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Asma: Definição, Epidemiologia, Fisiopatologia, Quadro Clínico, Diagnóstico e Tratamento

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Asma 
DEFINIÇÃO 
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores 
caracterizada por hiperresponsividade brônquica a variados estímulos, com 
consequente obstrução ao fluxo aéreo, de caráter recorrente e tipicamente 
reversível. 
As principais manifestações são sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, 
particularmente à noite e pela manhã ao despertar. 
Ela é uma resposta imunomediada IgE específica e possui diversos fatores 
de risco intrínsecos e extrínsecos, como herança genética e exposição 
ambiental a alérgenos e irritantes. 
EPIDEMIOLOGIA DA ASMA 
A asma possui distribuição global possui variações, sendo a doença crônica 
mais comum na infância em países ricos. Um aumento significativo na 
prevalência estimada da doença foi observado em países ricos em recursos 
nas décadas de 1980 e 1990, com taxas mais lentas de aumento na década 
de 2000 e um platô depois disso. Nos 
No Brasil, estima-se a prevalência da asma em torno de 10%. Estudo 
realizado em capitais nacionais demonstrou prevalência de 13,3% em 
crianças na faixa etária de 6 a 7 anos e 13 a 14 anos eram asmáticas. 
Conforme dados do DATASUS, em 2008 ela foi a 3ª causa de internação 
hospitalar pelo SUS, com cerca de 300 mil hospitalizações ao ano. 
A forma grave representa 5-10% dos casos. Esses pacientes apresentam 
maior morbimortalidade relativa, e são responsáveis por um consumo 
desproporcionalmente alto dos recursos de saúde em relação aos grupos 
de menor gravidade. 
FISIOPATOLOGIA 
A principal característica fisiopatológica da asma é a inflamação brônquica, 
resultante de um amplo e complexo espectro de interações entre células 
inflamatórias, mediadores e células estruturais das vias aéreas. Mastócitos, 
eosinófilos, linfócitos e seus produtos associados aparecem especialmente 
proeminentes nas vias aéreas de pacientes com asma. 
 
Essas células liberam seus mediadores as células causam lesões e alterações 
na integridade epitelial e no tônus da via aérea, alterações na 
permeabilidade vascular, hipersecreção de muco, mudanças na função 
mucociliar e aumento da reatividade do músculo liso da via aérea. 
A resposta inflamatória alérgica é mediada pela imunidade celular de 
linfócitos Th2. Estes, por sua vez, produzem citocinas responsáveis pelo 
início e manutenção do processo inflamatório. A IL-4 tem papel importante 
no aumento da produção de anticorpos IgE específicos ao alérgeno. 
Uma variedade de fatores genéticos, ambientais e infecciosos parecem 
modular se os indivíduos suscetíveis evoluem para asma evidente. 
QUADRO CLÍNICO DA ASMA 
Aproximadamente 80 % das crianças com o problema desenvolvem 
sintomas antes dos cinco anos de idade. Tosse, sibilância e respiração 
ofegante são os sintomas mais comuns da asma infantil. Falta de ar, aperto 
ou pressão no peito e dor no peito também são relatados. 
Os sintomas ocorrem com mais frequência a noite ou pela manhã ao 
despertar, recorre sazonalmente e pode ser desencadeada em resposta a 
exposições específicas (por exemplo, ar frio, exercícios, riso, exposição a 
alérgenos ou choro) são características da doença. 
Uma tosse que dura mais de três semanas também deve ser suspeitada. 
Embora a sibilância seja considerada a marca registrada em crianças, a 
tosse é frequentemente a única queixa apresentada. 
DIAGNÓSTICO DA ASMA 
O estabelecimento de um diagnóstico de asma envolve um processo 
cuidadoso de obtenção da história, exame físico e estudos diagnósticos. 
O diagnóstico é fundamentado pela presença de sintomas característicos, 
sendo confirmada pela demonstração de limitação variável ao fluxo de ar, 
sendo a espirometria o método de escolha. 
As medidas da função pulmonar fornecem uma avaliação da gravidade da 
limitação ao fluxo aéreo, além de fornecer confirmação do diagnóstico de 
asma. 
Na espirometria, são indicativos de asma redução do volume expiratório 
forçado no primeiro segundo (VEF1) para abaixo de 80% do previsto e da 
sua relação o com a capacidade vital forçada para abaixo de 75% em adultos 
e de 86% em crianças. 
O diagnóstico é reafirmado quando a alteração na espirometria desaparece 
ou melhora significativamente após o uso de broncodilatador. 
CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE NA ASMA 
A classificação da gravidade tem como objetivo a determinação do manejo 
terapêutico adequado. A avaliação usual da gravidade da asma pode ser 
feita através dos seguintes aspectos: 
• Frequência dos sintomas 
• Tolerância ao exercício 
• Medicação necessária para estabilização dos sintomas 
• Quantidade de visitas ao consultório e ao pronto-socorro 
• Número anual de cursos de corticosteróide sistêmico 
• Número de hospitalizações por asma 
Segundo os critérios da IV Diretriz Brasileira para o Manejo da Asma, a 
doença pode ser considerada intermitente, persistente leve, persistente 
moderada e persistente grave, conforme a tabela abaixo: 
TRATAMENTO DA ASMA 
O objetivo do tratamento da asma é a melhora da qualidade de vida, obtida 
pelo controle dos sintomas, prevenção das exacerbações e melhora ou 
estabilização da função pulmonar. 
Isso pode ser atingido na maior parte dos casos, devendo o tratamento 
incluir, obrigatoriamente, medidas não farmacológicas (medidas 
educativas, controle de fatores desencadeantes/agravantes), indicadas em 
todos os casos, e farmacoterapia, conforme indicado para cada grupo de 
gravidade. 
A base do tratamento medicamentoso da asma persistente é o uso 
continuado de corticosteroides inalatórios associado a medicamentos de 
alívio com efeito broncodilatador. O corticoide oral não tem papel no 
controle, exceto em casos de exacerbação grave em considera o curso de 
corticosteróide oral por cerca de 7 dias. 
O ajuste da terapêutica deve visar o uso das menores doses necessárias 
para a obtenção do controle da doença, com isso reduzindo o potencial de 
efeitos adversos e os custos. O encaminhamento ao pneumologista deve 
ser feito a partir dos casos moderados persistentes. 
OS ESQUEMA MEDICAMENTOSO SEGUE OS SEGUINTES PRINCÍPIOS: 
• Asma intermitente: Indicado broncodilatadores de curta ação para 
alívio dos sintomas. 
• Asma leve persistente: Corticosteróide inalatório (CI) em dose média 
continuada e broncodilatadores de curta ação para alívio dos 
sintomas. 
• Asma moderada persistente: CI em dose média a alta. Para alívio, 
broncodilatadores de curta ação conforme necessidade. 
• Asma grave persistente: CI em dose alta associado a 
broncodilatadores de longa ação até 2x ao dia. Para 
alívio, broncodilatadores de curta ação conforme necessidade. 
 
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