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Tuberculose pulmonar Consenso brasileiro de tuberculose 2018-2019. ➢ 2015: novo marco na história da tuberculose. ➢ OMS: propôs acabar com a tuberculose como um problema de saúde pública. ➢ O recrudescimento da tuberculose: ✓ epidemia de AIDS; ✓ alta letalidade; ✓ aumento do número de casos de tuberculose resistente aos medicamentos; ✓ concentração da TB em populações mais vulneráveis socialmente; ✓ levaram a priorização no combate à tuberculose, seja em nível global ou nacional. • Tuberculose no mundo ➢ Um terço da população está infectada; ➢ 9 milhões de casos estimados em 2013; ➢ 80% dos casos em 22 países; ➢ 1,1 milhão de mortes estimadas em 2012 (HIV negativo); ➢ 360 mil óbitos estimados com TB/HIV em 2013; ➢ 300 mil casos de MDR estimados em 2013; ➢ 1/3 da população mundial esteja infectada pelo bacilo Koch. ➢ As regiões da África e da Ásia são as que apresentam maior risco para o adoecimento. ➢ Seis países: 60% dos novos casos de tuberculose no mundo em 2015 → Índia, Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul. ➢ Redução no coeficiente de incidência de tuberculose – 1,5% (2014 – 2015). ➢ Redução média anual de 4% a 5% até 2020. ➢ A região das Américas: 3% da carga mundial de tuberculose, com 268 mil casos novos estimados. ➢ Brasil (33%), Peru (14%), México (9%) e Haiti (8%) são os países com a maior carga 8.500 óbitos estimados na região. ✓ 7.700 casos estimados de tuberculose multidroga resistente (TBMDR). ✓ 31.600 casos estimados de TB-HIV. ✓ Brasil (casos de tuberculose de todas as formas e TB-HIV) e Peru (TBMDR) são os dois países da região que estão presentes na lista de classificação da OMS. • Brasil e desafios ➢ Resposta para a epidemia concentrada em populações especiais, com risco aumentado de desenvolver a doença: população indígena privada de liberdade pessoas em situação de rua pessoas vivendo com o HIV naqueles vivendo em situação de extrema pobreza • Tuberculose no Brasil ➢ 3ª causa de mortes por doenças infecciosas; ➢ 1ª causa de mortes dentre as doenças infecciosas em pacientes com AIDS. • Tuberculose e determinantes sociais ➢ Doença que mais emblematicamente caracteriza a determinação social da pobreza no processo saúde/doença de uma população. • TUBERCULOSE – características gerais ➢ Enfermidade descrita como tísica. ➢ Século XIX: peste branca ao dizimar centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. ➢ Metade do século XX: acentuada redução da incidência e da mortalidade relacionadas à TB. ➢ Década de 80: ✓ recrudescimento global da TB (emergência – HIV); ✓ ampliação da miséria e do processo de urbanização descontrolada, desestruturação dos serviços de saúde e dos programas de controle da tuberculose. • PROBLEMA DA TUBERCULOSE ➢ 2015: 10,4 milhões de pessoas desenvolveram tuberculose (TB); ➢ 580 mil na forma de TB multidroga resistente (TB MDR) ou TB resistente à rifampicina (TB RR); ➢ 1,4 milhão morreram da doença. ➢ Casos reportados nesse mesmo: 6,1 milhões. Highlight Highlight ➢ A espécie mais importante é a M. tuberculosis (bacilo de Koch – BK); ➢ É um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR), com parede celular rica em lipídios, o que lhe confere baixa permeabilidade, reduz a efetividade da maioria dos antibióticos e facilita sua sobrevida nos macrófagos. ➢ Outras vias de transmissão (pele e placenta) são raras. ➢ Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis: não transmitem. ➢ Uma pessoa com baciloscopia positiva infecta, 10 a 15 pessoas em média, em uma comunidade, durante um ano. ***Diagnóstico. • Transmissão por aerossóis ➢ Reduzir o risco de transmissão de agentes infecciosos veiculadas pelo ar (partículas residuais pequenas, com 5 mm ou menos) provenientes de gotículas evaporadas e que podem permanecer em suspensão no ar por longo período de tempo ou de partículas de poeira contendo um agente infeccioso. • PRECAUÇÕES PARA AEROSSÓIS • Tuberculose – fisiopatogenia ➢ Inalação das gotículas contendo os bacilos de Koch, muitas delas ficam no trato respiratório superior (garganta e nariz), onde a infecção é improvável de acontecer. ***Imunidade do hospedeiro. ➢ Quando os bacilos atingem os alvéolos a infecção pode se iniciar*. ➢ Bacilos multiplicam-se nos alvéolos e na circulação sanguínea disseminando-se por todo o corpo. ➢ 2 a 10 semanas – intervenção do sistema imune: prevenção da disseminação. ➢ A infecção tuberculosa, sem doença, significa que os bacilos estão no corpo da pessoa, mas o sistema imune os está mantendo sob controle. ➢ O sistema imune: produção de macrófagos que fagocitam os bacilos e formam uma "barreira", o granuloma, que mantém os bacilos sob controle. ➢ As pessoas infectadas e que não estão doentes não transmitem o bacilo. ➢ A pessoa pode desenvolver tuberculose doença em qualquer fase da vida: o sistema imune não pode mais manter os bacilos "sob controle". Granuloma TB extrapulmonar ➢ Grupos vulneráveis: Diabetes Mellitus (DM); Infecção pelo HIV; Tratamento prolongado com corticosteroides; Terapia imunossupressora; Doenças renais crônicas; Desnutrição calórico proteica. Highlight Highlight Highlight Highlight ➢ Populações mais vulneráveis para a tuberculose: ***Diagnóstico diferencial de caverna: abscesso. • Apresentação da tuberculose em pessoas vivendo com HIV ************************* *Mais disseminação hematogênica. *Cultura. • BACILOSCOPIA ➢ Método simples e seguro; ➢ Realizado por todo laboratório público de saúde e pelos laboratórios privados tecnicamente habilitados. ➢ A pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente – BAAR, pelo método de Ziehl-Nielsen, é a técnica mais utilizada em nosso meio. ➢ Detecta de 60% a 80% dos casos de TB pulmonar em adultos. ➢ Duas amostras. Nos casos em que há indícios clínicos e radiológicos de suspeita de TB e as duas amostras de diagnóstico apresentem resultado negativo, podem ser solicitadas amostras adicionais. • Baciloscopia de escarro – indicação ➢ No sintomático respiratório, durante estratégia de busca ativa. ➢ Em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar, independentemente do tempo de tosse. ➢ Para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com confirmação laboratorial. • TR MTB * **Criança – lavado gástrico. ***Escarro – padrão ouro. • Cultura ➢ Método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da TB. ➢ Nos casos pulmonares com baciloscopia negativa, a cultura do escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico bacteriológico da doença. ➢ A cultura deverá ser realizada independentemente do resultado da baciloscopia para todos os casos com suspeita de TB. **A cultura é realizada em apenas uma das amostras coletadas. • Prova tuberculínica – PT ➔Contato, não doença típica. **Imunocompetente. ➢ Leitura: 48 a 72 horas após a aplicação podendo ser estendida para 96 horas. ➢ Mede o maior diâmetro transverso da área do endurado palpável, com régua milimetrada transparente. ➢ A prova tuberculínica (PT) é utilizada para diagnóstico de ILTB – latente*. ➢ **Negativa não afasta. ➢ Auxilia no diagnóstico de tuberculose ativa em crianças (WHO, 2015). ➢ Inoculação intradérmica de um derivado proteico do M. tuberculosis, para medir a resposta imune celular a estes antígenos. ➢ Especificidade 97% - se a BCG for aplicada no primeiro ano de vida, como ocorre no Brasil. ➢ 10 anos após a BCG, apenas 1% das PT positiva podem ser atribuídas à BCG. • IGRA – Interferon-Gamma Release Assays ***Criança – não tem interferência da vacina. ➢ Identificação de segmentos genômicos do M. tuberculosis que estão ausentes nas cepas do BCG. ➢ Não é influenciado pela vacinação prévia com BCG. ➢ Menosinfluenciado por infecção prévia por micobactérias não tuberculosas (MNT), o que confere elevada especificidade diagnóstica. ➢ Resultado não sujeito ao viés do leitor; ➢ Teste realizado em amostra biológica, o que reduz o risco de efeitos adversos. ➢ Problema: CUSTO elevado. ********************HIV!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! • Tuberculose – tratamento ➢ Tratamento diretamente observado (TDO). ➢ 24 doses supervisionadas na fase intensiva; ➢ 48 doses supervisionadas na fase de manutenção. *Componentes dos comprimidos. • Tuberculose x Multirresistência ➢ Maiores desafios para o controle da doença no mundo; ➢ Resistência à rifampicina: medicamento mais ativo contra o bacilo da TB. ➢ Uso de fármacos de segunda linha. ➢ Tratamento com duração mais prolongada. ➢ Maior potencial de toxicidade e de pior prognóstico. ➢ Menos quatro fármacos efetivos; ➢ Dois fármacos essenciais (com capacidade bactericida e esterilizante); ➢ + dois fármacos acompanhantes (ação protetora aos essenciais contra a resistência adquirida); ➢ Unidade terciária; ➢ Manejo por profissionais capacitados: multidisciplinar pela complexidade das situações (clínico e psicossocial). ➢ Resistência adquirida ou secundária: ✓ durante o tratamento, após a exposição/infecção por bacilo sensível. ✓ inadequado ou incompleto regime de tratamento para tuberculose, com a seleção de bacilos mutantes resistentes. ➢ Resistência primária: ✓ exposição à tuberculose droga-resistente, com consequente infecção por bacilos resistentes. ✓ pessoas nunca antes tratadas para tuberculose. *Não usa Levo. *Não precisa saber isso. • Intervenções para prevenir a tuberculose MDR ➢ Diagnóstico precoce e tratamento de alta qualidade para TB sensível e TB DR; ➢ Efetividade na implementação do controle de infecção; ➢ Fortalecimento do uso racional dos medicamentos (esquemas padronizados e adesão ao tratamento); ➢ Abordagem de fatores de risco individuais e dos determinantes sociais da TB. • RECOMENDAÇÕES – MDR ➢ Número de medicamentos: esquema terapêutico deve incluir três a quatro medicamentos efetivos; ➢ Seleção de medicamentos: Pirazinamida sempre compor o esquema; ➢ Duração do tratamento: ✓ Fase intensiva de seis a oito meses (pelo menos duas culturas negativas); ✓ Estender a fase intensiva, se não houver três fármacos efetivos na fase de manutenção, ou quando houver suspeita de resistência à fluoroquinolona; ✓ Fase de manutenção até completar 18 a 24 meses, com pelo menos três culturas negativas. ➢ Regime de tratamento: ✓ TDO durante todo o tratamento (cinco vezes por semana ou periodicidade mínima de três vezes por semana); ✓ Os serviços devem se organizar para oferecer sempre o TDO (na unidade de saúde, no domicílio, ou em outro local acordado com o paciente). ✓ A proposta do cuidado conjunto deve ser discutida com o paciente e seus familiares, de forma acolhedora e solidária. ➢ Indicação cirúrgica: ✓ A ressecção cirúrgica, preferencialmente parcial: adjuvante ao tratamento farmacológico na tuberculose resistente. ➢ Esquemas individualizados: toxicidade, alergias, intolerâncias, comorbidades. ➢ Acompanhamento MULTIPROFISSIONAL: só para exemplificar ✓ clínico, psicológico, nutricional, social e a vigilância dos efeitos adversos; ✓ O TDO nesses casos é recomendado e deve ser realizado de forma compartilhada com a atenção básica. • ESTRATÉGIAS PROGRAMÁTICAS PARA O CONTROLE DA TUBERCULOSE ➢ Enfrentar os determinantes sociais da doença; ➢ Complexo cenário que muitas vezes envolve a pessoa com tuberculose; ➢ Tratar a doença requer muito mais que medicamentos; ➢ Reconhecer as populações mais vulneráveis; ➢ Reduzir os danos causados pelo uso nocivo de álcool e outras substâncias psicoativas; ➢ Minimizar o impacto ambiental em prisões superpopulosas; ➢ Dialogar com a sociedade civil: reduz as distâncias entre os serviços e as pessoas com tuberculose; ➢ Apoiar o desenvolvimento do cuidado centrado na pessoa; ➢ Conhecer o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como problema de saúde pública; ➢ Vacinação BCG. • Vacina BCG ➢ A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin): medida preventiva complementar no controle da tuberculose. ➢ Previne as formas graves da doença (TB miliar e meníngea na criança). ➢ Brasil: resultados de cobertura vacinal acima da meta preconizada. ➢ BCG não protege indivíduos já infectados pelo M. tuberculosis e nem evita o adoecimento por reativação endógena ou reinfecção exógena. -Pacientes reumatológicos: colhe PPD. Isoniazida profilático por 6 meses antes de iniciar o tratamento. -Pacientes HIV: colhe PPD, > 5, faz a profilaxia *Raio X de tórax -PPD 0 não quer dizer que paciente não teve contato – IGRA -NÃO PRECISA FAZER DE NOVO O TESTE – ficar repetindo!
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