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AULA 03 TITULOS DE CREDITO E FALENCIA

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DIREITO EMPRESARIAL 
APLICADO II
DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II
Aula 03- Protesto e Ações Cambiárias
O conceito de Protesto; 
O objetivo do protesto; 
Os tipos de protesto e seus prazos; 
Ações Cambiárias;
Prescrição
Correção dos exercícios práticos.
Professora MSa. Maria Lucia Azevedo Viana Dória
Email: azevedo.maria@estacio.br
OLHA O PROTESTO E
A AÇÃO CAMBIÁRIA, AI GENTE !!!
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CONCEITO DE PROTESTO E OBJETIVO
O conceito de protesto, formulado por Fábio Ulhoa Coelho, afirma que o protesto é “o ato praticado pelo credor, perante o competente cartório, para fins de incorporar ao título de crédito a prova de fato relevante para as relações cambiais”. Em outras palavras, Whitaker afirma que o protesto é “o ato oficial pelo qual se prova a não realização da promessa contida na letra”. Fran Martins, por sua vez, afirma que o protesto é o “ato solene destinado principalmente a comprovar a falta ou recusa do aceite ou do pagamento da letra”.
PROTESTO DO TÍTULO NA LEGISLAÇÃO
Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
ART. 1º LEI 9492/97 c/c ART.44 à 46 DEC. 57.663/66
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MEDIDAS CONSTRITIVAS
DE SATISFAÇÃO DO CRÉDITO
EMISSÃO DO TÍTULO
VENCIMENTO/
PAGAMENTO
EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO
AÇÃO CAMBIAL
PROTESTO
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CARACTERÍSTICAS DO PROTESTO
PROTESTO
ATO PÚBLICO EXTRAJUDICIAL
NO PRÓPRIO TÍTULO
FORMAL
ATO SOLENE
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PROTESTO Lei 9.492/1997
Título vencido e não pago o credor pode ir ao cartório de títulos e documentos registrar a divida.
O protesto é um ato formal e solene que visa comprovar a inadimplência de determinada pessoa física ou jurídica.
As certidões de divida ativa da União, Estados, Municípios, Autarquias e fundações também podem ser protestadas.
O protesto é lavrado apenas pelo Tabelião de Protesto de títulos, cabendo a ele avaliar os aspectos formais do título, como data de vencimento e de emissão.
OBS: O Tabelião não verifica prescrição e decadência.
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Serviços Referentes ao Protesto 
Os serviços referentes ao protesto garantem:
Autenticidade
Publicidade
Segurança
Eficiência
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Efeitos do Protesto
Efeitos:
Judiciais
Na esfera judicial, o credor que protestou o título pode querer ao juiz medidas aptas à satisfação do seu crédito, já que o protesto comprova a inadimplência do devedor.
Extrajudiciais
Extrajudicialmente, os efeitos do protesto interessam a todos para que se saiba a real capacidade de pagamento de determinada pessoa.
Como exemplo: empresário que tem títulos protestados deve regularizar as dividas para conseguir um empréstimo bancário.
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Custo do Protesto
Os custos do protesto são denominados emolumentos, sendo de responsabilidade do devedor no momento do pagamento da divida ou do cancelamento do protesto.
O credor é responsável pelos emolumentos apenas quando desiste do protesto antes da lavratura.
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Procedimento do Protesto
Credor com o título vencido apresenta ao cartório;
Cartório realizada o apontamento chamando o devedor para quitar a dívida;
O devedor terá 03 (três) dias úteis para comparecer ao cartório, quitar a divida e pagar os custos;
Assim, o protesto não é lavrado e o devedor não fica com o nome no rol dos devedores;
Passando o prazo de 03 dias e o devedor não comparecer o cartório lavra o protesto e o devdor começa a sofrer os efeitos do protesto.
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ESPÉCIES DE PROTESTO
FALTA OU RECUSA DE ACEITE
FALTA DE PAGAMENTO
POR INDICAÇÃO
FALTA DE DEVOLUÇÃO DO TÍTULO
FALTA DE DATA DO ACEITE
O PROTESTO É UM REQUISITO DE PROCEDIBILIDADE PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO DE EXECUÇÃO ? 
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AÇÃO 
DIRETA
AÇÃO
REGRESSIVA
DEVEDOR PRINCIPAL:
 ACEITANTE
DEVEDORES INDIRETOS : 
ENDOSSANTES 
A
B
C
E
D
PROTESTO FACULTATIVO
PROTESTO OBRIGATÓRIO
OBRIGATORIEDADE DO PROTESTO
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OBRIGATORIEDADE DO PROTESTO
EXECEÇÕES À REGRA
CLÁUSULA 
“SEM DESPESAS”
Art. 46 LUG
PEDIDO DE FALÊNCIA
Art. 94 §3º L.11.101/2005
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AÇÃO 
DIRETA
AÇÃO
REGRESSIVA
A
B
C
E
D
PROTESTO FACULTATIVO
PROTESTO OBRIGATÓRIO
OBRIGATORIEDADE DO PROTESTO
salvo
salvo
PEDIDO DE FALÊNCIA
CLAUSULA “SEM DESPESAS”
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 Art.94 § 3º Lei 11.101/2005
Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.
PROTESTO NA FALÊNCIA
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Artigo 46
O sacador, um endossante ou um avalista pode, pela cláusula "sem despesas", "sem protesto", ou outra cláusula equivalente, dispensar o portador de fazer um protesto por falta de aceite ou falta de pagamento, para poder exercer os seus direitos de ação.
[...]
Se a cláusula foi escrita pelo sacador produz os seus efeitos em relação a todos os signatários da letra; se for inserida por um endossante ou por avalista, só produz efeito em relação a esse endossante ou avalista.
CLÁUSULA “SEM PROTESTO”
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PROBATÓRIA
RESGUARDAR 
AÇÃO REGRESSIVA
PROTESTADO
Quais seriam as funções do protesto? 
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Qual o prazo para realizar o protesto? 
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POR FALTA DE ACEITE
(Art. 44 al.2ª c/c Art. 21 DEC. 57.663/66) 
PRAZO PARA PROTESTO
POR FALTA DE PAGAMENTO
(Art.44 Al.3º DEC. 57.663/66
Reserva Art. 9º ANEXO II
Art. 28 Dec. 2044/1908)
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PRAZO PARA PROTESTO POR FALTA DE ACEITE
Art. 21 - A letra pode ser apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu domicílio , pelo portador ou até por um simples detentor. 
Art. 44, 2ª Alinea - “O protesto por falta de aceite e ser feito nos prazos fixados para a apresentação ao aceite. (...)”. 
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PRAZO PARA PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO
Art. 44, 3ª alínea - O protesto por falta de pagamento de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista deve ser feito num dos dois dias úteis seguintes àquele em que a letra é pagável.
No Brasil : Reserva – Artigo 9º Anexo II Dec. 57.663/66
Por derrogação da alínea terceira do artigo 44º da lei uniforme, qualquer das Altas Partes Contratantes tem a faculdade de determinar que o protesto por falta de pagamento deve ser feito no dia em que a letra é pagável ou num dois dias uteis seguintes” 
OCORRE QUE ....
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LEI UNIFORME DE GENEBRA
Art. 44, 3ª alínea - O protesto por falta de pagamento de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista deve ser feito num dos dois dias úteis seguintes àquele em que a letra é pagável.
DEC.2044/1908 (LEI INTERNA)
Art. 28 - A letra que houver de ser protestada por falta de aceite ou de pagamento deve ser entregue ao oficial competente, no primeiro dia útil que se seguir ao da recusa do aceite ou ao do vencimento, e o respectivo protesto tirado dentro de 3 (três) dias úteis.
PRAZO PARA PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO
OBS: DIVERGÊNCIA :
LEI INTERNA: Rubens Requião,Waldirio Bulgarelli, Amador Paes de Almeida e Arnaldo Rizzardo. 
LEI UNIFORME: Fran Martins e Fábio Ulhoa Coelho.
PROFESSORA MARIA LUCIA DE AZEVEDO
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DEC. 2044/1908 - LEI INTERNA 
LEI UNIFORME DE GENEBRA
RESUMO DA ÓPERA... 
APRESENTAÇÃO PARA PAGAMENTO X PROTESTO 
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O art. 44 § 3º da lug. é mais vantajoso para o credor
Vencido o título, caso o tomador não apresente a letra para pagamento, começa a fluir o prazo para protesto, que na letra de câmbio deverá ser feito nos dois dias úteis seguintes ao vencimento (art. 44 § 3º da Lei Uniforme)
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E SE O CREDOR PERDER O PRAZO 
DO PROTESTO? 
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Artigo 53 LUG
Depois de expirados os prazos fixados:
- para a apresentação de uma letra à vista ou a certo termo de vista;
- para se fazer o protestopor falta de aceite ou por falta de pagamento;
- para a apresentação a pagamento no caso da cláusula "sem despesas".
O portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes, contra o sacador e contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante.
PROTESTO INTEMPESTIVO
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DESISTÊNCIA, SUSTAÇÃO E 
CANCELAMENTO DO PROTESTO
DESISTÊNCIA E
SUSTAÇAO
LAVRATURA DO PROTESTO
CANCELAMENTO
ART. 17 L. 9492/97 Cabe admitir a medida judicial de sustação de protesto, que pode ser requerida em demanda cautelar inominada. Portanto, a sustação do protesto só pode ocorrer enquanto não consumado o protesto, isto é, durante o prazo de apontamento, que é de três dias, contados da notificação do devedor. 
ART. 26 L. 9492/97 Se a pretensão de cancelamento do protesto estiver baseada em outra razão que não seja o pagamento, ela deverá se operar por ordem judicial. O protesto indevido- aqui entendido, entre outros, aquele que padece de vício de forma ou aquele por falta de pagamento quando a dívida inexiste – desafiará demanda judicial de cancelamento de protesto. O ato do tabelião é meramente declaratório, motivo pelo qual não pode ser
responsabilizado por eventual ilicitude do protesto. Pode sê-lo pela falha na prestação de serviços, mas não pelo protesto em si 
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AÇÃO CAMBIÁRIA
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AÇÃO CAMBIÁRIA
AÇÃO DE EXECUÇÃO ART. 784,I NCPC
AÇÃO 
DIRETA
AÇÃO
REGRESSIVA
ACEITANTE
SACADOR
ENDOSSANTES
AVALISTAS
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AÇÃO CAMBIAL
A grande vantagem do credor com a emissão de um título de crédito é o fato dele se constituir como um título executivo extrajudicial conforme previsto no artigo 784.I do NCPC, prescindindo (NÃO NECESSINTANDO), portanto, sua cobrança judicial de previa ação de conhecimento.
A ação de execução de título de crédito, pelo seu não pagamento no prazo, denomina-se ação cambial
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AÇÃO CAMBIAL: PARTES ENVOLVIDAS
Sujeito ativo da ação cambial é o legitimo portador do título que presumidamente detém o crédito nele representado.
Sujeito passivo é o devedor principal do título bem como qualquer coobrigado, desde que o credor tenha promovido o protesto no prazo legal. A obrigação cambial é solidária, podendo ser cobrada integralmente de qualquer das pessoas constantes do título.
Foro do local do pagamento indicado no título
A apresentação da cartula em original, completa em seus requisitos e sem rasuras, é documento essencial à propositura da ação cambial, devendo a inicial ser rejeitada na sua falta.
A defesa chama-se EMBARGOS À EXECUÇÃO o ônus da prova é do executado. Artigo 917 NCPC
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LIMITES DA DEFESA DO EXECUTADO
EMBARGOS À EXECUÇÃO 
ART. 914 NCPC
DIREITO PESSOAL DO RÉU CONTRA O AUTOR
DEFEITO DE FORMA DO TÍTULO
OBJEÇÕES DE NATUREZA PROCESSUAL
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AÇÃO CAMBIÁRIA
AÇÃO 
DIRETA
AÇÃO
REGRESSIVA
ACEITANTE
ENDOSSANTES
A
B
C
E
D
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PRESCRIÇÃO DA AÇÃO CAMBIAL
NÃO ADIANTA CHORAR O LEITE DERRAMADO...
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PRESCRIÇÃO PARA PROPRO AÇÃO
	Vencido o título de crédito, nasce para o titular do crédito a pretensão de executá-lo via ação cambial, que se extingue com a prescrição, no prazo estabeledido pela Lei Uniforme de Genebra ou nas leis específicas.
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AÇÃO CAMBIAL ART. 70 DEC. 57.663/66
Art. 70 - Todas as ações contra ao aceitante relativas a letras prescrevem em três anos a contar do seu vencimento.
As ações ao portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem em um ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil ou da data do vencimento, se se trata de letra que contenha cláusula "sem despesas".
As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem em seis meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado.
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Letra de Cambio e Nota Promissória
Para a letra de cambio e a nota promissória, aplicam-se os seguintes prazos: 
03 anos para a cobrança contra o devedor principal ou seus avalistas;
01 ano, para a cobrança contra qualquer dos coobrigados;
06 meses, quando se tratar de direito de regresso do coobrigado que pagou, querendo voltar-se contra outro coobrigado. 
OBS: A execução contra o devedor principal seguirá sempre o prazo mais largo de 03 anos.
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AÇÃO CAMBIAL ART. 70 DEC. 57.663/66
AÇÃO 
DIRETA 
3 ANOS 
AÇÃO
REGRESSIVA
1 ANO
ACEITANTE
ENTRE ENDOSSANTES: 6 MESES
A
 B
C
 E
D
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Ressaque
Ressacar traduz-se na faculdade conferida ao portador da letra de câmbio com vencimento à vista, devidamente protestada, para sacar novamente nova letra de câmbio contra qualquer dos obrigados, com o fito de substituir a ação regressiva, desde que o título não esteja prescrito. De se destacar que entre o saque e o ressaque há uma diferença de efeito singular: o primeiro nunca obriga o sacado que não a aceitou, ao passo que o segundo habilita o beneficiário a intentar contra o sacado, que não a quis pagar, a própria ação executiva cambia.
 
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CASO CONCRETO AULA 03 
(VIII Exame Unificado da OAB – 2ª Fase – Empresarial – Prático-Profissional – 2012) Pedro emite nota promissória para o beneficiário João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento, João endossa a respectiva nota promissória para Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de Pedro, mas esse não realiza o pagamento, sob a alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após realizar o protesto da nota promissória, Caio procura um advogado com as seguintes indagações: 
Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, o aval dado por Bianca é válido? RESPOSTA: Sim. Embora o ato praticado por Pedro seja nulo como foi afirmado o aval será valido pelo principio da autonomia. Art. 7, (art. 32 c/c art. 77 [anexo I]
Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio poderia cobrar sua nota promissória? RESPOSTA: Tendo em vista que as obrigações são autônomas e independentes, Caio pode fazer a cobrança de João e de Bianca. Não poderá cobrar de Pedro porque sua obrigação é nula, como está afirmado no comando da pergunta do item a. O primeiro em decorrência do endosso e a segunda em virtude do aval, tendo em vista que foi protestado e conforme o art. 7 da LUG.
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QUESTÃO OBJETIVA: (MAGISTRATURA/MG – VUNESP – 2012) É correto afirmar que o cancelamento do protesto, após quitação do débito: 
é ônus do credor 
é ônus do devedor 
é ônus do tabelião de protestos, que deverá proceder de ofício. 
dependerá sempre de intervenção do Poder Judiciário, mediante alvará ou mandado, conforme seja jurisdição voluntária ou contenciosa
Até nossa próxima aula....
 NÃO PERCAM ! 
VENCIMENTO E PAGAMENTO – AULA 8
EMPRESARIAL III
PROTESTO E EXECUÇÃO – AULA 9
EMPRESARIAL III
POR HOJE É SÓ ....
Tenham uma excelente semana !!!
VENCIMENTO E PAGAMENTO – AULA 8
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PROTESTO E EXECUÇÃO – AULA 9
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