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AVA2 - Educação em Direitos Humanos

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AVA2 
Estudo de Direitos Humanos 
Luíza Campos
Rio de Janeiro, novembro de 2022
Convenção nº 182 sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho
Infantil e Recomendação nº 190 da OIT.
 As Convenções formuladas pela Organização Internacional do Trabalho são um
tipo de tratado internacional que estipula níveis mínimos para serem observados
por todas as nações que assinam e ratificam o documento. A ratificação, que é um
ato regulado por uma ordem jurídica interna, faz com que esse texto passe a
integrar o sistema jurídico do país que assim assinou. No Brasil, essa integração
se dá, mediante a uma ratificação do instrumento internacional, ratificação feita
pelo Congresso Nacional, seguindo assim para a Presidência da República,
fazendo a promulgação por meio de decreto.
 Em agosto de 2020, a Convenção nº182 da Organização Internacional do Trabalho conseguiu um ato, que até então era inédito, que foi da ratificação universal de um documento, que se baseasse no trabalho. Isso em resumo, significa que, todos os 187 estados-membros que compõem a organização, se comprometeram com os termos que foram estipulados e inseridos no documento.
 Esta convenção mencionada, trata com proibição imediata, a exploração e uso das piores formas sobre o trabalho infantil, que com isso, compreendem, de forma
sintética que as práticas como um todo, são análogas à escravidão, prostituição,
produção artigos pornográficos e participações em atividades ilícitas e trabalhos que, por si só, são suscetíveis a prejudicar a saúde, a segurança e a moral da criança e do adolescente. Com isso, a exploração das crianças e dos adolescentes em qualquer atividade descrita, caracteriza, uma violação dos direitos humanos neste grupo.
Objetivo
 O objetivo desta convenção é de atribuir o compromisso de todos aqueles que assinarem, que adotem as medidas de forma imediata e eficazes, com o sentido de proibir e eliminar as piores formas e práticas de trabalho infantil, mencionadas na convenção, quais sejam:
· Sendo assim, todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão, sendo elas como a venda e tráfico de crianças, o serviço em troca de dívidas, o trabalho forçado ou obrigatório, incluindo assim, também, o recrutamento de crianças para serem utilizadas em forma de soldados para conflitos armados. 
· todo o tipo de utilização, recrutamento ou oferta de crianças para a prostituição, produção de artigos pornográficos ou atuações na área pornográfica. 
· A utilização de crianças, para realizar atividades ilícitas, assim como o recrutamento ou oferta, em particular, para a produção e o tráfico de drogas, sendo esses definidos nos tratados internacionais.
· O trabalho que, por sua natureza ou pelas condições em que é realizado, é suscetível de prejudicar a saúde, a segurança ou a moral das crianças.
 De acordo com o texto convencional, todos os Estados que assinaram, devem assim usar de esforços em caráter de emergência, a fim de trazer o fim de todas as formas de exploração infantil que foram citadas acima, por serem consideradas como prejudiciais às crianças, sendo fisicamente ou psicologicamente.
A luta contra o trabalho infantil 
O Brasil é uma referência na comunidade internacional, no que se refere a esforços para a prevenção e da eliminação do trabalho infantil. Desde os meados da década de 90, o país fez o reconhecimento de forma oficial, do problema, e afirmou sua disposição de enfrentar e erradicar o mesmo. Além das convenções internacionais ratificadas pelo país, a legislação brasileira contém disposições explícitas sobre a proibição do trabalho infantil e a proteção dos direitos da criança e do adolescente, a partir da Constituição Federal de 1988. Outros instrumentos legais regulamentam e protegem esses direitos: a Lei da Criança e do Adolescente (ECA), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e outras normas correlatas, como a Lei de Diretrizes e Fundamentos Educacionais (LDB) e o Código Penal. A Constituição de 1988, em seu artigo 227, reconhece os direitos das crianças dentro do princípio da proteção integral:
Art. 227: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
A Constituição ainda proíbe o trabalho de pessoas menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
 XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
 Um exemplo que podemos dar referente ao documento, no que diz respeito ao porquê chegar na conclusão de que isso é um marco importante para todas as crianças e adolescentes, é que, em 1960, o País possuía uma marca de 70 milhões de habitantes, marca essa que foi acrescida com mais 100 milhões até os anos 2000 um aumento enorme quase que de 120% em 40 anos. Com o cenário de crescimento acelerado, levando em conta a desigualdade também crescendo junto, a população com idade entre 0 e 14 anos tornou-se expressiva. 
 Dessa forma, com a mobilização social, com medidas de políticas públicas, que foram surgindo, culminou em importantes avanços, que é quando em 1992 a Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (PNAD), que é do IBGE, resolveu começar a mensurar este fenômeno, que infelizmente, foi verificado que 19,6% das crianças e adolescentes com uma idade entre 5 e 17 anos, trabalhavam de alguma forma, com tais medidas, no ano de 2001 foi notada uma redução desse percentual para 12,7%, passando para 2008, com uma redução para a casa dos 10,2%. Tratando-se da faixa de idade de 5 a 15 anos de idade, a diminuição foi de 10,8% em 1998, para 5,6% em 2009, podemos apontar que temos um quadro de redução constante nos índices gerais do trabalho infantil no Brasil, nestas últimas duas décadas.
 A diminuição apesar de constante, ainda leva a ser isso, um problema grave: 
· O grande número, absoluto, de crianças que trabalham, sejam adolescentes em condições ilegais (sem respeito às leis, condições como a de aprendiz) ainda é, infelizmente, muito alto. 
Temos também outros exemplos de políticas e ferramentas que foram usadas neste sentido: 
· a criação do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), em 1994,
· a adesão do Brasil ao Programa Internacional de Erradicação do Trabalho Infantil (IPEC), em 1992,
· o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), de 1996
 Além das políticas citadas acima, o país também fez a elaboração de um plano estratégico, próprio, com o objetivo de acabar até o ano de 2016, com todos os tipos de trabalho infantil considerados perigosos, tendo assim o objetivo de cumprir a convenção N182, contudo, não obteve êxito neste plano.
Combate ao Trabalho Infantil 
 O trabalho infantil, é uma grande e grave violação dos direitos humanos, das crianças e dos adolescentes. O trabalho infantil é também um problema social, complexo e de grande escala. A cultura da exploração, somando também a desigualdade social, pobreza e a baixa escolaridade dos mencionados, são os pontos principais e determinantes do trabalho infantil. 
 É importante lembrar também, que boa parte da sociedade é omissa e cega com relação ao trabalho infantil, naturalizando assim um problema real, que não deveria ser naturalizado. 
 A defesa dos direitos humanos é também, uma forma de se posicionar fortemente contra o trabalho infantil, seja ele de qual escala for, além de suas consequências na vida das crianças brasileiras, prejudicando assim seu futuro como cidadão