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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 60 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br CAPÍTULO 6 6.1 CAMPO ELÉTRICO NA MATÉRIA 6.1.1 Dipolo elétrico. Um dipolo elétrico consiste em duas cargas de mesmo módulo e de sinais contrários separados por uma distância d. No regime onde a distância de separação d é muito menos que a distância r onde queremos calcular o potencial elétrico, o potencial elétrico gerado por essa distribuição de cargas pode ser calculado como: 𝑽 = 𝟏 𝟒𝝅𝜺𝟎 ( 𝒒 𝒓𝟏 − 𝒒 𝒓𝟐 ) (6,1) Aplicando a lei dos cossenos: 𝒓𝟐 = 𝒓𝟐 + ( 𝒅 𝟐 ) 𝟐 ± 𝒓𝒅𝒄𝒐𝒔𝜽 = 𝒓𝟐 (𝟏 ± 𝒅 𝒓 𝒄𝒐𝒔𝜽 + 𝒅𝟐 𝟒𝒓𝟐 ) Onde (𝒓 ≫ 𝒅) temos: Figura 6.1 Fonte: Google imagens/ Acesso em: 10/12/2021 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 61 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br 𝟏 𝒓 ≅ 𝟏 𝒓 (𝟏 ± 𝒅 𝒓 𝒄𝒐𝒔𝜽) −𝟏 𝟐 ≅ 𝟏 𝒓 (𝟏 ± 𝒅 𝟐𝒓 𝒄𝒐𝒔𝜽) Assim: 𝟏 𝒓𝟏 − 𝟏 𝒓𝟐 ≅ 𝒅 𝒓𝟐 𝒄𝒐𝒔𝜽 Logo o potencial elétrico gerado por um dipolo elétrico pode ser calculado pela equa- ção 6.2 𝑽 = 𝟏 𝟒𝝅𝜺𝟎 𝒒𝒅 𝒓𝟐 𝒄𝒐𝒔𝜽 ( 6.2) Como sabemos, 𝒒 = ∫𝝆𝒅𝒗 e 𝒅 = 𝒓𝒄𝒐𝒔𝜽 𝑽𝒅𝒊𝒑 = 𝟏 𝟒𝝅𝜺𝟎 𝟏 𝒓𝟐 ∫𝒓𝒄𝒐𝒔𝜽𝝆𝒅𝒗 Igualando 𝒓𝒄𝒐𝒔𝜽 como o produto escalar �̂�. �⃗� teremos: 𝒓𝒄𝒐𝒔𝜽 = �̂�. �⃗� Temos: 𝑽𝒅𝒊𝒑 = 𝟏 𝟒𝝅𝜺𝟎 𝟏 𝒓𝟐 �̂�. ∫ �⃗� 𝝆𝒅𝒗 Determinando o momento de dipolo para uma distribuição continua de cargas como: �⃗⃗� ≡ ∫ �⃗� 𝝆𝒅𝒗 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 62 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br (Momento do dipolo elétrico é a medida da polaridade de um sistema de cargas elétricas. O momento do dipolo elétrico para uma distribuição discreta de cargas pon- tuais é simplesmente a soma vetorial dos produtos da carga pela posição vetorial de cada carga). O potencial do dipolo elétrico pode ser calculado em função do momento de dipolo através da equação 6.3 𝑽𝒅𝒊𝒑 = 𝟏 𝟒𝝅𝜺𝟎 �⃗⃗� .�̂� 𝒓𝟐 ( 6,3) Para nós, o que interessa é o cálculo do campo elétrico produzido pelo dipolo elétrico. Assim para calcular o campo elétrico dessa distribuição de carga, basta calcular o gradiente do potencial, Assim: �⃗⃗� 𝒅𝒊𝒑 = 𝟏 𝟒𝝅𝜺𝟎 𝟏 𝒓𝟑 [𝟑(�⃗⃗� . �̂�)�̂� − �⃗⃗� ] (6.4) 6.2 POLARIZAÇÃO A matéria existe na natureza em diferentes arranjos moleculares. Dependendo da associação, a matéria pode ser encontrada nos estados sólido, liquido ou gasoso. Dependendo do tipo de átomos que a constituem, a matéria pode ser um condutor ou um dielétrico (isolante). Nesta seção iremos estudar o comportamento das substâncias com caracterís- ticas dielétricas e como essas substâncias respondem a ação de um campo elétrico esterno. Nos dielétricos a nuvem eletrônica se encontra fortemente ligada ao núcleo atômico, esse fato não impede que essa seja influenciada por um campo externo apli- cado. A maioria das substancias encontrada na natureza são eletricamente neutras ou são constituídas de moléculas não polares, logo o campo elétrico produzido por essas substancia é nulo. Porem se estas substancias forem colocadas em uma região https://pt.wikipedia.org/wiki/Polaridade https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Carga_pontual&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Carga_pontual&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Soma_vetorial CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 63 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br onde exista um campo elétrico, os átomos ou moléculas que constituem essa matéria sofre o fenômeno de polarização. A polarização consiste no fenômeno de separação das cargas elétricas dos átomos e moléculas de cada corpo devido a ação de um campo elétrico externo. • Em átomos individuais, o campo elétrico desloca a nuvem eletrônica na direção oposta do campo elétrico externo. se esse for gerado por uma configuração de cargas positivas, gerando uma série de dipolos elétricos individuais. A figura 6.2 mostra a superposição de imagens de um átomo polarizado. • Em moléculas formadas pela junção de átomos diferentes o campo elétrico ex- terno causa a rotação da molécula alinhando a molécula mais ou menos na direção do campo externo e nesse caso também gerando uma série de dipolos. A figura 6.3 mostra o arranjo de uma molécula de água. Figura 6.2 Fonte: Google imagens/ Acesso em: 10/12/2021 Figura 6.3 Fonte: Google imagens/ Acesso em: 10/12/2021 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 64 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br Como sabemos o campo esterno causa um torque sobre a molécula fazendo o momento de dipolo apontar na direção do campo. Neste caso o campo externo gera uma força de origem elétrica que tende a atrair a carga negativa e repelir a carga positiva o que provoca a rotação da molécula. O tor- que pode ser calculado como: �⃗⃗� = (𝑟 +𝑋𝐹 +) + (𝑟 −𝑋𝐹 −) �⃗⃗� = ( 𝑑 2 𝑋𝑞�⃗� ) + ( −𝑑⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ 2 𝑋 − 𝑞�⃗� ) = 𝑞𝑑 𝑋�⃗� Como 𝑞𝑑 é o momento de dipolo da molécula, temos: �⃗⃗� = 𝑝 𝑋�⃗� (6.4) 6.2.1 Dipolos induzidos Como nos vimos na seção 6.2 um material dielétrico quando influenciado por um campo elétrico, fica polarizado. Neste caso não importa mais a forma como a po- larização ocorre. O que interessa é simplesmente a série de dipolos induzidos gerado. Como cada material responde de forma particular a influência do campo esterno cada material polariza de um modo particular. Assim podemos dizer que a Polarização é Figura 6.3 Fonte: Google imagens/ Acesso em: 10/12/2021 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 65 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br proporcional ao campo esterno aplicado e a constante de proporcionalidade é especi- fica para cada material logo: 𝑝 = 𝛼�⃗� Onde, 𝑝 é a polarização, 𝛼 é a polarizabilidade e �⃗� é o campo elétrico externo. Como a matéria é formado por uma série de dipolos induzidos vamos definir a polari- zação como sendo o momento de dipolo por unidade de volume e pode ser calculado usando a equação 6.3. �⃗� = 𝑑𝑝 𝑑𝑣 Onde �⃗� é a polarização e 𝑝 é o momento de dipolo da substancia. 6.3 CAMPO ELÉTRICO GERADO POR MATERIAL POLARIZADO Suponha que temos um objeto polarizado,ou seja um corpo que contém uma porção de dipolos microscópicos alinhados e que conheçamos a sua polarização. Nesse caso qual seria o campo elétrico produzido por esse corpo? É claro que pode- mos calcular o campo gerado por cada dipolo do objeto e depois fazer a integral de todas as contribuições como fazemos de costume. porém a tarefa fica mais fácil se calcularmos o potencial elétrico gerado pelo material primeiro. Para um único dipolo o potencial elétrico é determinado pela equação 6.3. 𝑽𝒅𝒊𝒑 = 𝟏 𝟒𝝅𝜺𝟎 �⃗⃗� .�̂� 𝒓𝟐 , agora fazendo: 𝑝 = ∫ �⃗� 𝑑𝑣 Se conhecermos a polarização do objeto o potencial gerado pode ser calculado pela equação 6.5 V = 𝟏 𝟒𝛑𝛆𝟎 ∫ r̂.�⃗� 𝐫𝟐v 𝑑𝑣 (6.5) CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 66 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br Resolvendo essa integral usando o método de integração por partes e fazendo as substituições corretas temos: 𝑉 = 1 4𝜋𝜀0 [∫ ∇⃗⃗ . 𝑑𝑣 − ∫ 1 𝑟 𝑣𝑣 (∇⃗⃗ . �⃗� )𝑑𝑣] Aplicando o teorema do divergente. 𝑉 = 1 4𝜋𝜀0 ∮ 1 𝑟 𝑆 �⃗� . 𝑑𝑎 − 1 4𝜋𝜀0 ∫ 1 𝑟 (∇⃗⃗ . �⃗� )𝑑𝑣 𝑣 O primeiro termo da equação parece com a distribuição superficial de cargas e o se- gundo com a distribuição volumétrica de cargas, logo: 𝜎𝑃 = �⃗� . �̂� e 𝜌𝑃 = −∇⃗⃗ . �⃗� Aqui 𝑛 é um vetor unitário normal a superfície de integração. O que permite escrever a equação 6.6 𝑉 = 1 4𝜋𝜀0 ∮ 𝜎𝑃 𝑟𝑆 𝑑𝑎 − 1 4𝜋𝜀0 ∫ 𝜌𝑃 𝑟 𝑑𝑣 𝑣 (6.6) Exemplo 6.1 Encontre o potencial elétrico gerado por uma esfera de raio R uniformemente polari- zada. Resolução: Começamos por determinar a direção de polarização, nesse caso vamos escolher a direção do eixo z para coincidir com a direção do campo elétrico que criou a polariza- ção e consequentemente a direção de polarização. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 67 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br Como a esfera polariza de forma uniforme a densi- dade de carga ligada ao volume devido a polariza- ção é zero, logo o potencial é somente devido as cargas induzidas na superfície. Assim o esboço do campo elétrico produzido pode ser observado como na figura. Assim o penitencial elétrico pode ser determinado por: 𝑉 = 1 4𝜋𝜀0 ∮ 𝜎𝑃 𝑟 𝑆 𝑑𝑎 Calculando as cargas de polarização na superfície temos: 𝜎𝑃 = �⃗� . �̂� = 𝑃𝑐𝑜𝑠𝜃 Assim temos: 𝑉 = 𝑃𝑅3 3𝜀0𝑟2 𝑐𝑜𝑠𝜃, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟 ≥ 𝑅 𝑉 = 𝑃 3𝜀0 𝑟𝑐𝑜𝑠𝜃 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟 < 𝑅 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 68 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br 6.4 DESLOCAMENTO ELÉTRICO Como já estudamos o efeito da polarização é produzir acúmulos de cargas li- gadas a estrutura do material. O campo elétrico devido a polarização é apenas o campo gerado por essas cargas. Portanto o campo resultante em um ponto qualquer no espaço é a soma vetorial do campo externo que gerou a polarização com o campo gerado pelas cargas ligadas (cargas de polarização). Assim a densidade de cargas que geram o campo é a soma das cargas livres que geram o campo externo com as cargas ligas e pode ser expressa como: 𝜌 = 𝜌𝑃 + 𝜌𝑙 A lei de Gauss nos diz que: ∇⃗⃗ . �⃗� = 𝜌 𝜀0 Porém devido a densidade de carga total teremos: ∇⃗⃗ . �⃗� = 𝜌𝑃 + 𝜌𝑙 𝜀0 Como a densidade de carga é o divergente da polarização 𝜌𝑃 = −∇⃗⃗ . �⃗� , temos: 𝜀0∇⃗⃗ . �⃗� = −∇⃗⃗ . �⃗� + 𝜌𝑙 𝜀0∇⃗⃗ . �⃗� + ∇⃗⃗ . �⃗� = 𝜌𝑙 Agora combinando os dois termos de divergente temos: ∇⃗⃗ . (𝜀0 �⃗� + �⃗� ) = 𝜌𝑙 O termo entre parênteses é definido como sendo o deslocamento elétrico: �⃗⃗� = 𝜀0 �⃗� + �⃗� Em função do deslocamento elétrico a lei de Gauss pode ser escrita como a equação 6.7 ∇⃗⃗ . �⃗⃗� = 𝜌𝑙 ( 6.7) Ou na forma integral como na equação 6.8 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 69 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br ∮ �⃗⃗� . 𝑑𝑎 = 𝑄 𝑙 𝑒𝑛𝑐 (6.8) Onde 𝑄 𝑙 𝑒𝑛𝑐 é a carga livre encerrada pela superfície gaussiana. A equação 6.8 é muito útil na solução de problemas envolvendo cargas induzidas visto que em uma situação de laboratório a única grandeza que conseguimos manipular são as cargas livres que geram o campo elétrico. Exemplo 6.2 Um longo fio reto com densidade de carga uniforme λ está cercado por um isolamento de borracha até o raio a como mostra a figura. Calcule o deslocamento elétrico gerado pelas cargas livres do material. Resolução: Comece desenhado uma superfície gaussiana de raio s e comprimento l que encerre uma parte do fio e dentro do material de borracha, em seguida aplique a equação 6.8; ∮ �⃗⃗� . 𝑑𝑎 = 𝑄 𝑙 𝑒𝑛𝑐 ∮ 𝐷𝑑𝑎 = ∫ 𝜆𝑑𝑙 𝑙 𝑜 2𝜋𝑠𝑙 0 𝐷2𝜋𝑠𝑙 = 𝜆𝑙 𝐷 = 𝜆 2𝜋𝑠 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 70 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br 6.5 DIELÉTRICOS LINEARES A polarização de um dielétrico normalmente resulta de um campo elétrico que alinha os dipolos atômicos ou moleculares. Para muitas substancias a polarização é proporcional ao campo, desde que esse não seja forte a ponto de romper a estrutura. �⃗� = 𝜀0𝑥𝑒�⃗� A constante de proporcionalidade 𝑥𝑒 é chamada de suscetibilidade elétrica do meio. O valor de 𝑥𝑒 depende da estrutura microscópica da substância. Nos meios lineares temos: �⃗⃗� = 𝜀0 �⃗� + �⃗� �⃗⃗� = 𝜀0 �⃗� + 𝜀0𝑥𝑒�⃗� �⃗⃗� = 𝜀0(1 + 𝑥𝑒) �⃗� Dessa forma o deslocamento elétrico pode ser escrito como a equação 6.9 �⃗⃗� = 𝜀�⃗� Com: 𝜀 ≡ 𝜀0(1 + 𝑥𝑒) A constante 𝜀 é chamada de permissividade elétrica do material. No vácuo onde não existe material para ser polarizado permissividade é o 𝜀0 que é a permissividade elé- trica no vácuo. Exemplo 6.3 Uma esfera de raio a tem uma carga Q, e está cercada, até o raio b por um material dielétrico linear de permissividade, encontre o potencial no centro da esfera tomando o infinito como referência. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 71 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br Resolução: Para determinar o potencial elétrico primeiro precisamos conhecer o campo elétrico dentro e fora da esfera que contém as cargas livres, então vamos começar calculando o deslocamento elétrico e em seguida o campo elétrico. ∮ 𝐷𝑑𝑎 = 𝑄 4𝜋𝑟² 0 𝐷 = 𝑄 4𝜋𝑟² No interior da esfera de metal a polarização,o campo elétrico e o deslocamento elé- trico são nulos, logo: �⃗⃗� = 𝜀�⃗� 𝜀�⃗� = 𝑄 4𝜋𝑟² �⃗� = 𝑄 4𝜋𝜀𝑟² Para pontos dentro do material de borracha e �⃗⃗� = 𝜀0�⃗� 𝜀0�⃗� = 𝑄 4𝜋𝑟² CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 72 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br �⃗� = 𝑄 4𝜋𝜀0𝑟² Para pontos onde não exista material para ser polarizado, portanto o potencial no cen- tro da esfera de metal será: 𝑉 = −∫ �⃗� . 𝑑𝑙 0 ∞ 𝑉 = ∫ 𝑄 4𝜋𝜀0𝜀𝑟² 𝑑𝑟 − ∫ 𝑄 4𝜋𝜀𝑟² 𝑑𝑟 − ∫ 0𝑑𝑟 0 𝑎 𝑎 𝑏 𝑏 ∞ 𝑉 = 𝑄 4𝜋 ( 1 𝜀0𝑏 + 1 𝜀𝑎 − 1 𝜀𝑏 ) Exercícios 1) Uma esfera de raio 𝑅 apresenta uma polarização �⃗� = 𝑘𝑟 . Encontre o campo elétrico dentro e fora da esfera. 2) Um cilindro muito longo, de raio a, tem polarização uniforme perpendicular ao seu eixo. Encontre o campo elétrico dentro do cilindro. 3) O campo elétrico no interior de um pedaço grande de material dielétrico é �⃗� 0 de modo que �⃗� 0 = 𝜀0�⃗� 0 + �⃗� . a) Uma pequena cavidade esférica é escavada nesse material, encontre o campo no centro da cavidade em termos �⃗� 0 e 𝑃⃗⃗ ⃗. b) Faça o mesmo para uma cavidade no formato de uma agulha, orientada paralela 𝑎 �⃗� . CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: ELETROMAGNETISMO I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 73 Professor: MSc Robson da Silva – robsonfisica75@bol.com.br Respostas: 1) 𝐸 = − 𝑘 𝜀0 dentro da esfera 𝐸 = 0 fora da esfera 2) 𝐸 = − 𝜌𝑑 2𝜀0 3) a) �⃗� = �⃗� 0 + 1 3𝜀0 �⃗� b) �⃗� = �⃗� 0 Referências: TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros: Eletricidade e Mag- netismo, Óptica. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 556 p. v. 2. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física: Eletro- magnetismo. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 388 p. v. 3. YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física III: Eletromagnetismo. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2016. 448 p. v. 3. RAMALHO JÚNIOR, Francisco; FERRARO, Nicolau Gilberto; SOARES, Paulo Antônio de Toledo. Os Fundamentos da Física: Eletricidade Introdução à Física Moderna Análise Di- mensional. 9. ed. São Paulo: Moderna, 2013. 520 p. v. 3. MACEDO, Annita. Eletromagnetismo. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. 638 p. NUSSENZVEIG, Herch Moysés. Curso de Física Básica: Eletromagnetismo. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2015. 295 p. v. 3. KNIGHT, Randall D. Física: Uma abordagem estratégica. 2. ed. Rio de Janeiro: Bookman, 2009. 400 p. v. 3. JEWETT JUNIOR, Jonh W.; SERWAY, Raymond A. Física para Cientistas e Engenheiros: Eletricidade e Magnetismo. 8. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. 331 p. v. 3.
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