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ESTUDO DE CASO RN DE RISCO RN, no segundo dia de vida. Informações obstétricas: Genitora, 16 anos, O-, apresentou diabetes gestacional e pré-eclâmpsia grave, fez uso de betametasona anterior ao parto. ➔ Prematuridade, prematuridade pulmonar - comorbidades da genitora ➔ Prematuro menor que 27 semanas ➔ Prematuro tardio (34 semanas - não é considerado baixo peso, produz e reproduz esse surfactante pulmonar), moderado (30-34 semanas), extremo (menor que 30 semanas, pesa menos que 1 kg, extremo baixo peso, baixa camada adiposa) ➔ Choro forte - FC maior que 100 ➔ Choro fraco - FC menor que 100, mais flacidez do corpo, cianose ➔ Doença pulmonar da prematuridade, doença da membrana hialina - desconforto respiratório próprio do RN. Se ele fosse de tempo com essa FR, o que causaria esse descompasso na caixa torácica (taquipnéia respiratória do RN) ➔ Icterícia patológica - bilirrubina alterada ➔ Se fizermos os cálculos : Recomendação máxima para 2º dia: 16,5g/dia; Fornecimento atual mínimo: 18,15g se infundidos os 181,5 ml/dia recomendados de líquidos no segundo dia) ➔ MUITO O2: problemas abaixo Excesso de radicais livres - muito O2 como todo medicamento tem seu lado bom e ruim Retinopatia da prematuridade - pode causar cegueiras Hemorragias cerebrais ➔ Mecônio contaminado: infecção ➔ RN raramente tomam muitos banhos - 6-12h para regular a temperatura sozinha Informações do nascimento: nascido de parto cesáreo às 31 semanas e 3 dias, choro fraco, cianótico e com FC=90 bpm. Na sala de parto respondeu aos primeiros estímulos FC 110bpm, evoluiu com desconforto respiratório, com uso de musculatura acessória (intercostal e subcostal) com evidência de balanço entre a caixa torácica e abdome, FR= 60 irpm. Foi instalado CPAP nasal (uso de pressão positiva contínua em vias aéreas) com PEEP de 5cmH2O, mantendo saturação de 87%. APGAR 5/8. Confeccionado cateter umbilical. Peso ao nascer 1800g. Tipagem sanguínea A+. Situação atual do RN: Peso 1650g. Estado geral regular, pele fina e seca, com coloração amarelada até a altura do umbigo e cianose periférica. Mantido em incubadora à 35ºC e temperatura axilar de 35,5ºC. Em uso de fototerapia, olhos protegidos por óculos de proteção. Em uso e sonda orogástrica aberta com drenagem translúcida. Fc160bpm, AC com bulhas normofonéticas em 2T, sem sopros aparentes. Em uso de musculatura acessória intercostal e subcostal, presença de roncos esparsos a AP, apresenta melhoria do padrão em relação a musculatura abdominal, mantido em CPAP nasal com PEEP de 5cmH2O e FiO2 de 40%, FR de 55mrpm, SATO2 de 92%. Abdome globoso, flácido, com RHA presentes. Presença de cateter umbilical viabilizando HV com soro glicosado a 10% à 6ml/h por BI. Diurese em fraldas e mecônio em fraldas, membros simétricos e com boa mobilidade, Ortolani (-). Exames laboratoriais: Bilirrubina total: 15mg/dl Bilirrubina Indireta: 6mg/dl. RX de tórax com broncogramas e pequenas atelectasias Considerando o caso apresentado e o modelo de análise em anexo: Avalie os riscos e situações que requerem a assistência de enfermagem, estabeleça o processo de enfermagem, considerando as necessidades e riscos, e possíveis correções da assistência. ● Mãe adolescente (16) e com Diab gestacional e Pré eclâmpsia grave; ● Prematuro (31 sem e 3 d) - Maioria das internações na UTIN; - Imaturidade da maioria dos sistemas corporais = complicações neonatais (hiperbilirrubinemia, síndrome do desconforto respiratório, atraso intelectual e motor); - Baixo peso ao nascer + prematuridade = causa de mortalidade infantil - Prematuridade + malformações congênitas = principal causa de mortalidade neonatal no Brasil; - Possíveis causas da prematuridade: pobreza, infecções maternas, parto prematuro, gestação múltipla, hipertensão induzida pela gestação, problemas placentários, idade da mãe, diabetes, trauma; ● Temperatura: 35,5 (referência para pré-termos: 36,3 a 36,9ºC) - RN pré-termo com imaturidade fisiológica são incapazes de manter a temperatura corporal; - Seu principal mecanismo de produção de calor é a Termogênese química (oxidação de ácidos graxos livres) mas as reservas para esse gasto são poucas; - Atentar para a diferença entre temperatura central e axilar não ser maior que 2ºC. ● FC = 110; FR = 60 mrmp - ao nascer (dentro dos parâmetros); - FR normal = 30-60 respirações/min; - FC normal = 100-180 bpm; - o RN tá com uma FC = 160 bpm; - Quando a condição do RN se estabiliza a FC = 120-140 bpm; ● Saturação de O2 = 87% - A oximetria de pulso no início do período neonatal (após 24horas de nascimento) é realizada para detectar hipoxemia ( SPO2 < 95%) em RN com doença cardíaca congênita não diagnosticada; ● Desconforto respiratório, uso de musculatura acessória e balanço entre tórax e abdome - ao nascer; - Relacionado ao atraso no desenvolvimento da maturação pulmonar; - Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) e doença da membrana hialina; - Responsável pelo maior número de mortes em RN; maior risco de complicações respiratórias e neurológicas a longo prazo; - Maior incidência em RN pré-termo; - Desconforto respiratório de origem extra-pulmonar: sepse, defeitos cardíacos, exposição ao frio, obstrução de vias aéreas, hemorragia intraventricular, hipoglicemia, acidose metabólica, perda aguda de sangue, drogas; - Pneumonia neonatal: pode resultar em desconforto respiratório causado por vírus ou bactérias e pode ocorrer isoladamente ou como complicação da SDR; - Maior quantidade de cartilagem na parede torácica = aumento da complacência >> internalizado como resposta a menor complacência (maior rigidez) do tecido pulmonar; - RN pré-termo nasce com muitos alvéolos subdesenvolvidos e não insuflados; fluxo sanguíneo é limitado como resultado do colapso dos pulmões fetais; - O pré-termo com desconforto respiratório é incapaz de inflar os alvéolos com ar, aumentando o fluxo sanguíneo pulmonar e alterando a pressão intra cardíaca e, consequentemente, fechando as estruturas cardíacas fetais; - Produção deficiente de surfactante leva a insuflação desigual dos alvéolos e seu colapso durante a expiração - 48 hrs de vida: Uso de musculatura acessória e presença de roncos; broncogramas e Atelectasias; ➔ Broncogramas (ramificação brônquica apresenta diâmetros menores) ➔ Atelectasias (desequilíbrios entre a força de retração do pulmão e de expansão da caixa torácica) ★ A produção deficiente de surfactante leva a insuflação desigual dos alvéolos e seu colapso durante a expiração; sem o surfactante o RN precisa realizar muito esforço para conseguir expandir novamente os alvéolos na inspiração. Com o aumento da exaustão os RN expandem cada vez menos os alvéolos e a incapacidade de manter a expansão pulmonar leva a atelectasia difusa >> acidose respiratória; ★ Na ausência de estabilidade alveolar e com a progressão da atelectasia ocorre um aumento da RVP, levando a uma hipoperfusão do tecido pulmonar e redução do fluxo sanguíneo efetivo >> hipoxemia e hipercapnia (elevação da pressão arterial de dióxido de carbono); ★ A hipoxemia prolongada ativa a glicólise anaeróbica e resulta na produção de ácido lático >> acidose metabólica; ★ Cianose periférica - manifestação clínica da SDR junto com taquipneia (< 80 rpm), dispneia, retrações intercostais ou suesternais, crepitações inspiratórias finas… - Tratamento SDR:oxigenação, ventilação e cuidados de suporte adequados; ➔ Manter ventilação e oxigenação suficientes; ➔ Manter equilíbrio acidobásico; ➔ Manter ambiente térmico neutro; ➔ Manter perfusão e oxigenação tecidual adequadas; ➔ Evitar hipotensão; ➔ Manter o equilíbrio hidroeletrolítico; ➔ Nutrição por via parenteral devido ao risco de aspiração; ➔ Administração de surfactante exógeno; ● APGAR = ⅝ (freqüência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele) - A cada item da escala se atribui um escore de 0, 1 ou 2; - A avaliação das cinco categorias é realizada entre 1-5 min após o nascimento e repetidas até a condição do RN estabilizar; - Escores de 0-3 indicam sofrimento grave;- Escores de 4-6 indicam dificuldade moderada; - Escores de 7-10 indicam ausência de dificuldade de adaptação à vida extrauterina; - O índice é influenciado pelo grau de imaturidade fisiológica, infecção, malformações congênitas, sedação ou analgesia materna e distúrbios neuromusculares; ● Peso: Baixo peso ao nascer (BPN) < 2500g; - Peso ao nascer: 1800 gr (apropriado para idade gestacional segundo a Nova Escala de Ballard - NEB); - Peso atual: 1650 gr; - O peso do RN ao nascer se relaciona com a incidência de morbidade e mortalidade perinatais; - O peso isolado é um indicador fraco de idade gestacional e maturidade fetal; - Maturidade fetal = capacidade funcional, ou seja, o grau ao qual os sistemas orgânicos do RN são capazes de se adaptar à vida extrauterina; - As Curvas de crescimento intrauterino são utilizadas para avaliar os RN de acordo com o peso e idade gestacional; - Após o nascimento ocorre uma rápida perda de peso, nos primeiros dias de vida; - O RN perde cerca de 10% do peso de nascimento em torno de 3-4 dias de idade, devido à perda de líquido extracelular e mecônio e ingesta limitada de alimento; - O peso do nascimento é readquirido no 10º ou 14º dia de vida; ● Pele fina e seca; ● Icterícia (hiperbilirrubinemia) - Quantidade excessiva de bilirrubina acumulada no sangue; - Achado comum nos recém-nascidos e normalmente benigno; - A hiperbilirrubinemia indireta ou não conjugada é mais comum no período neonatal; - Icterícia fisiológica: Causada pela função hepática imatura + aumento da bilirrubina proveniente da hemólise; após 24 hrs de vida; pico no 3-4º dia; - O grau de icterícia é determinado por medidas séricas de bilirrubina; - Valores normais de bilirrubina não conjugada = 0,2 a 1,4 mg/dL; - Além dos valores de bilirrubina sérica, deve-se observar tempo de aparecimento da icterícia clínica, idade gestacional ao nascimento, idade pós-natal, história familiar, fator Rh materno, evidências de hemólise, estado fisiológico do RN; - Doença hemolítica do recém nascido: incompatibilidade com o antígeno sanguíneo causando hemólise intensa; incapacidade do fígado de conjugar e excretar o excesso de bilirrubina derivado da hemólise; ➔ Ocorre durante as primeiras 24 horas - níveis de bilirrubina aumentam > 5 mg/dL/dia; ➔ Mãe O-; Bebê A+; ➔ Bilirrubina Indireta: 6mg/dl; ➔ Bilirrubina total: 15mg/dl em 48 hrs de vida = RN de alto risco devido a doença hemolítica; ➔ Tratamento: monitorar níveis de BTc ou BST; realizar avaliação de risco pós-natal; fototerapia; imunoglobulina intravenosa; se grave - transfusão; ➔ Auxiliar na manutenção da lactação e armazenagem de leite, o leite ordenhado pode ser ofertado na mamadeira; ● Sonda orogástrica aberta: - RNs pré termos possuem reserva energética proporcional ao seu tamanho; - São fortes as evidências das sérias consequências provocadas pela desnutrição, o que requer uma preocupação atenta para que suas necessidades nutricionais sejam atendidas. . ● Ortolani (-): A Manobra de Ortolani avalia possíveis displasias no quadril. É feita na sala de parto e é indolor, consiste em realizar a flexão das pernas seguida da sua abdução. Ortolani negativo indica que não foram encontrados sinais de luxação ou instabilidade no quadril do RN. Cuidados de Enfermagem ao neonato e família: - Avaliação inicial (inclui índice de Apgar); - Avaliação transicional durante os períodos de reatividade; - Avaliação de idade gestacional; - Exame físico sistemático; Procedimentos básicos de assistência de enfermagem ao prematuro: - RN que não necessitam de manobras de ressuscitação devem ser, imediatamente, transferidos para uma incubadora aquecida, onde serão pesados e iniciados os procedimentos de obtenção de acesso venoso, oxigenoterapia e etc; - Os cuidados gerais ao RN pré-termo são diferentes principalmente em relação ao suporte respiratório, controle de temperatura, nutrição, suscetibilidade a infecções, intolerância a manipulação, cuidados com neurodesenvolvimento e etc; - Observação nas primeiras 24 horas de vida (atentar a variações nos sinais vitais), - Controle de temperatura (prevenir perda de calor e manter ambiente térmico neutro) - Hidratação (observar ingesta e perda de líquidos), - Alimentação por sonda orogástrica, cuidados após a alimentação, - Banho, cuidado com a pele, cuidado com o coto umbilical, cuidado do prematuro com problemas respiratórios
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