Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Assistência de enfermagem nos períodos clínicos do parto Profa. Nathalia Ruder Borçari Profa. Thaís Morengue Boyamian OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM •Conhecer os períodos clínicos do parto vaginal (normal) •Conhecer os tipos de parto: normal, cesárea e fórceps •Discutir sobre humanização da assistência de enfermagem nos diferentes tipos de parto Períodos Clínicos do Parto O processo de parto é dividido em quatro períodos clínicos: 1. Dilatação 2. Expulsão 3. Dequitação ou secundamento 4. Período de Greenberg Sinais que precedem o trabalho de parto Pródomos ✓ Contrações de Braxton-Hicks mais intensas (1 ou 2 em 10min) ✓ Contrações irregulares, indolores e curtas ✓ Contrações não produzem modificações efetivas no colo ✓ É comum a perda do tampão mucoso ✓ Dor lombar persistente e desconforto perineal PRIMEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO ◦DILATAÇÃO 1º Período - DILATAÇÃO O período de dilatação (primeiro estágio), inicia-se com as contrações uterinas regulares que induzem modificações plásticas do colo uterino, até a sua completa dilatação. As mudanças na cérvice observadas são: ✓ Apagamento ou esvaecimento do colo uterino: consiste no afinamento da cérvice. O esvaecimento pode ser expresso pelas palavras fino, médio e grosso ou ainda por porcentagem; ✓ Dilatação da cérvice: corresponde ao processo de abertura do colo uterino. A dilatação do colo é expressa em centímetros. 1º Período - DILATAÇÃO Apagamento ou esvaecimento do colo uterino Dilatação da cérvice As contrações uterinas induzem o encurtamento do útero e impulsionam o feto contra o colo uterino promovendo o processo de dilatação e esvaecimento. 1º Período - DILATAÇÃO Pode-se dividir o primeiro período clínico do parto em duas fases: latente e ativa. FASE LATENTE ✓ Duração variável, se caracteriza pela lenta dilatação do colo uterino, até os 3cm. Pode durar aproximadamente 8h ✓ A atividade uterina torna-se mais coordenada e intensa (3 contrações em 10min), mas sem provocar significativas modificações na dilatação cervical e na queixa dolorosa ✓ Nas primigestas ocorre primeiro o esvaecimento, seguindo-se a dilatação, enquanto que nas multíparas os dois processos são simultâneos 1º Período - DILATAÇÃO FASE ATIVA ✓ Inicia com 4cm e se encerra com 10cm (considerar internação) ✓ As contrações uterinas tornam-se mais intensas (4 em 10 min). ✓ Duração de em média de 8h em nulíparas e 5h em multíparas. É composta por 3 estágios: 1. Estágio de aceleração – ocorre dilatação mais progressiva 2. Estágio de inclinação máxima – ocorre maior velocidade na dilatação 3. Estágio de desaceleração – coincidente com o final da dilatação. 1º Período - DILATAÇÃO ✓ Esvaecimento do colo uterino: 0 a 100% (grosso, médio e fino); ✓ Dilatação do colo uterino: 0 a 10 cm; ✓ Frequência das contrações: 3 a 4/10 minutos; ✓ Nas primíparas: apagamento seguido de dilatação; ✓ Nas multíparas: apagamento e dilatação concomitantes; ✓ Membranas ovulares: ruptura espontânea no final da dilatação ou início da expulsão. 1º Período - DILATAÇÃO Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 1. Admissão para assistência ao parto ➢ Não está em trabalho de parto ativo (< 4cm de dilatação) ✓ Orientá-la quanto as contrações fora do trabalho de parto ativo ✓ Oferecer apoio individual e alívio da dor se necessário ✓ Encorajar e aconselhar a mulher a permanecer ou retornar para casa, levando em consideração as suas preocupações, a distância entre a sua casa e o local do parto e o risco deste acontecer sem assistência. ➢Está em trabalho de parto ativo (≥ 4 cm de dilatação) Admitir para a assistência 2. Coleta dos exames laboratoriais ➢ Tipagem sanguínea ➢ Teste rápido para HIV/ Sífilis / Hepatite ➢ Todas a sorologias para aquela parturiente que não realizou pré-natal Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 3. Alimentação e hidratação ➢ Oferecer líquidos e alimentos leves: * Tendência à desidratação * Transpiração excessiva * Grande gasto de energia Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 4. Posição materna e deambulação ➢ Estimular a deambulação e adoção de posições verticais: * Ajuda na coordenação das contrações uterinas * Reduz dor * Ajuda na descida do feto * Reduz duração do TP Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 5. Monitoramento Fetal ➢ Ausculta intermitente do BCF a cada 30’ com sonnar ou Pinard: antes, durante e após a contração uterina Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 6. Avaliação das contrações uterinas ➢ Dinâmica Uterina (DU): frequência, intensidade e duração das contrações em 10’ - Deve ser avaliada a cada hora ou quando necessário ➢ A DU é avaliada com a mão do avaliador espalmada, repousada no fundo uterino Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 7. Avaliação da dilatação uterina ➢ A dilatação cérvico-uterina é avaliada no transcorrer do trabalho de parto pelo toque vaginal ➢ Exame vaginal de 4 em 4 horas ou se houver alguma preocupação com o progresso do parto ou em resposta aos desejos da mulher Assistência no 1º Período DILATAÇÃO Avaliação da descida da apresentação Plano de DeLee 8. Amniotomia ➢ Ruptura artificial da bolsa das águas utilizando o amniótomo ➢ É uma técnica utilizada como forma de estimular e regular as contrações uterinas e também quando há suspeita de líquido amniótico meconial ➢ Não deve ser realizada rotineiramente pois aumenta o risco de infecção materno-fetal, compressão do cordão umbilical, desacelerações da BCF e formação da bossa serossanguínea ➢ A amniotomia, quando indicada, deverá ser praticada com cuidado, pelo risco do prolapso de cordão e do descolamento prematuro da placenta Assistência no 1º Período DILATAÇÃO Aspecto do líquido amniótico: Características que indicam a vitalidade do feto (associar com ausculta BCF) ✓ Transparente - prematuridade ✓ Opalescente - pósdatismo ✓ Achocolatado – morte fetal ✓ Sanguinolento – (hemoâmnio) ✓ Esverdeado – mecônio – sofrimento fetal Assistência no 1º Período DILATAÇÃO MECÔNIO ✓ Conteúdo espesso, cor amarelada ou esverdeada que resulta do muco gastrointestinal, lanugo, vérnix caseoso, líquido amniótico e secreção gástrica ✓ Característico de hipoxemia fetal ou indicativo de eliminação fisiológica do mesmo por contrações intestinais em fetos maduros; Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 9. Infusão de Ocitocina ➢ Ação mecânica: contração uterina, ejeção láctea, ejaculação no homem. ➢ Ação comportamental criação de vínculo; relações interpessoais; capacidade de amar. Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 9. Infusão de Ocitocina ➢ A ocitocina atua na membrana celular miometrial 1. Indutor e estimulador das contrações 2. Combate às hemorragias uterinas pós-parto, tanto na prevenção como no controle terapêutico do sangramento, promovendo a contração do útero ➢ A ocitocina sintética corresponde a um dos medicamentos mais usados na assistência obstétrica ➢ O termo ocitócito significa, literalmente, acelerador de parto Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 9. Infusão de Ocitocina ➢ Não deve ser administrada rotineiramente ➢ Sua infusão deve ser realizada em bomba de infusão para controle rigoroso do gotejamento Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 10. Alívio da dor ➢ As técnicas não farmacológicas devem ser privilegiadas durante a assistência ao trabalho de parto, considerando-se como “práticas reconhecidamente úteis e que devem ser estimuladas” ➢ São métodos não farmacológicos de alívio da dor mais utilizados: * Apoio emocional * Deambulação * Massagens * Banhos: imersão e asperção * Controle da respiração * Bola suíça e cavalinho * Musicoterapia * Aromaterapia Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 10. Alívio da dor ➢ Analgesia inalatória O óxido nitroso pode ser oferecido para alívio da dor no trabalho de parto, quando possível e disponível, mas informar às mulheres que elas podem apresentar náusea, tonteiras, vômitos e alteração da memória. https://www.cremeb.org.br/wp-content/uploads/2018/03/Par-Cremeb-03-2018.pdf➢ Analgesia intramuscular e endovenosa Os opióides não devem ser utilizados de rotina pois estes oferecem alívio limitado da dor e apresentam efeitos colaterais significativos para a mulher (náusea, sonolência e tonteira) e para a criança (depressão respiratória ao nascer e sonolência que pode durar vários dias) assim como interferência negativa no aleitamento materno. Assistência no 1º Período DILATAÇÃO https://www.cremeb.org.br/wp-content/uploads/2018/03/Par-Cremeb-03-2018.pdf ➢ Analgesia regional ( raqui e peridural) A analgesia regional deve ser previamente discutida com a gestante antes do parto; A analgesia regional só está disponível no ambiente hospitalar com presença do anestesista; É mais eficaz para alívio da dor que os opióides. A solicitação materna por analgesia de parto compreende indicação suficiente para sua realização, independente da fase do parto e do grau de dilatação. Isto inclui parturientes em fase latente com dor intensa, após esgotados os métodos não farmacológicos. Assistência no 1º Período DILATAÇÃO Assistência no 1º Período DILATAÇÃO 11. Uso do Partograma ➢ O partograma ou gráfico do trabalho de parto é fundamental para avaliação do progresso do trabalho de parto ➢ De acordo com a OMS, o uso do partograma permite: • acompanhar a evolução do trabalho de parto • documentar o trabalho de parto e diagnosticar suas alterações – indicar a tomada de condutas apropriadas para a correção dos desvios, evitando intervenções desnecessárias SEGUNDO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO EXPULSIVO 2º Período - EXPULSIVO O segundo período – expulsivo – inicia-se com a total dilatação da cérvice e termina com o nascimento do feto O segundo período do parto é definido por: ➢ Fase passiva: dilatação total do colo sem sensação de puxo involuntário ou cabeça do feto ainda relativamente alta na pelve ➢ Fase ativa: dilatação total do colo, cabeça do feto visível, contrações de expulsão ou esforço materno ativo ASSISTÊNCIA NO 2º PERÍODO - EXPULSIVO 1. AMBIENTE DE ASSISTÊNCIA E POSIÇÕES ➢ A mulher deve ser incentivada a adotar qualquer outra posição que ela achar mais confortável incluindo as posições de cócoras, lateral ou quatro apoios. Evitar a tradicional posição de litotomia ➢ Não se recomenda a transferência da mulher para outro local durante o período expulsivo 2. PUXOS ➢ Deve-se apoiar a realização de puxos espontâneos no segundo período do trabalho de parto, evitando os puxos dirigidos. ➢ Caso o puxo espontâneo seja ineficaz ou se solicitado pela mulher, deve-se oferecer outras estratégias para auxiliar o nascimento, tais como suporte, mudança de posição, esvaziamento da bexiga e encorajamento. ASSISTÊNCIA NO 2º PERÍODO - EXPULSIVO A MANOBRA DE KRISTELLER NÃO DEVE SER REALIZADA MANOBRA DE KRISTELLER - Pressão no fundo uterino para forçar a saída do bebê = Violência Obstétrica segundo FEBRASGO, MS e OMS - Realizada em cerca de 1/3 das mulheres brasileiras - Riscos: dor abdominal persistente, escoriações abdominais, fratura de costela, lesões perineais, ruptura de baço, fígado e/ou útero, rotura uterina - NÃO deve ser realizada 3. CUIDADOS COM O PERÍNEO ➢ Não realizar episiotomia de rotina durante o parto vaginal espontâneo ➢ Se uma episiotomia for realizada, a sua indicação deve ser justificada, recomendando-se a médio-lateral originando na fúrcula vaginal e direcionada para o lado direito, com um ângulo do eixo vertical entre 45 e 60 graus ➢ Assegurar analgesia efetiva antes da realização de uma episiotomia ASSISTÊNCIA NO 2º PERÍODO - EXPULSIVO 3. CUIDADOS COM O PERÍNEO ➢ Não se recomenda a massagem perineal durante o segundo período do parto. ➢ Recomenda-se técnicas para facilitar o parto espontâneo: ✓ “mãos sobre”: proteger o períneo e flexionar a cabeça fetal ✓ “mãos prontas”: com as mãos sem tocar o períneo e a cabeça fetal, mas preparadas para tal ASSISTÊNCIA NO 2º PERÍODO - EXPULSIVO ❖ As contrações uterinas atingem intensidade e frequência máximas ❖ O tônus uterino eleva-se ❖ O efeito das contrações lança com força a apresentação para o canal do parto ❖ A impulsão do feto pelo canal do parto distende passivamente as fibras musculares da vagina ❖ O feto se insinua pelo canal vaginal ❖ A vulva fica entreaberta, o períneo distendido e o ânus entreaberto até que o feto é expulso (MECANISMO DE PARTO) ASSISTÊNCIA NO 2º PERÍODO: EXPULSIVO - Mecanismo do parto 2º Período – EXPULSIVO – Mecanismo do parto Insinuação: é a passagem da maior circunferência da apresentação fetal por meio do estreito superior da bacia Descida: é a passagem da cabeça fetal do estreito superior da bacia para o estreito inferior Rotação interna: ocorre simultaneamente com a descida fetal Desprendimento da cabeça: ocorre quando a cabeça fetal atinge o assoalho pélvico Rotação externa: é o movimento que a cabeça exteriorizada faz para voltar a posição anterior a rotação interna Desprendimento de ombros e tronco: é o desprendimento do restante do corpo fetal (tronco e membros). 4. CONTATO PELE-A-PELE ENTRE MÃE E RECÉM-NASCIDO ➢ Após o nascimento, colocar o RN, se estiver ativo e reativo, diretamente sobre o abdome ou tórax da mãe, de bruços, com a pele do RN em contato com a pele da mãe ➢ Enquanto a pele da mãe auxilia a regular a temperatura do RN, cobrir as costas do bebê e o abdome e tórax da mãe com um cobertor seco e aquecido, protegendo a cabeça do RN com um gorro ou um pano para evitara perda de calor ➢ Na medida do possível, manter o RN e a mãe nesta posição pelo menos durante a primeira hora de vida, postergando todos os procedimentos de rotina e realizando supervisão frequentemente, a fim de detectar qualquer complicação. ➢ Incentivar e favorecer a amamentação na primeira hora de vida do RN. ASSISTÊNCIA NO 2º PERÍODO - EXPULSIVO 4. CONTATO PELE-A-PELE ENTRE MÃE E RECÉM-NASCIDO: BENEFÍCIOS ➢ Melhora a efetividade da primeira mamada e reduz o tempo de obtenção de sucção efetiva ➢ Regula/mantém a temperatura corporal ➢ Melhora a estabilidade cardiorrespiratória ➢ Melhoram os comportamentos de afeto e vínculo da mãe ➢ Existe associação positiva entre índices de aleitamento materno nos primeiros 4 meses pós-parto e maior duração de amamentação ASSISTÊNCIA NO 2º PERÍODO - EXPULSIVO TERCEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO DEQUITAÇÃO 3º Período - DEQUITAÇÃO ➢ O terceiro período do parto é também chamado decedura, delivramento, secundamento ou dequitação ➢ Inicia-se após a expulsão do feto e termina com a expulsão da placenta e membranas fetais ➢ Presença de sangramento vaginal contínuo em pequena quantidade ➢ O manejo da dequitação pode ser realizado de 2 formas: ativo ou passivo 3º Período - DEQUITAÇÃO O manejo ativo do terceiro período envolve um pacote de intervenções ✓ Uso rotineiro de drogas (ocitocina) ✓ O clampeamentoe secção precoce do cordão umbilical ✓ A tração controlada e contínua do cordão (TCC) O manejo passivo do terceiro período do parto envolve um pacote de cuidados ✓ Sem uso rotineiro de drogas (ocitocina) ✓ Clampeamento do cordão após parar a pulsação ( recomendado se RN estável - SBP) ✓ Expulsão da placenta por esforço materno 3º Período - DEQUITAÇÃO Benefícios do clampeamento tardio do cordão umbilical 1. Melhor estabilidade hemodinâmica 2. Menor necessidade de hemotransfusão 3. Menores taxas de hemorragia 4. Aumento dos níveis de ferritina e Hb 5. Redução da anemia infantil ASSISTÊNCIA NO 3º PERÍODO - DEQUITAÇÃO ✓ O manejo ativo é recomendado na assistência ao terceiro período do parto pois está associado com menor risco de hemorragia e transfusão sanguínea ✓ Logo após o nascimento da criança deve ser administrada no vasto lateral da coxa materna 10UI de ocitocina IM ✓ Após a administração de ocitocina, pinçar e seccionar o cordão - após parar pulsação ✓ Não realizar a secção do cordão antes de 1 minuto após o nascimento (a menos que haja necessidade de manobrasde ressuscitação neonatal) e depois de 5 minutos após o nascimento (para realizar a tração controlada do cordão como parte do manejo ativo) ✓ Durante a contração deve manter tração contínua e controlada (TCC) do cordão umbilical, para reduzir risco de hemorragia pós-parto ✓ Antes da extração da placenta deve-se coletar sangue do cordão umbilical para tipagem sanguínea do feto ASSISTÊNCIA NO 3º PERÍODO - DEQUITAÇÃO QUARTO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO PERÍODO DE GREENBERG 4º Período – PERÍODO DE GREENBERG O período de Greenberg é definido como a primeira hora após a saída da placenta Neste período ocorrem dois fenômenos fisiológicos que promovem a hemostasia uterina: ✓ Trombotamponamento: formação de trombos nos vasos sanguíneos uterinos obstruindo a sua luz, constituindo um hematoma que recobre a ferida placentária ✓ Miotamponamento: ligadura dos vasos uterinos por retração das fibras musculares Assistência no 4º Período PERÍODO DE GREENBERG REVISÃO DA PLACENTA E MEMBRANAS OVULARES - A placenta e membranas fetais deverão ser cuidadosamente examinadas, assegurando-se que estejam completas Atentar-se quanto: • Integridade, forma e aspecto da placenta • Inserção do cordão umbilical • Presença do âmnio e córion • Odor 4º Período – PERÍODO DE GREENBERG Após dequitação o útero involui na altura da cicatriz umbilical tornando-se firme – globo de segurança de Pinard Assistência no 4º Período PERÍODO DE GREENBERG ➢ No quarto período, o profissional deve estar atento ao sangramento vaginal (lóquios), a contratilidade uterina e SSVV ➢ Estimular o aleitamento materno precoce para estimular o vínculo afetivo mãe-filho e reduzir risco de hemorragia ➢ Se risco para hemorragia pós-parto administrar : ✓ ocitocina diluída em soro glicosado ou fisiológico por via EV. • Derivados (Ergonovina ou Ergometrina) exclusivamente por via IM = contraindicados em casos de hipertensão Assistência centrada nas necessidades da mulher e não apenas em procedimentos, normas e rotinas predeterminadas ✓ Valorização da individualidade: subjetividade ✓ Inserção da família como unidade do cuidado ✓ Respeito à cultura: crenças, valores, costumes QUAL O MODELO IDEAL PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À MULHER NO PARTO? ➢ Seguir as normas das Boas Práticas para o Parto Normal, baseadas em evidências: evitar intervenções desnecessárias e medicalizadas. ➢ Valorizar o processo fisiológico do parto ➢ Humanizar a assistência ➢ Prevenir a morbimortalidade materna e perinatal utilizando recursos tecnológicos disponíveis QUAL O MODELO IDEAL PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À MULHER NO PARTO? PRÁTICAS CLARAMENTE PREJUDICIAIS OU INEFICAZES ➢ Enema, tricotomia, dieta zero ➢ Infusão intravenosa de rotina no TP ➢ Utilização de ocitocina e amniotomia indiscriminadamente ➢ Posição supina durante o TP ➢ Estímulo ao puxo prolongado e dirigido no expulsivo ➢ Massagem e distensão do períneo no expulsivo Tipos de parto – Parto Humanizado A MULHER É A PROTAGONISTA • Respeitar a mulher, a pessoa como um ser com especificidades • É não aplicar métodos e padrões indiscriminadamente, individualizando a assistência para cada um, de acordo com a sua necessidade • É oferecer uma assistência personalizada, ouvir, escutar, atender, dentro do possível, as necessidades da mulher, os desejos dessa mulher. Tipos de parto – Parto Humanizado • Objetivo principal dos profissionais que atendem partos: recém-nascido saudável e mãe com saúde e não traumatizada pelo processo de nascimento • Embora praticada antecipadamente, a escolha do tipo de parto não é uma simples questão de preferência • O tipo de parto apresenta uma série de implicações em termos de necessidade e indicação, riscos e benefícios, dependendo de cada situação, tempo de realização, complicações e repercussões futuras Tipos de parto – Parto Normal PARTO NORMAL • Parto de início espontâneo, de baixo risco no início, durante o trabalho de parto e parto • Objetivo: ter como resultado mulher e bebê sadios, com o mínimo de intervenção compatível com a segurança • Recuperação é mais rápida e as chances de surgirem hematomas e infecções na mãe e no bebê são muito menores Diretrizes para o Parto Normal 1. Informação quanto aos benefícios e riscos dos locais de parto • Maternidade, Centro de Parto Normal e Domicílio • Vinculação ao local do parto e visita à maternidade (lei 11.634/2007) • Acolhimento e classificação de risco em todas as maternidades 2. O parto de baixo risco pode ser realizado pelo médico obstetra, enfermeira obstetra e obstetriz • A inclusão da enfermeira e obstetriz apresenta vantagens na redução de intervenções e maior satisfação das mulheres 3. Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas com respeito, ter acesso às informações e serem incluídas na tomada de decisão • Elaboração e discussão do Plano de Parto entre a mulher e a equipe da maternidade/pré- natal Diretrizes para o Parto Normal 4. Todas as gestantes devem ter apoio contínuo e individualizado • As mulheres devem ter o acompanhante de sua escolha durante o parto (Lei 11.108 /2005), além da presença de doulas 5. Mulheres em trabalho de parto podem ingerir líquidos e dieta leve • O jejum não é obrigatório 6. Métodos não farmacológicos de alívio de dor devem ser oferecidos à mulher antes da utilização de métodos farmacológicos • Banhos quentes, massagens, técnicas de relaxamento, entre outros • Sempre que necessário, a analgesia deve ser ofertada Diretrizes para o Parto Normal . As mulheres devem ser encorajadas a se movimentarem e adotarem posições diferentes da deitada Podem escolher a posição mais confortável: cócoras, quatro apoios, de lado, em pé, ajoelhada, entre outros 8. Garantir o contato pele-a-pele imediato da mãe e do bebê após o nascimento e estímulo à amamentação • Reconhecer que é um momento sensível, em que a mulher e seus acompanhantes vão conhecer a criança • Minimizar a separação entre mãe e filho Diretrizes para o Parto Normal 9. Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas com respeito • Profissionais devem estabelecer uma relação com a mulher, perguntando sobre seus desejos e expectativas • Devem estar cientes da importância de sua atitude, do tom de voz e das palavras usadas • Ler e discutir com a mulher o plano de parto 10. Restrição às intervenções que hoje são rotineiras • Episiotomia, enema, tricotomia pubiana e perineal, amniotomia precoce nas mulheres que estão progredindo bem, dieta zero, infusão de ocitonina de rotina, posição supina durante o TP, estímulo ao puxo prolongado e dirigido, massagem e distensão do períneo, clampeamento precoce do cordão umbilical e aspiração de secreções do recém-nascido saudável Episiotomia: corte do períneo Enema: lavagem intestinal Tricotomia: raspagem dos pelos Amniotomia: rompimento da bolsa Clampeamento precoce Aspiração das secreções Benefícios do Parto Normal Mais que um processo mecânico, é um fenômeno neuroendócrino • Ativa a imunidade do bebê e fortalece seu organismo • Menor risco de internação em UTI, prematuridade, baixo peso e de desenvolver problemas respiratórios • Hormônios do parto aumentam a confiança da mulher e sensação amorosa • As endorfinas aliviam a dor e a catecolaminas têm importância no amadurecimento pulmonar do bebê e na sua transição para a vida extrauterina • Menor risco de infecção, hemorragia e acidentes anestésicos no parto • Recuperação mais rápida, maior facilidade na amamentação Tipos de parto – Cesárea Procedimento cirúrgico seguro realizado no CO/CC seguindo as técnicas assépticas e de segurança • Realiza-se anestesia na região lombar da paciente, permanecendo acordada durante o parto, mas sem sentir dor a partir do abdome - raquidiana: injeção no espaço onde circula o liquor – LCR (via agulha) - peridural: injeção ao no espaço epidural próximo a medula espinhal (via cateter em quantidades menores) • É considerada a tecnologia apropriadapara o manejo de situações obstétricas específicas que necessitam da interrupção da gestação como única maneira de preservar a saúde da mãe e do feto • A decisão pela indicação de se realizar uma cesariana deve ser médica, com a participação ativa da mulher • A mulher deve saber que não há justificativa para se realizar uma cesariana apenas com esta finalidade de controlar a dor associada ao trabalho de parto Tipos de parto – Cesárea Técnica da Cesárea • Após a anestesia é realizado incisão transversal ou longitudinal sobre a pele da gestante, acima da linha dos pêlos pubianos. • São sucessivamente 7 camadas de tecidos: epiderme, derme, tecido adiposo, aponeurose dos músculos reto abdominais, os músculos na linha média, peritônio e a parede uterina. • Realiza-se a extração do feto, seguida da retirada da placenta e revisão da cavidade uterina. • São então suturados os planos anteriormente incisados. Tipos de parto – Cesárea Complicações da Cesárea • Relacionados à anestesia • Hemorragias graves e necessidade de transfusões sanguíneas • Infecções • Danos nos órgãos localizados perto do útero (como a bexiga) • Dor crônica na zona onde da incisão ou insensibilidade ao toque • RN prematuros (por cesáreas eletivas com erro de data na IG) • RN com problemas respiratórios: fluxo de ar dos pulmões obstruído, volume dos pulmões reduzido, ausência de surfactante que reduz a tensão superficial dos pulmões e os auxilia a respirar Tipos de parto – Cesárea FATORES QUE, ISOLADAMENTE, NÃO JUSTIFICAM A REALIZAÇÃO DE CESÁREA • Cesariana anterior • Gestação gemelar • Fetos grandes • Apresentação pélvica • Circular de cordão • Baixa estatura da mãe • Idade gestacional acima de 40 semanas Tipos de parto – Fórceps FÓRCEPS - É o parto via vaginal (parto normal) que utiliza um instrumento cirúrgico semelhante a uma colher - Formado por duas partes alongadas e conectadas que se curvam nas pontas para abrigar a cabeça do bebê - O fórceps é colocado no canal genital da mulher e ajustado à cabeça do bebê para que seja retirado do canal de parto - Este instrumento permite manobras de rotação e extração para auxiliar a saída do bebê. - Motivos para a realização dos partos fórceps como: circunstâncias em que haja sofrimento fetal ou casos de emergência Tipos de parto – Fórceps RISCOS E COMPLICAÇÕES DO FÓRCEPS • Pode causar lesão perineal, cervical, vaginal e retal • Ruptura do esfíncter anal e lesões no assoalho pélvico • Dano muscular que pode afetar o reto ou a bexiga • Marcas faciais, edema excessivo ou prolongado ao redor da cabeça ou pequenas lesões de pele • Lacerações faciais e arranhões, bem como hematomas na cabeça • Danos aos músculos faciais do bebê, o que pode resultar em paralisia facial, abcesso de couro cabeludo e hemorragia intracraniana • Fratura de crânio • Desalinhamento da vértebra do pescoço do recém nascido CASO CLÍNICO Em 25/01/2015, Joana, IG0P0A, procurou a maternidade com queixa de dor lombar que se irradia para o baixo ventre (BV), que se intensificaram há 2 horas, DU= 4/10’ de média intensidade. Ao toque vaginal: colo fino, pérvio para 5 cm, bolsa íntegra (BI), apresentação cefálica. 1. Em que período clínico do parto Joana encontra-se? 2. Como está dividido esse período clínico do parto. Quanto tempo, em média, dura cada fase? 3. Defina esvaecimento e dilatação. Como esses fenômenos ocorrem no caso de Joana? 4. O que é dinâmica uterina? Qual deve ser o intervalo de verificação da dinâmica uterina? 5. Qual deve ser o intervalo de verificação da frequência cardiofetal(FCF)? 6. Qual o valor normal da FCF? https://www.youtube.com/watch?v=N6T0LJVCpgc OB Mobius C-Section with Dr Gwen Allen https://www.youtube.com/watch?v=UuIPa0BVVNo Cesárea Процесс оплодотворения и внутриутробного развития ребенка Fecundação https://www.youtube.com/watch?v=mhmcTP_rz2M Um jeito divertido de entender a fecundação Sugestão de vídeos para assistir https://www.youtube.com/watch?v=N6T0LJVCpgc https://www.youtube.com/watch?v=UuIPa0BVVNo https://www.youtube.com/watch?v=mhmcTP_rz2M PARTO NORMAL de 4 Apoios com áudio descrição da médica https://www.youtube.com/watch?v=qWZI3ITV3UQ Trabalho de Parto: como reconhecer e quando ir ao hospital https://www.youtube.com/watch?v=OB1O_sYZXAw Parto Natural Clínica Millet Valencia https://www.youtube.com/watch?v=VFLsksWDZ50 The Birth: Labor, Delivery & Early Postpartum (Spanish) - Childbirth Series https://www.youtube.com/watch?v=_Ta1_fFI60M https://www.youtube.com/watch?v=qWZI3ITV3UQ https://www.youtube.com/watch?v=OB1O_sYZXAw https://www.youtube.com/watch?v=VFLsksWDZ50 https://www.youtube.com/watch?v=_Ta1_fFI60M NATURAL BIRTH OF TRIPLETS (ENGLISH SUBS) https://www.youtube.com/watch?v=6m5ngQbv2_Q Baby Oscar wordt onder water ter wereld gebracht | Echte Mensen: Nieuw Leven https://www.youtube.com/watch?v=ivtML3_6pXI NOAH NASCEU! - Meu parto natural em casa https://www.youtube.com/watch?v=G1Hp8dqMkgI https://www.youtube.com/watch?v=6m5ngQbv2_Q https://www.youtube.com/watch?v=ivtML3_6pXI https://www.youtube.com/watch?v=G1Hp8dqMkgI REFERÊNCIAS BARROS, Sonia Maria O. et al. Enfermagem Obstétrica e Ginecológica: Guia para a Prática Assistencial. 2. ed. São Paulo: Roca, 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de políticas da Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. PORTO, AMF; AMORIM, MMR; SOUZA, ASR. Assistência ao primeiro período do trabalho de parto baseada em evidências. FEMINA. Outubro 2010, vol 38, nº 10.
Compartilhar