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USINAGEM E INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE MANUFATURA Marcelo Quadros Manufatura assistida por computador (CAM) Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever o papel de coordenadas, eixos e movimento na progra- mação CNC/CAM. Compilar manualmente códigos de um programa. Identificar programas e processos de CAD/CAM. Introdução A metodologia de desenvolvimento de programas por meio de software de desenho assistido por computador (CAD, do inglês computer-aided design) e manufatura assistida por computador (CAM, do inglês computer- -aided manufacturing) é utilizada principalmente na usinagem de peças em máquinas com comando numérico computadorizado (CNC). Estas recebem os programas desenvolvidos pelo software CAM por meio das entradas de dados, compilam essas informações e efetuam a transmissão em formato de comando a uma máquina-ferramenta computadorizada. Essas máquinas realizam uma série de operações de usinagem CNC em peças dos mais variados formatos e perfis. O processo de programação em CAD/CAM consiste em desenvolver os programas CNC para dar forma aos materiais, por meio da remoção de cavaco. Para tanto, utilizam-se inúmeros tipos de comandos CNC em várias máquinas-ferramenta, que conferem ao produto as formas e as dimensões desejadas com grande precisão, além de excelentes acabamentos. Para que isso seja possível, alguns fatores precisam ser considerados, como as coordenadas, os eixos e os movimentos das máquinas, que podem ser simulados durante a programação em CAM. Neste capítulo, você vai estudar o papel de coordenadas, eixos e movimento na programação CNC/CAM, compreendendo sua definição e seus conceitos. Você também vai aprender como compilar manualmente códigos de um programa em máquinas de controle numérico compu- tadorizado. Por fim, você vai aprender sobre programas e processos de CAD/CAM, a fim de aplicar o melhor processo a ser desenvolvido para a manufatura de cada produto, conforme sua aplicabilidade, viabilidade técnica-econômica e eficiência produtiva, atentando para fatores eco- nômicos, técnicos, operacionais, dimensionais e tecnológicos. 1 Programação CNC/CAM Segundo Cassaniga (2005), o CNC é um dispositivo eletrônico que recebe as informações sobre a forma como o equipamento ou máquina-ferramenta vai realizar a operação, por meio de linguagem própria denominada programa CNC, e processa essas informações, devolvendo-as ao sistema por meio de impulsos elétricos. Esses sinais elétricos são responsáveis pelo acionamento de motores, que darão às máquinas os movimentos necessários para obter todas as características desejadas do produto, possibilitando a realização das operações sequenciais sem intervenção do operador. Para o perfeito funcionamento dessas modernas máquinas CNC (Figura 1), é necessário conhecer os principais sistemas, como o sistema de coordenadas, os sistemas de eixos e os sistemas de movimentos, e, principalmente, saber programá-los manualmente ou por meio de software CAM. Figura 1. Célula de manufatura com máquinas CNC. Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock.com. Manufatura assistida por computador (CAM)2 Segundo o manual da Romi (2006), empresa fabricante de máquinas CNC, as coordenadas são um conjunto de funções de zeramento, com o objetivo de facilitar a preparação da máquina (setup) e a sua programação. Sem esse sistema, a origem das coordenadas do programa seria a posição zero da má- quina. Com esse sistema aplicado, o usuário pode definir o zeramento das peças, possibilitando realizar a usinagem em qualquer posição na peça. Com o auxílio desse sistema de coordenadas, toda a geometria da peça é transmitida ao comando. O sistema de coordenadas é definido por planos. Para entendermos os movimentos de uma máquina CNC, inicialmente, pre- cisamos conhecer seus pontos referenciais. Os pontos referenciais da máquina CNC são determinados para auxiliar na operação e programação para o correto desenvolvimento da usinagem das peças em relação aos seus movimentos. Conforme Fitzpatrick (2013), todas as coordenadas absolutas se referem a um ponto de partida único — a origem local. No trabalho CNC, ele é chamado de ponto zero do programa, ou simplesmente ponto zero da peça (PZP). Esse ponto referencial é um dos mais importantes na programação CNC, pois serve de origem para o sistema de coordenadas absolutas — ou seja, é o ponto da peça referenciado como “X0”, “Y0”, “Z0”. Em alguns casos, são utilizadas mais do que uma referência de trabalho em um mesmo programa, com o intuito de facilitar a programação de determinadas peças. É possível, na preparação da máquina, obter-se o PZP utilizando uma das ferramentas ou um padrão (Figura 2). Figura 2. Ponto zero da peça. Fonte: Fitzpatrick (2013, p. 14). 3Manufatura assistida por computador (CAM) Outro ponto importante é o ponto de referência da máquina. Esse ponto tem como função fazer a aferição e o controle do sistema de medição dos movimentos dos carros e das ferramentas, por meio de um carro e uma chave- -limite. A posição do ponto de referência é predeterminada em cada eixo de movimento pelo fabricante. Sempre que ligamos a máquina, deslocamos o carro até esse local auto- maticamente, antes de iniciar qualquer usinagem. Esse procedimento define ao comando a posição do carro em relação ao zero da máquina, quando o carro aciona um sensor que envia um pulso ao comando, determinando sua localização. Ao desligar o comando ou na eventual falta de energia elétrica, o comando perde a sua referência, isto é, perde o valor da coordenada da posição dos eixos comandados. Assim, deve-se referenciar novamente a máquina ao religar a mesma (Figura 3). Figura 3. Operador referenciando a máquina. Fonte: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com. Para que a usinagem seja precisa, é necessário que o comando conheça as medidas de cada ferramenta a ser utilizada na usinagem das peças, as quais se baseiam no ponto de referência da ferramenta. As sequências a serem seguidas para memorizar os dados das ferramentas variam de acordo com a máquina e o modelo do CNC (Figura 4). Manufatura assistida por computador (CAM)4 Figura 4. Operação de referenciamento da ferramenta. Fonte: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com. Muitas máquinas de CNC efetuam, além dos movimentos lineares, mo- vimentos rotativos da mesa de trabalho ou do cabeçote da árvore, exigindo maior flexibilidade da máquina, que vai usinar diversos lados da peça com diferentes ângulos de posicionamento. A norma 66217 do Instituto Alemão para Normatização (DIN, do alemão Deutsches Institut für Normung) estabelece 5Manufatura assistida por computador (CAM) a designação das direções e do sentido dos movimentos dos componentes da máquina, conforme representado na Figura 5. Figura 5. Eixos da máquina CNC conforme a norma DIN 66217. Fonte: Philmoto/Shutterstock.com. Os eixos rotativos são designados, com base na norma DIN 66217 (DEUTSCHES INSTITUT FÜR NORMUNG, 1975), com as letras A, B e C — as primeiras letras do alfabeto —, e os eixos principais de avanço são identificados com as letras X, Y e Z — as últimas letras do alfabeto. 2 Compilação de códigos Conforme lecionam Costa e Pereira (2003), muitas empresas que fazem uso da tecnologia CNC realizam a programação manual, o que se justifi ca por dois motivos: Manufatura assistida por computador (CAM)6 o investimento em um sistema completo, que permite a integração digital entre o modelo dos produtos e os recursos de fabricação, é extremamente elevado, levando-se em conta o valor da aquisição, da manutenção e do treinamento de pessoal; a geometria dos produtos usinados é muito simples e, em vários casos, pode ser realizada manualmente. A partir da norma DIN 66025 e da norma 6983 da Organização Inter- nacional de Normalização (ISO, do inglês International Organization for Standardization), vamos apresentar alguns comandos básicos (HELMANCNC, 2013;INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2009). O operador poderá inseri-los (Figura 6) utilizando a entrada manual de dados ou inserindo o programa via teclado, na página de edição da má- quina. Como exemplo para a aprendizagem, utilizaremos um torno CNC de dois eixos (X e Z). Figura 6. Programação na máquina CNC. Fonte: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com. Segundo Gibbs (1994), a programação manual de máquinas CNC se refere à preparação de um programa sem a utilização de recursos computacionais, para determinar a trajetória da ferramenta, os pontos de intersecção do perfil, os avanços, as velocidades etc. Nesse processo, o operador informa manualmente 7Manufatura assistida por computador (CAM) os dados da geometria da peça, assim como os comandos de movimento, por meio das funções G0, G01, G02 e G03, inseridas diretamente na unidade de controle da máquina. Vamos inicialmente conhecer essas funções de posicionamento básicas dos eixos. Posicionamentos dos eixos em avanço rápido (G0) Os eixos se deslocam para o ponto programado com a maior velocidade de avanço disponível na máquina. Veja sua sintaxe: G0 X _ _ Z _ _ onde: ■ X = coordenada a ser atingida no diâmetro; ■ Z = coordenada a ser atingida no comprimento. Interpolação linear (G01) A interpolação linear é um movimento sincronizado de dois ou mais eixos em linha reta, com parada precisa e ao mesmo tempo. Durante o trajeto, a ferramenta oscila em leves desvios pelo caminho percorrido, com variações de medida na ordem de pouquíssimos milésimos, o que normalmente não causa nenhum impacto signifi cativo sobre a superfície da peça em usinagem. Veja sua sintaxe: G1 X _ _ Z _ _ F _ _ onde: X = coordenada a ser atingida no diâmetro; Z = coordenada a ser atingida no comprimento; F = avanço de trabalho. Veja um exemplo: G1 X80. Z10 F0.3 Manufatura assistida por computador (CAM)8 Segundo Silva (2008), além dos movimentos lineares rápidos e programados que vimos anteriormente, utilizamos também funções para gerar arcos, ou seja, perfis circulares. Nesse caso, sempre que formos executar um processo de inter- polação circular, estaremos posicionados no início do arco. Então, informaremos ao comando as coordenadas finais e o raio, conforme estudaremos a seguir. Interpolação circular (G02 e G03) A interpolação circular é um movimento sincronizado de dois eixos descre- vendo uma trajetória em arco ou círculo. Da mesma forma que na interpolação linear, aqui também os eixos oscilam pelo caminho percorrido em leves desvios, na ordem de poucos milésimos. Veja sua sintaxe: G02/G03 X _ _ Z _ _ R _ _ (F) _ _ onde: X = posição final do arco no diâmetro; Z = posição final do arco no comprimento; R = valor do raio; F = valor do avanço. A programação dos movimentos básicos das máquinas CNC é determinada por coman- dos ISO G, conforme as normas DIN 66025 e ISO 6983. Nesse caso, para movimentos rápidos, utilizamos o comando G0, para o avanço de interpolação linear programado, o comando G01, e para o movimento de interpolação circular, o comando G02 ou G03 (HELMANCNC, 2013; INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2009). Códigos G Os códigos G são o principal comando da programação e defi nem para a máquina a operação que será realizada, preparando-a para executar um tipo de ciclo de usinagem ou para receber uma determinada informação. No Quadro 1, temos os principais códigos G, segundo a norma DIN 66025. 9Manufatura assistida por computador (CAM) Fonte: Adaptado de HelmanCNC (2013). Letra Função Letra Função G00 Interpolação linear (movimento rápido, avanço rápido) G40 Cancela a compensação do raio da ferramenta G01 Interpolação linear (movimento controlado, avanço controlado) G41 Compensação do raio da ferramenta à esquerda da face objetivo G02 Interpolação circular sentido horário G42 Compensação do raio da ferramenta à direita da face objetivo G03 Interpolação circular sentido anti-horário; G53 Cancela PZP G04 Tempo de parada em um ponto programado G54 à G59 Determina PZP G17 Plano de trabalho em X e Y G71 Programação em mm G18 Plano de trabalho em X e Z G90 Sistema de coordenadas absolutas G19 Plano de trabalho em Y e Z G91 Sistema de coordenadas incrementais G20 Programação em polegadas G92 Limita rotação eixo árvore (placa) G21 Programação em milímetros G94 Avanço em mm/min G95 Avanço em mm/rot G96 Velocidade de corte constante Quadro 1. Principais códigos G, segundo a norma DIN 66025 Códigos miscelâneas (M) As funções miscelâneas, também chamadas de funções auxiliares ou códigos M, são instruções para acionamento de equipamentos elétricos, pneumáticos ou hidráulicos instalados na máquina. O Quadro 2 descreve os códigos M mais comuns e alguns específi cos para cada máquina. Manufatura assistida por computador (CAM)10 Fonte: Adaptado de HelmanCNC (2013). Letra Função Letra Função M00 Parada programada M24 Aperta a mesa giratória M01 Parada condicional M25 Solta a placa da mesa M02 Fim de programa M26 Aperta a placa da mesa M03 Liga rotação da árvore no sentido horário M29 Movimenta um eixo somente M04 Liga rotação da árvore no sentido anti-horário M30 Fim de programa M05 Desliga rotação M31 Cancela o aperto M06 Habilita a troca de ferramenta (manual) M48 Possível intervenção do operador M07 Liga refrigeração número 2 M49 Impossível intervenção do operador M08 Liga refrigeração número 1 M58 Desliga rotação constante da árvore M09 Desliga refrigeração M59 Liga rotação constante da árvore M10 Liga freio da árvore principal M60 Troca de ferramenta M11 Desliga freio da árvore principal M70 Cancela o espelho M13 Rotação à direita com refrigeração M71 Espelha no eixo X M14 Rotação à esquerda com refrigeração M72 Espelha no eixo Y M15 Impulso de divisão no uso de divisor M73 Espelha no eixo Z M17 Fim de sub-rotina M80 Liga ciclo fechado M19 Parada orientada da árvore M81 Desliga ciclo fechado M23 Solta a mesa giratória M98 Chamada de sub-rotina M99 Fim de sub-rotina Quadro 2. Principais códigos M, segundo a norma DIN 66025 11Manufatura assistida por computador (CAM) Conforme Silva (2015), o programa CNC é constituído de uma sequência de informações para o processo de usinagem de uma peça. Definimos o início do programa como cabeçalho, que pode variar de acordo com o comando da máquina a ser utilizada para o processo de manufatura das peças. Há uma ordem lógica nesse processo estrutural, com as funções apropriadas, de modo que o comando interprete os parâmetros e envie os dados necessários para que a máquina execute as operações que foram programadas. A Figura 7 traz um exemplo da sequência de programação de uma máquina de comando FANUC, conforme o manual de programação e operação da empresa Romi (2006). Figura 7. Sequência de programação de uma máquina de comando FANUC. Exemplo Segue exemplo de uma programação completa, conforme a DIN 66025 e de acordo com o manual de programação e operação da empresa Romi (2006, p. 12), para a usinagem de uma peça cilíndrica em um torno CNC (Figura 8). Manufatura assistida por computador (CAM)12 Figura 8. Desenho da peça a ser usinada. Fonte: Romi (2006, p. 12). O1234(PERFIL EXEMPLO) G21 G40 G90 G95; T00; G28 U0 W0; T0101; G54; G96 S200; G92 S3500 M4; G0 X21 Z2; G1 Z0 F0.25; X24 Z-1.5; Z-30; G2 X44 Z-40 R10; G1 X50 Z-55; X74; G3 X80 Z-58 R3; G1 Z-80; X82; T00; G28 U0 W0; M30. 13Manufatura assistida por computador (CAM) Esse exemplo se refere à usinagem apenas de um perfil de acabamento ou em uma peça forjada ou fundida, e não em bruto, pois, nesse último caso, teríamos que dar várias passadas e inserir os respectivos ciclos. Esse pro- grama foi desenvolvido para um torno CNC de comando FANUC. Porém, a programação para outros comandos é bastante similar, e a sequência de programação para qualquer máquina CNC é a mesma. Nesse caso, foram utilizados os parâmetros para velocidade de corte de 200m/min, rotação de 3500 RPM e avanço de corte de 0,25 mm/rot. A simulação do programa antes da usinagem (Figura 9) é muito importante para se evitar colisões, que podem trazer danos físicos ao operador e prejuízos à máquina. Figura 9. Operador efetuando a simulação na máquina. Fonte: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com; welcomia/Shutterstock.com. 3 Programas e processos de CAD/CAM A busca pela efi ciência das indústrias de forma rápida e barata impulsionou muitas áreas afi ns. Uma prova clara disso foi a criação dos software CAD/ CAM e suas constantes melhorias a cada versão. Segundo Fitzpatrick (2013), Manufatura assistida por computador (CAM)14 poucas ofi cinas utilizam comandos CNC de alto nível, que possuem progra- mação gráfi ca embarcada e cuja entrada é feita pelo operador. As vantagens desse modelo estão listadas a seguir. O software CAM é rápido, se comparado a códigos escritos manualmente ou a sistemas embarcados, que fazem o operador ter que dividir sua atenção entre operação e programação. Formas complexas de peças que seriam impossíveis de outra maneira são facilmente definidas e programadas. A habilidade de observar as sequências de usinagem e as ferramentas de corte na tela é uma característica de eficiência e segurança. Executar o programa graficamente sem remover o metal significa um risco bem menor quando vamos testar o programa real, fazendo a primeira execução ser menos penosa. A maioria dos programas CAM tem muitas formas de visualizar o programa: em segmentos, assim como ele é compilado, em passos, em velocidade normal ou turbinada. Os comandos gráficos CNC têm essa capacidade também, mas ela é limitada unicamente àquele comando específico. Na maioria dos casos, o desenho de engenharia foi criado em CAD. Portanto, o padrão gráfico já existe para ser usado, economizando tempo de desenho. Em números cada vez maiores, essas peças desenhadas são modelos sólidos. Com o desenho da peça (geometria) feito corretamente, as relações existentes são conhecidas e não precisam ser resolvidas de outra forma. O processo CAD/CAM utiliza dois software de engenharia para desenvol- ver todo o projeto e a manufatura de componentes automotivos, aeroespaciais, navais, de manutenção, além de complexas matrizes e ferramentas. No CAD, o profissional desenvolve todo o desenho da peça ou do conjunto (Figura 10a); esse desenho poderá ser simplesmente um desenho 2D ou 3D, dependendo da complexidade do produto a ser desenvolvido. A partir daí, esse desenho é importado para o software CAM (Figura 10b), para que seja desenvolvido todo o processo de manufatura do componente projetado. Nessa etapa, o programador técnico ou engenheiro de processo insere os parâmetros tecno- lógicos, como velocidade de corte, rotação da ferramenta, avanço de trabalho, sobremetal, profundidade de corte, tipo de ferramenta a ser utilizada, entre outros (Figura 10c). 15Manufatura assistida por computador (CAM) Figura 10. (a) Arquivo importado do CAD. (b) Movimento da ferramenta no CAM. (c) Parâmetros tecnológicos. Fonte: Adaptada de Fitzpatrick (2013). A B C Manufatura assistida por computador (CAM)16 Segundo Lamb (2015), os software de simulação de máquinas também são usados para simular o movimento de produtos e atuadores em uma linha de produção. A maioria dos programas em 3D e CAD/CAM permite algum grau de simulação no modelo sólido, a fim de determinar interferências e taxas máximas. Da perspectiva de construção de máquina, o software de simulação ajuda a evitar riscos e a corrigir condições inconstrutíveis. Por exemplo, temos os software SolidWorks, Pro-E e AutoCad Inventor, que possuem a capacidade de simular o movimento de máquinas. Dessa forma, o software de CAM projeta uma trajetória de usinagem, em que a ferramenta selecionada deverá percorrer um caminho de usinagem. O primeiro passo é efetuar a simulação no próprio software (Figura 11), antes de iniciar o processo de usinagem. Então, o programador deverá corrigir o processo, caso haja alguma colisão ou trajetória errada. Por fim, o programa desenvolvido no software vai rodar na máquina CNC, desenvolvendo a ma- nufatura do componente por meio de desbastes e acabamentos, até se obter o produto final. Figura 11. Simulação no software CAM. Fonte: Fitzpatrick (2013, p. 328). 17Manufatura assistida por computador (CAM) Conforme Giesecke et al. (2008), a CAM, a manufatura integrada por com- putador (CIM, do inglês computer-integrated manufacturing) e a engenharia assistida por computador (CAE, do inglês computer-aided engineering) são frequentemente usadas em conjunto com CAD. Nesse sentido, CAD/CAM é a integração de computadores no processo de projeto e produção (Figura 12). Já CAD, CAE, CAM e CIM formam o processo completo com uso de computadores, incluindo projeto, produção, publicação de material técnico, propaganda e contabilidade de custos. Um sistema de computação é composto de hardware e de software. O equipamento físico que integra um sistema de computação é conhecido como hardware, e os programas que instruem o sistema de computação sobre como operar são o software. Figura 12. Máquina de usinagem integrada a um sistema CAD/CAM. Fonte: Giesecke et al. (2008, p. 34). Manufatura assistida por computador (CAM)18 CASSANIGA, F. A. Fácil programação do controle numérico. São Paulo: CNC, 2005. COSTA. D. D.; PEREIRA, A.G. Programação CNC Baseada em features. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO, 3., 2003, Uberlândia. Anais [...]. II COBEF, 2003. 1 v. DEUTSCHES INSTITUT FÜR NORMUNG. DIN 66217: Axis and motion nomenclature for numerically controlled machines. Berlin: DIN, 1975. (E-book). FITZPATRICK, M. Introdução à usinagem com CNC: comando numérico computadori- zado - Porto Alegre: AMGH, 2013. (Série Tekne). GIBBS, D. CNC part programming: a practical guide. London: Cassell and Company, 1994. GIESECKE, F. E. et al. Comunicação gráfica moderna. Porto Alegre: Bookman, 2008. HELMANCNC. NC Programming as per ISO (DIN 66025) and RS274. 2013. Disponpivel em: http://www.helmancnc.com/din-66025-nc-programming-codes/. Acesso em: 23 abr. 2020. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 6983-1:2009: automation systems and integration, numerical control of machines, program format and definitions of address words — part 1: data format for positioning, line motion and contouring control systems. ISO, 2009. (E-book). LAMB, F. Automação industrial na prática. Porto Alegre: AMGH, 2015. (Série Tekne). ROMI. Manual de programação e operação - Linha G / GL / GLM - CNC FANUC 0I-TD T49092D. 2006. Disponível em: http://professores.chapeco.ifsc.edu.br/renato/files/2016/08/ Manual_Programa%C3%A7%C3%A3o_ROMI.pdf. Acesso em: 23 abr. 2020. SILVA, S. D. da. CNC – Programação de Comandos Numéricos Computadorizados: torne- amento. São Paulo: Érica, 2008. SILVA, S. D. da. Processos de programação, preparação e operação de torno CNC. São Paulo: Érica, 2015. Leitura recomendada ROMI. Manual de programação e operação linha Centur CNC Siemens 828D. 2016. Dispo- nível em: http://www.joinville.ifsc.edu.br/~emerson.oliveira/CNC/Integrado/Apostila/ Apostila%20Torno%20CNC.pdf. Acesso em: 22 abr. 2020. 19Manufatura assistida por computador (CAM) Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Manufatura assistida por computador (CAM)20
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