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DOENÇA DE NEWCASTLE

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DOENÇA DE NEWCASTLE
● AGENTE ETIOLÓGICO:
○ VÍRUS: Paramyxovirus Aviário Tipo 1 (APMV-1)
○ vírus envelopado, expressando glicoproteínas de membrana:
■ Complexo HN: função de hemaglutinação + neuraminidase
■ Glicoproteína F: efeito citopático→ faz a fusão a membrana plasmática celular + introduz o RNA
■ ↓RESISTÊNCIA:
● sensível à luz solar, altas temperaturas, pHs extremos, agentes químicos
● sobrevivem na penugem dos animais e entre umidade/matéria orgânica dos aviários
○ zoonótico:
■ infecta aves, répteis e mamíferos
■ em humanos causa conjuntivite não-letal
○ APMV-1 CLASSIFICADOS EM 5 PATOTIPOS: de acordo com a sintomatologia clínica que causam em aves
PATOTIPO SINAIS CLÍNICOS
VELOGÊNICO
VISCEROTRÓPICO
● ↑taxas de mortalidade entre as aves acometidas
● sintomatologia e óbito ocorrem de forma muito rápida e até mesmo
abrupta (“morte repentina”)
● SINAIS CLÍNICOS: edema ao redor dos olhos, conjuntivite, estertores
e sinais respiratórios gerais
VELOGÊNICO
NEUROTRÓPICO
● ↑taxas de mortalidade entre as aves acometidas
● sintomatologia e óbito ocorrem de forma muito rápida e até mesmo
abrupta (“morte repentina”)
● SINAIS CLÍNICOS: edema ao redor dos olhos, conjuntivite +
acometimento nervoso (ataxia, torcicolo, paralisia de membros)
MESOGÊNICO
● ↓taxa de mortalidade (se ocorrer óbito, tende a ser entre animais
jovens acometidos)
● sintomatologia mais branda (patogenicidade intermediária!)
● dificilmente causa sintomatologia nervosa
LENTOGÊNICO
ou VACINAL
● NÃO CAUSA A DOENÇA EM AVES ADULTAS/MADURAS
● sintomatologia branda e apenas em animais jovens!
ENTÉRICO
ASSINTOMÁTICO
● NÃO CAUSA DOENÇA/SINTOMATOLOGIA EM NENHUMA AVE
● EPIDEMIOLOGIA:
○ TRANSMISSÃO: aerossóis (transmissão direta), por fômites contaminados como alimentos e fezes
(transmissão indireta) ou por roedores/insetos (veículos)
○ INCUBAÇÃO: 2 - 6 dias
○ MORTALIDADE: até 100% em 72h pelas cepas mais patogênicas (OBS: perdizes não são tão afetados!)
○ SINAIS CLÍNICOS MAIS COMUNS: inespecíficos...
■ apatia à depressão
■ anorexia, diarréia
■ redução da produção de ovos
■ respiratórios→ conjuntivite, rinite, estertores, descargas nasal e ocular
■ nervosos→ ataxia, paralisia de membros, convulsões
● DIAGNÓSTICO:
○ NECROPSIA: sem lesões patognomônicas⇒ avaliação clínica levanta a suspeita
■ EDEMA SUPERIOR em região de cabeça, pescoço e início de tórax
■ HEMORRAGIAS disseminadas: laringe, traquéia, coração, folículos, intestinos, etc
■ TURVAÇÃO EM SACOS AÉREOS
■ PERITONITE
○ LABORATORIAL: únicos que fecham diagnóstico
■ COLETA DO MATERIAL e ARMAZENAMENTO:
● swab oronasal/visceral em aves mortas
● swab traqueal/cloacal ou fezes frescas de aves vivas
● coletar cada material em frascos separados (por sistema) ⇒ NO MÍNIMO: separar material de
sistema digestório dos demais devido à risco de contaminação
● acrescentar ANTIBIÓTICOS nos meios de coleta
● nos meios de coleta usados para material de digestório usar dose 4x maior de ANTIBIÓTICOS
● processamento em até 4 dias: manter em temperatura de geladeira (3 - 4℃)
● processamento >4 dias: manter em temperatura de congelamento (-20℃)
■ PROCESSAMENTO: no Brasil é realizado por apenas 1 laboratório!
● consiste em uma avaliação por exclusão…
● isolamento viral→ inoculação→ incubação→ diferenciação dos patotipos
● PROCESSO:
1. macerar o material coletado junto ao PBS (Tampão Fosfato-Salino ou “Phosphate Buffered
Saline”) + ANTIBIÓTICO + ANTIFÚNGICO
2. centrifugar e extrair o RNA viral para realizar RT-PCR
3. se no RT-PCR confirmar o isolamento viral:
● inocular o material em cavidade alantóide de ovos SPF (specific pathogen free)
● incubar os ovos embrionados e inoculados
● adicionar antibiótico para evitar contaminação bacteriana e não confundir os resultados
● observar a ocorrência de HEMAGLUTINAÇÃO (ação da proteína de membrana do APMV)
➔ se ausente, repetir a inoculação 3x para confirmar que não é falso negativo
➔ se presente, partir para a confirmação do tipo de APMV/diferenciação
4. Anti-soro específico APMV-1: teste de inibição de hemaglutinação específica no Líquido
Alantóide infectado
5. confirmado o APMV-1, determinar o ÍNDICE DE PATOGENICIDADE (IP):
● IPIC (IP Intracerebral): inoculação o líquido alantoide infectante no cérebro de pintinhos
SPF com 1 dia de idade ⇒ determinar o escore dos pintinhos diariamente (0 a 2) e
realizar a média dos valores obtidos no dia 8
➔ escore 0: saudável
➔ escore 1: doente MÉDIA > 0,7: confirmação de Doença de Newcastle
➔ escore 2: morto
● IPIV (IP Intravenoso): inoculação o líquido alantoide infectante IV em frangos SPF com 6
semanas de idade ⇒ determinar o escore das aves diariamente (0 a 3) e realizar a média
dos valores obtidos no dia 10
➔ escore 0: saudável
➔ escore 1: doente MÉDIA ≃ 0: patotipo lentogênico ou mesogênico
➔ escore 2: paralítica MÉDIA ≃ 3: patotipo velogênico
➔ escore 3: morta
● TMME (Tempo Médio de Morte Embrionária): inoculação em ovos embrionados SPF com
9 - 11 dias de incubação p/ verificar dose letal mínima
➔ <60h : patotipo velogênico
➔ 60 - 90h : patotipo mesogênico
➔ >90h : patotipo lentogênico
● PREVENÇÃO:
○ BIOSSEGURIDADE DAS GRANJAS:
■ conhecer a origem e testar as aves recém introduzidas na granja;
■ escolher corretamente a localização da granja (evitar contato com aves de criação informal);
■ funcionários devem realizar higiene pessoal antes e durante toda a rotina;
■ limpeza minuciosa de dejetos;
■ monitoria epidemiológica;
■ realizar sistema “all in - all out”
○ VACINAÇÃO EM FOCOS ENDÊMICOS:
■ Vacina Viva (pode causar mais reações vacinais...)
■ Vacina Vetorizada (Doença de Newcastle + Doença da Maré): usa-se um HVT modificado que
expressa, também, a glicoproteína F do APMV-1 gerando ampla proteção contra essas 2 doenças!
● CONTROLE:
○ PLANO DE CONTINGÊNCIA:
■ ÁREA DE FOCO (AF): localização focal com o diagnóstico
● notificação compulsória após confirmação
● sacrifício imediato de todas as aves no local
● descarte dos cadáveres em covas profundas com cal
● limpeza e desinfecção do aviário
● sinalização do ocorrido para as ZP e ZV
● uso de AVES SENTINELAS SPF: introdução de aves
sadias nos aviários confirmados com a doença após
feito todo o protocolo de abate e desinfecção para
avaliar a permanência do vírus no local!
■ ZONA DE PROTEÇÃO (ZP): raio de 3Km da AF
● visita de todas as propriedades contidas na ZP para
coleta de amostras de material das aves
● limpeza e desinfecção dos aviários
● controle da movimentação de pessoas e materiais
● proibição da movimentação de animais/alimentos usados na produção
■ ZONA DE VIGILÂNCIA (ZV): raio de 10km da AF
● investigação de todos os aviários contidos na ZV
● inspeção de todos os materiais circulantes na ZV que sejam usados nas produções
● controle da movimentação geral (pessoas, materiais, animais, alimentos)

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