39 Seguindo nas mesmas concepções, Engel, Blackwell e Miniard (2000) definem como busca interna um esquadrinhamento da memória em busca de um reconhecimento relevante à decisão armazenado na memória a longo prazo, porém, para os consumidores basearem-se apenas na busca interna, eles dependem da adequação ou qualidade do seu conhecimento existente. A busca externa é procurada quando a busca interna é considerada inadequada, com isso o consumidor decide coletar informações adicionais do ambiente. Para Kotler e Keller (2006) a busca de informações com pessoas consideradas confiáveis, a preferência por marcas e até mesmo a postergação da decisão de compras, são maneiras que os consumidores encontraram para reduzir os riscos das compras. A busca dos consumidores pode ser caracterizada em torno de três dimensões principais: grau, direção e sequencia. Grau representa a quantidade total da busca. Grau da busca é refletido pelo número de marcas, lojas, atributos e fontes de informação considerados durante a busca, assim como o tempo gasto em fazê-lo. Direção representa o conteúdo específico da busca. A ênfase aqui está nas marcas e lojas específicas envolvidas na busca, em vez de simplesmente no número delas. A terceira dimensão, sequencia, representa a ordem na qual ocorrem as atividades de busca (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000. P. 21). Engel, Blackwell e Miniard (2000) ainda citam que existem alguns fatores que influenciam na busca, que são: os determinantes situacionais, os determinantes de produto, os determinantes de varejo e os determinantes do consumidor. Nos determinantes situacionais é considerada a maneira pela qual forças situacionais podem afetar a tomada de decisão do consumidor. As determinantes de produto apresentam características do produto que podem afetar a busca do consumidor. Nas determinantes de varejo, o ambiente do varejo, a semelhança entre varejistas e também a distância entre varejistas são fatores que podem influenciar na busca do consumidor. E, por fim, as determinantes do consumidor que são as características do consumidor, como conhecimento, o envolvimento, crenças, atitudes e características demográficas, que também determinam o comportamento de busca 40 2.2.2.3 Avaliação das alternativas Segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000) a avaliação de alternativa é o processo pelo qual uma alternativa de escolha é avaliada e selecionada para atender as necessidades que o consumidor possui. A complexidade da avaliação de alternativas varia dependendo do processo que os consumidores seguem
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