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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO CIVIL
Da Responsabilidade Civil
Livro Eletrônico
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Da Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
Fabiana Borges
Sumário
Apresentação .....................................................................................................................................................................3
Da Responsabilidade Civil ..........................................................................................................................................4
Conceito .................................................................................................................................................................................4
Natureza Jurídica ..............................................................................................................................................................4
Função ....................................................................................................................................................................................4
Responsabilidade Civil e Penal ...............................................................................................................................5
Responsabilidade Civil Subjetiva e Objetiva ...................................................................................................7
Responsabilidade Civil Contratual e Extracontratual ...............................................................................9
Dos Pressupostos ou Elementos da Responsabilidade Civil ............................................................. 10
Das Causas Concorrentes ........................................................................................................................................27
Da Ação Regressiva ..................................................................................................................................................... 28
Da Responsabilidade Civil do Estado ............................................................................................................... 28
Causas Excludentes do Dever de Indenizar................................................................................................... 29
Causas Excludentes de Nexo de Causalidade e da Cláusula de Não Indenizar .........................31
Resumo ...............................................................................................................................................................................33
Questões de Concurso ...............................................................................................................................................36
Gabarito ..............................................................................................................................................................................55
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................56
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Da Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
Fabiana Borges
ApresentAção
Oi, pessoal, tudo bem com vocês?
Veremos agora a apostila referente ao material de Responsabilidade Civil, tema muito re-
corrente em provas e concursos, com alta incidência de jurisprudência.
A abordagem do tema, neste material terá maior incidência em direito civil, mas também 
tocará áreas como direito do consumidor e direito administrativo.
Para elaboração dele, vou utilizar das melhores e mais importantes doutrinas de Direito 
Civil, jurisprudências atualizadas que são muito comuns e incidentes na área e, ainda, dos 
enunciados das Jornadas de Direito Civil.
Sobre as questões, trabalharei as da banca Cebraspe/Cespe, nas suas duas modalidades: 
enunciado com duas assertivas como respostas (certo ou errado) e questão com um enuncia-
do com quatro ou cinco assertivas e apenas uma correta. Gostaria de ressaltar que o Cespe se 
utiliza muito de jurisprudências e súmulas, portanto, fiquem bem atentos.
Se houver dúvida, não deixem de me chamar e, juntos, sanaremos qualquer pendência. O 
importante é ter o treino reforçado para que, no dia da prova, tudo flua tranquilo e vocês consi-
gam responder as questões propostas.
Vamos juntos, vamos com DEDICAÇÃO e FÉ!
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Da Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
Fabiana Borges
DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Sucintamente, pode-se afirmar que o tema da responsabilidade civil se fundamenta no de-
ver de conviver em sociedade e não causar dano à outra pessoa; todavia, se o dano acontecer, 
o causador deverá repará-lo. Essa regra é de organização social, para que vivamos bem em 
sociedade e respeitemos o outro e seus bens. É o princípio neminem laedere, que significa que 
a ninguém é dado causar prejuízo a outrem.
Para tanto, o Estado cria normas que regulamentam esse limite de ação entre particulares, 
e também cria os mecanismos de reparar o dano, caso este seja causado. Vale notar que as 
regras sobre responsabilidade civil não estão em capítulo próprio, uma vez que são inseridas 
em diversas áreas do Código Civil e de outras leis.
As peculiaridades do tema serão abordadas no discorrer desse material.
ConCeito
Os autores Pablo Stolze e Rodolfo Gagliano1 conceituam responsabilidade civil:
A responsabilidade civil deriva da agressão a um interesse eminentemente particular, sujeitando, 
assim, o infrator, ao pagamento de uma compensação pecuniária à vítima, caso não possa repor in 
natura o estado anterior de coisas.
nAturezA JurídiCA
A natureza jurídica da responsabilidade civil é de caráter sancionador. Desse modo, os 
autores Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona2 explicam: “[...] concluímos que a natureza jurídica 
da responsabilidade será sempre sancionadora, independentemente de se materializar como 
pena, indenização ou compensação pecuniária”.
Função
A função da responsabilidade civil é restaurar o estado em que a vítima se encontrava an-
tes da lesão, denominado statu quo ante. O restaurar o estado da vítima pode ser devolvendo 
um bem igual o que fora danificado, pode ser em pecúnia ou até mesmo pedido de desculpas. 
Tudo tem de ser aferido conforme a extensão do dano suportado pela vítima, conforme deter-
minação do artigo 944 do Código Civil: “A indenização mede-se pela extensão do dano”.
1 GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil Responsabilidade Civil. São Paulo: Editora 
Saraiva, 2016. p. 55.
2 GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil Responsabilidade Civil. São Paulo: Editora 
Saraiva, 2016. p. 66.
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Da Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
Fabiana Borges
Neste sentido, o Enunciado 379 do Conselho de Justiça Federal, da IV Jornada de Direito 
Civil, estabelece: “O art. 944, caput, do Código Civil não afasta a possibilidade de se reconhecer 
a função punitiva ou pedagógica da responsabilidade civil”.
Portanto, função punitiva face ao que praticouo ilícito, e ainda pode-se afirmar que, além 
de restaurar a vítima que suportou o dano, há também uma função pedagógica, a fim de des-
motivar condutas como a que fora praticada.
Assim, a responsabilidade civil tem as seguintes funções: restaurativa, punitiva e pedagó-
gica, conforme esquema abaixo:
Função 
Restaurativa
Função 
Punitiva
Função 
Pedagógica
responsAbilidAde Civil e penAl
A responsabilidade civil e a penal são esferas distintas, e assim são tratadas. Note que 
até podem se encontrar, mas o trâmite processual para apuração é diferente. A reprimenda do 
direito penal é singular no direito brasileiro, não se confunde com nenhuma outra.
O Código Civil, em seu artigo 935, estabelece:
A RESPONSABILIDADE CIVIL É INDEPENDENTE DA CRIMINAL, não se podendo questionar mais 
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem de-
cididas no juízo criminal.
Inclusive, nesse sentido, o artigo 67 do Código de Processo Penal determina:
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
I – o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;
II – a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III – a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.
O Código de Processo Penal prevê, em seu artigo 63:
Transitada em julgado à sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, 
para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.
Ainda, sobre a fusão dos temas, o artigo 74 da Lei n. 9.099/95 preconiza:
A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença 
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
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Da Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
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Vale lembrar as palavras Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery3:
[...] o Brasil adotou o princípio da independência das responsabilidades, ou seja, o mesmo fato pode 
dar origem a sanções civis, penais e administrativas, aplicáveis cumulativamente.
Ainda sobre a responsabilidade civil e criminal, vale a leitura dos artigos abaixo transcritos. 
Note que, se for homicídio, o crime será apurado na esfera penal e poderá ser apurado na esfe-
ra cível; neste caso, o artigo 948 do Código Civil determina:
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração 
provável da vida da vítima.
Na hipótese de lesão ou ofensa à saúde, também reverberará na esfera criminal e poderá 
invocar responsabilidade civil e, neste caso, é necessário observância dos artigos 949 e 950 
do Código Civil:
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas 
do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo 
que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profis-
são, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento 
e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do 
trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de 
uma só vez.
Ainda, a incidência do artigo 951, que pode ser aplicado nos artigos anteriores:
O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, 
no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do 
paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
E, por fim, se houver ofensa contra a liberdade pessoal, deve ser observado o artigo 954 do 
Código Civil:
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e da-
nos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no 
parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
3 NERY, Nelson Júnior; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil Comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 
2012. p. 935.
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Da Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
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I – o cárcere privado;
II – a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III – a prisão ilegal.
responsAbilidAde Civil subJetivA e obJetivA
Para introdução do tema, preferi me manter sob a regra geral DUAL de responsabilidade 
civil. Neste entendimento, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona4 afirmam:
[...] A nova concepção que deve reger a matéria no Brasil é de que vige uma regra geral dual de res-
ponsabilidade civil, em que temos a responsabilidade civil subjetiva, regra geral inquestionável do 
sistema anterior, coexistindo com a responsabilidade objetiva, especialmente em função da ativida-
de de risco desenvolvia pelo autor do dano (conceito jurídico indeterminado a ser verificado no caso 
concreto, pela atuação judicial [...].
A responsabilidade civil subjetiva é AQUELA QUE PRECISA ENCONTRAR OS ELEMENTOS 
DOLO OU CULPA na conduta de quem pratica o ato ilícito, para que possa apurar a responsabi-
lidade, e consequentemente, o dever de reparar o dano, previsão do artigo 186 do Código Civil:
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano 
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Vale ficar de olho no esquema abaixo:
Responsabilidade 
civil subjetiva
Culpa
Negligência
Imprudência
ImperíciaDolo
Segundo o dicionário de Plácido e Silva5, tem-se os seguintes sinônimos:
Negligência: desprezar, desatender, não cuidar. Exprime a desatenção, a falta de cuida-
do ou de precaução com que se executam certos atos, em virtude dos quais se manifestam 
4 GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil Responsabilidade Civil. São Paulo: Editora 
Saraiva, 2016. p. 62.
5 SILVA, E. de Plácido. Vocabulário Jurídico. Volume III. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1982. p. 237, 419, 433.
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Da Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
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resultados maus ou prejudiciais, que não adviriam se mais atenciosamente ou com a devida 
precaução, aliás, ordenada pela prudência, fossem executados.
Imprudência: falta de atenção, descuido. Assim, resulta da imprevisão, do agente ou da 
pessoa, em relação às consequências de seu ato ou ação, quando devia e podia prevê-las. 
Funda-se, pois, na desatenção culpável.
Imperícia: a falta de prática ou conhecimento que se mostram necessários para o exercício 
de uma profissão ou de uma arte qualquer.
A responsabilidade civil subjetiva se fundamenta na ideia de que cada indivíduo responde 
pela sua própria culpa.
Já naresponsabilidade civil objetiva existe o dever de reparar o dano, INDEPENDENTE DE 
PROVAR A CULPA OU DOLO. Nesses casos, a culpa é presumida. A tais situações, a legislação 
atribui responsabilidade a alguém por dano que não foi causado diretamente por ele, mas por 
terceira pessoa com quem tem relação jurídica estabelecida. Também se denomina responsa-
bilidade civil indireta.
A responsabilidade civil objetiva se fundamenta no risco da atividade exercida, conforme 
precisão do parágrafo único do artigo 927 do Código Civil:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. HAVERÁ OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO, INDEPENDENTEMENTE DE CULPA, 
NOS CASOS ESPECIFICADOS EM LEI, OU QUANDO A ATIVIDADE NORMALMENTE DESENVOLVIDA 
PELO AUTOR DO DANO IMPLICAR, POR SUA NATUREZA, RISCO PARA OS DIREITOS [...].
Ainda sobre o tema, o ilustre Pablo Stolze6 cita o Desembargador Carlos Roberto Gonçalves:
[...] há quem critique essa dualidade de tratamento. São os adeptos da tese unitária ou monista, que 
entendem pouco importar os aspectos sob os quais se apresente a responsabilidade civil no cenário 
jurídico, pois uniformes são os seus efeitos. De fato, basicamente as soluções são idênticas para os 
dois aspectos. Tanto em um como em outro caso, o que, em essência, se requer para a configuração 
da responsabilidade são estas três condições: o dano, o ato ilícito e a causalidade, isto é, o nexo de 
causalidade.
Retomando o artigo 927, parágrafo único do Código Civil, anteriormente descrito, o Su-
premo Tribunal Federal7 reconheceu que o citado artigo pode ser aplicado para permitir res-
ponsabilização objetiva do empregador por danos causados ao empregado decorrentes de 
acidentes de trabalho, não sendo incompatível com o artigo 7º, XXVIII, da CF/88, que prevê 
responsabilidade subjetiva. A seguir, a ementa:
6 GAGLIANO. Pablo Stolze. FILHO. Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil Responsabilidade Civil. São Paulo: Editora 
Saraiva, 2016, p. 63.
7 Disponível em: https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1105639994/recurso-extraordinario-re-828040-df-0000438-8020 
105240002. Acesso em: 27 dez. 2021.
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DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA 932. EFETIVA PROTEÇÃO AOS DIREITOS 
SOCIAIS. POSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO OBJETIVA DO EMPREGADOR POR 
DANOS DECORRENTES DE ACIDENTES DE TRABALHO. COMPATIBILIDADE DO ART. 7, 
XXVIII DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL COM O ART. 927, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO 
CIVIL. APLICABILIDADE PELA JUSTIÇA DO TRABALHO. 1. A responsabilidade civil subje-
tiva é a regra no Direito brasileiro, exigindo-se a comprovação de dolo ou culpa. Possibili-
dade, entretanto, de previsões excepcionais de responsabilidade objetiva pelo legislador 
ordinário em face da necessidade de justiça plena de se indenizar as vítimas em situa-
ções perigosas e de risco como acidentes nucleares e desastres ambientais. 2. O legis-
lador constituinte estabeleceu um mínimo protetivo ao trabalhador no art. 7º, XXVIII, do 
texto constitucional, que não impede sua ampliação razoável por meio de legislação ordi-
nária. Rol exemplificativo de direitos sociais nos artigos 6º e 7º da Constituição Federal. 
3. Plena compatibilidade do art. 927, parágrafo único, do Código Civil com o art. 7º, XXVIII, 
da Constituição Federal, ao permitir hipótese excepcional de responsabilização objetiva 
do empregador por danos decorrentes de acidentes de trabalho, nos casos especifica-
dos em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor implicar, por sua 
natureza, outros riscos, extraordinários e especiais. Possibilidade de aplicação pela Jus-
tiça do Trabalho. 4. Recurso Extraordinário desprovido. TEMA 932. Tese de repercussão 
geral: “O artigo 927, parágrafo único, do Código Civil é compatível com o artigo 7º, XXVIII, 
da Constituição Federal, sendo constitucional a responsabilização objetiva do emprega-
dor por danos decorrentes de acidentes de trabalho, nos casos especificados em lei, ou 
quando a atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar exposição 
habitual a risco especial, com potencialidade lesiva e implicar ao trabalhador ônus maior 
do que aos demais membros da coletividade”.
(STF - RE: 828040 DF 0000438-80.2010.5.24.0002, Relator: ALEXANDRE DE MORAES, 
Data de Julgamento: 12/03/2020, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 26/06/2020)
responsAbilidAde Civil ContrAtuAl e extrAContrAtuAl
A responsabilidade civil contratual tem em si presunção de culpa. Ocorre quando há um 
descumprimento de um dever contratual, ou seja, a parte não adimpliu obrigação estabelecida, 
portanto, quando há violação de norma contratual.
Na responsabilidade civil contratual há, por exemplo, incidência do artigo 389 e seguintes 
do Código Civil:
Não cumprida à obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização mone-
tária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
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Da Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
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Já a responsabilidade civil extracontratual, também denominada aquiliana, se fundamenta 
nas relações da vida; não há, entre as partes envolvidas, uma relação contratual e, portanto, 
violação direta da legislação vigente.
Portanto, nas hipóteses de responsabilidade civil contratual, presume-se culpa e, na res-
ponsabilidade civil extracontratual ou aquiliana, aquele que suportou o dano deve provar a 
culpa do causador do dano.
dos pressupostos ou elementos dA responsAbilidAde Civil
O artigo 186 do Código Civil, base da responsabilidade civil, determina: 
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano 
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Desse mesmo artigo se retiram os elementos da responsabilidade civil: conduta humana, 
dano e nexo de causalidade. Fique de olho no esquema:
El
em
en
to
s 
da
 
re
sp
on
sa
bi
lid
ad
e 
ci
vi
l
Conduta humana
Dano
Nexo de 
causalidade
Abordarei cada elemento de forma individual:
A CONDUTA HUMANA pode ser positiva ou negativa. Será positiva quando o agente causa-
dor do dano efetivamente agir, e negativa se por comportamento omissivo, conforme determi-
nado no artigo 186 do Código Civil: “Aquele que, por AÇÃO ou OMISSÃO [...]”.
É oportuno citar a responsabilidade civil decorrente de ato de terceiro, prevista no artigo 
932 do Código Civil:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do traba-
lho que lhes competir, ou em razão dele;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, 
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
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Da Responsabilidade Civil
DIREITO CIVIL
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Em relação ao artigo 932, anteriormente citado, é necessário ligá-lo ao artigo 933 do mes-
mo diploma legal:
As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, AINDA QUE NÃO HAJA CULPA DE 
SUA PARTE, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
E também ao parágrafo único do artigo 942 do Código Civil:
São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 
932.
Ainda, há responsabilidade civil por fato do animal, prevista no artigo 936, do Código Civil:
O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou 
força maior.
Sobre fato do animal, é importante a leitura do Enunciado 4528 da V Jornada de Direito Civil, 
que estabelece:
A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é objetiva, admitindo-se a excludente do 
fato exclusivo de terceiro.
Quanto à responsabilidade pelo fato da coisa, prevista no artigo 937 e 938, ambos do Có-
digo Civil:
Art. 937, CC: O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, 
se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938, CC: Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das COISAS 
que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Sobre o artigo 938 do Código Civil, importante leitura do Enunciado 5579 da VI Jornada de 
Direito Civil que determina:
Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, não sendo pos-
sível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de regresso.
E, por fim, por grande incidência vale registrar sobre a responsabilidade civil objetiva no 
contrato de transporte, previsto na parte de contratos em espécie do Código Civil, em seu arti-
go 750, que prevê
A responsabilidade do transportador, limitada ao valor constante do conhecimento, COMEÇA no 
momento em que ele, ou seus prepostos, recebem a coisa; TERMINA quando é entregue ao destina-
tário, ou depositada em juízo, se aquele não for encontrado.
8 Disponível em: https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/390. Acesso em: 8 fev. 2020.
9 Disponível em: https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/628. Acesso em: 8 fev. 2020.
Defenestramento
Coisas líquidas 
ou sólidas.
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Nesse sentido, o artigo 734 do mesmo diploma determina: 
O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo 
motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.
Todavia, em relações de consumo, importante ver a previsão do artigo 14 do Código de 
Defesa do Consumidor:
O fornecedor de serviços responde independentemente da existência de culpa, pela reparação dos 
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, 
levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I – o modo de seu fornecimento;
II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
O Superior Tribunal de Justiça, em recente decisão, reconheceu que a concessionária de 
serviços de transporte ferroviária pode responder por dano moral sofrido por passageira, víti-
ma de assédio sexual praticado por outro usuário no interior do trem, nos seguintes termos:
Informativo 628:
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO
Concessionária de transporte ferroviário deve pagar indenização à passageira que sofreu assédio 
sexual praticado por outro usuário no interior do trem.
Assim, o DANO é imprescindível para que exista configurada a responsabilidade civil. O 
dano pode ser material (patrimonial), moral ou estético. Veja o esquema:
Da
no
Material ou 
patrimonial
Moral
Estético
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O dano material tem sua extensão no artigo 402 do Código Civil:
Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, 
além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
O dano moral refere-se à violação dos direitos da personalidade, como nome, honra, ima-
gem etc. Denomina-se também dano extrapatrimonial, dano moral direto. Já o dano moral 
indireto é quando ocorre lesão a bem de natureza patrimonial, mas que reflexamente afeta a 
esfera extrapatrimonial, como uma negativação indevida do nome da pessoa nos órgãos de 
proteção ao crédito. Portanto, tem-se o mapa:
Dano 
moral
Direto
Indireto
A previsão do dano moral está no final do artigo 186 do Código Civil:
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano 
a outrem, AINDA QUE EXCLUSIVAMENTE MORAL, COMETE ATO ILÍCITO.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, garante:
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano ma-
terial, moral ou à imagem;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o di-
reito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; [...].
Por fim, vale registrar que a pessoa jurídica também pode sofrer dano moral, a teor do arti-
go 52 do Código Civil:
Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Já o dano estético é denominado como forma autônoma de dano extrapatrimonial, a teor 
da Súmula 387 do Superior Tribunal de Justiça10:
10 Disponível em: http://www.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2013_35_capSumula387.pdf. 
Acesso em: 29 jan. 2020.
O que efetivamente 
perdeu, valor do dano.
Lucro cessante
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É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
Em 2020, o Superior Tribunal de Justiça11 editou a Súmula 642, aprovada em 2 de dezem-
bro de 2020, sobre a transmissão do direito à indenização por dano moral para os herdeiros 
com o falecimento da vítima. Ela preconiza:
Súmula 642-STJ: O direito à indenização por danos morais transmite-se com o falecimento 
do titular, possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a 
ação indenizatória.
Há a outra espécie, denominada DANO EM RICOCHETE, que, segundo os autoresPablo 
Stolze e Rodolfo Pamplona12:
[...] consiste no prejuízo que atinge reflexamente pessoa próxima, ligada à vítima, direta de atuação 
ilícita. É o caso, por exemplo, do pai de família que vem a perecer por descuido de um segurança 
de banco, inábil, em uma troca de tiros. Note-se que, a despeito de o dano haver sido sofrido direta-
mente pelo sujeito que pereceu, os seus filhos, alimentandos, sofreram os seus reflexos, por conta 
da ausência, do sustento paterno.
Os requisitos do dano indenizável, segundo os autores Pablo Stolze e Rodolfo Pam-
plona13, são:
• Violação de um interesse jurídico patrimonial ou extrapatrimonial de uma pessoa física 
ou jurídica;
• Certeza do dano.
Há uma teoria surgida na França, denominada “perda de uma chance”, que é utilizada am-
plamente na responsabilidade civil abordada no direito brasileiro: a perda de uma chance pode 
ser reconhecida quando, em razão de determinada ação ou inação de alguma pessoa, o outro 
perde uma oportunidade. Se comprovado o dano, é possível que o causador seja responsabili-
zado a indenizar aquele que perdeu a chance.
O Superior Tribunal de Justiça14, em 2021 decidiu que o termo inicial da prescrição da 
pretensão de obter o ressarcimento pela perda de uma chance decorrente da ausência de 
apresentação de agravo de instrumento é a data do conhecimento do dano. Nesse caso, o 
imbróglio surgiu em razão do advogado ter perdido o prazo para interposição de determinado 
recurso. Veja a ementa:
11 Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2021/01/sumula-642-do-stj-comentada.html. Acesso em: 27 dez. 2021.
12 GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil Responsabilidade Civil. São Paulo: Editora 
Saraiva, 2016. p. 687.
13 Ibidem.
14 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1207762271/recurso-especial-resp-1622450-sp-2016-0039415-4/
inteiro-teor-1207762293. Acesso em: 27 dez. 2021.
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RECURSO ESPECIAL. SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS. NEGLIGÊNCIA. PERDA DE PRAZO. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. PERDA DE UMA CHANCE. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. 
CONHECIMENTO DO DANO. ACTIO NATA. 1. Recurso especial interposto contra acórdão 
publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos 
n. 2 e 3/STJ). 2. Cinge-se a controvérsia a definir o termo inicial da prescrição da preten-
são de obter ressarcimento pela perda de uma chance decorrente da ausência de apre-
sentação de agravo de instrumento. 3. O prazo prescricional é contado, em regra, a partir 
do momento em que configurada lesão ao direito subjetivo, sendo desinfluente para tanto 
ter ou não seu titular conhecimento pleno do ocorrido ou da extensão dos danos (art. 189 
do CC/2002). 4. O termo inicial do prazo prescricional, em situações específicas, pode ser 
deslocado para o momento de conhecimento da lesão ao seu direito, aplicando-se excep-
cionalmente a actio nata em seu viés subjetivo. 5. Na hipótese, não é razoável considerar 
como marco inicial da prescrição a data limite para a interposição do agravo de instru-
mento, visto inexistirem elementos nos autos - ou a comprovação do advogado - eviden-
ciando que o cliente tenha sido cientificado da perda de prazo para apresentar o recurso 
cabível. 6. No caso dos autos, com o término da relação contratual, o cliente lesionado 
teve (ou poderia ter tido) ciência da atuação negligente do advogado anterior, sendo este 
o marco inicial da prescrição. 7. Recurso especial não provido.
(STJ - REsp: 1622450 SP 2016/0039415-4, Relator: Ministro RICARDO VILLAS BÔAS 
CUEVA, Data de Julgamento: 16/03/2021, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 19/03/2021)
Todavia, o Superior Tribunal de Justiça decidiu algumas hipóteses cujo dano pode ser pre-
sumido, o que também se denomina dano in re ipsa. São situações em que o próprio fato con-
figura o dano. Veja alguns casos:
Cadastro de inadimplentes: “No STJ15, é consolidado o entendimento de que a própria in-
clusão ou manutenção equivocada configura o dano moral in re ipsa, ou seja, dano vinculado à 
própria existência do fato ilícito, cujos resultados são presumidos (Ag 1.379.761)”.
“Esse foi também o entendimento da Terceira Turma, em 2008, ao julgar um recurso espe-
cial envolvendo a Companhia Ultragaz S/A e uma microempresa (REsp 1.059.663). No julga-
mento, ficou decidido que a inscrição indevida em cadastros de inadimplentes caracteriza o 
dano moral como presumido e, dessa forma, dispensa a comprovação mesmo que a prejudi-
cada seja pessoa jurídica”.
15 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/noticias/3167669/stj-define-em-quais-situacoes-o-dano-moral-po-
de-ser-presumido. Acesso em: 3 fev. 2020.
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Responsabilidade bancária: ainda segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justi-
ça16: “[...] quando a inclusão indevida é feita por consequência de um serviço deficiente pres-
tado por uma instituição bancária, a responsabilidade pelos danos morais é do próprio banco, 
que causa desconforto e abalo psíquico ao cliente”.
“O entendimento foi da Terceira Turma, ao julgar um recurso especial envolvendo um cor-
rentista do Unibanco. Ele quitou todos os débitos pendentes antes de encerrar sua conta e, 
mesmo assim, teve seu nome incluído nos cadastros de proteção ao crédito, causando uma 
série de constrangimentos (REsp 786.239)”.
“A responsabilidade também é atribuída ao banco quando talões de cheques são extravia-
dos e, posteriormente, utilizados por terceiros e devolvidos, culminando na inclusão do nome 
do correntista cadastro de inadimplentes (Ag 1.295.732 e REsp 1.087.487). O fato também 
caracteriza defeito na prestação do serviço, conforme o artigo 14 do Código de Defesa do 
Consumidor (CDC)”.
É oportuno lembrar o Enunciado 553 da VI Jornada de Direito Civil, que afirma: “Nas ações 
de responsabilidade civil por cadastramento indevido nos registros de devedores inadimplen-
tes realizados por instituições financeiras, a responsabilidade civil é objetiva”.
Entretanto, nesses casos, é NECESSÁRIO se atentar à Súmula 385 do Superior Tribunal 
de Justiça17:
Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, NÃO CABE INDENIZAÇÃO 
POR DANO MORAL, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito 
ao cancelamento.
Atraso de voo: segundo o STJ18, outro tipo de dano moral presumido é aquele que decorre 
de atrasos de voos, o chamado overbooking. A responsabilidade pelo desconforto, aflição e 
transtornos causados ao passageiro que arcou com o pagamento daquele serviço, prestado 
de forma defeituosa, é do causador.
Em 2009, ao analisar um caso de atraso de voo internacional, a Quarta Turma reafirmou o 
entendimento de que o dano moral decorrente de atraso de voo prescinde de prova, sendo que 
a responsabilidade de seu causador se opera in re ipsa (REsp 299.532).
O transportador responde pelo atraso de voo internacional, tanto pelo Código de Defesa 
do Consumidor como pela Convenção de Varsóvia, que unifica as regras sobre o transporte 
aéreo internacional e enuncia: responde o transportadorpelo dano proveniente do atraso, no 
transporte aéreo de viajantes, bagagens ou mercadorias.
16 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/noticias/3167669/stj-define-em-quais-situacoes-o-dano-moral-pode-ser-presu-
mido. Acesso em: 3 fev.2020
17 Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2013_35_capSumula385.pdf. 
Acesso em: 3 fev. 2020
18 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/noticias/3167669/stj-define-em-quais-situacoes-o-dano-moral-pode-ser-presu-
mido. Acesso em: 3 fev. 2020
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Dessa forma, o dano existe e deve ser reparado. O descumprimento dos horários, por horas 
a fio, significa serviço prestado de modo imperfeito que enseja reparação, finalizou o relator, o 
então desembargador convocado Honildo Amaral.
A tese de que a responsabilidade pelo dano presumido é da empresa de aviação foi utili-
zada, em 2011, pela Terceira Turma, no julgamento um agravo de instrumento que envolvia a 
empresa TAM. Nesse caso, houve overbooking e atraso no embarque do passageiro em voo 
internacional.
O ministro relator, Paulo de Tarso Sanseverino, enfatizou que o dano moral decorre da de-
mora ou dos transtornos suportados pelo passageiro e da negligência da empresa, pelo que 
não viola a lei o julgado que defere a indenização para a cobertura de tais danos (Ag 1.410.645).
Independente do dano ser presumido, recentemente o Superior Tribunal de Justiça19 reco-
nheceu dano moral e material, responsabilizando civilmente a companhia aérea por atraso no 
voo com passageiro menor de idade. Veja a ementa:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL, CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSA-
BILIDADE CIVIL PELO FATO DO SERVIÇO. ATRASO DE VOO. PASSAGEIRO MENOR (15 
ANOS). JULGAMENTO ESTENDIDO. 1. PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO ESTENDIDO. 
REALIZAÇÃO DA EXTENSÃO DO JULGAMENTO NA MESMA SESSÃO EM QUE LEVADO O 
VOTO VISTA VENCIDO. INTERPRETAÇÃO DA LOCUÇÃO “SENDO POSSÍVEL” CONSTANTE 
NO ENUNCIADO DO § 1º DO ART. 842 DO CPC. NECESSIDADE DE SALVAGUARDA DO 
DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA AMPLA DEFESA. 1.1. Esta Corte Superior é chamada 
a dizer da correta interpretação da locução “sendo possível” constante no início do § 1º 
do art. 942 do CPC, dispositivo a condicionar a realização do julgamento estendido na 
mesma sessão em que verificada a não unanimidade, e, ainda, acerca do direito à indeni-
zação pelo atraso de voo doméstico. 1.2. O legislador de 2015 estava imbuído do espírito 
que se fez evidenciar em multifárias passagens do CPC no sentido do primado do devido 
processo legal, e centrado, notadamente, no constitucional direito ao contraditório e à 
ampla defesa. 1.3. A regra do § 1º do art. 942 do CPC é clara e expressa acerca da possi-
bilidade de o julgamento estendido ocorrer na mesma sessão quando: a) os demais inte-
grantes do colegiado, embora não tendo participado do julgamento anterior, estiveram 
presentes à sustentação oral, dando-se por habilitados para o julgamento estendido, ou, 
b) quando se possibilite ao advogado, agora em face da extensão do julgamento e inclu-
são de novos integrantes, a realização de sustentação oral. 1.4. Caso concreto em que 
não se possibilitou ao advogado do demandante, ora recorrente, sustentar oralmente, o 
que, assim, faria nulo o julgamento realizado. 1.5. Nulidade, porém, que pode ser superada 
ante a possibilidade de, no mérito, ser provido o recurso especial, alcançando-lhe o direito 
à indenização pretendida. 2. CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL PELO FATO DO 
19 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1287108614/recurso-especial-resp-1733136-ro-2018-0074888-5/
inteiro-teor-1287108643. Acesso em: 27 dez. 2021.
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SERVIÇO. DEFEITO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE AEREO. ATRASO DE 
VOO. SUBMISSÃO DE MENOR DESACOMPANHADO A AGUARDAR POR NOVE HORAS EM 
CIDADE DESCONHECIDA PELO EMBARQUE. ATERRISAGEM EM CIDADE DIVERSA DA ORI-
GINALMENTE CONTRATADA (100 KM DISTANTE). ANGÚSTIA A QUE OS PAIS E O MENOR 
FORAM SUBMETIDOS A CONFIGURAR O DANO MORAL. 2.1. Grave defeito na prestação 
de serviço de transporte aéreo com a entrega de passageiro menor (15 anos) não na 
cidade de destino previamente contratada (Cacoal/RO), mas em uma cidade desconhe-
cida situada a 100 km do local de destino, onde seu pai estaria em horário por deveras 
avançado: 23:15h (Ji-Paraná/RO). 2.2. Incomensurável a situação de angústia e aflição 
imposta aos pais do passageiro menor por esse grave e flagrante defeito na prestação 
do serviço de transporte aéreo. 2.3. Sequer o fato de se ter alegadamente ofertado trans-
porte ao menor entre as cidades de Ji-Paraná/RO para Cacoal/RO, sobreleva, pois é claro 
que o pai não confiaria mais na empresa que tanto já havia demonstrado descumprir com 
as suas obrigações, deixando o seu filho à espera de transporte por quase metade de um 
dia e, no último trecho, submetendo-o, durante a madrugada, a transporte por uma van 
para levá-lo para a cidade de destino, com um motorista desconhecido, não se sabe se 
com outros passageiros ou não, nas nada seguras rodovias brasileiras. 2.4. Não se tem 
dúvidas que o direito brasileiro experimentou um período de banalização da reparação 
dos danos morais, reconhecendo-se o direito a toda sorte de situações, muitas delas 
em que efetivamente não se estava a lidar com violações a interesses ligados à esfera 
da dignidade humana e/ou dos direitos de personalidade. 2.5. Não se pode descurar, no 
entanto, que, presentes os elementos a evidenciar mais do que mero aborrecimento em 
ficar em um hotel, alimentado, no aguardo de um voo, mas a angústia de um menor e dos 
seus pais a espera de um voo por mais de nove horas, e a sua submissão a se deslocar 
para cidade a 100km da cidade de destino para buscar o seu filho, é devida a indenização 
pelos danos morais e materiais. 3. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
(STJ - REsp: 1733136 RO 2018/0074888-5, Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSEVE-
RINO, Data de Julgamento: 21/09/2021, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 
24/09/2021)
Diploma sem reconhecimento: Outro dano presumido, segundo entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça20, foi o de diploma sem o devido reconhecimento do MEC. Alunos que con-
cluíram o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pelotas e não pude-
ram exercer a profissão por falta de diploma reconhecido pelo Ministério da Educação tiveram 
o dano moral presumido reconhecido pelo STJ (REsp 631.204).
20 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/noticias/3167669/stj-define-em-quais-situacoes-o-dano-moral-pode-ser-presu-
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Na ocasião, a relatora, ministra Nancy Andrighi, entendeu que, por não ter a instituição de 
ensino alertado os alunos sobre o risco de não receberem o registro de diploma na conclusão 
do curso, justificava-se a presunção do dano, levando em conta os danos psicológicos cau-
sados. Para a Terceira Turma, a demora na concessão do diploma expõe ao ridículo o pseu-
do-profissional, que conclui o curso, mas se vê impedido de exercer qualquer atividade a ele 
correlata.
Equívoco administrativo: em 2003, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça21 jul-
gou um recurso especial envolvendo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do 
Rio Grande do Sul (DAER/RS) e entendeu que danos morais provocados por equívocos em atos 
administrativos podem ser presumidos.
Na ocasião, por erro de registro do órgão, um homem teve de pagar uma multa indevida. A 
multa de trânsito indevidamente cobrada foi considerada pela Terceira Turma, no caso, como 
indenizável por danos morais e o órgão foi condenado ao pagamento de dez vezes esse valor. 
A decisão significava um precedente para que os atos administrativos sejam realizados com 
perfeição, compreendendo a efetiva execução do que é almejado (REsp 608.918).
Para o relator, ministro José Delgado, o cidadão não pode ser compelido a suportar as con-
sequências da má organização, abuso e falta de eficiência daqueles que devem, com toda boa 
vontade, solicitude e cortesia, atender ao público.
De acordo com a decisão, o dano moral presumido foi comprovado pela cobrança de algo 
que já havia sido superado, colocando o licenciamento do automóvel sob condição do novo pa-
gamento da multa. É dever da Administração Pública primar pelo atendimento ágil e eficiente 
de modo a não deixar prejudicados os interesses da sociedade, concluiu.
Credibilidade desviada: a inclusão indevida e equivocada de nomes de médicos em guia 
orientador de plano de saúde gerou, no STJ22, o dever de indenizar por ser dano presumido. Foi 
esse o posicionamento da Quarta Turma ao negar recurso especial interposto pela Assistência 
Médica Internacional (Amil) e Gestão em Saúde, em 2011.
O livro serve de guia para os usuários do plano de saúde e trouxe o nome dos médicos sem 
que eles fossem ao menos procurados pelo representante das seguradoras para negociações 
a respeito de credenciamento junto àquelas empresas. Os profissionais só ficaram sabendo 
que os nomes estavam no documento quando passaram a receber ligações de pacientes inte-
ressados no serviço pelo convênio. Segundo o ministro Luis Felipe Salomão, relator do recurso 
especial, a própria utilização indevida da imagem com fins lucrativos caracteriza o dano, sendo 
dispensável a demonstração do prejuízo material ou moral (REsp 1.020.936).
No julgamento, o ministro Salomão advertiu que a seguradora não deve desviar credibili-
dade dos profissionais para o plano de saúde, incluindo indevidamente seus nomes no guia 
destinado aos pacientes. Esse ato constitui dano presumido à imagem, gerador de direito à 
21 Ibidem.
22 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/noticias/3167669/stj-define-em-quais-situacoes-o-dano-moral-pode-ser-presu-
mido. Acesso em: 3 fev. 2020
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indenização, salientando-se, aliás, inexistir necessidade de comprovação de qualquer prejuízo, 
acrescentou.
Superados os temas conduta humana e dano, vamos agora analisar o nexo de causalidade. 
Há divergência doutrinária quanto à teoria explicativa do nexo causal, todavia, pela síntese des-
te material, trilharemos sobre aquele que tem maior admissibilidade entre os autores de direito 
civil: a teoria da causalidade direta ou imediata, que está prevista no artigo 403 do Código Civil:
Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos 
efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei 
processual.
Sobre o tema, vale transcrição da Ementa do Superior Tribunal de Justiça23:
CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. DANOS MATE-
RIAIS E MORAIS. EMPRESA DE ESTACIONAMENTO QUE PERMITE A RETIRADA DE VEÍCULO PELO 
FILHO DA PROPRIETÁRIA DO MESMO, SEM A APRESENTAÇÃO DO COMPROVANTE DE ESTACIO-
NAMENTO. ACIDENTE DE TRÂNSITO OCORRIDO HORAS MAIS TARDE EM CIDADE DIVERSA. NEXO 
DE CAUSALIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. À luz do comando normativo inserto no art. 1.060 do Código 
Civil de 1916, reproduzido no art. 403 do vigente códex, sobre nexo causal em matéria de respon-
sabilidade civil – contratual ou extracontratual, objetiva ou subjetiva – vigora, no direito brasileiro, o 
princípio da causalidade adequada, também denominado PRINCÍPIO DO DANO DIRETO E IMEDIATO. 
2. Segundo referido princípio ninguém pode ser responsabilizado por aquilo a que não tiver dado 
causa (art. 159 do CC/1916 e art. 927 do CC/2002) e somente se considera causa o evento que 
produziu direta e concretamente o resultado danoso. 3.(art. 1060 do CC/1916 e 403 do CC/2002) A 
imputação de responsabilidade civil, portanto, supõe a presença de dois elementos de fato, quais: a 
conduta do agente e o resultado danoso; e de um elemento lógico-normativo, o nexo causal (que é 
lógico, porque consiste num elo referencial, numa relação de pertencialidade, entre os elementos de 
fato; e é normativo, porque tem contornos e limites impostos pelo sistema de direito, segundo o qual 
a responsabilidade civil só se estabelece em relação aos efeitos diretos e imediatos causados pela 
conduta do agente. 4. In casu, revela-se inequívoca a ausência de nexo causal entre o ato praticado 
pela ora recorrida (entrega do veículo ao filho da autora e seus acompanhantes sem a apresentação 
do respectivo comprovante de estacionamento) e o dano ocorrido (decorrente do acidente envol-
vendo o referido veículo horas mais tarde), razão pela qual, não há de se falar em responsabilidade 
daquela pelos danos materiais e morais advindos do evento danoso. 5. Recurso especial a que se 
nega provimento.
(STJ – Resp: 325622 RJ 2001/0055824-9, Relator: Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ 
FEDERAL CONVOCADO DO TRF, Data de Julgamento: 28/10/2008, T4 - QUARTA TURMA, Data de 
Publicação: --> DJe 10/11/2008).
23 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/2074712/recurso-especial-resp-325622-rj-2001-00 
55824-9. Acesso em: 3 fev. 2020.
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Há outros julgados recentes do Superior Tribunal de Justiça24, como o descrito no informa-
tivo 706, que reconheceu a possibilidade de responsabilizar por divulgação pelos interlocuto-
res ou terceiros de mensagens trocadas via WhatsApp, por eventuais danos decorrentes da 
difusão do conteúdo.Veja a ementa:
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS 
MORAIS. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO LEGAL 
VIOLADO. PREQUESTIONAMENTO PARCIAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIO-
NAL. INOCORRÊNCIA. ÔNUS DA PROVA. PUBLICIZAÇÃO DE MENSAGENS ENVIADAS VIA 
WHATSAPP. ILICITUDE. QUEBRA DA LEGÍTIMA EXPECTATIVA E VIOLAÇÃO À PRIVACI-
DADE E À INTIMIDADE. JULGAMENTO: CPC/2015. 1. Ação de reparação de danos morais 
ajuizada em 29/10/2015, da qual foi extraído o presente recurso especial interposto em 
10/08/2020 e atribuído ao gabinete em 17/11/2020. 2. O propósito recursal consiste em 
decidir, além da ocorrência de negativa de prestação jurisdicional, acerca do ônus da 
prova e se a divulgação pública de mensagens trocadas via WhatsApp caracteriza ato ilí-
cito apto a ensejar a responsabilização por eventuais danos decorrentes da publicização. 
3. O inconformismo relativo ao cerceamento de defesa encontra óbice no enunciado da 
Súmula 284/STF, devido à ausência de indicação do dispositivo legal supostamente vio-
lado. 4. A ausência de decisão acerca de dispositivo legal indicado como violado impede 
o conhecimento do recurso especial (Súmula 211/STJ). 5. É firme a jurisprudência do STJ 
no sentido de que não há ofensa ao art. 1.022 do CPC/15 quando o Tribunal de origem, 
aplicando o direito que entende cabível à hipótese, soluciona integralmente a controvér-
sia submetida à sua apreciação, ainda que de forma diversa daquela pretendida pela 
parte. Ademais, devidamente analisadas e discutidas as questões de mérito, e funda-
mentado o acórdão recorrido, de modo a esgotar a prestação jurisdicional, não há que se 
falar em violação ao art. 489 do CPC/2015. 6. O art. 373, incisos I e II, do CPC/2015 define 
a distribuição fixa do ônus da prova, de modo que que ao autor incumbe provar o fato 
constitutivo de seu direito; ao réu, o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. Aplicando-se tal norma à espécie, tem-se que ao autor (recorrido) cabia comprovar 
a divulgação indevida das mensagens trocadas no grupo de WhatsApp e, segundo as ins-
tâncias de origem, desse ônus se desincumbiu. 7. O sigilo das comunicações é corolário 
da liberdade de expressão e, em última análise, visa a resguardar o direito à intimidade e 
à privacidade, consagrados nos planos constitucional (art. 5º, X, da CF/88) e infraconsti-
tucional (arts. 20 e 21 do CC/02). No passado recente, não se cogitava de outras formas 
de comunicação que não pelo tradicional método das ligações telefônicas. Com o passar 
dos anos, no entanto, desenvolveu-se a tecnologia digital, o que culminou na criação da 
internet e, mais recentemente, da rede social WhatsApp, o qual permite a comunicação 
24 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1271733083/recurso-especial-resp-1903273-pr-2020-0284879-7/
inteiro-teor-1271733117. Acesso em: 27 dez. 2021.
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instantânea entre pessoas localizadas em qualquer lugar do mundo. Nesse cenário, é 
certo que não só as conversas realizadas via ligação telefônica, como também aquelas 
travadas através do WhatsApp são resguardadas pelo sigilo das comunicações. Em con-
sequência, terceiros somente podem ter acesso às conversas de WhatsApp mediante 
consentimento dos participantes ou autorização judicial. 8. Nas hipóteses que em que o 
conteúdo das conversas enviadas via WhatsApp possa, em tese, interessar a terceiros, 
haverá um conflito entre a privacidade e a liberdade de informação, revelando-se neces-
sária a realização de um juízo de ponderação. Nesse aspecto, há que se considerar que 
as mensagens eletrônicas estão protegidas pelo sigilo em razão de o seu conteúdo ser 
privado; isto é, restrito aos interlocutores. Ademais, é certo que ao enviar mensagem 
a determinado ou a determinados destinatários via WhatsApp, o emissor tem a expec-
tativa de que ela não será lida por terceiros, quanto menos divulgada ao público, seja 
por meio de rede social ou da mídia. Assim, ao levar a conhecimento público conversa 
privada, além da quebra da confidencialidade, estará configurada a violação à legítima 
expectativa, bem como à privacidade e à intimidade do emissor, sendo possível a res-
ponsabilização daquele que procedeu à divulgação se configurado o dano. A ilicitude da 
exposição pública de mensagens privadas poderá ser descaracterizada, todavia, quando 
a exposição das mensagens tiver o propósito de resguardar um direito próprio do recep-
tor. 9. Na espécie, o recorrente divulgou mensagens enviadas pelo recorrido em grupo 
do WhatsApp sem o objetivo de defender direito próprio, mas com a finalidade de expor 
as opiniões manifestadas pelo emissor. Segundo constataram as instâncias ordinárias, 
essa exposição causou danos ao recorrido, restando caracterizado o nexo de causali-
dade entre o ato ilícito perpetrado pelo recorrente e o prejuízo experimentado pela vítima. 
10. Entre os acórdãos trazidos à colação não há similitude fática, elemento indispensável 
à demonstração da divergência, nos termos do art. 1029, § 1º, do CPC/2015 e 255, § 1º, 
do RISTJ. 11. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido.
(STJ - REsp: 1903273 PR 2020/0284879-7, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de 
Julgamento: 24/08/2021, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 30/08/2021).
Já no informativo 688 do Superior Tribunal de Justiça25 consta o julgado da 4ª Turma, que 
entendeu que o Facebook não é obrigado a fornecer dados de todos os usuários que compar-
tilharam posts contendo fake news, conforme ementa abaixo transcrita:
RECURSO ESPECIAL. OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. POSTA-
GEM DE VÍDEO CONTENDO INFORMAÇÕES ALEGADAMENTE FALSAS, PREJUDICIAIS À 
IMAGEM DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA AUTORA, EM REDE SOCIAL. QUEBRA DO SIGILO 
25 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1205778042/recurso-especial-resp-1859665-sc-2020-0020800-6/
inteiro-teor-1205778050. Acesso em: 27 dez. 2021.
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DE TODOS OS USUÁRIOS QUE COMPARTILHARAM O CONTEÚDO POTENCIALMENTE 
DIFAMATÓRIO NA PLATAFORMA DO FACEBOOK. IMPOSSIBILIDADE. PLEITO SEM EXPO-
SIÇÃO DE FUNDADAS RAZÕES PARA A QUEBRA. MARCO CIVIL DA INTERNET (LEI N. 
12.965/2014, ART. 22). PRESERVAÇÃO DA PRIVACIDADE E DO DIREITO AO SIGILO DE 
DADOS. 1. O Marco Civil da Internet (Lei n. 12.965/2014) estabelece que, na provisão de 
conexão à internet, cabe ao administrador de sistema autônomo respectivo o dever de 
manter os registros de conexão sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo 
prazo de 1 ano, nos termos do regulamento (art. 13); e o provedor de aplicações de inter-
net, custodiar os respectivos registros de acesso a aplicações de internet pelo prazo de 
6 meses (art. 15). 2. O propósito da norma foi criar instrumental que consiga, por auto-
ridade constituída e precedida de autorização judicial, acessar os registros de conexão, 
rastreando e sancionando eventuais condutas ilícitas perpetradas por usuários da inter-
net e inibindo, de alguma forma, a falsa noção de anonimato no uso das redes. Por outro 
lado, a Lei n. 12.965/2014 possui viés hermenêutico voltado ao zelo pela preservação da 
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem do usuário (art. 23), coma previsão de 
cláusula de reserva judicial para qualquer quebra de sigilo. 3. Portanto, se é certo afirmar 
que o usuário das redes sociais pode livremente reivindicar seu direito fundamental de 
expressão, também é correto sustentar que a sua liberdade encontrará limites nos direi-
tos da personalidade de outrem, sob pena de abuso em sua autonomia, já que nenhum 
direito é absoluto, por maior que seja a sua posição de preferência, especialmente se tra-
tar-se de danos a outros direitos de elevada importância. 4. No caso, a autora requereu a 
suspensão imediata do vídeo disponibilizado em redes sociais no qual um homem, ano-
nimamente, afirmava ter comprado um lanche que estaria contaminado com larvas nas 
dependências da sua empresa, não sendo tal notícia verdadeira, já que a refeição jamais 
fora adquirida no estabelecimento da requerente, que, em razão disso, foi afetada em 
seus negócios e em sua imagem. Além disso, requereu fosse a empresa de rede social 
obrigada a fornecer o IP de todos os responsáveis pelo compartilhamento do vídeo difa-
mador. 5. Nos termos da Lei n. 12.965/2014 (art. 22), a parte interessada poderá pleitear 
ao juízo, com o propósito de formar conjunto probatório em processo judicial cível ou 
penal, em caráter incidental ou autônomo, que ordene ao responsável pela guarda o for-
necimento de registros de conexão ou de registros de acesso a aplicações de internet. 
Para tanto, sob pena de admissibilidade, exige a norma que haja: I – fundados indícios 
da ocorrência do ilícito; II – justificativa motivada da utilidade dos registros solicitados 
para fins de investigação ou instrução probatória; e III – período ao qual se referem os 
registros (parágrafo único). 6. É vedado ao provedor de aplicações de internet - em pedido 
genérico e coletivo, sem a especificação mínima de uma conduta ilícita realizada - forne-
cer dados, de forma indiscriminada, dos usuários que tenham compartilhado determi-
nada postagem. 7. Na espécie, a recorrida não trouxe nenhum elemento, nem sequer des-
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creveu indícios de ilicitude da conduta dos usuários que, por qualquer motivo, acabaram 
por apenas compartilhar o vídeo com conteúdo difamador, limitando-se a identificar a 
página do autor da postagem e de um ex-funcionário que também teria publicado o vídeo 
em seu perfil. 8. Assim, sopesados os direitos envolvidos e o risco potencial de violação 
de cada um deles, deve prevalecer a privacidade dos usuários. Não se pode subjugar o 
direito à privacidade a ponto de permitir a quebra indiscriminada do sigilo dos registros, 
com informações de foro íntimo dos usuários, tão somente pelo fato de terem compar-
tilhado determinado vídeo que, depois se soube, era falso. 9. Recurso especial provido.
(STJ - REsp: 1859665 SC 2020/0020800-6, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data 
de Julgamento: 09/03/2021, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 20/04/2021).
No informativo 678 do Superior Tribunal de Justiça, consta decisão recente que reconhece 
que o poder judiciário pode obrigar a empresa responsável pela rede social a fornecer os da-
dos de todos os usuários que acessaram determinado perfil nela, em determinado intervalo de 
tempo. Observe a ementa:
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. INTERNET. DEVER DE GUARDA DE REGISTROS DE APLI-
CAÇÃO. PREQUESTIONAMENTO. AUSENTE EM PARTE. FOTOS DIVULGADAS ILICI-
TAMENTE. NUMEROS IPS DE USUÁRIOS QUE ACESSARAM PERFIL EM REDE SOCIAL. 
FORNECIMENTO. POSSIBILIDADE. INDÍCIOS DE ILICITUDE E UTILIDADE DA ORDEM JUDI-
CIAL. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. PRAZO DE GUARDA. TERMO A SER CONSIDERADO. 
DECISÃO LIMINAR DE 1º GRAU DE JURISDIÇÃO. 1. Agravo de instrumento interposto em 
22/08/2017, recurso especial interposto em 07/02/2018 e atribuído a este gabinete em 
05/06/2018. 2. O propósito consiste em determinar: (i) a possibilidade jurídica de obri-
gação ao fornecimento de IPs e dados cadastrais solicitados, referentes aos usuários 
que acessaram dado perfil de rede social num período tempo determinado; (ii) se, na 
hipótese, há indício de ato ilícito suficiente para fundamentar a ordem judicial de forne-
cimento de informações (art. 22, parágrafo único, I, do MCI); (iii) se, na hipótese, há utili-
dade na ordem judicial para identificação de eventuais infratores (art. 22, parágrafo único, 
II, do MCI); e (iv) se as informações requeridas na hipótese estão dentro do prazo legal 
de obrigatoriedade de guarda pelos provedores de aplicação (art. 15 do MCI). 3. A ausên-
cia de decisão acerca dos dispositivos legais indicados como violados, não obstante a 
interposição de embargos de declaração, impede o conhecimento do recurso especial. 4. 
Diante da obrigação legal de guarda de registros de acesso a aplicações de internet e o 
dever de escrituração reconhecido por este STJ, não há como afastar a possibilidade jurí-
dica de obrigar os provedores de aplicação ao fornecimento da informação em discussão 
- quais usuários acessaram um perfil na rede social num período - por se tratar de mero 
desdobramento dessas obrigações. 5. Não está em discussão a possibilidade técnica 
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ou fática de tal fornecimento na hipótese em julgamento. Qualquer alegação nesse sen-
tido, deve ser devidamente comprovada no Juízo de origem, o que necessita de dilação 
probatória e exame de matérias de fato, discussões que descabem a este STJ. 6. Rever o 
entendimento do Tribunal de origem acerca da presença de indícios de ilicitude e sobre 
a utilidade da ordem judicial necessitaria, obrigatoriamente, no reexame do acervo fático 
probatório, o que é vedado pela Súmula 7 do STJ. 7. O art. 15 do Marco Civil da Internet 
obriga a guarda dos registros de aplicação apenas por 6 (seis) meses. Na hipótese, o 
termo a ser contabilizado é a data de notificação da recorrente da decisão judicial de 1º 
grau de jurisdição que determinou a entrega das informações requeridas pelos recorri-
dos. 8. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido em parte.
(STJ - REsp: 1738651 MS 2018/0094498-6, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de 
Julgamento: 25/08/2020, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 28/08/2020).
O informativo 696 do Superior Tribunal de Justiça26 apresenta julgado reconhecendo que 
não gera direito à indenização a publicação de artigos de caráter informativo e opinativo que, 
apesar de serem extremamente ácidos e irônicos, não desbordaram os limites do exercício 
regular da liberdade de expressão. Observe a ementa do julgado:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. LIBERDADE DE 
IMPRENSA. CONTROVÉRSIA ENTRE JORNALISTAS. ARTIGOS CRÍTICOS À ATUAÇÃO 
PROFISSIONAL. COMPROMISSO ÉTICO COM A INFORMAÇÃO VEROSSÍMIL (“VERDADE 
SUBJETIVA”). RELEVÂNCIA SOCIAL (INTERESSE PÚBLICO). NÃO CARACTERIZAÇÃO DE 
ANIMUS INJURIANDI VEL DIFFAMANDI NO CASO CONCRETO. 1. A liberdade de informa-
ção e a liberdade de expressão (em sentido estrito), ao fornecerem meios de compreen-
são da realidade – e, consequentemente, propiciarem o desenvolvimento da personali-
dade –, conectam-se tanto à noção de dignidade humana quanto à de democracia, pois o 
livre fluxo de informações e a multiplicidade de manifestações do pensamento são vitais 
para o aprimoramento de sociedades fundadas no pluralismo político, a exemploda bra-
sileira (FAVERO, Sabrina; STEINMETZ, Wilson Antônio. Direito de informação: dimensão 
coletiva da liberdade de expressão e democracia. Revista Jurídica Cesumar - Mestrado, 
v. 16, n. 3, set./dez. 2016, pp. 639-655). 2. A liberdade de imprensa, nesse cenário, cons-
titui modalidade qualificada das liberdades de informação e de expressão; por meio dela, 
assegura-se a transmissão das informações e dos juízos de valor pelos jornalistas ou 
profissionais integrantes dos veículos de comunicação social de massa, notadamente 
emissoras de rádio e de televisão, editoras de jornais e provedores de notícias na inter-
net. 3. Conquanto seja livre a divulgação de informações, conhecimento ou ideias – mor-
26 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1226636968/recurso-especial-resp-1729550-sp-2017-0262943-7/
inteiro-teor-1226636977. Acesso em: 27 dez. 2021.
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mente quando se está a tratar de imprensa –, tal direito não é absoluto nem ilimitado, 
revelando-se cabida a responsabilização pelo abuso constatado quando, a pretexto de 
se expressar o pensamento, invadem-se os direitos da personalidade, com lesão à digni-
dade de outrem. Assim, configurada a desconformidade, o ordenamento jurídico prevê a 
responsabilização cível e criminal pelo conteúdo difundido, além do direito de resposta. 
4. Nessa linha de raciocínio, não se pode olvidar que, além do requisito da “verdade sub-
jetiva” - consubstanciado no dever de diligência na apuração dos fatos narrados (ou seja, 
o compromisso ético com a informação verossímil)-, a existência de interesse público 
também constitui limite genérico ao exercício da liberdade de imprensa (corolária dos 
direitos de informação e de expressão). 5. Ademais, sempre que identificada, no caso 
concreto, a agressão injusta à dignidade da pessoa - vale dizer: conduta causadora de 
angústia, dor, humilhação ou sofrimento que extrapolem a normalidade da vida cotidiana, 
interferindo intensamente no equilíbrio psicológico do indivíduo -, o exercício do direito à 
informação ou à expressão deverá ser considerado abusivo, sendo permitida a interven-
ção do Estado-Juiz a fim de estabelecer medida reparatória da lesão a direito personalís-
simo. 6. Na espécie, não se constata o alegado animus injuriandi vel diffamandi dos réus, 
mas sim animus narrandi e animus criticandi, tendo em vista o caráter informativo e opi-
nativo dos artigos, que, malgrado extremamente ácidos e irônicos, não desbordaram os 
limites do exercício regular da liberdade de expressão – em sentido lato – compreendida 
na informação, na opinião e na crítica jornalística. 7. A apreciação dos artigos publicados 
no “Brasil 247” – à luz dos fatos descritos na inicial e delineados na sentença – não revela 
ruptura dos jornalistas com o compromisso ético com a informação verossímil, que não 
reclama precisão. Outrossim, apesar do tom jocoso e contundente das matérias, não se 
observa um grau de agressividade apto a gerar danos à honra, à imagem ou à privacidade 
do autor; vale dizer, não se vislumbra conteúdo que extrapole o mero aborrecimento do 
jornalista que desempenhava, à época, função de grande influência na opinião pública do 
País (redator-chefe da revista Veja), donde se extrai a relevância social de informações 
ou críticas à sua atuação profissional e/ou política, bem como a eventuais vieses que 
o orientavam, dados essenciais ao debate democrático e à viabilização de uma certa 
accountability do chamado “quarto poder”. 8. Aliás, é de sabença que pessoas públicas 
estão submetidas à exposição de sua vida e de sua personalidade e, por conseguinte, são 
obrigadas a tolerar críticas que, para o cidadão comum, poderiam significar uma séria 
lesão à honra. Tal idoneidade não se configura, decerto, em situações nas quais é impu-
tada, injustamente e sem a necessária diligência, a prática de atos concretos que resva-
lem na criminalidade, o que não ocorreu na hipótese. 9. Controvérsia que se revela um 
chamado, um grito, uma imagem no espelho de dupla face, para que a atividade jornalís-
tica seja levada a sério, elaborada com ética e com cuidado, de modo a não se desacredi-
tar diante do excesso, conquanto não se constate, no caso, a prática de atos ensejadores 
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de dano moral. 10. Recurso especial provido a fim de julgar improcedente a pretensão 
indenizatória deduzida na inicial.
(STJ - REsp: 1729550 SP 2017/0262943-7, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data 
de Julgamento: 11/05/2021, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/06/2021).
Quando se faz um acordo extrajudicial em razão de indenização, costumeiramente o as-
sunto encerra. Contudo, diante da peculiaridade do caso, o Superior Tribunal de Justiça27 reco-
nheceu a possibilidade de ajuizamento de ação para complementação de verbas gastas em 
razão do dano sofrido pela vítima em acidente de trânsito. Veja o julgado e observe que foi 
uma exceção.
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO NO JULGADO. INEXISTÊNCIA. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ACORDO EXTRAJUDICIAL. POSSI-
BILIDADE DE AJUIZAMENTO DE AÇÃO PARA COMPLEMENTAÇÃO DA VERBA RECEBIDA. 
PARTICULARIDADES DO CASO CONCRETO. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Se as questões 
trazidas à discussão foram dirimidas, pelo Tribunal de origem, de forma suficientemente 
ampla, fundamentada e sem omissões, deve ser afastada a alegada violação ao art. 
1.022, I e II, do Código de Processo Civil de 2015. 2. O caso dos autos - curto espaço de 
tempo entre o acidente e a assinatura do acordo e desconhecimento da integralidade dos 
danos - constitui exceção à regra de que a quitação plena e geral desautoriza o ajuiza-
mento de ação para ampliar a verba indenizatória aceita e recebida. 3. Agravo interno a 
que se nega provimento.
(STJ - AgInt no REsp: 1833847 RS 2019/0251932-8, Relator: Ministra MARIA ISABEL 
GALLOTTI, Data de Julgamento: 20/04/2020, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 24/04/2020).
dAs CAusAs ConCorrentes
Para quantificar o valor da indenização sobre quaisquer desses danos, metrifica o artigo 
944 do Código Civil: “A indenização mede-se pela extensão do dano”; todavia, existem situa-
ções específicas que precisam ser analisadas de forma individualizada.
As causas concorrentes são apuradas quando a vítima também teve participação para o 
dano, e então cada parte envolvida responderá proporcionalmente à sua participação, o que se 
denomina culpa concorrente.
Assim, a culpa concorrente é critério de quantificação da proporcionalidade da indeniza-
ção, previsto no artigo 945 do Código Civil: 
27 Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/856381326/agravo-interno-no-recurso-especial-agint-no-resp-
-1833847-rs-2019-0251932-8/inteiro-teor-856381336?ref=feed. Acesso em: 27 dez. 2021
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Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização

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