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INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma análise do grupo “A atenção e o cuidado nas relações familiares e seu impacto na sociedade”, coordenado por estudantes do sétimo semestre do curso de graduação em Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria (Fisma) e composto por estudantes do quinto semestre. De acordo com Zimerman (2000) um grupo se constitui como uma nova entidade, com leis e mecanismos próprios e específicos; é integrado por pessoas reunidas em torno de uma tarefa e um objetivo comum; deve ter objetivos e regras claramente definidos; se manifesta como uma totalidade, ao mesmo tempo que deve preservar as identidades específicas de cada indivíduo; compreende uma interação afetiva múltipla e variada entre seus membros; é coabitado por forças de coesão e desintegração; e resulta na formação de um campo grupal onde gravitam fantasias, ansiedades, identificações, papeis. OBJETIVOS PROPOSTOS E MODALIDADE GRUPAL “A atenção e o cuidado nas relações familiares e seu impacto na sociedade” pode ser classificado, conforme Zimerman (2010), como um grupo operativo de reflexão, pois teve o objetivo de estimular os integrantes a refletirem sobre si e nos outros, promovendo mudanças internas; e homogêneo, por ser composto por pessoas que compartilham características em comum (no caso, todos estudantes de Psicologia na Fisma, incluindo os organizadores). ENQUADRE GRUPAL O enquadre ou setting grupal, conforme Zimerman (2000, p. 144) “é conceituado como a soma de todos os procedimentos que organizam, normatizam e possibilitam o processo terapêutico”. O setting, no caso do grupo analisado, compreendeu combinações como: local (Sala de Espelhos, n. 22); data e horário (29/03 às 19h15min); tempo de duração (≅15 min); número de participantes (≅7); temática (o cuidado nas relações familiares); e modalidade (fechado e homogêneo). PAPEIS GRUPAIS No grupo observado, foi possível observar o surgimento de alguns papeis grupais que, conforme Zimerman (2000) “condensam as expectativas, necessidades e crenças irracionais de cada um e compõem a fantasia básica inconsciente comum ao grupo todo”. A integrante Danielle, por exemplo, assumiu o papel de porta-voz, sempre demonstrando iniciativa para falar, interagindo bastante e fazendo comentários aos quais quase todos assentiam. Também foi observado o papel de líder nas grupoterapeutas e, ainda, a flutuação do papel de instigador nos integrantes do grupo, que traziam novas pautas e questionamentos à roda. FENÔMENOS OBSERVADOS Durante o desenvolvimento da atividade grupal, observou-se resistência por parte de alguns componentes, manifestada por meio do silêncio excessivo (Zimerman, 2000) e, provavelmente ocasionada pela ansiedade de estar exposto à turma detrás do espelho. Ao final do grupo, porém, todos estavam integrados, interagindo mais e debatendo a temática, sendo possível observar uma transferência de pertencência ao grupo (Zimerman, 2000). COMENTÁRIOS A atividade integrada foi, em geral, extremamente construtiva para os alunos de ambos os semestres, principalmente para aqueles que nunca tiveram a experiência de participar ou coordenar um grupo. Foi principalmente importante, enquanto participante de um grupo, atentar aos afetos que eram despertados a cada colocação, para saber como melhor se portar como grupoterapeuta no futuro. Nos grupos “Ampliando horizontes: o autoconhecimento como forma de aumentar a qualidade de vida no contexto acadêmico e social” e “O novo conceito de família”, os coordenadores fizeram intervenções direcionadas ao objetivo do grupo, ou seja, levaram os integrantes a refletir e ressignificar a temática internamente. Além disso, a troca de experiências e vivências com alunos de semestres mais avançados é sempre bem-vinda e encorajadora. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ZIMERMAN, D. E. Fundamentos Básicos das Grupoterapias. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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