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Teoria de Bandas – 1 Elétrons Livres CF086 - Introdução a Física do Estado Sólido 1 Introdução Para iniciar a investigação da contribuição eletrônica para as propriedades físicas relevantes, vamos considerar elétrons livres, sujeitos apenas ao princípio de exclusão. Nenhuma outra interação é considerada. Elétrons são sujeitos à estatística de Fermi-Dirac. Este modelo é chamado modelo de Sommerfeld. Também é conhecido como modelo de gás de elétrons livres. 2 Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 Vamos começar considerando 𝑇 = 0. Temos N elétrons em um volume V. Cada um segue a eq. de Schrodinger Condições de contorno: Born – von Karman: 3 − ℏ2 2𝑚 𝛻2𝜓 Ԧ𝑟 = 𝐸𝜓(Ԧ𝑟) 𝜓 𝑥, 𝑦, 𝑧 + 𝐿 = 𝜓 𝑥, 𝑦, 𝑧 𝜓 𝑥, 𝑦 + 𝐿, 𝑧 = 𝜓 𝑥, 𝑦, 𝑧 𝜓 𝑥 + 𝐿, 𝑦, 𝑧 = 𝜓(𝑥, 𝑦, 𝑧) Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 Note que 𝑉 = 𝐿3. Soluções: Energia: 4 𝜓𝑘 Ԧ𝑟 = 1 𝑉 𝑒𝑖𝑘⋅ Ԧ𝑟 𝐸(𝑘) = ℏ𝑘2 2𝑚 Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 𝑘 tem conexão com momento do elétron, já que, de Ԧ𝑝 = −𝑖ℏ𝛻, sai Ԧ𝑝 = ℏ𝑘. As soluções são autoestados de momento. 𝑘 é um vetor de onda, e 𝑘 = 2𝜋 𝜆 , onde 𝜆 é o comprimento de onda do elétron. Das condições de contorno sai que onde 𝑛𝑥, 𝑛𝑦 , 𝑛𝑧 ∈ ℤ. 5 𝑘𝑥 = 2𝜋𝑛𝑥 𝐿 , 𝑘𝑦 = 2𝜋𝑛𝑦 𝐿 , 𝑘𝑧 = 2𝜋𝑛𝑧 𝐿 Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 Cada valor de 𝑘 ocupa um “volume” 2𝜋 𝐿 em 1D, e 2𝜋 𝐿 3 em 3D. Densidade de estados: 6 𝒟 𝑘 = 𝑉 2𝜋 3 Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 Estado fundamental em 𝑇 = 0: elétrons são colocados em níveis com energia a partir de 𝐸 = 0 até um valor máximo, chamado de 𝐸𝐹, ou energia de Fermi. Como há muitos níveis, o “volume” ocupado no espaço 𝑘 por todos eles forma uma esfera, a esfera de Fermi. O volume da esfera de Fermi vale 𝑘𝐹: vetor de onda de Fermi. 7 𝑉𝐹 = 4𝜋 3 𝑘𝐹 3 Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 Na esfera de Fermi, há 𝑁𝑘 valores diferentes de 𝑘, dados por Cada nível acomoda dois elétrons. Logo, o número de elétrons fica de onde sai 8 𝑁𝑘 = 4𝜋 3 𝑘𝐹 3 𝑉 2𝜋 3 = 𝑘𝐹 3 6𝜋2 𝑉 𝑁 = 2𝑁𝑘 = 𝑘𝐹 3 3𝜋2 𝑉 𝑘𝐹 = 3𝜋 2 1 3 𝑁 𝑉 1 3 Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 Momento de Fermi: momento do elétron mais energético: Energia de Fermi: Velocidade de Fermi: 9 𝐸𝐹 = ℏ2𝑘𝐹 2 2𝑚 𝑣𝐹 = 𝑝𝐹 𝑚 Ԧ𝑝𝐹 = ℏ𝑘𝐹 Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 Energia do estado fundamental: soma de todas as energias dos elétrons dentro da esfera de Fermi. Fator 2: spin. N é grande → usar densidade de estados: 10 𝐸 = ℏ2 𝑚 න 0 𝑘𝐹 න Ω 𝑉 2𝜋 3 𝑘2 𝑘2𝑑𝑘 𝑑Ω = ℏ2 𝑚 𝑉 10𝜋2 𝑘𝐹 5 𝐸 = 2 𝑘≤𝑘𝐹 ℏ2 2𝑚 𝑘2 Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 Energia por elétron: Temperatura de Fermi 𝑇𝐹: Assim, 11 𝐸 𝑁 = 3 5 𝑘𝐵𝑇𝐹 𝐸𝐹 = 𝑘𝐵𝑇𝐹 𝐸 𝑁 = 3 5 𝐸𝐹 Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 Alguns valores: 12 Gás de Elétrons Livres em 𝑻 = 𝟎 Note que 𝑇𝐹 não é a temperatura do gás (𝑇 = 0, 𝑇𝐹 ∼ 10 4 K). Pressão em 𝑇 = 0 (demonstrar): Compressibilidade isotérmica e módulo de bulk (𝑇 = 0): 13 𝐵 = 1 𝜅𝑇 = 2 3 𝑁 𝑉 𝐸𝐹 𝑃 = − 𝜕𝐸 𝜕𝑉 𝑁 = 2 3 𝐸 𝑉 𝜅𝑇 = − 1 𝑉 𝜕𝑉 𝜕𝑃 𝑇 = 3 5𝑃 = 3 2 𝑉 𝑁 1 𝐸𝐹 Propriedades Termodinâmicas Vamos considerar agora a influência da temperatura. Precisamos da distribuição de Fermi-Dirac: 𝑓(𝜖): probabilidade de encontrar um férmion com energia 𝜖(𝑘). 𝜇: potencial químico. 𝛽 = 1 𝑘𝐵𝑇 . 14 𝑓 𝜖 = 1 𝑒𝛽(𝜖−𝜇) + 1 Propriedades Termodinâmicas Em 𝑇 = 0, temos Além disso, em 𝑇 = 0 todos os níveis até 𝐸𝐹 estão ocupados, de modo que Com isso, vemos que 𝐸𝐹 = 𝜇 𝑇 = 0 . 𝜇 também é chamado de nível de Fermi, e seu valor em 𝑇 = 0 é a energia de Fermi. Apenas em 𝑇 = 0 𝐸𝐹 e 𝜇 coincidem. 15 𝑓 𝜖 = ቊ 1, 𝜖 < 𝜇 0, 𝜖 > 𝜇 𝑓 𝜖 = ቊ 1, 𝜖 < 𝐸𝐹 0, 𝜖 > 𝐸𝐹 Propriedades Termodinâmicas Energia interna do gás Temos a densidade de estados (em 3D) Como 16 𝜖 = ℏ2𝑘2 2𝑚 𝑈 = 2 𝑘 𝜖 𝑘 𝑓 𝜖 𝑘 𝒟 𝜖 𝑑𝜖 = 𝒟 𝑘 𝑑3𝑘 = 𝑉 2𝜋 3 4𝜋𝑘2𝑑𝑘 = 4𝜋𝑉 2𝜋 3 𝑘2 𝜖 𝑑𝑘 𝑑𝜖 𝑑𝜖 Propriedades Termodinâmicas Temos, em 3D, A energia fica, usando 𝒟(𝜖), ou 17 𝒟 𝜖 𝑑𝜖 = 2𝑚 ℏ2 3 2 𝑉 4𝜋2 𝜖 1 2 𝑑𝜖 𝑈 = 2න 0 ∞ 𝜖 𝑒𝛽(𝜖−𝜇) + 1 𝒟( 𝜖) 𝑑𝜖 𝑈 = 𝑉 2𝜋2 2𝑚 ℏ2 3 2 න 0 ∞ 𝜖 3 2 𝑒𝛽(𝜖−𝜇) + 1 𝑑𝜖 Propriedades Termodinâmicas Neste caso, O número de elétrons é dado por ou 18 𝑔 𝜖 = 𝒟 𝜖 𝑉 = 1 4𝜋2 2𝑚 ℏ2 3 2 𝜖 1 2 𝑁 = 2 𝑘 𝑓 𝜖 𝑘 𝑁 = 2න 0 ∞ 1 𝑒𝛽(𝜖−𝜇) + 1 𝒟( 𝜖) 𝑑𝜖 = 𝑉 2𝜋2 2𝑚 ℏ2 3 2 න 0 ∞ 𝜖 1 2 𝑒𝛽(𝜖−𝜇) + 1 𝑑𝜖 Propriedades Termodinâmicas Expansão de Sommerfeld para 𝜙(𝜖) arbitrária e sendo 𝑓(𝜖) a distribuição de Fermi-Dirac: Para N, ficamos com 19 න 0 ∞ 𝜙 𝜖 𝑓 𝜖 𝑑𝜖 = න 0 𝜇 𝜙 𝜖 𝑑𝜖 + 𝜋2 6 𝑘𝐵𝑇 2𝜙′ 𝜇 + 7𝜋4 360 𝑘𝐵𝑇 4𝜙′′′ 𝜇 +⋯ 𝑁 = 𝑉 3𝜋2 2𝑚 ℏ2 3 2 𝜇 3 2 1 + 𝜋2 8 𝑘𝐵𝑇 𝜇 2 + 𝑂 𝑇4 Propriedades Termodinâmicas Após algumas manipulações (quadro), obtemos Assim, 𝜇 diminui quando 𝑇 aumenta, e, para um valor típico achamos 20 𝜇 = 𝜖𝐹 1 − 𝜋2 12 𝑘𝐵𝑇 𝜖𝐹 2 = 𝜖𝐹 1 − 𝜋2 12 𝑇 𝑇𝐹 2 𝑇 𝑇𝐹 ∼ 10−2 Δ𝜇 𝜇0 ∼ 0,1 % Propriedades Termodinâmicas A energia fica (quadro) A energia por partícula fica (quadro) 21 𝑈 = 𝑉 5𝜋2 2𝑚 ℏ2 3 2 𝜇 5 2 1 + 5𝜋2 8 𝑘𝐵𝑇 𝜇 2 + 𝑂(𝑇4) 𝑈 𝑁 = 3 5 𝜖𝐹 1 + 5𝜋2 12 𝑘𝐵𝑇 𝜖𝐹 2 = 3 5 𝜖𝐹 1 + 5𝜋2 12 𝑇 𝑇𝐹 2 Propriedades Termodinâmicas Capacidade térmica eletrônica Termo entre parênteses: correção ao gás não-interagente. Para 𝑇 ∼ 300 K, Contribuição eletrônica para 𝐶𝑉 é muito pequena quando comparada a dos fônons. 22 𝐶𝑉,𝑒𝑙 = 𝜕𝑈 𝜕𝑇 𝑉 = 3 2 𝑁𝑘𝐵 𝜋2 3 𝑇 𝑇𝐹 + 𝑂(𝑇3) 𝑇 𝑇𝐹 ∼ 10−2 Propriedades Termodinâmicas Combinando as contribuições de elétrons e fônons, temos Se o modelo for aplicável a um dado material, a curva 𝐶𝑉 𝑇 × 𝑇2 é uma reta. Ex.: potássio. 23 𝐶𝑉 = 𝐴𝑇 + 𝐵𝑇 3 Propriedades Termodinâmicas Coeficiente 𝐴: parâmetro de Sommerfeld. Em alguns casos, 𝐴𝑡𝑒𝑜 obtido da teoria não concorda com 𝐴𝑒𝑥𝑝 retirado da experiência. Como há dependência com a massa do elétron, define-se 24 𝑚𝑒𝑓 𝑚 = 𝐴𝑒𝑥𝑝 𝐴𝑡𝑒𝑜 Propriedades Termodinâmicas Motivos para diferença: Interação dos elétrons de condução com o potencial periódico da rede. Nesse caso, a massa efetiva chama-se massa efetiva de banda. Interação com fônons. Interação com os outros elétrons de condução. 25 Condutividade Elétrica Vamos investigar a condutividade elétrica. Consideremos elétrons livres sujeitos a um campo elétrico constante. A equação de movimento é Integrando, obtemos 26 𝑘 𝑡 − 𝑘 0 = − 𝑒 ℏ Ԧℰ 𝑡 Ԧ𝐹 = 𝑚 𝑑 Ԧ𝑣 𝑑𝑡 = ℏ 𝑑𝑘 𝑑𝑡 = −𝑒 Ԧℰ Condutividade Elétrica Cada vetor de onda varia por Em 𝑡 = 0, a esfera de Fermi está centrada na origem, de modo que para cada estado com vetor de onda 𝑘 existe um simétrico com vetor de onda −𝑘. Momento total é nulo. Não há condução. 27 𝛿𝑘 = − 𝑒 ℏ Ԧℰ 𝑡 Condutividade Elétrica Ao aplicar Ԧℰ, os vetores 𝑘 deslocam-se por 𝛿𝑘, e passa a haver um vetor de onda total não nulo, dado por A energia aumenta de 28 Δ𝜖 = 𝑁 ℏ2 𝛿𝑘 2 2𝑚 𝑁𝛿𝑘 = − 𝑁𝑒 ℏ Ԧℰ 𝑡 Condutividade Elétrica Podem ocorrer colisões dos elétrons com impurezas, defeitos, fônons. Frequência típica de colisões: 𝜏𝑒𝑙 −1. Tempo médio entre colisões 𝜏𝑒𝑙. Após 𝜏𝑒𝑙, a velocidade adquirida pelos elétrons vale 29 Ԧ𝑣 = 𝛿 Ԧ𝑝 𝑚 = ℏ𝛿𝑘 𝑚 = − 𝑒 Ԧℰ𝜏𝑒𝑙 𝑚 Condutividade Elétrica Isso gera a densidade de corrente Com isso, comparando com a relação obtemos a condutividade elétrica 30 Ԧ𝐽 = 𝜚 Ԧ𝑣 = −𝑒 𝑁 𝑉 − 𝑒 Ԧℰ𝜏𝑒𝑙 𝑚 = 𝑒2𝜏𝑒𝑙 𝑚 𝑁 𝑉 Ԧℰ Ԧ𝐽 = 𝜎 Ԧℰ 𝜎 = 𝑒2 𝑚 𝑁 𝑉 𝜏𝑒𝑙 Resistividade Elétrica A resistividade elétrica fica Há colisões com fônons e com impurezas,e escreve-se onde 𝜏𝑓: tempo médio para colisões com fônons, 𝜏𝑖: tempo médio para colisões com impurezas. 31 𝜌 = 1 𝜎 = 𝑚 𝑒2 𝑉 𝑁 1 𝜏𝑒𝑙 1 𝜏𝑒𝑙 = 1 𝜏𝑓 + 1 𝜏𝑖 Resistividade Elétrica A resistividade elétrica é escrita como (regra de Matthiessen) 32 𝜌 = 𝜌𝑓 + 𝜌𝑖 • onde ➢ 𝜌𝑓: associada a fônons, dependente de T. ➢ 𝜌𝑖: associada a impurezas e defeitos, independente de T. • Em 𝑇 = 0, 𝜌 = 𝜌𝑖 0 : resistividade residual. amostras com níveis diferentes de impurezas Resistividade Elétrica Para 𝑇 > Θ𝐷, 𝜌 ∝ 𝑇. Para 𝑇 < Θ𝐷, 𝜌 depende de processos umklapp envolvendo fônons e elétrons. 33 • Nesse processo, um elétron tem vetor inicial 𝑘, vetor final 𝑘′, e é espalhado por um fônon de vetor Ԧ𝑠. O processo umklapp envolve um vetor 𝐾 da rede recíproca. Temos um espalhamento intenso, num ângulo grande. • Se a esfera de Fermi não cruza a 1ª ZB, há um Ԧ𝑠0 mínimo para ocorrer umklapp. Resistividade Elétrica Número de fônons para umklapp ∝ 𝑒−𝑇0/𝑇, onde 𝑇 < Θ𝐷. Ex.: potássio: 𝑇0 = 23 K, Θ𝐷 = 91 K. Para 𝑇 ≪ 𝑇0, processos umklapp são infrequentes, e a resistividade é dada por espalhamentos normais, que envolvem ângulos pequenos de espalhamento. 34 Condutividade Térmica Com relação à condutividade térmica, temos a relação A contribuição eletrônica fica, então, Usando 𝐶𝑉,𝑒𝑙, além de ℓ𝑒𝑙 = 𝑣𝐹𝜏𝑒𝑙, temos (quadro) 35 𝒦𝑇 = 1 3 𝐶𝑉𝑣ℓ 𝑉 𝒦𝑇,𝑒𝑙 = 1 3 𝐶𝑉,𝑒𝑙𝑣𝐹ℓ𝑒𝑙 𝑉 𝒦𝑇,𝑒𝑙 = 𝜋2𝑘𝐵 2 3𝑚 𝑁 𝑉 𝑇 𝜏𝑒𝑙 Condutividade Térmica Metais puros: contribuição eletrônica é maior para qualquer T. Quando há impurezas ou defeitos, ℓ𝑒𝑙 diminui, e as contribuições de fônons e elétrons são similares. Razão entre 𝒦𝑇 e 𝜎: 36 𝒦𝑇,𝑒𝑙 𝜎 = 𝜋2 3 𝑘𝐵 𝑒 2 𝑇 Condutividade Térmica Logo, onde L é o número de Lorentz. Quando esta relação independe de T, ela é a lei de Wiedemann-Franz. Ela falha em T intermediária. 37 𝒦𝑇,𝑒𝑙 𝜎𝑇 = 𝜋2 3 𝑘𝐵 𝑒 2 = 𝐿 𝐿 = 2,45 × 10−8 W ⋅ Ω/K2 Indo além dos elétrons livres Considerar elétrons livres faz com que alguns resultados e propriedades sejam determinados e, em alguns casos, há algumas concordâncias. Entretanto, na verdade os elétrons estão sujeitos a algum potencial, e isso precisa ser levado em conta pois afeta algumas propriedades. Em particular, não há gaps de energia para elétrons livres. Em seguida, vamos considerar o efeito de um potencial fraco sobre os elétrons. 38
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