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Transformação Digital [Livro Completo] Newton

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Prévia do material em texto

Rodrigo Esteves Tafner
Rodrigo Esteves Tafner
Todos os direitos desta edição são reservados ao Centro Universitário Facens. Nenhuma parte da obra “Transformação digital” 
poderá ser reproduzida ou transmitida sem autorização prévia. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei nº 
9.610/98 com punição de acordo com artigo 184 do Código Penal.
Centro Universitário Facens: Rodovia Senador José Ermírio de Moraes, 1425, Castelinho km 1,5
Alto da Boa Vista – Sorocaba/SP. CEP: 18087-125.
Tel.: 55 15 3238 1188 / email: facens@facens.br
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA “BIBLIOTECA FACENS”
Eliane da Rocha CRB 8062/8ª
Bibliotecária Responsável
T124t
Tafner, Rodrigo Esteves.
Transformação digital [recurso eletrônico] / Rodrigo Esteves Tafner; 
ed. ED+ Content Hub; – Sorocaba, SP: Centro Universitário Facens, 
2021.
1 E-book; (PDF). il.
Inclui bibliografia
ISBN
Modo de acesso: restrito
1. Transformação digital – conceito. 2. Planejamento digital. 
3. Digitalização. 4. Inovação. 5. Dados. 6. Maturidade digital. 7. 
Liderança digital. I. Ed+ Content Hub. II. Centro Universitário Facens. 
III. Título.
CDD 384
Expediente
Conselho Acadêmico
Reitoria
Pró-Reitoria Acadêmica (presencial e a distância)
Gerente de Pós-Graduação
Camila Ribeiro Romeiro
Patrícia da Silva Klahr
Monica Sabino Hasner
ED+ Content Hub
Conselho Editorial
Curadoria de Design Educacional
Autor
Validadora
Designer Educacional
Ilustradores
Diagramadores
Revisoras
Antônio Henrique Ribeiro Dalbem
Mabel Oliveira
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Carina Macedo Martini
Rodrigo Esteves Tafner
Ismael Mendonça Rezende
Victor Kumamoto Gerês Coelho
Daniela Pereira Ferreira
Diego Kendi Godinho
Larissa Costa Lobo
Renata Aparecida Cunha Santos
Flora Carolina Fukuoka Silva
Guilherme Oliveira Nascimento
Vitor Bueno Lima
Dayane Beatriz de Lima Decaria
Lílian Moreira Mendes
Marina Bariani Trava
Patrícia Maria de Oliveira Carvalho Moreira
Sarah Elene Müller Rappl
Conteúdo
O passado, presente e futuro do mundo digital ................................ 6
A transformação digital ..................................................................... 19
O modelo de Rogers ........................................................................... 34
Status de maturidade digital ............................................................ 47
Custormer centricity: o cliente no foco da
transformação digital ........................................................................ 60
Planejamento digital: definindo o escopo de projetos de
transformação digital ........................................................................ 76
A terceira plataforma e os habilitadores digitais para a
transformação digital ........................................................................ 91
O papel do líder digital..................................................................... 108
5
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
PALAVRAS DO AUTOR
Olá! Eu sou Rodrigo Tafner, mestre em Administração Internacional de Negócios pela ESPM-SP 
(2013), especialista em Transformação Digital pela Católica-Lisbon BusinessSchool (2018) e 
graduado em Comunicação Social: Publicidade e Propaganda, também pela ESPM-SP. Tenho 
mais de 20 anos de experiência em docência para cursos de graduação e de pós-graduação em 
escolas de negócios, fui coordenador fundador do curso de Sistemas de Informação da ESPM-SP 
(2013) e atuo há mais de 10 anos como gestor acadêmico em cargos de direção em IES. Fora da 
academia, tenho mais de 25 anos de experiência como empreendedor, integrante da alta admi-
nistração de empresas nas indústrias de informação, tecnologia e gráfica e também VentureCa-
pitalistem startups inovadoras.
Você já deve ter se acostumado a ver a expressão “transformação digital” e provavelmente 
imagina que os conceitos por trás dela têm cerca de 3 a 5 anos, certo? Talvez a academia a estude 
há, quem sabe, 10 anos? Seguramente, você se surpreenderá, mas a transformação digital vem 
sendo estudada desde o final da década de 1990. Na verdade, os componentes da transformação 
digital começaram a impactar as empresas, o comércio, os consumidores e, portanto, a socie-
dade, desde a adoção da computação em massa no fim da década de 1970, início dos anos 1980. A 
partir de então, a maneira como fazemos as nossas atividades vem se tornando menos analógica 
e mais digital, desde a forma como nos comunicamos até a maneira como realizamos transações 
comerciais, transformando profundamente nossos hábitos e costumes.
Nestas unidades, você irá embarcar no universo da transformação digital, descobrindo os prin-
cipais conceitos e se familiarizando com eles ao aplicá-los de forma prática em situações do seu 
cotidiano. Também irá construir o escopo de um projeto de transformação digital a partir de 
um diagnóstico específico do status digital do objeto estudado. Avaliará, a partir do que você irá 
aprender, quais serão os desafios e oportunidades, os obstáculos e atalhos que a transformação 
digital apresentará para cada projeto e, sobretudo, os impactos dessa transformação para todos 
os envolvidos diretamente, para o ambiente e a sociedade como um todo.
Se hoje quase tudo que fazemos é mediado por um ambiente digital, se nos relacionamos por 
APPs, compramos pela web, e até a temperatura da água do chuveiro regulamos pelo smar-
tphone, conhecer, entender e dominar o processo de transformação digital passa a ser funda-
mental para o profissional de qualquer área que queira estar preparado para a “Indústria 4.0”, a 
“Sociedade 5.0”, a “Onda da Informação”, a “Revolução Digital”, ou, simplificando, o nosso dia a dia.
Quer embarcar nesse universo comigo? Boas-vindas e bons estudos!
6
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
Objetivos de aprendizagem:
Ser capaz de observar e discutir o ambiente global de mudanças, demandas, costumes e quebras 
de paradigmas. Confrontar o tradicional e o digital já disponível. Avaliar o cenário e compreender a 
urgência da construção das competências focadas na transformação digital.
Tópicos de estudo:
• Uma breve história do digital;
• O impacto da incorporação do digital no ambiente de negócios;
• A Sociedade 5.0 e o futuro da sociedade e dos negócios.
Iniciando os estudos:
Para entender a transformação digital, é preciso primeiro entender sua história, contexto e impor-
tância, além das aplicações e implicações na vida dos usuários, nos processos empresariais e, em 
última instância, na sociedade. É isso que veremos nesta unidade. Vamos lá?
O PASSADO, PRESENTE E 
FUTURO DO MUNDO DIGITAL
7
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
1 UMA BREVE HISTÓRIA DO DIGITAL
Não sei que horas são agora para você, mas, independentemente disso, vamos fazer um exercício 
de memória. Assista ao vídeo a seguir.
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: Um dia de João
E então, quantos “x” você marcou? Há, nessa história simples, pelo menos 20 ações digitais dife-
rentes, entre as quais: alarme digital, previsão de clima, atualização de trânsito e percurso, trans-
ferência eletrônica de valores, reuniões virtuais, computação em nuvem, atualização monetária 
Figura 1 - Evolução digital.
8
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
eletrônica, biometria, automatizações, telefonia digital (VOIP), virtualização de equipamentos, 
e-commerce, Inteligência Artificial, análise de dados em grande volume (Big Data), publicidade 
digital, comunicação digital e Interface de Programação de Aplicações (API), muitas das quais 
aparecem mais de uma vez na história. E leve em consideração que essa é uma história retratando 
apenas parte do dia e das interações digitais que fazemos cotidianamente. Ah, e se você marcou 
esses “x” no seu smartphone, computador ou tablet, já utilizou mais uma ferramenta digital!
Nos anos 1990, se você quisesse assistir a um filme novo, em sua casa, que nãoestivesse na TV 
aberta, precisaria:
1) Ter um leitor ou gravador de videocassete (em inglês, Video Cassete Recorder, VCR), 
um aparelho eletrônico capaz de gravar ou reproduzir imagens armazenadas em fitas 
magnéticas contidas em uma caixa plástica (cassete). É o “pai” do DVD, “avô” do Blu-ray.
2) Ser sócio de uma locadora – sim, havia um negócio (business) que comprava filmes e os 
alugava àqueles que eram clientes cadastrados (sócios).
3) Ir presencialmente a uma dessas lojas e escolher, entre centenas de vídeos, aquele que 
lhe agradasse.
4) Devolvê-lo em até 3 dias (durante a semana) ou 2 dias (aos finais de semana). Ah! Se 
fosse lançamento, o período para uso era de apenas 24 horas.
5) Rebobinar a fita cassete antes de devolvê-la ou pagar uma taxa para que a locadora 
fizesse isso por você.
6) Pagar por diária (ou período) de aluguel, geralmente em dinheiro, ao devolver a fita.
Dá para imaginar isso? Hoje, se quiser ver um filme, você clica um botão no controle remoto da 
sua Smart TV e já está na Netflix. Navega pelo acervo, escolhe, clica em “ver”, e é isso. O filme não 
exige mídia, é um amontoado de zeros (0) e uns (1) conhecidos como bits, que são “baixados” no 
aparelho que você está utilizando enquanto assiste. É o que chamamos de streaming.
Gravar imagens em uma fita magnética é um processo analógico, enquanto gravá-las como bits 
é um processo digital, então, nesse caso, houve uma digitalização do armazenamento e repro-
dução de filmes.
Com raras exceções, quase tudo que fazemos em nosso cotidiano pode estar em parte ou total-
mente digitalizado, mas “digitalizar por digitalizar”, apenas, não interessa. A digitalização tem, 
de alguma forma, que representar valor, seja para o usuário, seja para a empresa, ou, preferen-
cialmente, para ambos, o que, na maioria dos casos, significa valor para a sociedade, ou o que 
convencionamos chamar de transformação digital.
9
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
APROFUNDE-SE
Assista ao vídeo e conheça os detalhes de como surgiu a Netflix e por que ela fez tanto sucesso.
Título: A história da Netflix – TecMundo
Disponível em: https://youtu.be/uRfwKgm_hTM
Acesso em: 22/05/2021.
2 O IMPACTO DA INCORPORAÇÃO DO 
DIGITAL NO AMBIENTE DE NEGÓCIOS
Tomando o exemplo da locadora utilizado no tópico 1, você é capaz de analisar o impacto profundo 
que a digitalização teve nesse negócio. Esse é um de muitos exemplos de atividades que deixaram 
de existir, pois o seu modelo de negócios era baseado em processos exclusivamente analógicos. 
Ainda que a locadora fosse totalmente informatizada e que sua gestão utilizasse os processos 
tecnológicos mais modernos da época, seu modelo de negócios dependia da natureza essencial-
mente analógica do videocassete. Quando a indústria de filmes foi digitalizada, toda a cadeia de 
negócios, incluindo a locadora, foi afetada.
É isso que vem acontecendo em diversos setores. A digitalização do setor bancário, por exemplo, 
levando para APPs todos os serviços de um banco (saldos e extratos, aplicações e resgates, 
empréstimos e pagamentos, contratação de seguros, transferências de valores etc.), reduz enor-
memente a necessidade de agências bancárias. Com um menor número de agências, além da 
evidente redução do número de funcionários, diminui também a necessidade de serviços como 
segurança patrimonial, aluguel de imóveis, seguros contra furtos e roubos, serviços de estaciona-
mento, móveis exclusivos como caixas, caixas eletrônicos, cofres, entre outros.
Ao mesmo tempo, surgem novos tipos de negócios, como, obviamente, o desenvolvimento de 
aplicativos e aplicações web, mas também serviços como transferências de valores por aplica-
tivos de mensagens, validação de usuários por biometria, cibersegurança, desenvolvimento de 
chatbots e integração de serviços bancários por outros tipos de aplicações (como as de gestão de 
empresas, os famosos sistemas ERP – Enterprise Resource Planning).
https://youtu.be/uRfwKgm_hTM
10
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
Os processos de digitalização dos negócios, geralmente, visam ou a redução de custos – ao 
agilizar procedimentos internos, otimizar recursos e/ou diminuir gastos administrativos ou com a 
produção – ou o aumento da rentabilidade, oferecendo experiências melhores aos consumidores, 
de modo a conquistar sua preferência em relação aos concorrentes, seja pela facilidade, pratici-
dade ou agilidade que a digitalização proporciona.
A digitalização, portanto, se torna naturalmente uma opção estratégica para empresas de todos 
os tamanhos e setores ao redor do mundo. E, como você já deve saber, todo bom planejamento 
estratégico é desenvolvido com base em dados. E quais dados são esses? Dados do setor, de 
concorrentes, da cadeia produtiva (fornecedores) e, principalmente, dados do consumidor. 
Quanto maior o volume e a qualidade de dados que uma empresa tem, melhor a sua capaci-
dade de diagnosticar a situação atual e “prever” as condições futuras de concorrência, o que 
lhe permite evitar desperdícios, melhorar sua eficiência produtiva, dimensionar corretamente os 
recursos e definir com mais precisão as condições de venda de seus produtos. É exatamente 
nesse ponto que um dos benefícios da digitalização se torna mais evidente: a datificação.
Figura 2 - A datificação do mundo ao seu redor.
11
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
A palavra “datificação” é uma adaptação para o português de um neologismo (adoção de uma 
nova palavra) da língua inglesa, a “datization”. Ela diz respeito a um fenômeno que surgiu à medida 
que a adoção de tecnologias foi crescendo, o que gerou a necessidade de transformar em dados 
(e posteriormente em informação) tudo quanto fosse possível. Por isso o seu aparelho celular tem 
um número único (o IMEI), e todos os cadastros que você faz em sites, aplicativos, programas de 
benefícios, bancos, planos de saúde etc. geram um código único e procuram associá-lo a outros 
códigos únicos relacionados a você, como o seu CPF ou passaporte, ou ainda a uma soma de infor-
mações que tornam esse conjunto também único (por exemplo, o seu e-mail + o seu endereço + o 
número do seu telefone + o nome da sua mãe). Dessa maneira, esses dados podem ser cruzados 
e analisados estatisticamente, de forma a gerar informações relevantes, seja para, por exemplo, 
lhe apresentar anúncios mais relevantes em suas navegações pela internet, seja para, do ponto de 
vista das empresas, reunir informações que melhorem as previsões de venda de um determinado 
produto ou serviço. Se não fosse a digitalização, isso seria praticamente impossível de realizar.
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: Dados, informações e conhecimento
APROFUNDE-SE
Veja neste vídeo como os dados impactam a sua vida e os negócios.
Título: Big Data – Nerdologia
Disponível em: https://youtu.be/hEFFCKxYbKM
Acesso em: 22/05/2021.
https://youtu.be/hEFFCKxYbKM
12
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
3 A SOCIEDADE 5.0 E O FUTURO 
DA SOCIEDADE E DOS NEGÓCIOS
De acordo com a antropologia, em autores como Lenski, Nolan e Lenski (1995), a humanidade 
começa como uma sociedade de caça (Sociedade 1.0) há aproximadamente 10.000 anos; evolui para 
uma sociedade de agricultura (2.0) 1.000 anos depois (por volta de 6800 a.C.); transforma-se, no final 
do século XVIII, em uma sociedade industrial (3.0); e, finalmente, na metade do século XX, avança 
para uma sociedade de informação (4.0), que seria o modelo em que vivemos até os dias de hoje.
Ao longo desse período, acompanhando as evoluções sociais, em especial nos modelos 3.0 e 4.0, 
tivemos, na indústria, quatro grandes revoluções:
• A 1ª Revolução Industrial se deu com os motores a vapor e as máquinas têxteis como 
seus grandes ícones representativos.
• Já a 2ª Revolução Industrial teve como expoentes a eletricidade e os motores a combustão. 
Essa e a 1ª Revolução Industrial aconteceram durante o períododa Sociedade 3.0.
• A partir dos anos 1950 e especialmente com o desenvolvimento dos transistores e 
circuitos integrados entre os anos 1960 e 1970, a adoção da computação, a automati-
zação de processos e a comunicação por redes (em especial a internet) ganham espaço, 
caracterizando a chamada 3ª Revolução Industrial.
• Em 2015, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Klaus Schwab, seu 
presidente, introduz o conceito da Indústria 4.0, ou 4ª Revolução Industrial, que seria 
tema do mesmo Fórum no ano seguinte. Schwab argumenta que as novas tecnologias, 
como a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT), a Inteligência Artificial (IA) e a block-
chain, trariam um grau tamanho de automação dos processos industriais, retirando 
deles, inclusive, em muitos casos, a necessidade de interações humanas, que justifica-
riam se falar em uma nova Revolução Industrial (a 4ª delas) (SCHWAB, 2016).
Com esse conceito em mente, em 2017, o governo do Japão revisou o seu plano nacional de cres-
cimento, originalmente escrito em 2013, para incluir o conceito de Sociedade 5.0.
Também chamada de sociedade “Super Smart” ou “superinteligente”, prevê um sistema socioe-
conômico sustentável e inclusivo, alimentado por tecnologias digitais, como análise de Big Data, 
Inteligência Artificial, Internet das Coisas e robótica. O “sistema ciberfísico”, no qual o ciberespaço 
e o espaço físico estarão fortemente integrados, tornar-se-á um modelo tecnológico que servirá 
de base à Sociedade 5.0.
Essa transição é considerada semelhante à 4ª Revolução Industrial, uma vez que ambas se referem 
a uma mudança fundamental de nosso mundo econômico em direção a um novo paradigma. No 
entanto, a Sociedade 5.0 é um conceito mais abrangente, pois prevê uma transformação completa 
do nosso modo de vida, no sentido de que qualquer produto ou serviço deverá ser otimizado para 
os consumidores e adaptado às suas necessidades. Ao mesmo tempo, a Sociedade 5.0 ajudará a 
13
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
superar desafios sociais crônicos, como o envelhecimento da população, a polarização social, o 
despovoamento e restrições relacionadas à energia e ao meio ambiente, fazendo uso intensivo da 
tecnologia e, em particular, da transformação digital para alcançar esses resultados.
Tópico
Época/
período
Tecnologia 
expoente
Revolução 
tecnológica
Sociedade Breve explicação
1
Período 
Paleolítico
Lança com 
ponta de 
pedra
-
Sociedade de 
caça (1.0)
Essencialmente nômade, vivia em 
pequenos assentamentos, e seu prin-
cipal objetivo era a sobrevivência.
2
Período 
Neolítico
Ferramentas 
de metal, 
como se-
meadoras e 
foices; utiliza-
ção do gado 
como força 
motriz
Revolução 
Agrária Neo-
lítica
Sociedade 
agrária (2.0)
Estabelecendo-se em cidades (pro-
tocidades) fortificadas, passou a do-
mesticar animais e aprendeu a culti-
var o solo. Seu principal objetivo era a 
defesa de posses e bens.
3
Fim do sé-
culo XVIII
Máquina a 
vapor
1ª Revolução 
Industrial
Sociedade in-
dustrial (3.0)
Linear e estabilizada em grandes 
cidades, começou a ver o consumo 
crescer em larga escala e as dis-
tâncias diminuírem em função da 
evolução do transporte. Sofreu pro-
fundas mudanças com o surgimento 
ou avanço de grandes áreas como 
as indústrias química, financeira, de 
transporte e bens de consumo, além 
da produção em massa. Seu principal 
objetivo era o ganho de eficiência.
4 Século XIX
Eletricidade e 
plástico
2ª Revolução 
Industrial
5
Segunda 
metade do 
século XX
Semicon-
dutores, 
computação, 
internet
3ª Revolução 
Industrial
Sociedade da 
informação 
(4.0)
Estabelece-se em grandes centros 
urbanos, com os processos de migra-
ção interna nos países e a facilidade 
de transportes multimodais. A infor-
mação se torna um bem extrema-
mente valioso, sobretudo consideran-
do que seu principal objetivo passa a 
ser a busca pela lucratividade.
6 Dias atuais
Inteligência 
Artificial, 
Internet das 
Coisas, block-
chain
4ª Revolução 
Industrial
Sociedade 
“Super Smart” 
(5.0)
A proposta do governo japonês é a 
de uma sociedade centrada no ci-
dadão, com alto grau de fusão entre 
o ciberespaço e o espaço físico real, 
com serviços e produtos (inclusive os 
públicos) personalizados, inclusivos e 
preocupados com o meio ambiente.
Quadro 1 - As quatro Revoluções Industriais aconteceram em função de evoluções tecnológicas que mudaram paradigmas 
e alteraram profundamente a sociedade.
Fonte: adaptado de Lenski, Nolan e Lenski (1995).
14
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
Os avanços tecnológicos que acompanham essas revoluções e evoluções na sociedade têm nos 
apresentado grandes desafios e proposto novos paradigmas para a maneira como vivemos e 
entendemos o mundo ao nosso redor. Um exemplo disso são os robôs, que têm avançado muito 
em relação à Inteligência Artificial e levantado questões éticas e filosóficas à medida que são 
incorporados ao nosso modo de vida.
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: Robôs: tudo que você queria saber e tinha vergonha de perguntar
Figura 3 - Sophia, o robô da Hanson Robotics de corpo inteiro, no modelo 2020.
Fonte: disponível em: https://bit.ly/36Aw9XR Acesso em: 10 jun. 2021.
https://bit.ly/36Aw9XR
15
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
Em 2017, Sophia, um dos mais avançados modelos de robôs androides (aqueles que se asseme-
lham a humanos), recebeu do governo da Arábia Saudita o título de cidadã saudita. Foi a primeira 
vez na história que isso aconteceu e, obviamente, levantou diversos questionamentos, que vão 
de “qual o gênero da(o) cidadã(ão) Sophia?” a questões mais profundas como “em que ponto (e 
qual a métrica correta para mensurá-lo) um robô atinge consciência suficiente para, por exemplo, 
ser responsabilizado por seus atos, perante a lei?”; ou “os humanos terão precedência aos robôs 
quando for necessário fazer uma escolha entre eles, já que perante a lei todos os cidadãos são 
iguais, e Sophia é uma cidadã naquele país?”.
É claro que o status concedido a Sophia foi mais um ato “mercadológico” do que político, uma vez 
que a cidadania que ela obteve é especialmente diferente de uma comum e não conta com vários 
aspectos legais de uma cidadania tradicional. Mas a reflexão sobre os novos paradigmas que 
certamente surgirão com a Indústria 4.0 e a Sociedade 5.0 é fundamental e deve estar sempre no 
horizonte de quem trabalha com tecnologias que impactam a sociedade.
APROFUNDE-SE
Saiba mais sobre o que pensa Sophia sobre si mesma.
Título: My greatest weakness is curiosity | Sophia the robot at Brain Bar
Disponível em: https://youtu.be/Io6xuGmS5pM
Acesso em: 22/05/2021.
https://youtu.be/Io6xuGmS5pM
16
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
REFLITA
Em apenas alguns meses, a crise da Covid-19 trouxe mudanças que se imaginava que levariam anos para 
acontecer, sobretudo na forma como as empresas em todos os setores e regiões fazem negócios. De 
acordo com uma nova pesquisa global da McKinsey & Company (2020) com executivos, suas empresas 
aceleraram a digitalização das interações com clientes e cadeias de suprimentos e das operações internas 
no equivalente a três a quatro anos. E a participação de produtos digitais ou habilitados digitalmente 
em seus portfólios se acelerou em chocantes sete anos. Quase todos os entrevistados disseram que suas 
empresas apresentaram pelo menos soluções temporárias para atender a muitas das novas demandas, 
e muito mais rapidamente do que eles pensavam ser possível antes da crise. Além disso, os entrevistados 
esperam que a maioria dessas mudanças seja duradoura e já estão fazendo investimentos para garantir 
essa perenidade.
Com base no que você viu nesta unidade e em sua própria experiência durante a crise da Covid-19 que 
estamos vivendo, pensando no que mudou nos seus hábitos e nos de sua família e amigos, escolha um 
setor da indústria (educação, alimentação, varejo etc.),identifique suas últimas interações com ele e 
compare-as com as de antes da pandemia, diferenciando cada etapa dessas interações. Procure apontar 
os processos que de alguma forma sofreram digitalização e tente imaginar-se na posição do gestor 
dessa empresa: em sua visão, o que foi necessário modificar para que o processo ficasse da forma como 
está hoje? Ele ficou melhor, pior ou apenas diferente? Você acha que, passada a crise, essas mudanças 
permanecerão? Por que você pensa dessa forma? Ao fazer esse exercício, você estará, provavelmente, 
reproduzindo o mesmo raciocínio que os executivos dessas empresas estão fazendo para planejar o 
futuro delas.
17
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como você pode notar, os processos digitais têm ganhado muito espaço no nosso cotidiano. 
Desde sua introdução, por meio da computação, eles estão realizando a transformação dos seus 
antecessores analógicos, gerando impactos profundos nos hábitos das pessoas, nos negócios e na 
sociedade como um todo, estabelecendo novos paradigmas em diversos aspectos de nossas vidas.
18
Transformação Digital | O passado, presente e futuro do mundo digital
REFERÊNCIAS
DIJCK, José van. Confiamos nos dados? As implicações da datificação para o monitoramento 
social. MATRIZes, v. 11, n. 1, p. 39-59, 2017. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/matrizes/
article/view/131620 Acesso em: 2 maio 2021.
DUMITRESCU, Luigi-Nicolae. Evaluating a customer-centric approach. Management and 
Marketing Journal, v. 5, n. 1, p. 72-76, Nov. 2007.
FUKUYAMA, Mayumi. Society 5.0: aiming for a new human‐centered society. Japan SPOTLIGHT 
2018, Special Article 2, Jul. /Aug. 2018.
HITACHI-UTOKYO LABORATORY. Society 5.0: a people-centric super-smart society. Singapore: 
Springer, 2020.
JAPAN. Cabinet Office (Council for Science, Technology and Innovation). Comprehensive strategy 
on science, technology and innovation (STI) for 2017. Disponível em: https://pdf4pro.com/amp/
view/comprehensive-strategy-on-science-technology-1b0cec.html Acesso em: 25 jun. 2021.
LENSKI, Gerhard; NOLAN, Patrick; LENSKI, Jean. Human societies: an introduction to macroso-
ciology. Nova York: McGraw-Hill, 1995.
MCKINSEY & COMPANY. How COVID-19 has pushed companies over the technology tipping 
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http://reports.weforum.org/digital-transformation/
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Transformação digital | A transformação digital
Objetivos de aprendizagem:
Conhecer e avaliar o andamento, evolução e revolução do digital. Reconhecer as variáveis significa-
tivas. Compreender o processo de construção da teoria da transformação digital e os frameworks 
desenvolvidos e aceitos até agora.
Tópicos de estudo:
• A definição de transformação digital;
• Os três pilares da transformação digital;
• Digitização, digitalização e a transformação digital.
Iniciando os estudos:
A evolução das sociedades com o aumento da utilização de tecnologias computacionais desde 
os anos 1980, inicialmente pelas grandes empresas, depois pelas menores e, por fim, pelo consu-
midor final, levou à necessidade de adaptações na forma como eram realizadas as transações 
comerciais (negócios), desde o “berço” (início da cadeia produtiva) até a utilização e posterior 
descarte de um determinado produto pelo consumidor final.
Nesse cenário, como surgiu o conceito de transformação digital? Como ele é definido atual-
mente? Quais são os seus principais componentes? Quais os modelos teóricos mais conhecidos? 
São essas as perguntas que vamos responder juntos nesta unidade. Preparado? Vamos lá!
A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
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Transformação digital | A transformação digital
1 A DEFINIÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Com certeza, a esta altura da sua vida, você já ouviu dezenas, se não centenas de vezes, a expressão 
transformação digital, certo? Mas o que ela realmente significa? Você já parou para pensar nisso?
Pense comigo: “transformação”, segundo o dicionário Michaelis, é um substantivo feminino cuja 
definição é:
1. Ação ou efeito de transformar(-se) [...];
2. Alteração de um estado em outro ou de uma condição em outra [...];
3. Mudança que ocorre em algo ou em alguém [...] (TRANSFORMAÇÃO, 2021).
Assim, pode-se compreender por transformação uma mudança de estado, algo que era de um 
jeito e passa a ser de outro. Ótimo! Você entendeu essa parte. Agora, “digital”: dentro da área de 
tecnologia, esse termo se refere a algo que opera (funciona) com bits, ou seja, zeros e uns (0 | 1).
Então, você pode estar se perguntando, TD (a partir de agora, sempre utilizaremos TD como abre-
viação de transformação digital, ok?) significa algo que mudou de um estado “não digital” para 
“digital”?
A resposta para essa pergunta seria “sim e não”... Calma, eu explico!
Sim, TD exige que algo analógico se torne digital, mas não é só isso. Se isso bastasse, o relógio de 
pulso que era feito com ponteiros e funcionava “a corda”, quando ganhou um mostrador digital 
e uma bateria, teriapassado por um processo de TD, e não foi isso que aconteceu. A grande 
verdade é que, até hoje, a definição da expressão “transformação digital” ainda não se consolidou, 
nem mesmo entre os pesquisadores acadêmicos, mas há um consenso de que, para haver TD, é 
preciso que haja também uma transformação no modo como um determinado processo ocorre, 
no modo como o consumidor é envolvido ou beneficiado por ele e, principalmente, é preciso que 
haja algum tipo de benefício para a sociedade como um todo.
Antes de mergulhar a fundo no conceito de TD, vamos entender um pouco de sua história e 
evolução.
Uma busca no Google Ngram (ferramenta de busca de termos em livros, revistas e artigos de 
língua inglesa do Google) mostra que o termo começa a aparecer na literatura inglesa perto dos 
anos 1960, mas cresce exponencialmente a partir dos anos 2010.
21
Transformação digital | A transformação digital
Até os anos 2000, a expressão aparecia simplesmente para descrever o que estávamos discu-
tindo agora há pouco (mudança de estado do analógico para o digital), como podemos perceber 
nesse trecho identificado pela ferramenta nos Anais da Conferência Internacional em Grandes 
Sistemas Elétricos, de 1962:
Introdução de conversores digitais analógicos e conversores analógicos digitais capazes de 
trabalhar em sincronismo com o arranjo cíclico. A transformação analógico-digital é uma 
operação essencial inicialmente. A transformação inversa traz [...] (THE INTERNATIONAL 
CONFERENCE…, 1962, p. 8, tradução nossa).
Note que se trata da descrição do funcionamento de conversores elétricos, e não de um conceito 
mais amplo.
A partir dos anos 2000, especialmente no início dos anos 2010, o mundo muda radicalmente com 
a adoção em larga escala dos seguintes itens:
• Smartphones. Lembre-se de que o lançamento do iPhone da Apple aconteceu em 2007;
• Redes sociais. Em 2010, o Facebook, lançado oficialmente em 2005, se tornou o website 
mais visitado, com 540 milhões de acessos em abril daquele ano;
• IPv6, uma nova versão de endereçamento de rede em 2012, que passa a aceitar cerca de 
340 sextilhões – 3,4 × 1038 – de endereços (contra aproximadamente 4 bilhões da versão 
anterior – o IPv4) para acomodar a Internet das Coisas;
• Blockchain, uma tecnologia, na verdade, um tipo de base de dados distribuída que surge 
como fundamento do bitcoin em 2009, mas se torna bastante utilizado por diversos 
Figura 1 - Presença da expressão “digital transformation” em livros de língua inglesa, por ano.
Fonte: disponível em: https://bit.ly/2UHYzwM Acesso em: 21 jun. 2021.
https://bit.ly/2UHYzwM
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Transformação digital | A transformação digital
setores para garantir a segurança das transações, a partir de sua “versão 2.0” em 2014 
(CROSBY et al., 2016);
• Big Data. Apesar de o uso de dados em larga escala para análises estatísticas compu-
tacionais existir desde os anos 1970, foi em 2005 que a expressão passou a ser utilizada 
formalmente a partir de um artigo interno da conhecida editora de tecnologia O’Reilly 
Media (ROGER, 2010).
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: IPv4 vs. IPv6
Todas essas mudanças se refletem em alterações de processos, procedimentos, comportamentos 
dos consumidores, empresas, cadeias de suprimentos e até de governos. Essas alterações trans-
formaram os modelos de negócios de muitas empresas, como a Netflix, por exemplo.
Dessa forma, o fenômeno da TD pode ser dividido, basicamente, em três diferentes aspectos – 
organizacional, tecnológico e social –, na medida em que influencia ou é influenciado pelos 
processos de negócios, pelas tecnologias e inovações que surgem e podem ser utilizadas e pelas 
mudanças de hábitos da sociedade (TRATKOWSKA, 2019; MAHRAZ et al., 2019).
Em 2015, no artigo “The shape of digital transformation: a systematic literature review”, três pesqui-
sadores franceses da Escola de Administração de Telecom, ao combinarem duas definições 
distintas para tentar delinear um conceito mais amplo de TD, acabaram cunhando a definição 
que, apesar de conter um erro conceitual (que discutiremos no tópico 2 desta unidade), passou 
a ser adotada por diversos pesquisadores e que nós também iremos utilizar neste componente 
curricular. Veja:
A transformação digital, também conhecida como digitalização, se refere ao modelo de 
negócios orientado pelas “mudanças associadas com a aplicação de tecnologias digitais em 
todos os aspectos da sociedade humana” (STOLTERMAN; FORS, 2004, p. 689). Isto é usual-
mente implementado através da digitização, ou seja, a “habilidade de transformar produtos 
ou serviços existentes em variações digitais e, dessa forma, oferecer vantagens sobre o 
produto tangível” (GASSMANN et al., 2014) (HENRIETTE et al., 2015, p. 2, tradução nossa).
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Transformação digital | A transformação digital
Então, a partir de agora, você e eu vamos usar a seguinte definição para TD:
Transformação digital se refere às mudanças associadas à aplicação de tecnologias digitais 
em todos os aspectos da sociedade humana. Ela é implementada por meio da digitalização 
de processos, que leva a ofertas de variações digitais de bens ou serviços ou à sua completa 
remodelação para incorporar os novos componentes digitais.
Combinado? Veja então nos próximos tópicos desta unidade o que são as tais “digitização” e 
“digitalização”, quais os principais componentes (ou pilares) da TD e como tudo isso se junta para 
dar forma à “revolução digital”.
APROFUNDE-SE
Saiba mais sobre a evolução acadêmica do conceito de transformação digital. O material original 
está disponível somente em inglês, mas, se preferir, você pode clicar aqui e baixar uma versão que foi 
traduzida utilizando uma ferramenta online de tradução.
Título: Digital transformation: theoretical backgrounds of digital change
Disponível em: https://sciendo.com/downloadpdf/journals/masc/24/4/article-p32.xml
Acesso em: 05/06/2021.
https://facens.sharepoint.com/sites/TransformaoDigital_Facens/Documentos%20Partilhados/Forms/AllItems.aspx?viewid=e68857e5%2Ddfaa%2D42d0%2D87a1%2D99c3a08b5356&id=%2Fsites%2FTransformaoDigital%5FFacens%2FDocumentos%20Partilhados%2FUnidade%202%2FDI%20e%20REV%2FAprofunde%5Fse%5Ftraduzido%2Epdf&parent=%2Fsites%2FTransformaoDigital%5FFacens%2FDocumentos%20Partilhados%2FUnidade%202%2FDI%20e%20REV
https://sciendo.com/downloadpdf/journals/masc/24/4/article-p32.xml
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Transformação digital | A transformação digital
2 OS TRÊS PILARES DA 
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Em 2012, a empresa de consultoria Capgemini se juntou ao MIT Center for Digital Business para 
estudar o que chamaram de “building blocks” da TD. Os relatórios desses estudos deram início 
a uma série de modelos de aplicação de teorias ou, como são conhecidos, os frameworks de TD.
Até os dias de hoje, o “Capgemini’s DX Framework” está entre os três mais utilizados pelo mercado, 
quase 10 anos depois de seu lançamento. Esse framework é importante por dois grandes motivos:
1) Coloca o consumidor no centro do processo com sua experiência digital (Digital 
Customer Experience – DCX);
2) Estabelece o que ficou conhecido como os três pilares da TD: processos digitais, customer 
experience e modelos de negócios.
Figura 2 - Transformação digital em nossas vidas.
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Transformação digital | A transformação digital
Building blocks para a transformação digital
Processo operacional
Digitalização de processos
• Melhora de performance
• Novos features
Disponibilidade de funcionários
• Qualquer lugar e hora
• Melhor comunicação (estrutura)
• Compartilhamento de conhecimento
Gerenciamento de performance
• Transparência operacional
• Decisão baseada em dados
Customer experience
Entendimento do cliente
• Segmentação baseada em
Business Analytics
• Análises de sentimentos em
redes sociais
Aumento de vendas
• Vendas “digitalizadas”
• Marketing preditivo
• Simplificação de processos
Pontos de contato
• Serviço ao consumidor
• Coerência cross-channel
• Self-service
Modelo de negócios
Negócio “digitalizado”
• Ampliação de produto/serviço
• Mudançasde físico para digital
• Embalagem digital
Novos negócios digitais
• Produtos digitais
• Reorganização dos limites
organizacionais
Globalização digital
• Integração da empresa
• Redistribuição do poder de decisão
• Serviços digitais compartilhados
Esse modelo propõe que a TD se dá OU nos processos operacionais OU na experiência do consu-
midor OU na modelagem dos negócios.
Ao pensar em processos operacionais, você pode imaginar várias etapas de qualquer negócio. 
Vamos pensar nos processos básicos de uma lanchonete, por exemplo, o McDonald’s. Até há 
pouquíssimo tempo, quando você ia ao Mc, entrava na fila, ficava olhando para aquele painel com 
as ofertas até chegar a sua vez e, já com o pedido na cabeça, era confundido pelo atendente com 
os seus “scripts” de atendimento, lembra? “Bom dia, senhor, aceita a McOferta de cheddar com 
batata frita grande e refrigerante?” Pronto, toda a sua preparação, avaliação e escolha tinham 
ido embora! Aí você agradecia, negava e fazia o seu pedido, que era marcado com diversos “X” 
em um talão de papel em três vias (branca, rosa e amarela), que iam, respectivamente, para a 
cozinha, o caixa e a bandeja que iria receber o seu pedido. Às vezes, quando havia muita gente, 
um funcionário ia anotando o seu pedido na fila mesmo e lhe dava uma ou mais dessas folhinhas 
até você chegar ao caixa (só como curiosidade: esse funcionário recebia internamente o nome de 
“canário”, porque era responsável por “cantar” o pedido para a cozinha). E hoje? Como isso acon-
tece? Você entra na loja e dá de cara com um painel digital touch com todas as opções, a possibili-
dade de adicionar ou excluir ingredientes, combinar ofertas e já pagar. Seu pedido é despachado 
eletronicamente para a tela de acompanhamento da cozinha e também para um outro painel 
acima do balcão onde você buscará o pedido quando o seu número aparecer nele, correto?
Quadro 1 - Building blocks para a transformação digital. Os três pilares da TD são os componentes fundamentais de quais-
quer estratégias para a sua implementação em negócios e têm diversas implicações dentro e fora da empresa.
Fonte: adaptado de MIT Center for Digital Business and Capgemini Consulting (2011).
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Transformação digital | A transformação digital
Nesse caso, o processo de solicitação e distribuição de pedidos foi digitalizado de forma inteli-
gente, permitindo um ganho de tempo com o corte de etapas e reduzindo custos para a empresa, 
que, em última instância, não precisa mais dos talões (que custam dinheiro), dos “canários” e, no 
limite, de muitos funcionários que faziam atendimento ou caixa. Ou seja, a criação de valor, nesse 
caso específico, está na redução de custos dos processos.
Nesse mesmo exemplo, você poderia argumentar que também houve alteração na experiência 
do consumidor, na medida em que o atendimento passou a ser digitalizado, e não há mais, 
portanto, aquele eventual desconforto e até o sentimento de pressão que você sentia para esco-
lher logo o seu pedido quando chegava a sua vez na fila. E você estaria certo! De fato, nesse 
exemplo também há uma mudança na experiência do consumidor.
Para o McDonald’s, a experiência do consumidor, no sentido da TD, é fundamental, assim, hoje a 
oferta de lanches é feita baseada em dados de consumo, preferência dos consumidores em cada 
dia e horário da semana e por região, e é por isso que vemos produtos “entrando e saindo” de 
linha com bastante frequência de alguns anos para cá.
O terceiro pilar é o modelo de negócios, em que a geração de valor acontece pela mudança (ou 
ampliação) do negócio original rumo a modelos digitais. Isso pode ser feito “para fora”, ou seja, 
na parte que o consumidor “enxerga”, com a oferta de produtos digitais e a mudança do físico 
para o digital (com a extinção de lojas, por exemplo), ou na cadeia de suprimentos, e neste caso 
Figura 3 - O painel digital mudou a experiência do consumidor e é um bom exemplo de digitalização 
inteligente da solicitação e distribuição de pedidos.
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Transformação digital | A transformação digital
o consumidor não “veria” a mudança. Ainda assim, transformações dessa natureza são sempre 
impactantes, pois envolvem diversas empresas que têm que estar em completa sintonia.
Nesse caso do McDonald’s, isso poderia acontecer, por exemplo, se eles resolvessem vender 
produtos digitais, como música. Parece loucura, não? Mas em 2019 a empresa criou uma play-
list no Spotify que você pode ouvir enquanto come sua batata frita. A ação envolve escanear as 
batatas da rede, que, a partir de seu posicionamento na bandeja, formam um QR Code para o 
streaming. Confira no Aprofunde-se.
APROFUNDE-SE
Confira a ação do McDonald’s no Spotify.
Título: McDonald’s | FriesList | Jun 2019
Disponível em: https://youtu.be/mIQHJvS4ZxA
Acesso em: 05/06/2021.
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: Transformação digital no setor público
https://youtu.be/mIQHJvS4ZxA
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Transformação digital | A transformação digital
3 DIGITIZAÇÃO, DIGITALIZAÇÃO 
E A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Muitas vezes tratados como termos intercambiáveis, digitização, digitalização e transformação 
digital são, na verdade, partes distintas de um contexto maior que trata da “revolução digital” que 
temos, como sociedade, experienciado desde a introdução da computação nos anos 1970 e que, 
como vimos no tópico 1 desta unidade, tem se acelerado a partir dos anos 2000.
DIGITIZAÇÃO
Na década de 1990, com a adoção em larga escala dos scanners de alta resolução, muitos docu-
mentos foram transformados para sua versão de zeros e armazenados de forma digital, inicial-
mente em cartões perfurados, depois em fitas magnéticas, CDs, DVDs, em hard disks (HD) magné-
ticos, digitais e, finalmente, na “nuvem” (bem, na verdade continuam em HDs distribuídos pelo 
globo, mas isso é uma outra história...). O fato é que, depois de escaneados, esses documentos 
podem ser tratados por softwares de reconhecimento de escrita ou OCR (Optical Character 
Recognition) e, assim, tornarem-se editáveis e tratáveis do ponto de vista das informações que 
contêm. Esse processo todo é um excelente exemplo de digitização, ou, simplesmente, de trans-
formação de algo analógico em digital, sem nenhum tipo de avanço em termos de processo ou 
experiência do consumidor ou, ainda, mudança de modelo de negócios.
DIGITALIZAÇÃO
Imagine um formulário de cadastro de informações pessoais. No papel, ele teria campos para que 
fossem escritos o nome da pessoa, sua data de nascimento, documentos de identificação, nome 
da rua, número da casa e, possivelmente, um complemento como o número do apartamento ou 
andar, bloco etc.
Se você simplesmente digitizasse esse formulário, por exemplo, colocando-o em um website, 
ele teria a mesma quantidade de campos, o mesmo número de informações que precisariam 
ser digitadas (não mais escritas), certo? E se, ao digitar o CEP, o formulário consultasse a base de 
dados dos Correios e já preenchesse automaticamente o endereço, deixando em branco apenas 
o número da casa e o eventual complemento? Poderíamos dizer que esse procedimento seria 
mais digital do que o primeiro, correto? E se você o melhorasse um pouco mais e, em vez de 
começar pelo nome, pedisse para o usuário preencher o número do CPF, e, a partir dele, o formu-
lário consultasse uma base de dados da Receita Federal e retornasse o nome, data de nascimento 
e último endereço do Imposto de Renda, de modo que o usuário precisaria apenas confirmar 
esses dados? Não seria um processo ainda mais “digital”, no sentido de que esse preenchimento 
é mais “inteligente”? Pois é... a esse raciocínio chamamos de digitalização, que envolve, além de 
transformar o processo anteriormente analógico em digital, adicionar a esse processo eficiência 
digital, melhorando-o, neste caso, do ponto de vista do usuário.
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Transformação digital | A transformação digital
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: Digitalização bancária: Pix vs. Cheque
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Agora, e se vocêpercebesse que a maioria dos seus novos clientes chega ao seu site a partir de 
outro onde estão logados, com os dados já cadastrados sob esse login? Poderia propor a esse 
mesmo site um percentual do valor da compra no seu, se eles compartilhassem essas informa-
ções com você, para que, dessa forma, esses usuários não precisassem se preocupar em preen-
cher cadastro nenhum no seu site, e assim a experiência de compra deles com você não teria 
nenhuma etapa além de escolher e pagar por seu produto, diminuindo o que chamamos de 
“fricção”. Isso seria uma nova fonte de renda para o site de origem, que, percebendo isso, poderia 
tratar os dados de seus clientes de forma mais cuidadosa e detalhada, mantendo-os atualizados 
e criando eventualmente benefícios para os usuários que os atualizassem com frequência, por 
exemplo. Concorda que isso seria um novo modelo de negócios para eles e para você? Então 
estaria de acordo com a definição de TD que vimos no tópico 1, certo? Você se lembra dela?
Figura 4 - Na digitalização, além de transformar o processo anteriormente analógico em digital, adiciona 
a esse processo eficiência digital, melhorando-o do ponto de vista do usuário.
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Transformação digital | A transformação digital
“Transformação digital se refere às mudanças associadas à aplicação de tecnologias digitais 
em todos os aspectos da sociedade humana. Ela é implementada por meio da digitalização 
de processos, que leva a ofertas de variações digitais de bens ou serviços ou à sua completa 
remodelação para incorporar os novos componentes digitais.”
Dessa forma, podemos definir a digitização como a simples transformação de um processo analó-
gico em digital; a digitalização como a digitização com a adição de valor por meio de ganho de 
eficiência digital; e a TD, bem, já quase decoramos a sua definição...
Esses três componentes são conhecidos em inglês como “the three amigos of digital transformation”.
DigitalizaçãoDigitização
Conversão (dado) Adaptação (processo) Criação (negócio)
Transformação digital
APROFUNDE-SE
Acesse o relatório da consultoria Atlantico sobre a TD em 2020 e veja como a Covid-19 acelerou o 
processo de digitalização das empresas no Brasil.
Título: Transformação digital na América Latina 2020
Disponível em: https://docsend.com/view/bjjwpytuseux7x9e
Acesso em: 05/06/2021.
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Figura 5 - Digitização, digitalização e transformação digital, conhecidos como: “the three amigos of digital transformation”.
Fonte: adaptado de https://bit.ly/2V8aLXj
https://docsend.com/view/bjjwpytuseux7x9e
https://bit.ly/2V8aLXj
31
Transformação digital | A transformação digital
REFLITA
É muito comum ouvir as pessoas falarem que a Uber, o iFood, a Booking.com, o Airbnb ou, aqui no Brasil, 
o Quinto Andar, o Zé Delivery ou o Nubank são grandes exemplos de transformação digital. Porém, essas 
são empresas nativas digitais, ou seja, elas já nasceram como modelos de negócios digitais e, portanto, 
não houve transformação.
Reveja os conceitos da unidade, acesse os conteúdos dos “Aprofunde-se” e escolha uma dessas empresas 
para pesquisar sobre sua história e evolução em termos de oferta de produtos e serviços, tentando explicar 
como ela poderia ser um exemplo de TD.
Ah, só para deixar claro: elas são, de fato, exemplos de TD, ok?
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Transformação digital | A transformação digital
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agora você já entendeu o que é TD, de onde ela surgiu, como é formada e para que serve. 
Viu também a diferença entre digitização, digitalização e transformação digital (conhecidas como 
os “three amigos”), os três pilares da TD e seus componentes, além de alguns exemplos de cada 
um dos conceitos.
Entender as definições de cada conceito ligado à TD, seus principais componentes e aplicações é 
fundamental para poder trabalhar com os frameworks de transformação digital ao desenvolver 
projetos nessa área.
33
Transformação digital | A transformação digital
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TRATKOWSKA, Kamila. Digital transformation: theoretical backgrounds of digital change. Mana-
gement Sciences, v. 24, n. 4, p. 32-37, 2019. DOI 10.15611/ms.2019.4.05. Disponível em: https://sciendo.
com/downloadpdf/journals/masc/24/4/article-p32.xml Acesso em: 5 jun. 2021.
http://scet.berkeley.edu/wp-content/uploads/AIR-2016-Blockchain.pdf
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https://ieomsociety.org/toronto2019/papers/236.pdf
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https://www.capgemini.com/wp-content/uploads/2017/07/Digital_Transformation__A_Road-Map_for_Billion-Dollar_Organizations.pdf
https://www.capgemini.com/wp-content/uploads/2017/07/Digital_Transformation__A_Road-Map_for_Billion-Dollar_Organizations.pdf
https://www.capgemini.com/wp-content/uploads/2017/07/Digital_Transformation__A_Road-Map_for_Billion-Dollar_Organizations.pdf
http://radar.oreilly.com/2010/01/roger-magoulas-on-big-data.html
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/transforma%C3%A7%C3%A3o/
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https://sciendo.com/downloadpdf/journals/masc/24/4/article-p32.xml
https://sciendo.com/downloadpdf/journals/masc/24/4/article-p32.xml
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Transformação digital | O modelo de Rogers
Objetivos de aprendizagem:
Conhecer o modelo para transformação digital mais bem-aceito no mundo, seus domínios e compo-
nentes, bem como discutir cada um deles e reconhecer formas e meios de evoluir no uso de cada um.
Tópicos de estudo:
• Os cinco domínios da transformação digital;
• Os domínios de inovação e dados;
• Os domínios de competição e valor.
Iniciando os estudos:
Olá! Boas-vindas ao modelo de Rogers para a transformação digital.
Nesta unidade, você vai descobrir o modelo de cinco domínios proposto por David Rogers, 
professor de estratégia digital e marketing na Universidade de Negócios de Columbia, nos EUA, e 
autor do livro Transformação digital: repensando seu negócio para a era digital.
Nos três tópicos dessa unidade, você verá o modelo de Rogers e cada um de seus domínios em 
maior profundidade. Vamos lá?
O MODELO DE ROGERS
35
Transformação digital | O modelo de Rogers
1 OS CINCO DOMÍNIOS 
DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Sempre que falamos de transformação digital (TD) sob o ponto de vista de um processo de digi-
talização de negócios,pensamos nela como um processo isolado, algo que algum gestor mais 
descolado ou informado sobre as hypes que estão acontecendo pelo mundo resolveu imple-
mentar na empresa como forma de diversificar os negócios.
Para ser bem sincero com você, isso é bastante comum no mundo dos negócios, inclusive diversas 
pesquisas mostram que a grande maioria dos administradores seniores (alta gestão) afirma que 
a TD está em processo de implantação ou que pretende implementá-la em suas empresas nos 
próximos anos. Mas quando a pesquisa tenta identificar as ações que estão sendo implementadas 
nessas mesmas empresas, a verdade aparece: ou não existe nenhuma ação ou, quando existe, 
são ações isoladas, feitas em um departamento ou outro, sem nenhum tipo de coordenação ou 
planejamento e totalmente desconectadas de um plano central da empresa em relação à TD. E 
muitas vezes esse planejamento, quando existe, é apenas um amontoado de palavras e imagens 
bonitas, mas sem nenhuma efetividade.
Figura 1 - Modelando a transformação digital.
36
Transformação digital | O modelo de Rogers
Se você já teve algum contato com a disciplina de Estratégia, ou já trabalhou com isso, sabe 
que estratégia de negócios e, consequentemente, o seu planejamento (ou Plano de Negócios) 
envolvem algumas etapas tradicionais:
1. Diagnóstico: conhecer o negócio; entender os clientes, a cadeia de produção e os seus 
concorrentes; identificar oportunidades (de ganho de eficiência, desenvolvimento de 
produtos e/ou serviços e geração de valor) e desafios (legislações, novos players, restri-
ções de recursos etc.);
2. Objetivos: estabelecer metas e métricas para medi-las;
3. Plano de ações detalhado: acompanhar e medir os resultados constantemente; e, final-
mente, fazer os ajustes necessários ao longo do tempo.
A interpretação de Rogers (2017), e de muitos outros, sobre a TD é que ela é um processo estraté-
gico das empresas que a adotam, e, portanto, deve seguir o mesmo padrão de desenvolvimento. 
Sendo assim, Rogers identificou em seus estudos sobre TD, conduzido pela universidade onde 
leciona, cinco domínios (ou dimensões) nos quais todo projeto de TD deve se basear.
Não vou te contar quais são ainda. Vamos ver se chegamos neles, refletindo um pouco sobre o 
que já sabemos sobre TD, como na definição que adotamos neste componente:
Transformação digital se refere às mudanças associadas à aplicação de tecnologias digitais 
em todos os aspectos da sociedade humana. Ela é implementada por meio da digitalização 
de processos que levam a ofertas de variações digitais de bens ou serviços, ou a sua completa 
remodelação para incorporar os novos componentes digitais.
Então, a partir dela, temos alguns componentes básicos da TD:
• Aplicação de tecnologias digitais;
• Digitalização de processos;
• Ofertas de variações digitais de bens ou serviços;
• Completa remodelação (dos negócios);
• Aplicação a todos os aspectos da sociedade humana.
O processo de aplicação de tecnologias digitais e a digitalização de processos permitem que se 
faça uso de informações que, no modelo tradicional, seriam impossíveis, como saber exatamente 
quem está na sua loja, ou modificar os “corredores” virtuais de um e-commerce para melhor se 
adaptar aos padrões e preferências desse consumidor, certo? Isso só é possível pela análise de 
dados não estruturados e em grandes volumes (Big Data) e, do ponto de vista do consumidor, 
pode ser a diferença na preferência por uma ou outra loja. Em marketing, isso é chamado de 
valor percebido.
Podemos testar, validar e alterar indefinidamente a cor de um botão de compra, por exemplo, 
para encontrarmos a cor mais adequada para o botão, dividido por grupo de clientes, ou até 
mesmo personalizar esse botão para cada consumidor “dentro” de um e-commerce.
37
Transformação digital | O modelo de Rogers
Podemos também, por exemplo, oferecer um combo de produtos para um determinado cliente, 
mais inclinado à compra de produtos combinados, com determinada vantagem; para outro, que 
prefere comprar produtos individuais e dá preferência para embalagens para presente, oferecer 
um serviço de embalagem gratuito, e assim por diante.
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: O que é um funil de marketing?
Todas essas possibilidades de inovação têm o intuito de gerar mais valor para o consumidor, 
baseadas em dados advindos desses mesmos clientes, para se obter maior vantagem em um 
ambiente de competição que exige diferenciação constante.
Pronto! Chegamos aos cinco domínios do Manifesto Ágil de Rogers para a TD! Viu? Não é tão 
difícil assim. Veja como Rogers os resume:
Domínio Tema estratégico Conceitos-chave
Clientes
Exploração de redes de 
clientes
•	 Reinvenção do funil de marketing;
•	 Jornada de compra;
•	 Principais comportamentos da rede de clientes.
Competição
Construção de platafor-
mas e não apenas de 
produtos
•	 Modelos de negócios de plataformas;
•	 Efeitos de rede (in)diretos;
•	 (Des)intermediação;
•	 Trens de valor competitivo.
Dados
Conversão de dados em 
ativos
•	 Padrão de valor dos dados;
•	 Drivers para o Big Data;
•	 Tomada de decisão baseada em dados.
Inovação
Inovação por experi-
mentação rápida
•	 Experimentação divergente;
•	 Experimentação convergente;
•	 MVP (Mínimo Produto Viável);
•	 Caminhos para escalar.
Valor
Adaptação da proposta 
de valor
•	 Conceitos de valor de mercado;
•	 Caminhos de saída de um mercado em declínio;
•	 Passos para evolução da proposta de valor.
Quadro 1 - Guia da transformação digital de Rogers.
Fonte: adaptado de Rogers (2017).
38
Transformação digital | O modelo de Rogers
APROFUNDE-SE
Conheça mais a fundo o que Rogers propõe em seu livro sobre transformação 
digital.
Título: Transformação digital: repensando seu negócio para a era digital
Autor: David L. Rogers
Local: São Paulo.
Editora: Autêntica Business.
Data de publicação: 2017.
ISBN: 8551302728.
ASIN: B074JK3TS6.
39
Transformação digital | O modelo de Rogers
2 OS DOMÍNIOS DE INOVAÇÃO E DADOS
Todos os domínios do modelo de Rogers estão interligados, em maior ou menor escala. O domínio 
de dados e o domínio de clientes, por exemplo, têm uma ligação muito intensa, porque você 
precisa dos dados dos seus clientes para conhecê-los melhor. E esses dados serão fornecidos por 
eles de modo direto ou indireto, consciente ou inconscientemente.
Desde a Sociedade da Informação, os dados ganharam relevância na medida em que se tornaram 
matéria-prima para a geração de informações e, consequentemente, de conhecimento. Rapida-
mente se tornaram um recurso (asset) importante das empresas no ambiente de competição, 
que passou a exigir decisões gerenciais mais certeiras e rápidas, com cada vez menos margem 
de erro aceitável.
Este contexto fez com que a gestão das empresas tivesse que se adaptar rapidamente e buscando 
formas de tomar decisões mais eficientes, que gerassem maior valor para seus clientes, acionistas, 
funcionários, marcas, enfim, que tornassem a organização mais competitiva. Assim, as empresas 
começaram a tomar decisões estratégicas baseadas em dados. Porém, no início desse período, 
a quantidade de dados disponível era muito restrita, quase nenhum dos dados estava disponível 
digitalmente e acessá-los poderia ser muito custoso, seja do ponto de vista de recursos humanos 
ou do material e, consequentemente, financeiro. Logo, a vantagem teoricamente obtida com o 
uso da informação perdia valor para os stakeholders internos às organizações.
Figura 2 - Inovação e dados.
40
Transformação digital | O modelo de Rogers
Com a adoção da tecnologia por parte dos usuários finais, especialmente depois do surgimento 
dos smartphones e da difusão em larga escala da tecnologia de transmissão de dados móveis 
de alta velocidade, o volume de dados produzidos pelas pessoas, os quais as empresas estavam 
desesperadas para conseguir, fez com que o padrão estabelecido mudasse completamente. Até 
esse momento, quem tinha algum dado sobre o consumidor e conseguisse analisá-lo deforma 
mais eficiente tinha uma vantagem sobre os seus competidores; mas, com a inundação de dados 
disponíveis, o que passa a importar é a capacidade de analisar e testar soluções, de forma mais 
rápida, para as questões levantadas sobre as informações oriundas desses dados.
Ou seja, a partir desse momento da história, eram precisos métodos de análise de forma mais 
rápida, bem como métodos mais velozes do que os tradicionais, a fim de gerar soluções para 
os problemas identificados pelas análises de dados. Assim que o Big Data e os métodos ágeis 
ganham maior impulso entre as grandes empresas, estas iniciam seu percurso de TD.
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: O Manifesto Ágil
As empresas passaram a utilizar, para esse objetivo, dois tipos de experimentos a fim de testar e 
validar processos de inovação: os experimentos convergentes e os experimentos divergentes.
Os experimentos convergentes partem do princípio de que o objeto de estudo apresenta uma 
relação de causalidade que precisa ser validada. Digamos, por exemplo, que você queira validar a 
seguinte hipótese: “Se eu apresentar informações mais completas sobre um produto que vendo 
em minha loja de e-commerce, mais pessoas irão comprá-lo.”
Essa afirmação em si já pressupõe que você tenha alguns dados para avaliação; neste caso, em 
particular, dados de conversão de compra (do total de pessoas que visualizaram a página do 
produto, X% efetivamente o comprou). Como você poderia testar isso? Muitas empresas utilizam 
o que se chama de teste A/B. Nesse tipo de experimento, para metade das pessoas que aces-
sarem a página do produto, mais informações serão apresentadas; já para a outra metade, que 
funcionará como grupo de controle, a página será mantida como está. Dessa forma, será possível 
verificar se entre as pessoas que virem a página com mais informação do produto a taxa de 
conversão será maior, igual ou menor do que a taxa de conversão no grupo de controle, e, com 
base nesses resultados, decidir se deve ou não colocar mais informações na página do produto.
Rogers chama esse tipo de experimento de convergente, pois, segundo ele, tais experimentos 
tendem a convergir para uma resposta específica a uma pergunta especificadamente mais clara, 
direta e assertiva.
41
Transformação digital | O modelo de Rogers
Já nos casos de experimentos divergentes, cujo uso é indicado para explorar opções, as respostas 
servem mais para gerar ideias ou insights, e acabam suscitando mais perguntas que podem ser 
exploradas posteriormente. Esse tipo de experimento é geralmente mais abrangente e menos 
assertivo, mas é fundamental para o desenvolvimento de inovações.
Muitos processos de inovação de produtos utilizam, por exemplo, a avaliação de protótipos em 
desenvolvimento de produtos por potenciais clientes, aos quais são feitas perguntas como: “O 
que você acha desse produto?” ou “Esse produto lhe parece uma boa ideia?”. Imagine o número 
infinito de respostas absolutamente diferentes que podem vir de perguntas como essas. Mas 
é exatamente assim que as maiores inovações de produtos acontecem. Se você já teve contato 
com o processo de design thinking, sabe muito bem como isso funciona!
APROFUNDE-SE
Conheça a visão do consultor e autor Philip Evans sobre como os dados mudarão a maneira como 
pensamos Estratégia. Não se esqueça de ativar as legendas em Português.
Título: Philip Evans: como os dados transformarão os negócios
Disponível em: https://bit.ly/3rZFVwy
Acesso em: 14/06/2021.
https://bit.ly/3rZFVwy
42
Transformação digital | O modelo de Rogers
3 OS DOMÍNIOS DE COMPETIÇÃO E VALOR
Competição e valor são os dois domínios do modelo de Rogers que têm uma maior semelhança 
com um processo tradicional de planejamento estratégico.
Basicamente todos os autores de estratégia empresarial tratam em suas obras, entre outros 
assuntos, desses dois temas: competição e valor. Para muitos, inclusive, esses são os dois aspectos 
mais importantes do planejamento estratégico.
Com as mudanças promovidas pela adoção de novas tecnologias, que se refletem no compor-
tamento do consumidor e, consequentemente, do mercado, surge a necessidade de que os 
gestores tenham uma ferramenta para ver o panorama competitivo de uma nova forma, que 
permita “analisar a competição e o poder entre a empresa e seus parceiros de negócios, seus 
rivais diretos e seus concorrentes assimétricos” (ROGERS, 2017, p. 111). A essa ferramenta o autor 
deu o nome de trem de valor competitivo. Você poderia argumentar que as ferramentas de 
análise competitivas são absolutamente capazes de oferecer o suporte necessário aos gestores 
para que estes possam fazer uma análise de forma eficiente. E eu tenderia a concordar com você, 
mas não custa conhecer mais uma ferramenta de gestão competitiva, certo?
Figura 3 - Competição e valor.
43
Transformação digital | O modelo de Rogers
Então, no trem de valor competitivo, cada vagão é uma entidade da cadeia de suprimentos, que 
leva à locomotiva: o consumidor. Em uma cadeia tradicional, haverá:
O que Rogers propõe é que, com a TD, esses vagões poderiam facilmente mudar de posição, 
ou que ainda novos vagões poderiam se infiltrar no trem, modificando totalmente a relação de 
forças. Imagine que o professor, por exemplo, poderia oferecer o seu curso diretamente aos estu-
dantes (consumidores) por meio de sites especializados, ou que a universidade passasse a dispo-
nibilizar essas aulas no módulo EaD (ensino a distância) para estes ou até para outros estudantes. 
Isto alteraria a relação de forças entre os vagões.
APROFUNDE-SE
Conheça a visão de David Rogers e Arnand Birjie para o processo de TD. Não se esqueça de ativar as 
legendas e depois habilitar a tradução para o Português.
Título: The strategy vs execution gap in digital transformation
Disponível em: https://youtu.be/BiY9fi3SMEs
Acesso em: 14/06/2021.
Figura 4 - O trem de valor competitivo.
Fonte: adaptado de Rogers (2017).
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https://youtu.be/BiY9fi3SMEs
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Transformação digital | O modelo de Rogers
Como já comentamos, há outras ferramentas tradicionais que fariam análise semelhante, mas o 
trem de valor competitivo de Rogers é mais focado nas mudanças provocadas pela TD.
Rogers também aborda, nesses domínios, aspectos como: efeito de rede na competição; cami-
nhos de saída de um mercado em declínio; e propostas de geração de valor para o domínio “valor” 
de seu modelo. Tal como no trem de valor competitivo, esses aspectos se assemelham aos trata-
mentos dados pelas teorias tradicionais de planejamento estratégico, mas sempre com foco no 
impacto da TD sobre eles.
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: O efeito de rede
REFLITA
Em seu livro, Rogers (2017) propõe um modelo para criar uma planta. É praticamente um roteiro de como 
as empresas devem planejar, implementar e medir um processo de TD.
Em sua apresentação no TED Talks, Philip Evans analisa as mudanças fundamentais que a tecnologia e, 
em particular, os dados conectados promoverão nos padrões de estratégia de negócios, especialmente as 
teorias de Henderson e Porter, bem como no ganho de escala (HOW..., 2013).
Assim, tente analisar como a TD, sob o prisma do modelo de Rogers, pode alterar a maneira na qual uma 
empresa que o adota gerencia o seu próprio negócio. Ou seja, tente responder à seguinte pergunta: 
como um projeto bem executado de TD pode alterar o próprio negócio (core business) da empresa que 
o desenvolve?
45
Transformação digital | O modelo de Rogers
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, você viu alguns pontos fundamentais para entender a TD, além de se aprofundar 
em seu primeiro framework.
Você viu:
• Os cinco domínios de TD de Rogers;
• O funil de marketing e sua importância para conhecer os clientes por meio dos seus 
dados coletados;
• A importância da inovação e os dois tipos de experimentos de teste e validação, e como 
isso se relaciona com o Manifesto Ágil;
• O efeito de rede e como ele contribui para a geração de valor;
• Os dadosque mudam os negócios, na visão de Evans;
• E, finalmente, o que é o trem de valor, também proposto por Rogers.
Agora você começa a ter a dimensão da importância e abrangência da TD nos negócios. Até a 
próxima!
46
Transformação digital | O modelo de Rogers
REFERÊNCIAS
HOW data will transform business. Palestra para o TED Talks proferida por Philip Evans. [São Fran-
cisco: s. n.], 2013. 1 vídeo (13 min). Publicado pelo canal TED@BCG San Francisco. Disponível em: 
https://www.ted.com/talks/philip_evans_how_data_will_transform_business Acesso em: 14 jun. 2021.
ROGERS, David L. Transformação digital: repensando seu negócio para a era digital. São Paulo: 
Autêntica Business, 2017.
https://www.ted.com/talks/philip_evans_how_data_will_transform_business
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Transformação digital | Status de maturidade digital
Objetivo de aprendizagem:
Distinguir os diferentes estágios digitais de empresas, levando em conta os setores do mercado, para 
realizar um correto diagnóstico de seus status de maturidade digital.
Tópicos de estudo:
• O que é maturidade digital e qual a sua importância?
• O modelo de maturidade digital (MMD) da Forrester.
• O modelo de maturidade digital (MMD) do Google e do BCG.
Iniciando os estudos:
Todo desenvolvimento de novos projetos, gerenciais ou técnicos, exige algum tipo de diagnóstico 
em qualquer área, um levantamento de dados para entender o estado atual do objeto que está 
sendo estudado. Em um projeto de gestão empresarial, por exemplo, procura-se identificar o 
ambiente interno, microambiente, macroambiente, concorrência, assim por diante. Com a trans-
formação digital não é diferente: é preciso fazer um levantamento do estado atual da digitali-
zação no ambiente onde o projeto irá acontecer. Isso é chamado de maturidade digital, e é o que 
veremos nesta unidade, vamos lá?
STATUS DE MATURIDADE DIGITAL
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Transformação digital | Status de maturidade digital
Figura 1 - Maturidade digital.
1 O QUE É MATURIDADE DIGITAL 
E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA?
Imagine a seguinte situação: você é um especialista em iluminação e um amigo pede a sua ajuda 
para melhorar a iluminação do quarto dele. Qual seria o primeiro passo? Provavelmente, conhecer o 
quarto e ver como é a iluminação, ou verificar os pontos de iluminação e qual a quantidade de lúmens. 
Ou talvez levantar algumas questões referentes à infraestrutura: a distribuição de carga elétrica da 
rede na qual o quarto está inserido, qual a capacidade disponível e como está a fiação, certo?
Em um projeto de transformação digital (TD), o processo é semelhante. É preciso mapear os 
processos dentro do arcabouço do projeto; identificar os analógicos e quais foram ou estão em 
processo de digitização ou de digitalização; verificar como é a infraestrutura tecnológica dispo-
nível, os recursos humanos disponíveis e qual o nível de conhecimento tecnológico que os profis-
sionais possuem; assim por diante. O resultado desse estudo, geralmente, recebe o nome de 
maturidade digital.
O termo transformação, em TD, pressupõe uma mudança, no sentido de estar em um estado e 
ir para outro, no qual haverá um grau maior de “digital”. A maturidade, especialmente quando 
falamos em organizações, implica em completude, perfeição e prontidão, então a maturidade 
digital pode ser vista como a forma sistemática pela qual uma empresa alcança a sua TD. Assim, 
o termo maturidade digital reflete o status de TD de uma empresa (CHANIAS; HESS, 2016; KANE 
et al., 2017; LAHRMANN et al., 2011).
A maturidade digital serve como um guia, é um diagnóstico contínuo, que reflete a evolução (ou 
involução) de uma empresa, área ou projeto ao longo do tempo em relação à TD e, assim, torna-se 
uma ferramenta fundamental para acompanhar a implementação de um projeto de TD, conhe-
cida como jornada digital.
49
Transformação digital | Status de maturidade digital
Cada projeto de TD tem características e objetivos próprios e, portanto, necessidades particu-
lares que mapeiam o seu status. Por isso, é preciso desenvolver modelos que tentem mapear, 
de forma mais genérica, características comuns que possam ser mensuradas e comparadas, de 
modo a formular um julgamento de valor que permita classificar esse status e definir os passos 
da jornada de TD.
O primeiro modelo de maturidade digital (MMD) que se tem registro data de 2012 e foi desen-
volvido por uma parceria entre o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a empresa 
de consultoria/tecnologia Capgemini. A partir de 2016, foram catalogados mais de 30 modelos, 
sendo pelo menos 12 deles desenvolvidos por pesquisadores acadêmicos, e os demais, por profis-
sionais e empresas especializadas em consultorias e desenvolvimento de projetos de TD.
APROFUNDE-SE
Veja o guia da Capgemini para a aplicação de um MMD. Ative as legendas e clique na opção para 
traduzir para o Português.
Título: Capgemini Invent Talks: Digital Maturity roadmap approach
Disponível em: https://youtu.be/7PRR5kgAVdU
Acesso em: 27/06/2021.
A maturidade digital também pode ser usada para medir o desempenho digital de um país. Em 
2017, a instituição de ensino The Fletcher School, integrante da Tufts University (Massachusetts, 
EUA), em conjunto com a empresa Mastercard, realizou o Digital Intelligence Index, um estudo 
que classificou mais de 60 países em relação à velocidade do movimento digital (momentum 
digital) e a sua Evolução digital, de acordo com o Digital Evolution Index (DEI) ou Índice de 
Evolução Digital (IED) (CHAKRAVORTI; CHATURVEDI, 2017).
Em 2020, a universidade atualizou os dados e renomeou o modelo para Índice de Inteligência 
Digital (IID, ou DII em inglês). Nessa edição, os autores utilizaram um combinado de 358 indica-
dores, entre 60 e 90 países, para a IID (160 indicadores comparáveis em 12 anos) e a Confiança 
digital (198 indicadores do último ano disponível) (CHAKRAVORTI et al., 2020).
Os indicadores do IID são divididos em quatro categorias: confiabilidade do ambiente digital 
para cada país; qualidade da experiência dos usuários; atitudes em relação às principais insti-
tuições e organizações; e comportamento das pessoas quando elas interagem com o mundo 
digital (CHAKRAVORTI; CHATURVEDI, 2017).
https://youtu.be/7PRR5kgAVdU
50
Transformação digital | Status de maturidade digital
Veja o último resultado da análise desse estudo na figura 2, no qual os países são divididos em 
quatro categorias: Break Out (Emergentes); Stall Out (Estagnados); Stand Out (Destaque) e 
Watch Out (Atenção).
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: O Brasil no IID
Figura 2 - Índice de Inteligência Digital.
Fonte: Chakravorti et al. (2020, p. 8).
51
Transformação digital | Status de maturidade digital
2 O MODELO DE MATURIDADE 
DIGITAL (MMD) DA FORRESTER
Um dos modelos para a análise de maturidade digital de projetos e empresas foi desenvolvido pela 
consultoria Forrester, em 2007. Apesar de ser utilizado amplamente no mercado, é um modelo 
proprietário, e só está disponível para empresas e profissionais com acesso privado ao material da 
consultoria Forrester, mas como as chances de você ter que lidar com ele se for trabalhar com TD 
no mercado nacional ou internacional é grande, vale a pena entendê-lo.
A fim de que as empresas possam avaliar o grau de digitalização de seus negócios e traçar planos 
de ação focados nas suas necessidades, a consultoria desenvolveu um questionário para ajudá-
-las a fazer essa avaliação. Ao longo dos anos, ela foi o aperfeiçoando e, à medida que acumulava 
respostas de diversos setores entre seus clientes ao redor do mundo, foi capaz de estabelecer 
padrões de excelência das ações dessas empresas. De modo que desenvolveu um parâmetro, 
no qual é possível comparar resultados de empresas do mesmo setor (local e globalmente), bem 
como levantar uma espécie de “campeã”, a qual seria uma empresa hipotética com os melhores 
resultados obtidos em cada aspecto avaliado.
Assim, a contratante identifica gaps entre as pontuações e pode agir para reduzir ou eliminá-los. 
Também é possível

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