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Hepatites Virais . - Impacto na saúde pública e agravos secundários = hepatite B e C. Definição “Processo inflamatório difuso do fígado, causado por vírus com tropismo pelo fígado ou por ação de vírus com replicação em outra células, pode ser aguda (até 6 meses) ou crônica.” - Há várias doenças que têm um certo grau de tropismo pelo fígado e, secundariamente, o fígado é comprometido. - Paciente com tratamento para tuberculose pode ter efeito colateral direto sobre a parte hepática. - DM, HAS pode ter comprometimento hepático associado. Epidemiologia Brasil (1999- 2020) ● 689.933 casos confirmados de hepatites virais - bastante prevalente e incidente na nossa prática médica. ● 168.579 casos de hepatite A ● 254.389 casos de hepatite B ● 262.815 casos de hepatite C ● 4.150 casos de hepatite D 78.642 óbitos por causas básicas e associadas às hepatites virais - Depende da hepatite B, por isso que talvez é menor. - O vírus da hepatite D depende da infecção prévia do vírus da hepatite B. - Hepatite B e C: evoluem de maneira insidiosa, lenta. Quando o paciente descobre já está com cirrose, lesão irreversível hepática. Proporção de Casos em % de hepatites virais notificados segundo as regiões Brasil, 1999 a 2020 - Hepatite C e B - prevalência no sudeste. - Hepatite A e hepatite E: transmissão fecal- oral, ao contrário da transmissão da hepatite B, C e D que são de transmissão sanguínea, contato sexual. - Região Sul: hepatite B e C. - Hepatite D: região norte. Para que se tenha o vírus D, tem que ter o vírus B. Distribuição dos Óbitos por causa básica associada às hepatites virais segundo agente etiológico. Brasil,2000 a 2019 - Hepatite C: grandes doenças que causam agravo no paciente e, consequentemente, maior taxa de óbito - cirrose, IR associada. - Hepatite B: no segundo lugar. - Hepatite B e C: são as doenças de maior importância epidemiológica e de agravo da saúde pública. Avaliação da Cirrose Hepática (Prognóstico) - Se o paciente é portador de hepatopatia crônica, com ou sem inflamação hepática ou se esse paciente tem algum grau de cirrose hepática. - Quando pegamos qualquer hepatopatia, principalmente as crônicas, tem que delimitar e ver se o paciente tem algum dano hepático, no sentido de cirrose, e precisa classificar essa cirrose (o critério mais utilizado é de Child- Pugh - tem cirrose? Sim ou Não? Se sim, qual a classificação de Child → depende até da hora de escolher o tratamento melhor para o paciente). - Child a partir de B: mandar esse paciente para o transplante hepático. - Child A: dá para acompanhar. - Avalia-se 5 variantes: ↪ Se o paciente tem algum grau de encefalopatia hepática. Essa encefalopatia, o critério que mais utiliza é o critério de WEST- HAVEN (tabela abaixo). ↪ Encefalopatia: ↳ Se tiver ausente - 1 ponto ↳ Se tiver uma classificação entre 1 e 2 - 2 pontos ↳ Se tiver uma classificação entre 3 e 4 - 3 pontos ↪ Presença de Ascite - Vai somando os pontos. ↪ Avalia o tempo de protrombina ou INR (professor gosta de usar o INR) ↪ Albumina: normal (> ou = 3,5). ↪ Avaliação de Bilirrubina - Soma essas 5 variantes do paciente, para isso precisa de dados clínicos e laboratoriais- avaliação da tabela azul abaixo. ↪ Classe A: cirrose leve - Flapping (ou asterix): aparece em casos um pouco mais avançados e pode ser evidenciado pedindo-se ao paciente que realize a extensão de seus braços e dobrem seus punhos para trás. Nessa manobra, os pacientes com encefalopatia exibem um movimento súbito do punho para a frente. - Há algumas variantes que analisamos no paciente com hepatopatia crônica, questões das hepatites virais, que é a classificação da biópsia. Estadiamento da Doença Hepática - *Não irá cobrar na prova. - Para questão do tratamento da hepatite C, principalmente, não se utiliza, está em desuso. - Cálculos que utilizam o perfil do paciente nos exames laboratoriais para avaliar a probabilidade de fibrose hepática. Quanto maior o APRI/FIB 4 maior a chance de o paciente ter fibrose avançada sem utilizar outras variantes. ● Biópsia hepática (METAVIR): avalia se existe fibrose no parênquima, centrolobular. ● Elastografia hepática: exame que faz no paciente que é tipo um US, que dá alguns sinais no fígado e vai captando sinais de fibrose no fígado. - Tem pacientes com transaminases normais pode ter uma falsa leitura da elastografia hepática, com isso, dificulta saber. ● *APRI/FIB4 (boa especificidade e baixa sensibilidade) Hepatite A (HAV) - Hepatite A como a hepatite E são doenças virais que cuja transmissão é por fecal- oral. Ao contrário das hepatites B, C e D que são de contaminação parenteral ou por contato sexual. ● Picornavírus do gênero hepatovírus (RNA vírus) - O único que será DNA vírus é o vírus da hepatite B. ● 7 genótipos diferentes/ sorologicamente 1 sorotipo ● Norte e Nordeste infecção em crianças (por conta da transmissão fecal- oral)/ Sul e Sudeste infecção em adolescentes e adultos jovens ● Não cronifica - Doença que tem e vai ser curada. ● Transmissão: contágio oral (fezes, alimentos e água contaminada) ● Incubação: 2- 6 semanas Quadro Clínico ● Manifestações clínicas variáveis (crianças pequenas oligo ou assintomáticas) - Conforme passa a idade passa a ter um quadro mais sintomático (quadro de comprometimento hepático). ● Pródromos: febre baixa, dor abdominal, mal estar geral, náuseas, vômitos, icterícia, colúria, hipo/acolia fecal (1-3 semanas → passou isso desaparece os sintomas) - Inapetência. - As vezes, passa despercebido. ● Raro hepatite fulminante (1/1000 casos)/ > 40 anos 2% →muito raro, os adultos possuem mais chance, mas é algo que dificilmente acontece. Diagnóstico INESPECÍFICO ● Hemograma: neutropenia, linfopenia, atipia linfocitária (10-20%)/ aumento das aminotransferases (aguda: ALT > 1000 e ALT> AST)/ aumento de bilirrubinas e alt.TAP = prognóstico) - As hepatites virais agudas e crônicas (ou crônicas que agudizaram) têm uma característica: TGP e ALT são prevalentes sobre a TGO, então, a TGP é maior que TGO. - Paciente que é bebe muito, que é etilista, hepatite por bebida é o inverso tem o aumento de TGO sobre TGP. - Paciente com hepatopatia aguda ou crônica evolui rapidamente com alterações significativas dos testes de função hepática, pode estar diante de um prognóstico de hepatite fulminante. - Ex. paciente com 50 anos pega uma hepatite A rapidamente estoura bilirrubina, alteração de TAP, queda de proteína (albumina) pode estar evoluindo para uma hepatite fulminante. ESPECÍFICO - Todas as hepatites virais, tirando hepatite C que utiliza o PCR para confirmação do diagnóstico, basicamente faz exames de avaliação diretas, sorologias diretas. - Quando tem o anticorpo IgG, tem anticorpos de memória. E, o anticorpo IgM, de fase aguda. - A hepatite A tem vacina, profilaxia. Tratamento e Profilaxia ● Tratamento: sintomático - não há um remédio específico. - Na maioria das vezes, é uma doença autolimitada. ● Profilaxia: vacinação 12 meses e reforço 18 meses (SBIm)/ dose única 15 meses (PNI) ● Gamaglobulinas: soronegativos (suscetível) que viajem para área endêmica - Pacientes susceptíveis que irão viajar para uma área endêmica faz uma profilaxia por gamaglobulina. Hepatite E (HEV) - Hepatite mais séria que a hepatite A, essa pode ter danos maiores ao fígado e tem umas particularidades importantes. ● Mais recente dos vírus hepatotrópicos ● RNA vírus família hepatovírus ● 3 milhões casos/ano = 57 mil mortes - impacto de mortalidade mais significativo. ● Brasil: maior parte Nordeste ● Transmissão: contágio fecal - oral (fezes, alimentos e água contaminada) ● Genótipo 3 (zoonose) = carne de animais (porcos) ● Incubação: 3-8 semanas (média 40 dias) ● Fase clínica: 1- 2 semanas (mortalidade 0,5-4%)/gestantes até 20% - Gestante que pega hepatite E, tem 20% de risco na sua fase clínica de evoluir para óbito. - É uma doença que apesar de ser de transmissão fecal- oral tem grande impacto no contexto geral. ● Infecção crônica: imunodeprimidos (transplantados de órgãos sólidos - fígado e rim) - podem receber esse vírusde maneira crônica, ou seja, o paciente que doou o órgão era um reservatório da doença. Quadro Clínico ● Infecção semelhante a hepatite A (dor abdominal, febre, inapetência, náusea, vômito, etc) - Tem que fazer diagnóstico diferencial de outras doenças. ● Predominantemente oligossintomática e anictérica Diagnóstico ● Hematológico e bioquímico semelhantes às hepatites virais - linfocitopenia, linfocitose atípica. ● Específico: anti- HEV IgM ou IgG (ou totais)/ imunodeprimidos PCR HEV (infecções crônicas) - Como imunossuprimido produz pouco anticorpo - a sorologia nunca é uma boa indicação. No paciente imunossuprimido, o ideal é fazer o HEV PCR. - IgM: fase aguda. - IgG: passado. Hepatite B (HBV) - Principal de todas as hepatites. - Hepatite B: é uma doença mais grave, pois a hepatite C tem a infecção, comprometimento hepático com ou sem hepatite, cirrose, e eventualmente, hepatocarcinoma (é uma sequência); o vírus da hepatite B é um vírus com potencial oncogênico maior, então, o paciente pode estar infectado e de repente aparecer um câncer e, não passar pelo processo da hepatite, da cirrose, como ocorre regularmente no paciente com hepatite C. - Existe cura de hepatite B, mas é raríssimo. ● Elevada transmissibilidade e impacto em saúde pública - Pega muito por contato sexual. Ao contrário da hepatite C, em que a transmite muito pouco por contato sexual. - Ex. você pegar um cara portador de hepatite B e não tiver imunidade e, ele ter uma viremia, a chance de pegar é enorme. ● ⅓ população mundial já se expôs ● OMS: 2 bilhões contato/240 milhões pessoas infectadas cronicamente ● 780.000 óbitos ao ano no mundo ● Doença de evolução silenciosa - quando o paciente se toca já está com cirrose. Ex. paciente chega relatando mal- estar e quando se vê já está com cirrose. ● Sinais e sintomas comuns às demais doenças parenquimatosas crônicas do fígado (manifesta-se em fases mais avançadas da doença). Agente Etiológico ● DNA vírus/ família Hepadnaviridae ● Oncogênico maior do que dos outros vírus. ● 10 genótipos (A-J) ● Brasil genótipo H mais prevalente. Transmissão ● Parenteral (pele e mucosas) = compartilhamento de agulhas, seringas, material de manicure e pedicure, lâminas de barbear e depilar, tatuagens, piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos,**relações sexuais desprotegidas, transmissão vertical (cronificação). - Se pegou muito hepatite por tatuagem. Ultimamente, diminuiu essa taxa. - Transmissão vertical: importante na hepatite B, tem que fazer as profilaxias. Se não fizer as profilaxias e pegar a chance de o bebê ter cronificação da hepatite é enorme. ● Alta viabilidade fora do corpo → a sobrevivência dele no meio é por longos períodos, o que acaba contaminando mais tempo/facilitando a contaminação. Aspectos Gerais ● Hepatite aguda ou crônica - A única hepatite aguda que tem tratamento é a hepatite C para assim não cronificar - o duro é acertar o diagnóstico da hepatite C aguda, é muito difícil. - Não tem uma indicação para tratamento da hepatite B na forma aguda. ● Sintomatologia semelhante das hepatites virais: oligossintomáticas/ icterícia incomum (< ⅓) - então, passa despercebido. ● 5-10% dos infectados = hepatite crônica - 90% farão a cura. ● 20-25% casos crônicos com replicação = doença avançada - ou seja, mesmo que você cronifique a doença só 25% irá evoluir para uma doença grave. - A hepatite B depende muito da imunidade de cada um; se a sua imunidade é muito efetiva, controla bem a replicação viral, mesmo sem tratamento. - Hepatite C positivou = trata. - Hepatite B positivou = verificar se entra nos critérios. - Às vezes, o paciente é portador de hepatite B, mas não se manifesta, pois sua parte imunológica está bem controlada. ● Incubação: 2-6 meses ● Deposição de imunocomplexos = artralgias/ glomerulonefrite (lesão renal). - Trata hepatite B e melhora a artralgia. - Tem pacientes que morrem por complicações secundárias à hepatite, entre elas lesão renal. ● Hepatite fulminante 1% Diagnóstico - A hepatite B tem 6 marcadores sorológicos (diretos e indiretos) para fazer o diagnóstico. - O RT - PCR da hepatite B serve para planejamento do tratamento, não serve para diagnóstico. - HBsAg → marcador de superfície. Esse quando dá positivo significa que o paciente tem hepatite. Se persistir por mais de 6 meses, terá hepatite crônica. Soroconverteu com anti- HBs houve uma evolução para cura. - HBsAg é o primeiro marcador que aparece no sangue depois que o paciente se infecta e é o que define o paciente ter ou não ter a doença. -Anti-HBs: é um marcador que aparece em duas situações - ou porque o paciente teve a doença e se curou ou porque tomou a vacina. Ex. se dosar o anti-HBs em pacientes que são vacinados com hepatite B, o anti- HBs será muito alto- imunidade protetora. -HBcAg → anti- HBc: anticorpo não contra a superfície - esse marcador se divide em anti - HBc IgG e anti - HBc IgM. ↪ O anti- HBc IgG significa que o paciente já teve contato com a doença. ↪ Anti - HBc IgM: seria a hepatite aguda ou reativação/reagudização da doença (crônico, mas reativou a doença). Fica por até 32 semanas no sangue positivo. - Se o paciente tem hepatite B crônica, tem um perfil crônico inativo, e de repente ele volta a replicar o vírus, e volta a aparecer o anti- HBc IgM no sangue em um paciente crônico, isso significa, reativação da doença. - Qual é o perfil do paciente que teve a doença e se curou? Anti - HBc IgG + e HBsAg - e anti- HBs + = infecção prévia. - Se tem anti- HBs + com anti- HBc + = imunidade natural (você pegou a doença) e não passiva. - Perfil do paciente vacinado: Anti- HBc IgG - e HBsAg - e anti- HBs + - Vacina da hepatite B: é um pedaço da superfície do vírus - então, só faz anticorpo contra anti- HBs. Então, não faz o anti- HBc IgG. - HBeAg: marcador de multiplicação do vírus. Diz se o vírus está replicando no organismo. Se tem o HBeAg + quer dizer que o vírus está se multiplicando. - A lesão hepática é muito definida por agressão do vírus - quanto maior a carga viral e a replicação hepática maior dano ao tecido. - Anti- HBe: imunidade contra a replicação do vírus - o que é muito bom. Que é uma das metas do tratamento, converter HBeAg em anti- HBe. - Na reativação, eventualmente, pode ter o anti- HBc IgM +. Ex. vem negativo e de repente o paciente começa inflamar e aumentar transaminases e vem com um anti - HBc IgM + = isso é a reativação da fase crônica. Pode ter outros marcadores positivos também, como HBeAg +. - Se tem a doença, não se tem anti - HBs. - Perfil crônico inativo: paciente tem hepatite, mas está “quieto”; anti- HBc IgM -, HBsAg + e anti- HBs negativo, anti - HBe positivo ou negativo e HBeAg negativo (?). - Biologia molecular: PCR para hepatite B - pede para indicar tratamento e controle do tratamento. -Se tem um anti- HBe contra o antígeno da hepatite B = bom prognóstico → a doença não está replicando. Se estiver replicando, tem mais vírus circulando, tendo assim mais agressão hepática. *PROVA -Anti - HBs: é o único anticorpo que confere imunidade, ou seja, o paciente está curado. Fases da Hepatite B ● Imunotolerância: intensa replicação (HBeAg + e PCR HBV elevado)/ baixa resposta do hospedeiro (ALT normal e ausência de inflamação hepática) = fase + longa na transmissão vertical - O organismo aceita o vírus. - Se a minha imunidade tolera, logicamente que tem uma intensa multiplicação, pois a imunidade não está controlando permitindo que o vírus se multiplique. Se o vírus se multiplica tem HBeAg + (replicando/carga viral elevada). - Se tem baixa resposta imunológica, terá baixa resposta inflamatória (espera que não tenha alteração de inflamação hepática - transaminases normais, sem alteração de função hepática). - Por isso, existe na transmissão vertical a tendência de cronificação da criança. ● Fase Imunorreativa: resposta do hospedeiro/ HBeAg —> Anti- HBe/ diminuição PCR HBV/ aumento ALT/ inflamação hepática = pode perdurar anos. - O sistema imunológico da pessoa se “toca” do vírus”, e entende que tem que combatê-lo, comisso, começa a gerar resposta inflamatória e produção de anticorpo. - O HBeAg converte para anti - HBe → cria anticorpo contra replicação, combate a carga viral, mas inflama. - Carga viral baixa, mas as transaminases sobem e têm sintomas inespecíficos. ● Fase Portador Inativo: HBeAg — e Anti- HBe + ou -/ PCR HBV diminuído ou indetectável/ ALT normal/ sem inflamação hepática - A maioria dos pacientes crônicos: tem HBeAg - e Anti - HBe pode ser positivo ou negativo. - A carga viral é baixa ou mesmo indetectável. → HBsAg + permanentemente. ● Fase de Reativação: mutação pré- core e/ou core-promoter (são situações mais específicas do vírus)/ aumento PCR HBV (carga viral) com HBeAg - / retorno da inflamação hepática ● Fase HBsAg negativa: infecção oculta (HBsAg -/ AntiHBc IgG +/ PCR HBV abaixo da detectabilidade), importância clínica??? Reativação?? - Paciente não sente nada: paciente tem anti HBc +, HBsAg - e anti- HBs → então, não sabe se o paciente se curou e não desenvolveu anticorpo ou se tem infecção aguda por hepatite B. - Esse perfil sorológico não tem importância clínica ou capacidade de reativação. -IMAGEM ESQUERDA - Perfil sorológico de um paciente com hepatite aguda/ já pegou hepatite: marcador de hepatite B (HBsAg + → primeiro marcador que aparece no sangue) → anti- HBc total (IgG+ resto da vida)→ anti - HBc IgM (que pode ficar positivo até 32 semanas)→ e a partir daqui pode acontecer 2 coisas: ou daqui para frente ele negativa o HBsAg e começa a produzir o anti- HBs e se cura OU se torna portador crônico, com isso, mantém o HBsAg + e o anti- HBs negativo. - Avalia se vai cronificar ou não após 6 meses -IMAGEM DIREITA -Faz um HBsAg persistente, não faz o anti-HBs e nem ativa o anti-HBc. -Infecção aguda = fase de imunotolerância - início da hepatite. Imunotolera até começarmos a lutar contra o vírus. - Portador crônico inativo: doença está quieta; anti - HBe + ou -. Carga viral baixa. Tratamento (objetivos) ● Diminuir progressão da doença hepática (cirrose/ CHC) - diminuir a progressão da fibrose no fígado e diminuir o risco de transformação para um câncer. ● Perda sustentada do HBsAg com ou sem soroconversão para AntiHBs (raro) ● Soroconversão para AntiHbe - Paciente tem HBe + começa o tratamento e, depois de dois meses de droga ele se converte em anti- HBe. ● Redução da carga viral (resposta virológica) - Tinha carga viral aumentada, contudo, agora está normalizando. ● Normalização da ALT: redução do processo inflamatório do fígado. Inclusão de Tratamento HEPATITE B SEM AGENTE DELTA (sem hepatite D) ● Paciente com HBeAg reagente (marcador de multiplicação positivo) e ALT > 2x limite superior da normalidade (LSN) -Superior é em torno de 50, então tem que ter 100. -Então, se tiver HBeAg com TGP maior que 100 está no plano de inclusão de tratamento. ● Adulto maior de 30 anos com HBeAg reagente ● Paciente com HBeAg não reagente, HBV- DNA (carga viral) > 2.000 UI/mL e ALT > 2x LSN INCLUSÃO DIRETA (SEM OUTROS CRITÉRIOS) ● História familiar de CHC ● Manifestações extra- hepáticas com acometimento motor incapacitante, artrite, vasculites, glomerulonefrite e poliarterite nodosa. ● Coinfecção HIV/HBV ou HCV/ HBV ● Hepatite aguda grave (coagulopatias ou icterícia por mais de 14 dias) ● Reativação de hepatite B crônica ● Cirrose/ Insuficiência Hepática ● Biópsia hepática METAVIR > ou = A2F2 ou elastografia hepática > 7 kPa ● Prevenção de reativação viral em pacientes que irão receber terapia imunossupressora (IMSS) ou quimioterapia - Ex. mulher com câncer de mama e é portadora de hepatite B - temos que fazer a prevenção com terapia imunossupressora para não ter reativação. Tratamento ● Alfapeguinterferona: HBeAg +/ 48 semanas ● Tenofovir* (droga de escolha): os que têm contraindicação ao tenofovir usa-se o entecavir. - Pacientes com disfunções no metabolismo ósseo se der o tenofovir irá agravar. - Paciente com disfunção renal tenofovir agrava. ● Entecavir: paciente com cirrose hepática. Profilaxia ● Passiva imunoglobulinas - anticorpos prontos. A criança recebe a imunoglobulina da Hepatite B da mãe por transmissão vertical. ● Ativa vacinação = crianças: PNI 4 doses (nascimento/ 2/4/6 meses)/ SBP e SBIm esquema PNI ou 3 doses (nascimento/2/6 meses). Adulto: 3 doses (0/1/6 meses). Hepatite C ● 71 milhões de pessoas infectadas (OMS/2017) ● 400 mil óbitos/ ano por complicações (OMS/2017) ● 1.032.000 população sororreagentes (MS - 2016) ● 657.000 virêmico (MS - 2016) ● Genótipo 1 (46%)/ 3 (30%) (mais difícil o tratamento e o percentual de cura é um pouco menor em comparação ao genótipo tipo 1) mundo - OMS 2016 - Tem genótipo 1 ao 7; isso é importante para definir o tratamento, dependendo do genótipo, é um tipo de tratamento. -*Não vai cobrar tratamento de hepatites* - só saber o básico. - Quando vai tratar já faz o diagnóstico e já pede a genotipagem, pois precisa saber o subtipo de vírus da hepatite C para ver o perfil de tratamento. Aspectos Gerais ● Aguda rara hoje ● Transmissão: transfusão sanguínea (principal causa)/ uso de drogas ilícitas intravenosas/ nosocomial/ vertical e sexual esporádica - Antigamente as tatuagens que não tinha as agulhas descartáveis. ● Período de incubação: 7-8 semanas (até 26 semanas) ● Maioria oligossintomática (70-80%) ● Pacientes sintomáticos —> melhor evolução ● Evolução para cronicidade em 70-80% (20-30% cura em 6 meses) - Ao contrário da hepatite B, que 90% se cura espontaneamente; na hepatite C, 70% se torna portadores crônicos. ● 20- 40% evolução para cirrose (10 - 50 anos)/ 1-5% risco anual de CHC ● Única que necessita de tratamento na fase aguda/ sem profilaxia - Imagem: mostrando evolução da hepatite C. - Observação: na hepatite B é possível pular essas etapas. Ou seja, uma inflamação pode tornar-se uma Câncer de Fígado. Agente Etiológico ● Gênero hepacivirus/ família Flaviviridae ● RNA vírus ● Genótipo 1-7 Diagnóstico - Marcadores da hepatite C - Anti- HCV: normalmente tem uma segurança de positividade de 30 dias para frente. Por isso, o teste rápido faz 30 dias. Mesmo que negativo, quando é caso de suspeita o teste é feito em 60 dias. - A carga viral tem um pico rápido de 2 a 3 meses e depois ela cai. - Paciente tem a infecção, a carga viral dele sobe, tem um pico de infecção aguda; e depois tem a fase de imunorreatividade, onde tem um controle da carga viral, depois de 5 a 6 meses a carga viral começa a subir, então, a chance de um paciente com crônico com um RT- PCR depois de 6 meses dar negativo é raríssimo. Se for crônico dará positivo. - Se o anti- HCV der - praticamente exclui o diagnóstico. A não ser que o paciente tenha clínica e tenha que repetir o exame. -Quando faz um anti- HCV e dá + não confirma o diagnóstico pode estar nos 30% que se curaram- então, tem que se fazer HCV PCR para assim fechar o diagnóstico. DIAGNÓSTICO HEPATITE C AGUDA ● PCR HCV pode + a partir de 2 semanas ● Anti- HCV + entre 30-60 dias ● Sintomas: entre 4-12 semanas ● Fase aguda: até 6 meses (média até 12 semanas) - Aqui entra a questão dos 90 dias, pois a média é até 3 meses da fase aguda. - Quais são os critérios para falar que é uma hepatite C aguda? Confirmado: ● Anti-HCV não reagente no início dos sintomas ou exposição com positivação após 90 dias - Ou seja, teve uma exposição perante o HCV e deu negativo, após 90 dias da positivo, porque ele soroconvertem. ● Anti- HCV não reagente e PCR HCV positivo até 90 dias após início dos sintomas ou exposição DIAGNÓSTICO HEPATITE C CRÔNICA ● Anti- HCV ou PCR HCV + por mais de 6 meses - Paciente com suspeita realiza-se o anti-HCV; se o anti- HCV der negativo→ amostra não reagente para HCV. Cuidado - com os pacientes que persistem com os sintomas, repetir em 30 dias. - Paciente que vem com anti - HCV +, que vem com uma suspeita de hepatite C, normalmente, se repete RT- PCR por 3 anos. O paciente que se curou nós repetimos por 5 anos. - Se tem uma suspeita de hepatite e tem um anti- HCV + e o RT-PCR- para se certificar de que realmente o paciente não cronificou a hepatite tem que repetirem 6 meses, ai fala que teve a doença, mas se curou. Hepatite Crônica C - A evolução do tratamento - 2011: tratamento com injeção (tomada semanalmente- paciente tinha febre, emagrecimento, queda de cabelo- 48 semanas) e tratamento oral (ribavirina). → 30% de chance de cura. - 2011- 2013: entrou os primeiros inibidores diretos, antivirais de ação direta (boceprevir e telaprevir) onde melhorou muito a prescrição, mas ainda com efeitos colaterais. -2014- 2015/2017: anti virais de ação direta (muitos) - ribavirina usada em algumas situações associadas. - pegINF = “morreu” - saiu do tratamento. - O tratamento que era de 1 ano, existe perfil de paciente que trata em 2 meses; a maioria é 12 semanas/ 3 meses, eventualmente, alguns paciente 6 meses de tratamento. - Genótipo tipo 1: acima de 95% a chance de cura. - Genótipo tipo 3: em torno de 92 a 93% FÁRMACOS *curiosidade -Peginterferon ficou basicamente reservado para tratamentos de 13 a 17 anos, para o adulto não. - Hepatite aguda: terá normalmente transaminases (TGP maior que a TGO) e acima de 1000 (muito comum). - Paciente que tem suspeita de hepatite; tem alterações severas e rápidas de provas, função hepática, bilirrubina, TAP, INR, pensar em uma evolução para hepatite aguda fulminante, mortalidade alta.
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