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DISCIPLINA ECOLOGIA AULA 06 DINÂMICA DAS COMUNIDADES: SUCESSÃO ECOLÓGICA AUTOR KELVIN BARBOSA DE OLIVEIRA TECNÓLOGO TECNÓLOGO EM GESTÃO EM GESTÃO AMBIENTALAMBIENTAL DISCIPLINA ECOLOGIA AULA 06 DINÂMICA DAS COMUNIDADES: SUCESSÃO ECOLÓGICA AUTOR KELVIN BARBOSA DE OLIVEIRA TECNÓLOGO EM GESTÃO AMBIENTAL Governo do Brasil Presidente da República MICHEL MIGUEL ELIAS TEMER LULIA Ministro da Educação JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO Diretor de Educação a Distância da CAPES JEAN MARC MUTZIG Reitor do IFRN WYLLIS ABEL FARKATT TABOSA Diretor do Campus EaD/IFRN ALEXSANDRO PAULINO DE OLIVEIRA Diretor Acadêmico do Campus EaD/IFRN ALBERICO TEIXEIRA CANARIO DE SOUZA Coordenadora Geral da UAB /IFRN ILANE FERREIRA CAVALCANTE Coordenador Adjunto da UAB/IFRN JÁSSIO PEREIRA Coordenadora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA ECOLOGIA AULA 06 DINÂMICA DAS COMUNIDADES: SUCESSÃO ECOLÓGICA Professor Pesquisador/Conteudista KELVIN BARBOSA DE OLIVEIRA Diretora da Produção de Material Didático THIAGO MEDEIROS BARROS Coordenador da Produção de Material Didático LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA Revisão ABNT EDINEIDE DA SILVA MARQUES Revisão Linguística ELIZETH HERLEIN Coordenação de Design Gráfico LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA Projeto Gráfico BRENO XAVIER Diagramação ALEXANDRE BACCELLI Ficha Catalográfica O48t Oliveira, Kelvin Barbosa de. Tecnólogo em Gestão Ambiental: Ecologia: Aula 06: Dinâmica das comunidades : sucessão ecológica / Kelvin Barbosa de Oliveira. – Natal : IFRN Editora, 2017. 12f. : il. color. 1. Gestão Ambiental. 2. Meio Ambiente – Ecologia. 3. Comunidade Biológica. 4. Comunidade Biológica. 5. Educação a Distância. I. Título. RN/IFRN/EaD CDU 504 Ficha elaborada pela bibliotecária Eponina Eilde da Silva, CRB 15/295 5 DINÂMICA DAS COMUNIDADES: SUCESSÃO ECOLÓGICA APRESENTANDO A AULA Nesta aula, iremos compreender que as comunidades não são entidades estáticas ao longo do tempo. Observaremos que perturbações ambientais tais como: erupções vulcânicas (fi g. 01), furações, tsunamis, terremotos, incêndios e até pequenos eventos, como a queda de uma grande árvore, podem proporcionar transformações signifi cativas nas populações que habitam uma determinada região. Os cientistas nomearam todo o processo de transformação dos ecossistemas pelo nome de sucessão ecológica, que estudaremos detalhadamente nesta aula. DEFININDO OBJETIVOS Ao fi nal desta aula, você deverá ser capaz de: • compreender os fatores que proporcionam a colonização e a recolonização de espécies em uma região, após uma perturbação ambiental; • compreender o conceito de sucessão ecológica, bem como os mecanismos e eventos que permeiam esse processo. Fig. 01 – Exemplo de uma perturbação de grande porte. Erupção do Vulcão Merapi, na ilha indonésia de Java Fo nt e: C la ra P rim a/ 26 .1 0. 20 10 . 6 ECOLOGIA DESENVOLVENDO O CONTEÚDO Você, em algum momento da sua vida, já tomou conhecimento sobre as catástrofes naturais que assolam o nosso planeta como: terremotos, furacões, tempestades, tsunamis, incêndios fl orestais, entre outras? Já parou para pensar como a natureza, em particular, os seres vivos, reabilitam-se após a passagem desses fenômenos? Um outro questionamento importante é sobre os ecossistemas. Como surgiram as fl orestas? O processo de formação foi abrupto ou gradual? O estudo da sucessão ecológica irá ajudar você a sanar essas e outras dúvidas. Vamos aprender os conceitos! Sucessão ecológica, segundo Sadava et al. (2009), refere-se à “substituição sequencial de um grupo de populações por outro em um habitat, posterior a uma perturbação”. Em outras palavras, é o processo de colonização e/ou recolonização de espécies numa determinda área. Ainda de acordo com o mesmo autor, perturbação “é um evento que modifi ca a taxa de sobrevivência de uma ou mais espécies em uma comunidade ecológica”. Um exemplo de ‘perturbação” pode ser uma enchente ou um incêndio que promove alterações contínuas ou eventuais nas comunidades dos ecossistemas. Para fi ns didáticos, a sucessão ecológica é dividida em três fases, embora seja importante frisar que se trata de um sistema dinâmico, onde as alterações acontecem gradualmente ao longo do tempo. Segundo Osório (2013), as fases de uma sucessão ecológica são: 1. Comunidades pioneiras (ecese): são constituídas por espécies que primeiro colonizam o ambiente, deixando-o propício para ocupação das comunidades intermediárias. Em geral, ocupam áreas inóspitas, ou seja, aquelas que apresentam condições mínimas exigidas por muitas espécies, como altas intensidades de luz e de temperatura, além da escassez de água e nutrientes. Os liquens, as gramíneas e pequenos invertebrados são exemplos de espécies pioneiras. A seguir, a fi gura 02 mostra uma região de duna que começa o 7 DINÂMICA DAS COMUNIDADES: SUCESSÃO ECOLÓGICA processo de sucessão ecológica através de uma comunidade pioneira formada essencialmente por gramíneas. Também é comum, nessas áreas, a presença de pequenos invertebrados como formigas (Dinoptera quadriceps), gafanhotos (Tropidacris grandis), além de pequenos répteis como calangos (Cnemidophorus ocellifer). Após a colonização de gramíneas e pequenos animais, perceberemos mudanças signifi cativas no solo, que se torna fértil com a decomposição de organismos mortos. As gramíneas proporcionam a redução da luminosidade e da temperatura do solo, além de contribuir para aumentar a umidade. Outro local em que ocorre a colonização de comunidades pioneiras é na superfície de rochas “nuas”, como aquelas que se consolidam através do processo de resfriamento brusco do magma, proveniente de uma erupção vulcânica. A fi gura 03 mostra o crescimento de liquens (associação entre fungos e algas) numa rocha. Os liquens provocam a decomposição das rochas através do processo de intemperismo, facilitando a colonização de outros organismos. Fig.02 – Região de dunas ocupada por comunidades pioneiras. Fo nt e: ht tp :// w w w .c em .u fp r.b r/ lit or al no ta ce m / im ag en s/ fo to s/ te xt o1 2. jp g 8 ECOLOGIA Fig. 03 – liquens colonizando rochas. 2. Comunidades intermediárias (séries): são aquelas formadas por organismos que ocupam o local após as transformações realizadas no ambiente pelas comunidades pioneiras. Em geral, o número de espécies que passa a ocupar a região aumenta, tendo em vista que as condições ambientais vão se tornando mais favoráveis, como a diminuição da temperatura do substrato, aumento na quantidade de nutrientes, disponibilibilidade de alimentos, entre outros fatores. Numa situação de ambiente terrestre, a vegetação, que era formada quase que, exclusivamente, por uma vegetação rasteira (capins e ervas), passa a ser colonizada por arbustos e/ou plantas de pequeno porte. Há um aumento também na quantidade de populações de animais que procuram a área em busca de alimentos. 3. Comunidade clímax: são constituídas por espécies mais exigentes no que diz respeito aos recursos naturais, pois passam a ocupar a região após a colonização das comunidades intermediárias, que proporcionam transformações ambientais muito signifi cativas. Essa fase é considerada o estágio fi nal da sucessão ecológica, sendo caracterizada por uma maior biodiversidade. Dentre os exemplos, podem-se citar fl orestas, savanas, lagos, etc., lembrando que as comunidades clímax estão sujeitas às perturbações sejam elas naturais ou causadas pela ação humana. Fo nt e: h tt p: // ci en ci ab r.o rg /w p- co nt en t/ up lo ad s/ 20 09 /0 2/ liq ue n. jp g up lo ad s/ 20 09 /0 2/ liq ue n. jp g 9 DINÂMICA DAS COMUNIDADES: SUCESSÃO ECOLÓGICA Fala-se em sucessão ecológica primária quando a colonização ocorre em áreas onde, inicialmente, não existam seres vivos, como por exemplo a superfície de rochas “nuas”, dunas de areia ouum lago inóspito. Enquanto que a sucessão ecológica secundária inicia-se em áreas onde alguns seres vivos sobreviveram à última perturbação, como é o caso de um lavoura abandonada ou em locais que sofreram queimadas. Fig. 04– Sucessão ecológica primária. Fig.05 – Sucessão secundária ocorrida após uma queimada, onde algumas espécies sobreviveram. Fo nt e: ht tp :// ec ob lo ga nd o. fi l es .w or dp re ss . co m /2 00 9/ 02 /u nt itl ed 1. jp g Ad ap ta do d e: h tt p: // im ag e. sl id es ha re cd n. co m / su ce ss ao ec ol og ic a- 10 05 24 16 35 18 -p hp ap p0 2/ 95 / su ce ss ao -e co lo gi ca -1 2- 72 8. jp g? cb =1 27 47 18 96 1 co m /2 00 9/ 02 /u nt itl ed 1. jp g 10 ECOLOGIA RESUMINDO Na aula de hoje, vimos que o processo de sucessão ecológica ocorre de maneira ordenada, ao longo do tempo, com substituição gradual das comunidades. Vimos que as primeiras populações que ocupam um determinado território constituem as comunidades pioneiras e que estas provocam alterações no ambiente, para a colonização das comunidades intermediárias. Em seguida, a área é ocupada pelas comunidades clímax, formadas por espécies mais exigentes do ponto de vista de exploração dos recursos naturais. Além disso, aprendemos que a sucessão primária ocorre quando a área ocupada é inicialmente despovoada, sendo que a sucessão secundária acontece quando ainda existem organismos no local. 11 DINÂMICA DAS COMUNIDADES: SUCESSÃO ECOLÓGICA AVALIANDO SEUS CONHECIMENTOS 1. Explique a importância das comunidades pioneiras durante o processo de sucessão ecológica. 2. Uma determinada Área de Proteção Ambiental (APA) que ainda preservava, em sua extensão, uma cobertura nativa da Mata Atlântica foi devastada por um incêndio que destruiu grande parte dos organismos ali existentes. Após quatro anos, o solo da APA apresentava ervas e pequenos arbustos. Uma década depois, já era possível observar insetos, aracnídeos e pequenos lagartos. Somente sessenta anos após o incêndio, a APA estava totalmente coberta por uma mata densa com presença de mamíferos como a raposa. a) Que tipo de sucessão ocorreu na APA? b) Explique o possível motivo da presença de mamíferos como a raposa somente algumas décadas depois do incêndio. 12 ECOLOGIA CONHECENDO AS REFERÊNCIAS BAGATINI, D. Líquen. 2009. Disponível em: <http://cienciabr.org/2009/liquen/>. Acesso em: 8 ago. 2016. DESENVOLVIMENTO do ecossistema: sucessão ecológica. 2010. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/vellasconet/sucessao-ecologica-4272898>. Acesso em: 8 ago. 2016. PIRES, B. Ecologia: sucessão ecológica (parte 02). [2013]. Disponível em: <http:// soumaisenem.com.br/biologia/ecologia/ecologia-sucessao-ecologica-parte-02>. Acesso em: 8 ago. 2016. OSÓRIO, T. C. Ser Protagonista: Biologia 3º ano: ensino médio/obra coletiva. 2 ed. São Paulo: Tereza Costa Osório, 2013. SADAVA, D. et al.Vida - A Ciência da Biologia: evolução, diversidade e ecologia. 8. ed. Porto Alegre; Artmed, 2009. v. 2.