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Reflexo de Micção A micção ocorre por meio de uma combinação de contrações musculares involuntárias e voluntá- rias. Quando o volume de urina na bexiga excede 200 a 400 mℓ, a pressão intravesical aumenta consideravelmente, e receptores de estiramento em suas paredes transmitem os impulsos nervo- sos para a medula espinal. Esses impulsos se propagam até o centro da micção nos segmentos me- dulares sacrais S2 e S3 e desencadeiam um reflexo espinal chamado reflexo de micção. (Nervo pélvico, parassimpático e hipogástrico) Neste arco reflexo, impulsos parassimpáticos do centro de micção se propagam para a parede da bexiga urinária e músculo esfíncter interno da uretra. Os impulsos nervosos provocam a contração do músculo detrusor da bexiga e o relaxamento do músculo esfíncter interno da uretra. Ao mesmo tempo, o centro de micção inibe neurônios motores somáticos que inervam o músculo esquelético esfíncter externo da uretra. Com a contração da parede da bexiga urinária e o relaxamento dos es- fíncteres, ocorre a micção. Incontinência Urinária O trato urinário inferior (TUI) tem por função o armazenamento e a eliminação da urina e é com- posto por bexiga, uretra e esfíncteres. A micção é um processo complexo e dinâmico cuja fisiologia envolve a integração de nervos periféricos, medula e centros encefálicos em córtex cerebral, ponte, bulbo e mesencéfalo. Estes centros superiores dirigem aos órgãos do trato urinário inferior influên- cias neurológicas excitatórias e inibitórias e recebem aferências sensitivas desses órgãos. Impacto do envelhecimento O envelhecimento associa-se a uma série de alterações no trato urinário inferior que tornam o ido- so mais suscetível a incontinência urinária. Entre elas destacam-se: - Aumento nas fibras de colágeno na bexiga, acarretando diminuição da sua elasticidade - Os recep- tores de pressão também se alteram, explicando o surgimento de contrações intempestivas duran- te a fase de enchimento vesical - Hiperatividade do detrusor foi encontrada em 21% de idosos saudáveis e continentes na comuni- dade A uretra, por sua vez, torna-se mais fibrosa, menos flexível e com perda de sua densidade muscular, o que pode acarretar falha esfincteriana. Na mulher, o hipoestrogenismo contribui para menor irri- gação dos tecidos. A mucosa uretral se atrofia e resseca, tornando-se mais sensível a infecções, o que favorece irritação dos receptores de pressão. Na vagina, as carências hormonais, a diminuição ou mesmo a ausência de atividade sexual, assim como as sequelas do parto e das intervenções gi- necológicas, interferem na qualidade dos tecidos vaginais, no pH e na flora, favorecendo infecções. O períneo é fragilizado por diversas razões: envelhecimento muscular, carências hormonais, partos, gravidez, sequelas de intervenções uroginecológicas ou radioterapia pélvica. Alguns sintomas crôni- cos, tais como tosse e constipação intestinal, podem exercer pressão sobre essa fáscia muscular. No homem a hipertrofia benigna da próstata, ou adenoma de próstata, constitui o principal fator relacionado com alterações do fluxo urinário. A formação de um obstáculo urinário pode se mani- festar por jato fraco, gotejamento terminal, aumento na frequência e noctúria. O envelhecimento renal provoca, por sua vez, diminuição do número de néfrons e, por consequên- cia, uma redução da capacidade de concentrar urina. Esse fenômeno, junto com a diminuição da se- creção de hormônio antidiurético, contribui para o aumento da frequência urinária. Hiperplasia Prostática Benigna A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma das patologias mais comuns nos homens a partir da quinta década de vida, podendo associar-se a sintomas do trato urinário inferior. A doença costuma interferir nas atividades diárias e no padrão do sono dos pacientes e, quando não tratada, pode le- var à retenção urinária, hidronefrose e insuficiência renal.