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A1 Grupoterapias_ópia

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Isadora da Silva Pereira - 17101129 
1) O grupo é uma unidade que se manifesta como uma totalidade, assim como diz Freud, 
que na mentalidade do indivíduo, sempre tem alguém envolvido para ser um modelo, então 
mesmo ao querer expressar o que ela pensa ser sua individualidade, a menina se espelha em 
alguém/algum grupo. E ao mesmo tempo que a menina busca mostrar sua individualidade, ela 
se sente, ou quer se sentir, pertencente a um grupo, este que se comporta como se fosse uma 
individualidade, pois tem algo em comum, que nesse caso é fazer uma mecha verde, então 
para a menina, para ela expressar sua individualidade, ela não quer se diferenciar, para ela, 
estar neste grupo também é expressar sua individualidade, porque o grupo dá também a ela 
uma identidade, ela precisa fazer parte dessa rede, que tem por característica a mecha verde, 
que é uma das coisas que a liga ao grupo, que a faz pertencente, e trazendo minha experiência 
como sujeito nesse contexto, lembro de acontecer exatamente assim quando eu era 
adolescente e participava dos meus grupos. Ser gregário vem da ideia de agregar, é a busca da 
nossa identidade própria, aliada com a grupal, pois só conseguimos construir nossa identidade 
própria, a partir de nossas experiências grupais, e as pessoas com suas individualidades, 
compõem grupos distintos, a qual nos dá o poder de pertencer a um tipo de grupo e não se ver 
pertencente a outro. O texto 1 representa bem o que é ser gregário, pois a menina pinta o 
cabelo para se agregar aquele determinado grupo, esse grupo que, representa também sua 
individualidade. E ao se agregar a um grupo, são ali encontradas duas dimensões, a pessoal e 
a estrutural, a pessoal é cheia de afetos, emoções, sentimentos, as histórias compartilhadas, 
tudo que é vivido inter-grupalmente, que fica ali no grupo, guardado, como algo pertencente 
só a eles, e a estrutural é mais voltada para a sociedade, como esse grupo se apresenta para ela 
e suas regras, como horários de encontros, definição do que permitido e o que não é, e 
podemos novamente relacionar isso com a tirinha do texto 1, onde essa menina ao fazer parte 
desse grupo, pode compartilhar segredos com os outros membros, viver sentimentos ali 
compartilhados, exemplificando assim a parte pessoal do grupo; mas ela deve também, 
respeitar as regras para ali conviver, como por exemplo sempre se reunir na casa de um 
membro depois da aula, formando assim essa dimensão estrutural. 
2) ​https://cdn.publisher.gn1.link/residenciapediatrica.com.br/pdf/pprint377.pdf 
Este artigo se trata de uma análise sobre qual a influência que a pandemia do COVID-19 
trouxe para a saúde mental das crianças, além das modificações comportamentais no âmbito 
psicossocial do desenvolvimento infantil. Escolhi esse artigo porque eu penso que as crianças 
têm pouca visibilidade sobre seus fatores psíquicos e comportamentais dentro do contexto do 
isolamento social, e nós do campo da psicologia deveríamos nos envolver mais nesse fator. A 
outra grande influência foi que eu fiz um projeto grupal com a professora Jane Caldas que se 
tratava de Depressão infantil, onde fomos numa ONG e fizemos um trabalho em grupo com 
as mães e pais das crianças que participam do projeto e também com essas crianças. 
Compreendendo que a maioria desses responsáveis não tinham o devido conhecimento de 
como perceber os sinais de depressão que o filho está exibindo, nós elaboramos um conjunto 
de ações para trabalhar a questão do apoio familiar destas crianças, para que assim possam 
refletir sobre suas ações e também aprender como lidar melhor com situações estressantes. 
Utilizamos uma atividade lúdica onde cada participante do grupo pegava uma bexiga onde 
havia uma palavra dentro e estouraram, diante daquela palavra comentaram seu entendimento 
sobre o assunto abordado na roda de conversa. O objetivo desta dinâmica era através destas 
https://cdn.publisher.gn1.link/residenciapediatrica.com.br/pdf/pprint377.pdf
 
palavras abordar melhor sobre o assunto, e de certa forma mostrar que existem outras pessoas 
passando pelas mesmas dificuldades com os filhos. Utilizamos como método para a 
intervenção a escuta ativa e respeitosa, assim como as dinâmicas de grupo e roda de conversa, 
que utiliza a interação entre os participantes para promover o bem-estar dos indivíduos, e o 
principal benefício é estar em contato com pessoas que estão passando por situações parecidas 
com as suas. Através da troca, todos começam a se sentir mais fortes para enfrentar o 
problema e passam a vê-lo de uma forma diferente. Dessa forma, sentamos todos em roda, a 
fim de evitar uma posição de saber hierárquica, os mães que quiseram falaram sobre as frases 
e sentimentos e sobre seus atravessamentos com as temáticas, e outras mães puderam 
concordar ou não e dissertar sobre suas falas. Foi muito interessante observar nesse grupo 
alguns fenômenos do campo grupal, como por exemplo o “fenômeno espelho”, em que as 
mães ao relatarem sobre como agiam com seus filhos, realmente entravam em contato com 
sua imagem social, psicológica e corporal, e só na sua fala se davam conta de como estavam 
agindo com seus filhos; outro fenômeno que descobri foi o de “ressonância”, pois, assim que 
uma mãe relatava sua história, afetava várias outras e elas podiam trocar suas experiências e 
sentir o apoio grupal. 
3) ​Desde que iniciou a pandemia, procurei ocupar ao máximo minha mente com coisas que eu 
gostava, e isso incluía séries, filmes, livros, e uma coisa que eu já fazia antes, mas 
intensifiquei nesse período, que foram compras da China no aplicativo chamado Shopee. Ao 
começar a fazer mais compras nesse aplicativo, adentrei no grupo de whatsapp desse 
aplicativo, e desde então, meus dias foram bem diferentes. O ser humano é feito para conviver 
em grupo, e aprender com o grupo, e adaptar-se a ele se for necessário, e isso foi uma coisa 
que eu aprendi durante o período de pandemia que estou participando desse grupo. Esse grupo 
tem regras (dimensão estrutural), mas também tem muito sentimento (dimensão pessoal); 
nesse grupo eu fiz amigas que nunca imaginei fazer, e que se não fosse essa pandemia, tenho 
certeza que não teria “tempo” para isso. Como todo grupo, temos um líder também, que faz 
seu papel majoritariamente bem, tem membros que não concordam muito com as regras 
impostas e preferem se afastar, mas tem os outros membros que reconhecem nosso líder como 
o que ele é “terapeuta, o único líder aprovado”, como bem cita Bion, visto por nós como 
“aquele de quem se espera tudo que se necessita quando o grupo está se desintegrando”. É 
incrível ler sobre a matéria Grupoterapias e ver como os conceitos são reais, eu realmente 
vejo como uma ação/estratégia grupal quando nós nos reunimos para compartilhar links de 
produtos uma com as outras, pois isso nos deixa tão feliz, tão animadas, “é tão terapêutico!” 
(sim, porque é!). Todos os dias tem algum membro dando depoimento que estava triste, mas 
ao entrar no grupo e vertanta coisa legal, tanta gente se ajudando, que o dia dessa pessoa 
mudou. Por isso entre tantos outros, eu considero essa troca entre os membros do grupo uma 
ação/estratégia de extrema importância para esse período de isolamento, que contribui muito 
para o processo grupal, pois incentiva a troca de experiências e comunicação entre os 
participantes. E posso afirmar que é possível estarmos juntos, mesmos isolados, pois ali 
naquele grupo, depositamos o quanto nos importamos umas com as outras, o quanto 
queremos ouvir suas experiências com a plataforma e com os produtos, e acima de tudo, 
damos lugar de fala e acolhimento a cada uma daquele grupo, coisa que é uma das mais 
prezadas nesse momento de isolamento social, o que faz dessa ação/estratégia ser tão 
importante nessa pandemia.

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