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Problemas Mentais | P6 Mt1 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Anatomia Aula 1 - Sistema límbico Questões: 1. Explique a relação entre o sistema de recompensa e a área tegmentar ventral. Quando nos deparamos com um estímulo prazeroso, nosso cérebro lança um sinal: o aumento de dopamina, importante neurotransmissor do sistema nervoso central (SNC), no núcleo accumbens, região central do sistema de recompensa e importante para os efeitos das drogas de abuso. O sistema mesolímbico (seta em verde na figura acima) é composto por projeções dopaminérgicas que partem da área tegmentar ventral e chegam, principalmente, ao núcleo accumbens. A área tegmentar ventral é onde se localizam os corpos neuronais dopaminárgicos e é responsável também pelas projeções desses neurônios para as demais estruturas do sistema de recompensa. Já o núcleo accumbens é responsável pelo aprendizado e pela motivação, bem como pela valorização de cada estímulo. É importante salientar que existem projeções dopaminérgicas para outras estruturas cerebrais, tais como o hipocampo, estrutura associada com aprendizagem e memória espaciais; e a amígdala, estrutura responsável pelo processamento do conteúdo emocional de estímulos ambientais. O sistema mesolímbico está relacionado ao mecanismo de condicionamento ao uso da substância, bem como à fissura, à memória e às emoções ligadas ao uso. Já o sistema mesocortical (seta em azul-claro na figura) é composto pela área tegmentar ventral, pelo córtex pré-frontal, pelo giro do cíngulo e pelo córtex orbitofrontal. O córtex pré-frontal (em destaque na cor roxa na figura) é responsável pelas funções cognitivas superiores e pelo controle do sequenciamento de ações. O giro do cíngulo, por estar localizado acima do corpo caloso, tem conexões com diversas outras estruturas do sistema límbico e tem as seguintes funções: atenção, memória, regulação da atividade cognitiva e emocional; já o córtex orbitofrontal é responsável pelo controle do impulso e da tomada de decisão. As alterações que ocorrem no sistema mesocortical em decorrência do consumo de substâncias psicoativas estão relacionadas com a compulsão e a perda do controle para o consumo de drogas. Ambos os sistemas, mesolímbico e mesocortical, funcionam paralelamente entre si e com as demais estruturas cerebrais configurando o sistema de recompensa cerebral, sendo que a dopamina é o principal neurotransmissor presente nesse sistema, porém, não o único. Neurotransmissores como a serotonina, noradrenalina, glutamato e o ácido gama-aminobutírico (GABA) são responsáveis pela modulação do SNC e também estão presentes no sistema de recompensa. Sabe-se hoje que as áreas que determinam estimulações com frequências mais elevadas compõem o sistema dopaminérgico Problemas Mentais | P6 Mt1 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS mesolímbico ou sistema de recompensa, formada por neurônios dopaminérgicos que, da área tegmentar ventral do mesencéfalo, passando pelo feixe prosencefálico medial, terminam nos núcleos septais e no núcleo accumbens, os quais, por sua vez, projetam-se para o córtex pré-frontal orbitofrontal. 2. Qual a relação entre os núcleos da rafe e a analgesia? Os núcleos da rafe, que são agregados neuronais divididos em pares ao longo do tronco cerebral, cumprem funções vitais relacionadas à resposta a estímulos, ao sono e à vigília. A mais importante e conhecida, no entanto, é a liberação do neurotransmissor serotonina. As três principais estruturas da formação reticular são: • Núcleos da rafe (9), sendo o principal deles o núcleo magno da rafe, secretores de serotonina. • Locus ceruleus: localizados no assoalho do quarto ventrículo e secretores de noradrenalina. • Núcleo pedúnculo-pontino: localizado na ponte e secretora de acetilcolina. É uma região que possui comunicação com o córtex, recebendo aferências importantes do sistema límbico e do hipotálamo; com o cerebelo, também recebendo aferências deste; com a medula, por meio das fibras eferentes rafe-espinais e reticuloespinhais e fibras aferentes espinorreticulares; e com o núcleos dos nervos cranianos, recebendo fibras deles. A via de analgesia é um sistema de supressão da dor, no qual diferentes componentes fazem parte. A substância cinzenta periaquedutal está localizada no mesencéfalo, e por meio de um neurônio de encefalina se dirige ao núcleo magno da rafe (estrutura que compõe a formação reticular) localizado no quarto ventrículo, o estimulando. O núcleo magno da rafe, por meio da fibra rafe espinal, vai até o neurônio encefalinérgico, localizado na substância gelatinosa do corno anterior da medula, local onde secreta o neurotransmissor serotonina, estimulando o neurônio rico em encefalina. Dessa forma, o neurônio encafalinérgico, por meio da secreção de encefalina, irá inibir a comunicação entre o neurônio sensitivo (1º neurônio) que carrega a informação sensorial da dor e o neurônio (2º neurônio) que irá ascender pela via anterolateral levando a informação para o córtex. 3. Por que ao nos depararmos com uma cena de perigo ficamos pálido? O que ocorre com o nosso corpo? Explique essa situação de acordo com seus conhecimentos sobre sistema límbico. O medo está relacionado à amigdala (corpo amigdaloide), que é o principal componente do sistema límbico, responsável pelo processamento das emoções e desencadeadora do comportamento emocional (determina se haverá ou não resposta de medo). Está situada na porção medial do lobo temporal, anterior a cauda do núcleo caudado. Por que ficamos pálidos? Todo o sistema simpático em algumas situações, é ativado e isso vai produzir uma descarga em massa no qual a medula da suprarrenal também é ativada, lançando no sangue adrenalina que age em todo o organismo. A adrenalina age como hormônio, pois tem ação a distância através da circulação sanguínea, amplificando os efeitos da ativação simpática. Síndrome de emergência de Cannon – O medo Do hipotálamo, partem impulsos nervosos que descem pelo tronco encefálico e medula, ativando os neurônios pré ganglionares simpáticos da coluna lateral, de onde os impulsos nervosos ganham os diversos órgãos, iniciando a reação de alarme. Problemas Mentais | P6 Mt1 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS A maior transformação de glicogênio em glicose, que é lançada no sangue, aumentando as possibilidades de consumo de energia pelo organismo. Há também um aumento no suprimento sanguíneo nos músculos estriados esqueléticos, que é necessário para levar a estes músculos mais glicose e oxigênio. Bem também, como para a remoção de CO2. E isso ocasiona um aumento do ritmo cardíaco e uma vasoconstrição dos vasos mesentéricos e cutâneos. Por isso, o indivíduo fica pálido. Ocorre também um aumento da Pressão arterial, os brônquios se dilatam, melhorando as condições respiratórias. O globo ocular vai ocorrer uma dilatação das pupilas, no tubo digestivo diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfíncteres e na pele há também aumento da sudorese ereção dos pelos. Amígdala tem um papel central nessa informação de medo, porque a informação ela vai ser levada ao tálamo e daí as áreas visuais primárias e secundárias. E isso vai gerar informação que vai seguir tanto um caminho direto como indireto. A via direta: A informação é levada e processada na amígdala basolateral passa a amígdala central e vai disparar o alarme. Que é a cargo do sistema simpático. A via direta é mais rápida e permite resposta imediata ao perigo. É inconsciente, e o medo só se torna consciente, ou seja, a pessoa só sente medo quando os impulsos nervosos chegam ao córtex. A via indireta: Passa ao córtex pré-frontal e depois a amígdala. É mais lenta,mas também permite que o córtex pré-frontal analise as informações recebidas e todo o seu contexto. Se não houver perigo, a reação de alarme, é desativada. 4. O que diz a Teoria Dopaminérgica da Esquizofrenia? "Os sintomas esquizofrênicos são consequentes ao estado de hiperatividade dopaminérgica cerebral" • Sintomas psicóticos positivos Nas doenças em análise estao envolvidas as vias dopaminérgicas mesolímbica, mesocortical e nigro-estriatal. Via mesolímbica projeta-se dos corpos celulares da área tegmental ventral do mesencéfalo para axônios terminais das áreas límbicas e está envolvida nas alterações da sensopercepção. A via dopaminérgica mesocortical surge na área tegmental ventral, próximo da via mesolímbica, e projeta seus neurônios para a área cortical, sendo mais associada às funções cognitivas. Por fim, a via nigroestriatal projeta-se da substância negra aos núcleos da base, ou striatum, sendo parte do sistema de controle da motricidade. A hipótese dopaminérgica mesolímbica explica a similaridade de sintomatologia da esquizofrenia e efeito de psicoestimulante. Ela propõe que todas as doenças ou drogas que elevem os níveis de dopamina, especialmente nessa via, justifiquem os sintomas positivos psicóticos, além dos comportamentos agressivos e hostis. A via dopaminérgica nigroestriatal também se encontra alterada na esquizofrenia, a hiperatividade da dopamina nessa via pode ser considerada a base de vários transtornos de movimento hipercinéticos, como coreia, discinesias e tiques, que são característicos de pacientes esquizofrênicos. Na esquizofrenia, a via mesocortical se relaciona à mediação dos sintomas negativos e cognitivos, consequência do déficit de dopamina no córtex pré-frontal dorsolateral. 5. Explique a relação entre transtornos de humor e as habênulas? Tem ação inibitória sobre neurônios dopaminérgicos do sistema mesolímbico. Tem também ação inibitória sobre o sistema serotoninérgico de projeção difusa, através de suas conexões com os núcleos da rafe. Assim, a habênula participa da regulação dos níveis de dopamina nos neurônios do Problemas Mentais | P6 Mt1 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS sistema mesolímbico os quais, como já foi visto, constituem a principal área do sistema de recompensa (ou de prazer) do cérebro. A estimulação dos núcleos habenulares resulta em ação inibitória sobre o sistema dopaminérgica mesolímbico e sobre o sistema serotoninérgico de projeção difusa. Esta ação inibitória está sendo implicada na fisiopatologia dos transtornos de humor como a depressão na qual há uma ação inibitória exagerada do sistema mesolímbico. Casos graves de depressão, resistentes a medicamentos, já foram tratados com sucesso pela técnica de estimulação elétrica de alta frequência no núcleo lateral da habênula o que ocasiona uma inibição da atividade espontânea neste núcleo, causando uma espécie de ablação funcional de seus neurônios. Alguns sintomas da depressão como tristeza e a incapacidade de buscar o prazer (anedonismo) podem ser explicados pela queda da atividade dopaminérgica na via mesolímbica (em especial no núcleo accumbens). O sistema mesolímbico é ativado pela recompensa e a habênula pela não recompensa.
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