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1 Kathlyn Póvoa É um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. É necessário conhecer a cultura e o contexto em que o indivíduo está inserido para que se faça o parâmetro. É um transtorno difuso e inflexível, ou seja, ele não se adapta, não se muda. Começa na adolescência ou início da fase adulta É estável ao longo do tempo Leva a sofrimento/prejuízo dela/dele ou de terceiros Traços de personalidade - São coisas que podem ser modificadas, adaptadas e que não causam sofrimento ou prejuízo significativo. Diagnóstico Não existe exame complementar específico Para identificar, é necessário realizar uma boa anamnese, que avalie os padrões de comportamento a longo prazo do indivíduo. Tentar diferenciar também de características que surgem após algum estressor (depressão, relacionamento abusivo, intoxicação por substâncias). Tentar avaliar se há estabilidade dos traços de personalidade ao longo do tempo nas mais diversas situações, com entrevistas individuais e com a família. Ou seja, o diagnóstico baseia-se fundamentalmente na curva de vida. Critérios para diagnóstico - Excluir outras causas possíveis dos sintomas (Ex. Uso e abuso de substâncias psicoativas) - Pacientes <18 anos de idade desde que apresente padrão persistente por pelo menos 1 ano. - Obs: Transtorno de personalidade antissocial não pode ser diagnosticado em pacientes menores de 18 anos Para o diagnóstico de um transtorno de personalidade deve haver: ▪ Um padrão inflexível, persistente e generalizado dos traços mal-adaptativos em ao menos duas dessas categorias ▪ Sofrimento significativo ou funcionamento prejudicado (pelo padrão mal-adaptativo ▪ Estabilidade relativa e início precoce (adolescência ou início da idade adulta) Distribuição por sexo Masculino- antissocial Feminino- Borderline, histriônica e dependente Classificação segundo o DSM-V Grupo A (Estranho ou excêntrico) Paranoide: ▪ Desconfiança, preocupação e interpretações erradas ▪ Suspeita sem embasamento suficiente de estar sendo explorado, maltratado ou enganado por outros. ▪ Muito desconfiado, duvida da lealdade ou confiabilidade de amigos ou sócios 2 Kathlyn Póvoa ▪ Reluta em confiar ▪ Enxerga significados ocultos humilhantes ou ameaçadores onde não existe. ▪ Guarda muito rancor ▪ Percebe ataques ao seu caráter que não são percebidos por outros ▪ Suspeitas recorrentes da fidelidade do cônjuge ou parceiro ▪ Raramente aparece sozinho ▪ Normalmente está associado a outras comorbidades, como esquizofrenia, transtornos de ansiedade, alcoolismo, entre outros Esquizoide: ▪ Sozinho, indiferente e distância emocional ▪ Não deseja nem desfruta de relações íntimas ▪ Opta por atividades solitárias ▪ Não tem interesse em experiências sexuais ▪ Não tem amigos próximos ou confidentes ▪ Prazer em poucas atividades ▪ Indiferente a elogios ou criticas ▪ Frieza emocional Esquizotípico: ▪ Ideias e comportamentos excêntricos ▪ Ideias de referências ▪ Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento (sexto sentido, superstições, telepatia, fantasias, etc.) ▪ Experiências perceptivas incomuns (ilusão corporal) ▪ Pensamento e discurso estranho ▪ Desconfiança ou ideação paranoide ▪ Afeto constrito ou inadequado ▪ Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou peculiar ▪ Ausência de amigos próximos ou confidentes ▪ Ansiedade social excessiva, associada a temores paranoides ▪ No transtorno de personalidade esquizotípico, além das características do esquizoide, há a presença de sintomas quase psicóticos Critério de exclusão: GRUPO A - Se a pessoa tem diagnóstico de transtorno psicótico, não deve ser diagnosticada com transtorno de personalidade - Quando o transtorno de personalidade antecede um transtorno mental persistente (esquizofrenia), o transtorno de personalidade deve também ser registrado como “pré-morbido”. Grupo B (Dramáticos, emotivos ou erráticos) Antissocial: ▪ Desrespeito às regras, não aprende com punição, sedutores ▪ Não consegue se ajustar às normas sociais relacionados a comportamento legais (cometem mais crimes) ▪ Falsidade, mentiras repetidas, uso de nomes falsos ou trapaça ▪ Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro ▪ Irritabilidade e agressividade ▪ Descaso pela segurança de si ou outros ▪ Irresponsabilidade 3 Kathlyn Póvoa ▪ Ausência de remorso ▪ Não é sinônimo de assassino ou serial killer, podem viver uma vida normal onde o transtorno não eclodiu, e ela vive com traços da personalidade ▪ Diagnóstico após os 18 anos. Normalmente apresentam evidência de conduta desde os 15 anos, mas costumam melhorar com a idade (após os 50). Borderline: ▪ Sensação de vazio, instável, automutilação/tentativa de suicídio, abuso de substancias ▪ Esforços desesperados para evitar abandono (real ou imaginado) ▪ Relacionamento interpessoal instável e intenso (alternância entre idealização e desvalorização) ▪ Perturbação da identidade, com alteração da auto imagem ▪ Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (gastos, sexo, abuso de substancia, direção irresponsável, compulsão alimentar) ▪ Recorrência de comportamento suicida ou auto mutilante ▪ Reatividade de humor acentuada, causando instabilidade afetiva ▪ Sentimento crônico de vazio (o que induz comportamentos mutilantes) ▪ Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la ▪ Ideação paranoide transitória (dura algumas horas). ▪ Pode melhorar com a idade Histriônico: ▪ Teatralidade, busca por atenção e histórias fantásticas ▪ Desconforto em situações em que ela não é o centro das atenções ▪ Interação com os outros é frequentemente caracterizada por comportamento sexual inadequado ou provocativo ▪ Mudança rápida de expressão de emoções (teatral) ▪ Usa a aparência física para atrair a atenção para si (sempre maquiado, roupas justas e decotadas) ▪ Discurso excessivamente impressionista e carente de detalhes ▪ Auto dramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções ▪ Sugestionável (facilmente influenciada pelos outros ou circunstâncias) ▪ Considera as relações pessoais mais íntimas do que realmente são Narcisismo: ▪ Autoestima desregulada, frágil subjacente e grandiosidade aparente ▪ Tem uma sensação grandiosa da própria importância ▪ Preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal ▪ Acredita ser “especial” e único ▪ Demanda admiração excessiva ▪ Sentimento de possuir direitos (tratamento especial) ▪ Explorador em relações interpessoais (tirar vantagem do outro em seu favor) ▪ Não tem empatia ▪ Invejoso e acredita que os outros o invejam ▪ Arrogante e/ou insolente Grupo C (Ansioso ou apreensivo/medroso) Esquivo/evitativo: ▪ Se ofende fácil, muito criterioso nos relacionamentos, tensão social e insegurança. ▪ Evita atividades que envolvam contato interpessoal por medo de crítica ou rejeição ▪ Não se dispõe a se envolver com pessoas a menos que tenha certeza que será recebido de forma positiva ▪ Reservado em relacionamentos íntimos por medo de passar vergonha 4 Kathlyn Póvoa ▪ Preocupado com críticas ou rejeição ▪ Inibe-se em situações interpessoais novas ▪ Se vê como incapaz, sem atrativos ▪ Reluta em assumir riscos pessoais ou se envolver em novas atividades pela chance de ser constrangedoras Dependente: ▪ Não toma decisões sozinho, submisso, se ofende fácil, medo de abandono ▪ Dificuldade em tomar decisões cotidianas sem quantidade excessiva de conselhos ▪ Precisa que outros assumam responsabilidade pela maior parte das principais áreas da sua vida ▪ Dificuldade em manifestar desacordo com outros devido a medo de perder apoio ou aprovação ▪ Apresenta dificuldade em iniciar projetosou fazer coisas por conta própria ▪ Extremos para obter carinho e apoio dos outros (se voluntaria a fazer coisas desagradáveis) ▪ Sente-se desconfortável ou desamparado quando sozinho devido a temores exagerados de ser incapaz de cuidar de si mesmo ▪ Busca com urgência outro relacionamento logo após um término ▪ Preocupações irreais com medo de ser abandonado Obsessivo-compulsivo/Anancástico: ▪ Perfeccionismo, rigidez, devoção ao trabalho e inflexível ▪ Tão preocupada com detalhes, regras, listas ordem, organização ou horário a ponto de o objetivo principal da atividade ser perdido ▪ Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas ▪ Excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade em detrimento de atividades de lazer e amizades (Muito rígida) ▪ Muito moral, e correto e inflexível quanto a isso ▪ Incapaz de descartar objetos usados ou sem valor sentimental ▪ Reluta em delegar funções ou trabalhar com outras pessoas que não se submetam a sua forma exata de trabalhar ▪ Estilo miserável de gastos; acumula dinheiro ▪ Rígido e teimoso ▪ Os sintomas podem diminuir em um período curto de tempo, como 1 ano. ➔ TOC: obsessões/pensamentos e compulsões que neutralizam o pensamento Tratamento: Possibilidades de tratamentos viáveis e efetivos e principalmente diminuir o estigma Engajar o paciente → Primeira linha é a psicoterapia Medicamento somente quando apresentam alguma comorbidade psiquiátrica ou para diminuir impulsividade
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