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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos O termo “psicose” refere-se a um amplo comprometimento do teste da realidade. Pode cursar com delírios, alucinações, discurso desorganizado e comportamento catatônico. A psicose pode estar presente em várias condições ou patologias, como: esquizofrenia, transtornos de humor, intoxicação ou abstinência de substâncias químicas, uso de medicamentos e delirium. 1) ESQUIZOFRENIA A esquizofrenia é um transtorno psicótico caracterizado por uma desorganização de diversos processos mentais. Trata-se de uma perturbação que dura pelo menos 6 meses e inclui, no mínimo, um mês de sintomas da fase ativa, ou seja, dois ou mais dos seguintes sintomas: 1. Delírios (são crenças, ideias ou pensamentos falsos que não correspondem à realidade, porém o paciente acredita nelas e não se convence do contrário, mesmo diante de evidências claras); 2. Alucinações (são percepções irreais dos órgãos dos sentidos, como ouvir vozes); 3. Discurso desorganizado (perda da associação lógica dos elementos do discurso, que se tornam absurdo e incompreensível); 4. Comportamento amplamente desorganizado ou catatônico; 5. Sintomas negativos. Distorções fundamentais de características do pensamento e da percepção. Afetos inapropriados ou embotados. Os sintomas característicos da esquizofrenia podem ser agrupados, genericamente, em dois tipos: SINTOMAS POSITIVOS (mais floridos e exuberante): - Alucinações (principalmente auditivas e visuais); - Delírios persecutórios, de grandeza, de ciúmes, somáticos, místicos, fantásticos; - Perturbações da forma e do curso do pensamento (incoerência, prolixidade, desagregação); - Comportamento desorganizado ou bizarro; - Agitação psicomotora; - Negligência dos cuidados pessoais. SINTOMAS NEGATIVOS: - Pobreza do conteúdo do pensamento e da fala; - Embotamento ou rigidez afetiva; - Prejuízo do pragmatismo; - Incapacidade de sentir emoções e sentir prazer; - Isolamento social; - Diminuição de iniciativa e da vontade. OUTROS SINTOMAS: audições dos próprios pensamentos, sob a forma de vozes; alucinações auditivas que comentam o comportamento do paciente; alucinações somáticas; sensação de ter os próprios pensamentos controlados; irradiação desses pensamentos; sensação de ter as ações controladas e influenciadas por algo exterior. O início pode ser abrupto ou insidioso, mas a maioria apresenta algum tipo de fase prodrômica, manifestada pelo desenvolvimento lento e gradual de uma variedade de sinais e sintomas (retraimento social, perda do interesse pela VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C escola ou pelo trabalho, deterioração da higiene e dos cuidados pessoais, comportamento incomum e ataques de raiva). É extremamente raro o aparecimento de esquizofrenia antes dos 10 anos ou após os 50 anos, e parece não haver nenhuma diferença na prevalência entre homens e mulheres. Existe forte contribuição dos fatores genéticos na determinação dos risco para esquizofrenia, embora a maioria dos indivíduos com diagnóstico do transtorno não tenha história familiar de psicose. Os parente biológicos em primeiro grau de indivíduos com esquizofrenia estão em risco 10 vezes maior para a doença do que a população geral. Os sintomas positivos da esquizofrenia são mais facilmente revertidos com medicação, enquanto os negativos tendem a ser mais refratários. 2) TRANSTORNO DELIRANTE A característica essencial do transtorno delirante é a presença de um ou mais delírios não bizarros que persistem por, pelo menos, um mês. O funcionamento psicossocial não é acentuadamente prejudicado, e o comportamento não é de modo evidente estranho ou bizarro. Os critérios diagnósticos são os seguintes: Duração mínima de um mês de delírios não bizarros, isto é, envolvendo situações que ocorrem na realidade, como ser seguido, envenenado, infectado, amado a distância, traído por cônjuge ou ter uma doença. Os critérios para esquizofrenia jamais foram satisfeitos. Exceto pelo impacto dos delírios ou de suas ramificações, o funcionamento não está bastante prejudicado, e o comportamento não é visivelmente esquisito ou bizarro. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância. 3) TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE É uma perturbação que envolve o início súbito de, pelo menos, um dos sintomas psicóticos positivos. Dura no mínimo um dia e no máximo um mês. O doente tem pleno retorno ao nível pré-mórbido de funcionamento. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C TRATAMENTO DESSAS CONDIÇÕES Antipsicóticos típicos ou de 1ª geração: Haloperidol, Clorpromazina, Flufenazina, Levomepromazina, Periciazina, Sulpiride. Bloqueiam preferencialmente os receptores D2 da dopamina; Tem como efeitos colaterais sintomas parkinsonianos e aumento da prolactina; São mais baratas, mais disponíveis, porém são a segunda escolha para os quadros psicóticos porque apresentam muitos efeitos colaterais. Antipsicóticos atípicos ou de 2ª geração: Risperidona, Olanzapina, Amisulprida, Quetiapina, Ziprasidona, Aripiprazol, Clozapina. Atuam em outros sítios da dopamina, além de outros sistemas, como serotoninérgico e histaminérgico; Produzem menos efeitos parkinsonianos. São medicações mais bem toleradas, porém de alto custo. Constituem a primeira opção para o tratamento do primeiro episódio psicótico. As evidências clínicas não apontam benefício na utilização de mais de um antipsicótico no mesmo paciente. Psicoterapia. Internação, se necessário.