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WL RESUMOS RESIDÊNCIA MÉDICA SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA O VÍRUS HIV · Retrovírus (HIV-1, mais comum no Brasil; HIV-2, mais comum na África) composto de RNA · Possui também enzimas replicativas que auxiliam em sua replicação. Seu envoltório é lipoproteico (envelope) e tem a mesma composição da membrana plasmática celular · AIDS caracteriza-se quando o paciente apresenta infecções que não ocorreriam sem a presença do HIV História Natural Fase aguda: mononucleose-like → febre, rash cutâneo · ↑ carga viral / ↓ CD4 · A soroconversão (janela imunológica) dura 4 a 10 semanas · Nesta fase, exames imunológicos serão negativos! · A partir do 10º dia a carga viral pode ser detectada Latência clínica (assintomática): “set-point” viral · Após a soroconversão, o paciente torna-se portador e sua contagem de CD4 cai em torno de 50 céls/ano · Linfadenopatia generalizada persistente · ≥ 2 cadeias extrainguinais > 3 meses · O set-point viral é o valor de carga viral que resulta do balanço entre a infecção e a resposta do hospedeiro. É o principal marcador prognóstico da infecção. · O indivíduo com set-point baixo terá pior prognóstico e vice-versa. Fase sintomática: · Caracterizada por doenças definidoras de AIDS; pode ser precoce ou quando CD4 muito baixo · CD4 < 200 PRECOCE AIDS Cândida boca / vagina EBV (leucoplasia pilosa) TB pulmonar Herpes-zoster Displasia / CA cervical in situ Anemia / PTI Cândida esôfago / via aérea Pneumocistose (PCP) Micoses disseminadas TB extrapulmonar CMV (exceto fígado / baço / linfonodo) JC (vírus) – LEMP HIV (encefalopatia, nefro – GESF, cardiopatia) CA cervical invasivo, Kaposi, linfoma não Hodgkin Neurotoxoplasmose Chagas (reativação) Diagnóstico ≤ 18 meses Vírus: carga viral (HIV-RNA) ou DNA pró-viral Confirmação 2-HIV RNA > 18 meses Anticorpo: imunoensaio (IE) ou Teste Rápido (TR) IE ou TR (-): amostra não reagente IE ou TR (-), mas suspeito: repetir em 30 dias Reagente: HIV-RNA ou Imunoblot Testes discordantes: Western Blot ou Imunoblot Tradicional: 2 IE Situações especiais: TR1 + TR2 Utilizar 2 testes rápidos (TR) de 2 kits (2 fabricantes diferentes) Vírus: HIV-RNA Tratamento · TARV não é emergência médica (exceto se estupro ou acidente ocupacional) · Ao iniciar, não deve mais parar a medicação · Tratamento com no mínimo 3 drogas · Indicação: todo HIV (+) e prioritários · Objetivo: atingir carga viral indetectável (6 meses após início) PRIORITÁRIOS Sintomáticos Assintomáticos com CD4 < 350 Gestantes* Tuberculose ativa* Hepatite B ou C Risco cardiovascular elevado (> 20%) (*) Genotipagem pré-tratamento Principais drogas Inibidores da Transcriptase Reversa Tenofovir (TDF), Lamivudina (3TC), Efavirenz (EFV), Zidovudina (AZT), Abacavir (ABC) - EFV: efeitos neuropsiquiátricos → depressão, sonhos vívidos - AZT: primeira droga antirretroviral (causa anemia e acidose) Inibidores de Integrase Inibidores de Protease Dolutegravir (DTG) Raltegravir (RAL) Atazanavir/ritonavir (ATV/r) - O Ritonavir potencializa o efeito do IP Inibidores de protease ...NAVIR Inibidor de fusão Enfuvirtida Inibidor de CCR5 Maraviroque Esquema inicial TDF + 3TC + DTG TDF: nefrotoxicidade, osteoporose (opções: ABC ou AZT) DTG: interage com fenitoína, fenobarbital, carbamazepina (opção: EFV) Coinfecção TB-HIV TDF + 3TC + EFV Gestante / TB grave 3TC + TDF + RAL TB grave: CD4 < 100 / outra infecção oportunista / internação / TB disseminada · EFV / RAL → voltar para DTG em 3 meses FALHA VIROLÓGICA · CARGA VIRAL detectável após 6 meses de TARV · Rebote após supressão Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) → Truvada - Gays e homens que fazem sexo com homens - Transexuais - Profissionais do sexo - Casais sorodiscordantes + - Relação anal ou vaginal sem preservativo por 6 meses - Episódios recorrentes de IST - Uso repetido de profilaxia pós-exposição ARV → TDF + ENTRICITABINA Relação anal: 7 dias para proteção Relação vaginal: 20 dias Profilaxia Pós-Exposição (PEP) Exposição de risco até 72h (ideal = 2h) · Infectante: sangue (ou tudo o que contenha sangue → hematêmese, hematúria, etc), secreção genital, líquidos compartimentalizados (serosa, líquor, líquido amniótico...) · Obs.: saliva, urina e fezes não transmitem! · Risco: percutânea, mucosa, pele não íntegra, mordedura com sangue Avaliar paciente-fonte e exposto (teste rápido) EXPOSTO (+) ou FONTE (-) → não fazer profilaxia EXPOSTO (-) e FONTE (+ ou desconhecido) → profilaxia por 28 dias TDF + 3TC + DTG Transmissão vertical · Se nada for feito → risco de transmissão é de 25% · Caso medidas forem tomadas → o risco cai para 2% (ou mesmo 0%) · Existem 3 momentos nos quais podemos intervir: PRÉ-NATAL TDF + 3TC + RAL → para todas na 14ª semana PARTO Principal momento de transmissão (75%) · Cesárea eletiva (38 sem / ∆ = 3-4cm / bolsa íntegra) + AZT EV · AZT EV: 3h antes (ou no TP) até clampeamento > 34 semanas CV < 1000: indicação obstétrica CV indetectável: sem AZT PUERPÉRIO Mãe: TARV e aleitamento contraindicado RN: AZT 4 semanas + NVP (3 doses: 48h – 48h – 96h) · NVP se: mãe sem ARV na gestação; CV > 1000 ou desconhecida no 3º tri; má adesão; mãe com IST (sífilis); mãe com teste (+) no parto · SMX + TMP: a partir de 4 semanas; até 1 ano ou até excluir HIV PNEUMOCITOSE (PCP) Pneumocystis jirovecii, CD4 < 200 · Clínica: tosse seca, dispneia progressiva, hipoxemia, ↑ LDH · Radiografia: infiltrado bilateral, sem linfonodomegalia ou derrame pleural · Diagnóstico: isolamento (escarro → coloração por prata metenamina) / broncoscopia · Tratamento: SMZ + TMP 21 dias · PaO2 < 70 → corticoide · Profilaxia 1ª (SMZ + TMP): CD4 < 200 ou cândida oral ou febre > 2 semanas TUBERCULOSE Mycobacterium tuberculosis, qualquer CD4 · Clínica: febre, tosse, sudorese noturna, emagrecimento · Radiografia: cavitação (CD4 > 350) x miliar (CD4 < 350) · Diagnóstico: escarro (teste rápido, BAAR e cultura) · Tratamento: RIPE por 6 meses · TARV: 8 semanas depois → Síndrome de Reconstituição Imune pode ser muito deletéria ao organismo · CD4 < 50: TARV em até 2 semanas · Profilaxia: Isoniazida (270 doses) · PPD ≥ 5 ou contactante ou RX com cicatriz ou reator prévio Sarcoma de Kaposi · Herpes 8 · CD4 < 200 / lesão cutânea violácea · Tratamento: tópico / QT Micobacteriose atípica · Complexo Mycobacterium avium (MAC) · CD4 < 50 / enterite · Tratamento: Claritromicina + Etambutol Histoplasmose · Hystoplasma capsulatum · CD4 < 100 / forma disseminada (infiltração de órgãos) · Tratamento: itraconazol MENINGITE CRIPTOCÓCICA · Criptococcus neoformans, CD4 < 100 · Clínica: subaguda → febre, cefaleia, confusão mental (PIC muito alta) · Diagnóstico: punção lombar (TC antes p/ evitar herniação uncal) · TC com desvio da LM, distorção anatômica → não puncionar ACHADOS GERAIS ACHADOS ESPECÍFICOS ↑ pressão liquórica (muito característico) ↑ células (mononuclear) ↑ proteína e ↓ glicose Tinta nanquim (China) Ag criptocócico → Látex Cultura (leva 7 dias) · Tratamento: Anfotericina B + Flucitosina (2 semanas) + Fluconazol (8 semanas) · Punção de alívio → P > 25 cmH2O · A demora para melhora do quadro deve-se à PIC elevada (não há resistência à AnfoB) NEUROTOXOPLASMOSE · Toxoplasma gondii, CD4 < 100 · Clínica: sinal focal (hemiparesia, disfasia), cefaleia, convulsão, febre · Diagnóstico: clínica + imagem (presuntivo) · Lesões hipodensas (geralmente múltiplas) · Edema ao redor das lesões (perilesional) · Captação / realce de contraste de forma anelar · Tratamento: Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico · Profilaxia 1ª: CD4 < 100 + IgG (+) para Toxo LINFOMA PRIMÁRIO DO SNC · Vírus Epstein-Barr (EBV) · Clínica: semelhante à neurotoxo, mas não melhora após 14 dias de tratamento · Diagnóstico: CD4 < 50, PCR (+) para EBV no líquor · RM com lesão única · Conduta: não há proposta curativa – TARV LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA (LEMP) · Vírus JC → “múltiplos AVEs” · CD4 < 200 / RM: hiperintensidade em T2 · Tratamento: TARV
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