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CASO PRATICO ATENAS

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Turma Direito Atenas/ Sorriso 2023 
CASO 1
Joana está prestando concurso público para o cargo de procurador do Estado 
Alfa e obteve, nas etapas de prova objetiva e discursiva, nota suficiente para 
passar para a fase de prova oral, levando em consideração a nota necessária 
para os candidatos que concorrem às vagas reservadas para pessoas negras. 
Ocorre que, antes da prova oral, após a verificação das características 
fenotípicas dos candidatos autodeclarantes, Joana foi excluída do concurso, 
pelo critério da heteroidentificação, pois não foi considerada negra nem parda 
por comissão que, conforme previsão no edital, tem competência para o 
julgamento, mediante decisão terminativa, sobre a veracidade da 
autodeclaração. Joana interpôs recurso administrativo que sequer foi 
conhecido. Inconformada, Joana impetrou mandado de segurança pleiteando a 
declaração de nulidade do ato que a eliminou do concurso e que a comissão 
do concurso lhe franqueie prazo para apresentação de pedido de 
reconsideração em face do julgamento administrativo que a excluiu das vagas 
reservadas, instruindo-o com os documentos que reputar pertinentes. 
(Questão adaptada, FGV)
Diante do caso apresentado, pergunta-se:
1- O que seria o Princípio do direito de ação (Princípio Geral do Direito) e qual 
sua base legal? O princípio do direito de ação seria o direito do cidadão de ter 
uma tutela jurisdicional, acesso a justiça, poder acionarem o Poder Judiciário 
para resolver seus problemas jurídicos. Sua base legal está presente no Art. 5, 
inc. XXXV da CF e no art. 3º do CPC
2- Que instrumento Joana utilizou para exercer seu direito de ação? Ela tem 
razão em fazer isso? Explique. Ele se utilizou do mandado de segurança. Tem, 
pois ela, como qualquer outro candidato, tem o direito de procurar a justiça.
3- O que diz o Informativo nº 666 do STJ de 27 de março de 2020 sobre o 
tema? (RMS 62.040-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por 
unanimidade, julgado em 17/12/2019, DJe 27/02/2020) A exclusão do 
candidato, que concorre à vaga reservada em concurso público, pelo critério da 
heteroidentificação, seja pela constatação de fraude, seja pela aferição do 
fenótipo ou por qualquer outro fundamento, exige o franqueamento do 
contraditório e da ampla defesa.
4- Suponha que você exercendo papel de Promotor de justiça, foi intimado 
para ofertar parecer ministerial, com base em jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça, como se manifestaria sobre a concessão da ordem no caso 
apresentado? Elabore seu parecer, ilustre Promotor(a). 
Parecer Jurídico 
Requerente: Joana 
Relatório: A Sr. Joana, solicitou um parecer jurídico para analise de seu caso, 
que consiste em Joana ter se candidato em um concurso publico, onde passou 
da primeira fase mas foi desclassificada por concorrer às vagas reservadas 
para pessoas negras, pois, não foi considerada uma pessoa negra ou parda. 
Ela queria apresentar provas, porém seu caso foi ignorado pela instituição.
Fundamentação: Independente do fenotípico da Sr. Joana, conforme o 
princípio do direito de ação, ela merece o acesso a justiça. Ademais, conforme 
o informativo nº 666 do STJ de 27 de março de 2020, diz que o candidato, 
antes de ser desclassificado, tem o direito de ampla defesa. 
Conclusão: Diante do exposto, entende que é perfeitamente imparcial a 
desclassificação da requerente, indo de encontro a doutrina e jurisprudência 
pacífica, motivo pelo qual este parecer mostra-se favorável ao solicitado pelo 
requerente.

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